O Grande Pastor: Íntimo e Pessoal

O Grande Pastor: Íntimo e Pessoal

by Stephen Davey

O Grande Pastor: Íntimo e Pessoal

João 10

Introdução

Uma das partes mais calorosas, marcantes e pessoais da biografia de Jesus se encontra em João capítulo 10. Vamos começar nosso estudo de hoje em João 10, verso 1 a 5. A propósito, este é o último discurso de Jesus conforme registrado no Evangelho de João:

Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.

Veja agora o verso 6:

Jesus lhes propôs esta parábola, mas eles não compreenderam o sentido daquilo que lhes falava.

A tradução parábola vem da estrutura grega original significando a “comunicação de verdades espirituais por meio de uma história ou ilustração.”

Agora, o interessante é que a plateia original de Jesus entendeu muito bem os símbolos que ele usou, mas não as verdades espirituais. No nosso caso hoje, o que ocorre é exatamente o contrário: entendemos as verdades espirituais, mas não captamos as ilustrações do “pastor, porta e ovelhas.” Então, desejo estudar com você não somente as verdades espirituais, mas também os símbolos que Jesus empregou nessa passagem.

Para nós, que não somos tão familiarizados com a cena de um pastor de ovelhas—que não crescemos pastoreando um rebanho de ovelhas—pensamos que ovelhas são branquinhas e fofinhas, fazem “bééééé” o tempo todo, o pastor fica ao redor com seu cajado e pronto. Mas existem verdades incríveis em torno do relacionamento entre o pastor e as ovelhas. Portanto, observarei João capítulo 10 juntamente com o Salmo 23, a fim de descobrirmos essas pérolas nos textos.

Em João capítulo 10, verso 7, Jesus amplia e expande a sua explicação ao declarar que ele representa dois símbolos daquela parábola. Veja o verso 7:

Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 

Jesus nos leva a uma cena no campo onde o pastor arrebanha suas ovelhas para colocá-las num cercado onde passarão a noite. O pastor geralmente fazia um cercado simples, empilhando pedras e erguendo uma parede em formato de círculo. Uma vez que era algo simples e prático, não havia nenhum portão para trancar a entrada. O pastor, então, sentava-se à entrada a fim de bloquear o acesso; com isso, ele mesmo se tornava a porta. Ninguém podia entrar ou sair, a não ser que fosse por meio dele. Se você deseja se tornar parte do rebanho, é somente através dele. Paulo escreveu em Efésios capítulo 2, verso 18: por ele... temos acesso ao Pai. 

Olhe um pouco mais à frente em João 10, verso 8:

Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido.

A igreja tem lutado no decorrer dos séculos contra aqueles que tentam pular o cercado e arrebatar o rebanho, dizendo ser a porta. Na nossa era de muita ansiedade e dúvida, confrontamos tudo ao nosso redor, desde misticismo oriental, canalização de espíritos, centralização, controle de pensamento, seitas e falsos profetas que prometem vida, mas, no fim, trazem morte.

Veja o verso 10:

O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

Existe uma óbvia implicação nas palavras de Jesus para os líderes e ladrões espirituais de hoje. Eles eram avarentos (Lucas 16), tiravam vantagem das pobres viúvas (Marcos 12) e transformavam o templo numa cova de ladrões (Mateus 21). Eles não tinham nenhum interesse no bem-estar das ovelhas.

A palavra traduzida como ladrão no verso 10 é o grego kleptes. Desse termo, nós derivamos a nossa palavra “cleptomaníaco,” a qual se refere a alguém que tem a mania de roubar. Mas esses ladrões não são burros; eles usam estratégia e planejamento.

A palavra matar nesse mesmo verso significa “matar por comida.” Em outras palavras, esses falsos líderes religiosos aparentam querer ajudar o rebanho, mas na verdade querem sugar do rebanho e viver dele, se aproveitar dele. 

Outro dia liguei o rádio e ouvi por uns dois ou três minutos um religioso famoso que estava, literalmente, pedindo dinheiro. Mas ninguém estava ligando para doar dinheiro. Então ele começou a repreender os ouvintes, gritando: “Onde vocês estão? Eu preciso daqueles dez reais, e daqueles cem reais, e dos outros quinhentos reais. Vocês não sabem que eu estou lutando contra as forças de Satanás? Não se importam em me ajudar? Por que que os telefones não estão tocando? Não existe ninguém neste país interessado em combater o bom combate?” Eu desliguei com desgosto. Ele não quer lutar contra Satanás; ele quer tosquiar as ovelhas.

Jesus disse: “O falso mestre deseja apenas arrancar mais e mais das ovelhas, mas o verdadeiro Pastor e todos os seus “subpastores” verdadeiros desejam dar, dar e dar para as ovelhas.” Existe uma diferença enorme entre tosquiar as ovelhas e alimentar as ovelhas.

Antes de partirmos da metáfora da porta, veja o verso 9: Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo. James Montgomery Boice disse algo interessante:

Se Jesus tivesse se comparado à parede, nós teríamos que subir e escalar a parede para sermos salvos; isso seria trabalho duro e alguns não iriam conseguir. Se Jesus tivesse se comparado a uma passagem longa e escura, nós temeríamos aquela entrada, e alguns, com medo, não entrariam. Mas ele não é nem uma parede nem uma passagem longa; ele é uma porta; e uma porta tem um acesso fácil e instantâneo. 

Jesus diz: “Se você entrar por mim, será salvo.”

O pensamento moderno e a religião não gostam do termo “salvo.” Claramente, Jesus gostava muito, como ele deixa claro nesse verso. Ser “salvo” significa “ser liberto, estar são e seguro.”

A propósito, a porta não serve apenas como entrada, mas também como exclusão. Estar de um lado e ver a porta fechada significa estar separado daqueles que estão do outro lado. Existe uma grande diferença entre estar dentro e estar fora.

Agora a porta está aberta e disponível, assim como a porta da arca, na qual Noé e sua família entraram. O convite permaneceu de pé por décadas: “Quem quiser, pode entrar.” Mas, antes que a chuva começasse a cair, o Senhor fechou a porta, e todos os que estavam do lado de fora morreram, enquanto os que estavam dentro viveram. 

Jesus Oferece

  • Então, Jesus oferece um convite de salvação pessoal. 

E ele diz, na verdade: “Eu sou o Messias verdadeiro, o único capaz de oferecer salvação para Israel e para todo o mundo.”

Alguns anos atrás, muitos judeus se reuniram no Muro Ocidental de Jerusalém para celebrar o aniversário do seu líder, o rabino Menachen Schneerson, o qual, por quarenta anos, os judeus clamavam ser seu messias. O motivo porque o rabino Scheerson não pôde comparecer à festa foi porque estava com noventa e dois anos, paralisado na cama de um hospital em Nova Iorque por causa de um segundo derrame. Um dos líderes do grupo disse que eles criam que Schneerson fosse o messias, mas o rabino tinha que aguardar uma ordem divina para poder se revelar. Ele disse que os judeus tinham esperança que ele iria se recuperar do derrame, voltar para Israel e reconstruir o templo. 

O verdadeiro Pastor das ovelhas já foi morto e ressurreto há mais de dois mil anos. 

  • Segundo, Jesus também oferece a alegria de satisfação pessoal.

Veja o verso 9 novamente: Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá. Mas o que significa dizer entrará e sairá

Nos tempos de Jesus, quando um exército lutava contra uma cidade, a cidade fechava seus portões enormes, trancando-os por dentro. Ninguém podia entrar nem sair, pois a terra não estava em paz; havia uma guerra. 

Mas o que acontece quando você é salvo? A guerra contra Deus termina, e nós, que éramos inimigos de Deus—que lutávamos contra seu controle e autoridade sobre nós—paramos de lutar e agora existe paz. Foi exatamente isso o que Paulo teve em mente quando escreveu Romanos 5, verso 1:

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

Agora, veja qual é o benefício imediato disso, em João 10, verso 9: entrará, e sairá, e achará pastagem. Ou seja, finalmente podemos encontrar algo para comer que realmente nos satisfará. Veja o verso 10: eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

Nossa palavra “abundância” vem de duas palavras latinas combinadas: a primeira significa “erguer em ondas;” a segunda significa “transbordar.”

Eu e minha família fomos à praia um tempo atrás. Ouvimos o barulho forte das ondas quebrando na areia. Você vê mais e mais ondas vindo em direção à praia e sabe que não pode fazer nada para segurar aquilo.

Da mesma forma, você não pode fazer parar as constantes ondas da superabundante e transbordante graça de Deus.

Abra sua Bíblia no Salmo 23, onde Davi escreve no verso 1: O Senhor é o meu pastor. Ele anunciou: “Ei, todo mundo, olhe para cá, veja quem é o meu Pastor. O Senhor é o meu pastor!”

É importante sabermos o que Davi não está dizendo aqui. Ele não diz: “O Senhor é o pastor dos meus pais,” ou “o pastor dos meus filhos,” ou “o pastor do meu melhor amigo.” Não, isso é algo pessoal; o pronome é possessivo da primeira pessoa do singular: “O Senhor é o meu pastor.” O verbo também está no tempo presente. Davi não diz: “O Senhor será.” Não, essa salvação é presente e pessoal.

Na última parte do verso 1, ele diz: e nada me faltará. Davi diz: “Pelo fato de o Senhor ser o meu pastor, nunca precisarei de mais nada, terei tudo que realmente necessito!” Se você diz: “O Senhor é o meu pastor,” então você terá sua alegria e satisfação nele.

Volte para João capítulo 10. Jesus muda a analogia agora, e se refere a si mesmo, não como a porta, mas, veja o verso 11:

Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.

Veja a diferença entre um bom pastor e um falso pastor nos versos 12 e 13:

O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas.

Jesus, portanto, já falou sobre a salvação pessoal e a alegria de satisfação pessoal. 

  • Agora, Jesus anuncia a promessa de segurança pessoal.

Volte para o Salmo 23, verso 2 diz: Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Poderíamos traduzir: “Ele faz possível que eu descanse em pastos verdes.” Por quê? Porque a ovelha é tão tímida que, se houver uma mínima possibilidade de ameaça, ela fica em pé parada só esperando. Sua única alternativa caso um leão ou lobo apareça é correr, ao menos que o pastor se disponha a lutar e protege-la. Lembre-se de que o próprio Davi matou um leão e um urso que ameaçavam seu rebanho. Então, Davi diz: “Eu posso descansar em pastos verdes.” Por quê? Porque o Senhor é o meu Pastor e ele me garante segurança. Podemos até adicionar 1 João 4, verso 4, que diz: maior é o que está em nós (o pastor) do que o que está no mundo (o leão que ruge).

Veja também o verso 4 do Salmo 23:

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.

O bordão era um cabo de madeira curto, como um cassetete, que geralmente tinha pedaços de pedra e ferro na ponta para ferir os predadores. O cajado era um pedaço de pau comprido com uma espécie de curva na ponta que servia para puxar para perto a ovelha que se desviava do rebanho. 

Agora, esse verso é geralmente utilizado para levar conforto aos que estão à beira da morte. O fato de que Deus está conosco quando experimentamos a morte é inegável. Mas Davi não fala sobre morrer nesse verso, mas sobre viver. 

Leia de novo o verso. Você não está morrendo no vale, mas está andando no vale! Você não precisa de bordão e cajado para proteção se está morrendo, mas precisa deles quando está ainda vivo.

Então, o que Davi está dizendo aqui? Philip Keller, que foi um pastor de ovelhas e se tornou um escritor, nos ajuda a entender esse verso. O verso se refere à caminhada das ovelhas pelo vale durante os meses de inverno em busca de altos pastos, onde passariam o verão. O vale era um lugar abundante em comida e água. Além disso, ainda protegia o rebanho dos ventos congelantes do inverno que castigavam os pastos mais elevados. Mas o vale também era o lugar de maior perigo; animais selvagens ficavam à espreita ao redor das montanhas. Também tempestades repentinas podiam inundar o vale. Uma vez que o sol não clareava muito bem os vales, havia muitas sombras e escuridão. Qual é a esperança da ovelha? Veja novamente os versos 4 e 5:

...o teu bordão e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários... 

(Não na ausência de inimigos, mas na presença deles).

Creio que você sabe muito bem que a última coisa que consegue fazer é comer tranquilamente quando está tremendo de medo. Um tempo atrás, eu passei por um momento bastante apavorante. Era perto da meia-noite e eu já estava deitado na cama. De repente, ouvi um barulho alto na cozinha. Pensei: “Vixe, alguém arrombou a cozinha!” Sentei na cama; acho que os meus olhos estavam esbugalhados do tamanho de um prato. Pensei: “Talvez devo acordar minha esposa e mandá-la ir lá ver o que é!” Mas é melhor morrer como herói do que como covarde. Então, levantei da cama e me rastejei até a porta. Tem um corredor que leva direto até a sala de jantar. Estiquei minha cabeça na porta (muito corajoso eu sou!). Fique me perguntando se eu deveria gritar: “Ei cara, estou com uma 38 aqui!” Decidi não fazer isso porque talvez o cara respondesse: “Ah é?! Eu estou com uma 12!”

Então resolvi deixar tudo tranquilo. Dei uma olhada na cozinha. Não sei por que, mas minha esposa deixa uma luz acesa sobre o fogão, talvez para ajudar os ladrões a verem qual é a melhor entrada. Não sei. Enfim, essa luz produziu uma sombra na sala de jantar; aproximei-me e vi alguma coisa no chão da cozinha. Meu coração estava quase saindo pela boca. Estava apavorado. Pensei: “E agora, o que faço?” Só tinha uma coisa a fazer: ir lá ver o que é. Isso ou mandar sua esposa. De qualquer forma, andei pelo corredor de punho cerrado, pronto para dar um golpe em alguém. Cheguei à cozinha e me escondi atrás da geladeira. Quando cheguei mais perto, vi que o negócio estava imóvel, como se estivesse ajoelhado. Tinha mais ou menos um metro de altura. Saí de trás da geladeira pronto para dar um soco em alguém. Era só o saco de lixo que tinha caído de cima do balcão. Você acredita nisso? Fiquei tão irritado que agarrei aquele troço e joguei com tudo para fora de casa!

Agora, quando entro na cozinha, eu geralmente abro a geladeira. Mas não dessa vez!

Volte para João 10 e veja o que Jesus está oferecendo agora.

  • Jesus oferece o relacionamento íntimo de cuidado pessoal.

Veja os versos 14 e 15: Eu sou o bom pastor (A propósito, você deve sublinhar o artigo definido “o” em “Eu sou o bom pastor.” Jesus reivindica direito exclusivo. Ele não é apenas um bom pastor entre muitos; ele é bom pastor), conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.

Jesus diz: “Eu sei quem são minhas ovelhas, e elas sabem que sou!” Essa é uma referência ao relacionamento íntimo. É a palavra grega ginosko, significando um “conhecimento pessoal como fruto de um relacionamento.”

Agora, com Deus o conhecimento que ele tem de suas ovelhas é completo e imediato. Ele sabe nossos nomes, conhece nossa natureza e nossas necessidades. Mas conosco é uma jornada; estamos sempre aprendendo.

Você se lembra de quando se casou? Talvez tenha namorado um, dois, três, quatro ou vários anos. Você estava um pouco confiante que já conhecia o outro o suficiente para casar. Daí, o que aconteceu nos seus três primeiros meses de casado? Você colocou as mãos na cabeça e perguntou: “Senhor, quem é esse homem—ou essa mulher?” Quantos de vocês passaram por essa experiência? Se você for esperto não vai falar nada para sua esposa!

A verdade é que, lendo as conclusões de muitos conselheiros cristãos, concordo com eles, tendo também minha experiência: grande parte dos desafios conjugais surge durante os três primeiros meses de casamento. O tempo de namoro parece não afetar muito o processo de aprendizado prático necessário do casamento. Para aqueles que já têm filhos, vocês começaram uma longa jornada de tentativas de conhecê-los. Sempre existe algo novo.

Em nosso relacionamento com Jesus Cristo, veja o que Paulo disse em Filipenses 3, verso 10: Para o conhecer. Essa é a palavra ginosko, o conhecimento adquirido por meio da intimidade.

Volte para o Salmo 23, verso 5: unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Isso não significa nada para nós. Nunca iríamos querer que alguém derramasse óleo em nossa cabeça! Mas isso tinha um grande significado para a ovelha.

A ovelha, em particular, sofre de uma praga de moscas e carrapatos em seu focinho. Segundo li, elas procuram uma pedra ou tronco de árvore para coçar a cabeça. Se não receber tratamento, a ovelha ficará tão distraída com o problema que acabará causando dano a si mesma ao se coçar constantemente dessa forma. Como um escritor colocou: “Se afligida severamente, a ovelha dará cabeçadas numa pedra ou num tronco de árvore em busca de alívio.”

O pastor nos tempos de Jesus estava sempre alerta para possíveis problemas com as ovelhas. Quando percebia uma ovelha com certas dificuldades, ele pegava seu cajado, puxava a ovelha para perto de si, abria o seu frasco de óleo pendurado no cinto e passava, gentilmente, óleo medicinal em volta do focinho, olhos e orelhas da ovelha. O óleo também funcionava como repelente. Acho que podemos imaginar o alívio e conforto que a ovelha sentia quando recebia esse cuidado próximo do seu pastor.

Existe um contexto mais amplo no qual eu sou parte do rebanho. E também existe um contexto menor, mais íntimo e pessoal, no qual Jesus sabe nossos nomes e vê quando precisamos de um cuidado mais próximo e pessoal. Daí, ele nos traz para mais perto e administra os cuidados necessários.

Não é nenhuma surpresa que Davi termina o verso 5 dizendo: o meu cálice transborda. É como se ele dissesse: “Não existe nada melhor do que isso!”

  • Por fim, existe o anúncio de um substituto pessoal.

Veja os versos 16 a 18:

Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.

Jesus deixa bem claro que ele não morrerá como um mártir morto por homens. Ele morrerá como substituto pessoal pelos pecados do mundo.

No Antigo Testamento, as ovelhas eram oferecidas pelos pecados dos pastores. Mas nessa nova época da graça, o pastor será sacrificado pelos pecados da ovelha.

Eu li no comentário bíblico de William Barclay a história de um jovem soldado francês que foi gravemente ferido na Primeira Guerra Mundial. Seu braço foi esmagado de tal forma que precisou ser amputado. Ele era um rapaz excelente e o médico estava muito triste que agora o jovem teria que viver o resto da vida mutilado. O médico, então, esperou pacientemente ao lado da cama do soldado para lhe contar a má notícia. Quando o jovem acordou, o cirurgião estava lá e disse: “Fico muito triste em informar que você perdeu o seu braço.” Depois de um momento de silêncio, enquanto a notícia ainda se tornava realidade, o jovem soldado disse: “Doutor, eu não perdi o meu braço; eu o dei para a França!”

Jesus deu a sua vida para depois retomá-la, a fim de que, como nosso Pastor, nos oferecesse salvação pessoal, satisfação pessoal, segurança pessoal, cuidado pessoal e substituição pessoal.

“Ei, olhem todos para mim. Vejam quem é o meu Pastor—é o Senhor!” Meu amigo, ele já é o seu Pastor?

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 08/05/1994 

© Copyright 1994 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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