
A Testemunha
A Testemunha
João 1.6–29
Introdução
Todo estudante jovem já aprendeu sobre a famosa contribuição de Isaac Newton. Se você se recorda, ele estava sentado, numa tarde, debaixo de uma macieira quando uma maçã caiu e o atingiu na cabeça. Daí, Isaac Newton descobriu as leis da gravidade.
Contudo, poucas pessoas sabem que, se não fosse por Edmund Halley, o mundo jamais teria ouvido falar de Newton. Halley:
- desafiou Newton a ponderar cuidadosamente acerca de suas noções iniciais;
- corrigiu alguns erros matemáticos de Newton;
- persuadiu Newton em sua hesitação para escrever sua grande obra Princípios Matemáticos da Filosofia Natural;
- editou e supervisionou a publicação dessa obra;
- e financiou a primeira edição, apesar de Newton ter mais dinheiro do que ele.
Os historiadores chamam isso de o exemplo mais autruísta nos anais científicos. Newton começou imediatamente a colher os frutos da proeminência, enquanto Halley recebeu pouco crédito. A única razão por que sabemos de Halley é por causa do cometa que recebeu seu nome, o qual aparece por poucos instantes a cada 76 anos e depois some no vasto universo. Uma referência biográfica de Halley diz que ele não se importava com quem recebia o crédito; sua missão na vida era simplesmente avançar a causa científica.
Se um repórter de um jornal local chegasse até você e perguntasse: “Qual é a sua missão nesta vida?”, o que você responderia? Existe um problema crescente na igreja atual que evidencia grande disparidade em relação à igreja primitiva. Os primeiros cristãos eram confusos a respeito de alguns assuntos, mas uma questão era bem clara: o motivo por que Deus os havia deixado no planeta terra.
Tertuliano, um pai da igreja que escreveu no ano 200, fez a seguinte declaração ao mundo romano sobre si mesmo e sobre seus irmãos na fé:
Nascemos ontem e já preenchemos todo território entre vocês—cidades, ilhas, fortalezas, vilarejos, mercados, companhias, palácio, senado, fórum. Não deixamos nenhum território de fora, a não ser o templo dos seus deuses.
Em seu livro Declínio e Queda do Império Romano, Gibbon observou que o dever mais sagrado do novo convertido era difundir entre seus amigos e familiares a bênção que acabara de receber. Harnack, um historiador da igreja, usou uma expressão que cativou meu pensamento, quando disse: “Não podemos negar que a grande missão do Cristianismo foi, na verdade, cumprida por meio dos missionários informais.” A expressão “missionários informais” foi primeiramente utilizada por Justino Mártir, um pai da igreja do século segundo e defensor do Cristianismo em Roma. Ele foi martirizado em 165 d.C.
Vamos caminhar um pouquinho à frente até o nosso século. Em um de seus livros, George Barna revelou os resultados de uma pesquisa realizada entre pessoas que diziam ter nascido de novo—crentes. A pergunta foi: “Você tem a responsabilidade de explicar suas convicções religiosas a outros que creem de forma diferente?” Menos de 45% concordaram que precisam testemunhar pessoalmente.
Isso me lembra do comediante Flip Wilson. Alguém lhe perguntou sobre sua religião e ele respondeu: “Sou um espectador de Jeová.” “Espectador de Jeová? Nunca ouvi falar sobre isso.” “Bom”, Flip replicou, “eles me pediram para ser uma testemunha, mas não quis me envolver.”
Veja, eu poderia continuar nessa linha de raciocínio e, com certeza, convenceria todos nós. Poderíamos fazer uma votação e, por unanimidade, concordarmos que não testemunharemos ao mundo. Todavia, prefiro dar a vocês um exemplo a seguir, levando-o a uma reunião ao ar livre, na qual milhares de pessoas se reuniram para ouvir um homem. Esse homem desafiou o sistema religioso de sua época e sua plateia estava repleta de religiosos prontos para ouvi-lo.
João, A Testemunha
Ele era conhecido como João Batista, mas creio que poderia facilmente ter sido chamado de João, A Testemunha. Deixe-me mostrar por quê. Abra sua Bíblia em João, capítulo 1.
No Evangelho de João, a ideia de “testemunhar” ou “testificar” refere-se a esse homem mais vezes do que a qualquer outro dos personagens bíblicos, exceto Jesus Cristo. Podemos imaginar que Deus deseja enfatizar algo com isso. Pegue seu lápis e circule as sete vezes em que essa palavra ocorre neste capítulo. Ela ocorre:
- duas vezes no verso 7a;
Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz...
- na última parte do verso 8;
Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz.
- no verso 15a;
João testemunha a respeito dele e exclama...
- no verso 19a;
Este foi o testemunho de João...
- no verso 32a;
E João testemunhou…
- no verso 34.
Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.
Uma testemunha, ou mártir, significa “alguém que fala em lugar de outro.”
Já passou pela sua mente o fato de que Deus nunca nos chama de advogados? Se nos chamasse de advogados, poderíamos alegar falta de capacidade e ficar do lado de fora do tribunal. Ao contrário, Deus nos chama de testemunhas. E isso é bom. Não quero ofendê-lo, mas isso significa que eu e você não precisamos ser grandes pensadores ou eloquentes em nossos discursos—não somos advogados, somos testemunhas.
Isso não significa que o crente deve estar satisfeito em ser um anão intelectual. Significa que ele não precisa tomar a responsabilidade de um advogado, que é convencer, provar seus argumentos e levar outros a concordar com seu pensamento. O crente é uma testemunha chamada por uma razão: tomar posição a favor de outro e simplesmente dizer a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade a respeito do que viu e ouviu.
Agora, imagine João Batista se colocando como testemunha no tribunal da história, acompanhado de jurados céticos, tanto gentios como judeus. O auditório está repleto de pessoas sentadas à beirada de seus assentos. O advogado pergunta: “Quem é Jesus Cristo?” O que João tem a dizer? Que tipo de testemunha ele será? Em qualquer tribunal, você não precisa exatamente de bons advogados, mas boas testemunhas são imprescindíveis.
Permita-me compartilhar três provas principais ou evidências que João Batista apresenta nesse episódio, a fim de testificar a respeito da divindade de Jesus.
- A primeira prova levantada por João é que Jesus Cristo é a luz revelada aos homens e vinda da parte de Deus.
Veja João 1, versos 6 e 7.
Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.
Agora preste atenção ao verso 8:
Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz.
Uma ilustração pode ser feita entre João e a relação da lua com o sol. A lua:
- é um mundo morto no espaço, um pedaço maciço de pedras sem vida, sem nenhuma faísca ou chance remota de produzir vida;
- é simplesmente um refletor gigante no céu que capta a luz do sol e reflete essa luz à terra;
- não é a luz;
- e tem uma função temporária, pois quando o dia se aproxima, tal reflexo de luz não é mais necessário.
Da mesma forma, João Batista não era a luz, mas foi enviado a fim de refletir a verdade dessa luz e apontar para a luz que estava por vir.
Veja no verso 9 que João enfatiza que Jesus era a única verdadeira luz.
A saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
A palavra original traduzida como verdadeira pode ser traduzida como “genuína” em contraste com uma “imitação”. Jesus Cristo é a luz autêntica! As outras coisas deste mundo que parecem “luzes” são imitações.
No século 19, o homem seguia a luz do progresso—a crença de que a humanidade ficaria cada vez melhor, adquirindo mais e mais conhecimento, ficando cada vez mais sofisticada. Essa utopia estava bem perto de ser desmascarada.
Num âmbito diferente, mas com a mesma roupa de imitação, a Nova Era ensina que você pode progredir perpetuamente em iluminação até o ponto de alcançar um estado “divino” que possui dentro de si mesmo.
Outra imitação é a prosperidade. Esse é o sonho consumista e materialista de que um salário alto, um carro do ano, uma casa de praia, um emprego de só 4 dias na semana, férias ao redor do mundo ou independência financeira trarão contentamento. Alguns anos atrás, uma revista secular se referiu à nossa era como “A era da ansiedade sem cura ainda conhecida.”
Bom, João nos fala a respeito dessa cura—a Luz genuína de Deus chegou. Então qual é a reação do planeta Terra diante da defesa articulada por João?
Três reações à Jesus como a Luz
Deixe-me mencionar três reações ao fato de Jesus ser a Luz.
A Luz Não é Reconhecida
- Uma reação é não reconhecer essa Luz.
Veja no verso 10:
O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.
Literalmente, o mundo não o reconheceu. Vamos descobrir por quê.
Abra sua Bíblia em 2 Coríntios 4, versos 1 a 4. Esta é uma passagem assustadora:
Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século [Satanás] cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
Esse texto ensina uma verdade terrível: aqueles que não recebem Jesus Cristo por aquilo que ele realmente é estão cegados pelo trabalho do inferno, o qual fecha a cortina diante dos seus olhos, escondendo-lhes a verdade. Essa cortina pode ser entendida como razão, ceticismo, obras ou religião. Independente do que seja, a cortina cega os pecadores para que não vejam a genuína verdade do Evangelho. Eles simplesmente não conseguem enxergar!
Talvez seu cônjuge se encontre nessa situação, ou um de seus filhos, ou ainda seus pais. Tudo o que você pode fazer e tem que fazer é orar, pedindo a Deus: “Ó Deus, abra seus olhos para que enxerguem a verdade!”
Vamos voltar ao Evangelho de João para vermos a segunda reação.
A Luz é Rejeitada
- Uma outra reação é rejeitar a Luz.
O verso 10 de João 1 nos diz que Jesus veio ao mundo. O verso 11 nos fala que ele veio para o seu povo: a nação de Israel, os judeus: Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
A palavra grega paralambano é usada aqui nesse verso, significando que eles não “receberam Jesus para si mesmos.” Ele, o Messias, foi rejeitado.
O mesmo ocorre em nosso país. Quando estamos perto do Natal, as propagandas já começam a tocar as musiquinhas. Meus amigos, este mundo sempre mudará o foco do Natal propositadamente porque não quer ser perturbado! “Deixe-me em paz nas trevas, a luz incomoda meus olhos.”
Num âmbito mais prático, talvez você já tenha sentido a dor da rejeição por parte de amigos, familiares ou inimigos. Eles começaram a se distanciar de você por causa do seu relacionamento com Jesus Cristo. Cristo sabe de tudo isso e você tem se tornado, na realidade, um coparticipante dos sofrimentos de Jesus.
A Luz é Recebida
- Uma terceira reação é receber a Luz.
Continue lendo o texto no verso 12:
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.
Como você se converte a Cristo? Bom, vamos falar primeiro de como você não se converte. Veja o verso 13a: Os quais não nasceram do sangue. Você não é crente pelo fato de ser um ser humano ou por ter nascido em um lar cristão. Como diz o ditado: “Deus não possui netos.”
Continue para a segunda parte do verso 13: nem da vontade da carne. Você não é crente por causa das coisas que tem conquistado ou porque suas mãos tenham feito para Deus, como dar dinheiro, ajudar os pobres, frequentar uma igreja, etc.
Agora a terceira parte do verso 13: nem da vontade do homem. Você não vai para o céu porque decidiu ir, porque tenha trabalhado duro e mereça ir, ou porque esteja convencido de que Deus o tenha deixado ir.
Imagine que, de repente, eu apareça à porta de sua casa e diga que quero ser um membro de sua família. Eu até mesmo mudei meu sobrenome e coloquei o seu. Talvez você dissesse: “Mesmo que você tenha modificado seu sobrenome para ser igual ao meu, não pode se tornar um membro de minha família simplesmente porque deseja.” “Mas espera aí”, eu insisto, “já mudei o nome na minha carteira de motorista. Eu venho aqui pintar a sua casa e cortar a sua grama. O que você gosta de comer? Eu cozinho. Gosta de pescar? Eu faço qualquer coisa para me tornar um membro de sua família. Por favor!”
Não é assim que funciona! Para ser membro da família de alguém, você precisa nascer naquela família ou ser adotado por ela.
Então como podemos nos tornar membros da família de Deus? Veja novamente o verso 12.
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.
Você se torna um membro da família de Deus da mesma forma que se torna membro de uma família natural: você ou nasce ou é adotado na família de Deus no momento que recebe Jesus Cristo como seu Redentor e Salvador.
Mas o que significa creem em seu nome? No mundo antigo, o nome era muito mais do que uma identificação pessoal; ele era um reflexo do caráter e atributos do indivíduo. Na verdade, as pessoas muitas vezes eram renomeadas devido a algum traço característico notável. O nome “Jesus” se relaciona à sua Pessoa, seus atributos e sua divindade como o Messias. Crer no nome de Jesus significa confiar em sua Pessoa como o Deus-Homem e Redentor. Ao fazer isso, você reconhece que é um pecador e que somente Jesus pode ser seu Salvador. Você já fez isso?
- A segunda prova que João levanta é que Jesus Cristo é a única revelação confiável de Deus dada aos homens.
Veja o verso 14.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Imagine isto: Deus escolhendo um corpo de carne e sangue! Se você fosse Deus, que tipo de corpo escolheria? Pode escolher qualquer um! Qual seria a cor dos seus olhos? Escolheria um nariz um pouco diferente? E a sua altura, qual seria? Você gostaria de ser fortão? Qual a aparência e formato da sua boca, da sua orelha?
Eu sei que, se pudessem escolher, as mulheres se pareceriam com uma das candidatas ao Miss Brasil ou Miss Universo. Minha esposa estava assistindo ao Miss Universo e eu dei uma paradinha para ver com ela um pouco. Acho interessante que eles sempre dão bastante ênfase na competição do talento das candidatas como um dos aspectos mais importantes. Mas é difícil acreditar nisso quando, das dez finalistas, apenas uma era uma excelente tocadora de violino. As outras nove finalistas cantavam ou dançavam, mostrando mais uma vez aos milhões de expectadores que elas eram semifinalistas por outros motivos, não por causa do talento.
E vocês, homens? Creio que se pareceriam com um ator famoso do cinema!
Deus pôde escolher o físico do homem que seria. Que tipo de homem ele era? Isaías 53.2b nos diz que [Jesus] não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.
Geralmente nos preocupamos com que tipo de pessoa Deus realmente pode usar. Você já parou para pensar que, quanto menos atraente por fora, maior é a possibilidade de outros verem a glória do Espírito de Deus dentro de você? O que Jesus veio fazer? Uma coisa é certa, ele veio expressar em carne a lição de quem Deus realmente é. Veja o verso 18:
Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
A palavra revelou vem do grego exegesis, da qual derivamos a palavra “exegese”. A palavra exegesis significa “explicar, revelar, mostrar o caminho, interpretar.” Jesus é a exegese do Deus Pai. Ele não somente explica quem o Pai é, como também lidera o caminho para uma vida com o Pai no céu.
O autor Philip Yancey faz um paralelo com uma história moderna que ilustra perfeitamente essa verdade.
Numa severa noite de inverno, um fazendeiro ouviu um barulho estranho e alto batendo contra a porta da cozinha. Ele foi até a janela e viu alguns pardais tremendo de frio se debatendo em vão contra o vidro, tendo sido obviamente atraídos pelo calor de dentro da casa.
Sensibilizado, o fazendeiro se agasalhou e caminhou penosamente sobre a neve fresca, a fim de abrir o celeiro para os passarinhos. Acendeu a luz, jogou um pouco de palha num canto e fez uma trilha de biscoito salgado para guiar os pardais para o celeiro. Mas os passarinhos, que haviam se espalhado para todo lugar quando o homem saíra de casa, ainda se esconderam na escuridão com medo dele. Ele utilizou várias táticas: andou em volta dos passarinhos tentando conduzi-los ao celeiro, jogou migalhas de bolachas para cima na direção deles e voltou para dentro de casa para ver se eles sozinhos entrariam no celeiro. Nada funcionou. Ele, uma enorme criatura diferente, aterrorizou os passarinhos; eles não entenderam que o seu desejo era simplesmente ajudá-los.
O fazendeiro recolheu-se para dentro de casa e tristemente observou pela janela os pardais condenados. Enquanto olhava, um pensamento, de súbito, lhe ocorreu, como um raio em dia de céu limpo: se eu pudesse simplesmente me tornar um passarinho, ser como um deles, só por um instante. Assim, não iria assustá-los tanto. Eu poderia lhes mostrar o caminho para o abrigo seguro e aconchegante. Naquele mesmo instante, esse homem compreendeu o princípio da encarnação—por que Deus se tornou homem.
- A terceira prova de João é que Jesus é o Cordeiro enviado por Deus como o Redentor dos pecadores.
Cristo é:
- o Cordeiro que salva do pecado; e,
- o Cordeiro que enche com o Espírito Santo.
Eu vou tratar do assunto do batismo do Espírito Santo na próxima discussão, mas observe o verso 19:
Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?
Gosto demais disso! O mundo religioso estava confuso, se perguntando: “Quem é esse homem?” Então aqui está a designação oficial dada à “delegação” de Jerusalém, vestida de colarinho branco e mantos cerimoniais. Prossiga para os versos 20 e 21:
Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não.
Eles lhe perguntaram: “Você é o Messias?” Ele poderia ter respondido: “Messias? Você acha que eu poderia ser o Messias?! É um elogio e tanto! Mas... não, não sou, mas sou um dos seus servos escolhidos.” “Você é Elias?” “Um, perto. Sabe, quando fui concebido, um anjo de Deus disse que eu viria no espírito de Elias. Eu tentei até imitá-lo no meu ministério, mas... sabe, a gente é um pouco diferente.”
A lua nunca diria: “A minha luz não é maravilhosa?” Também nunca diria: “Não estou recebendo o reconhecimento que mereço; acho que não vou brilhar hoje à noite.”
Uma das melhores qualidades de uma testemunha é a sua humildade. Tenho certeza de que muitos crentes serviriam a Deus se Deus compartilhasse com eles o crédito, se Deus garantisse que seriam reconhecidos.
É interessante notar como as respostas de João, em vez de se prolongarem e serem exageradas, se tornam mais curtas e misteriosas. Veja:
-
a primeira pergunta no verso 19b: Quem és tu?
- a primeira resposta de João no verso 20b: Eu não sou o Cristo.
-
a segunda pergunta no verso 21a: És tu Elias?
- a segunda resposta de João no verso 21a: Não sou.
-
a terceira pergunta no verso 21b: És tu profeta?
- a terceira resposta de João no verso 21b: Não.
A última pergunta se refere ao último profeta que falaria como Moisés falou.
Uma das maiores contribuições que você pode fazer ao corpo de Cristo não é somente descobrir quem você é, mas descobrir quem não é.
Continue nos versos 22 e 23:
Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
João se refere aqui a um costume da época. Quando o imperador ia passar em uma determinada região, as pessoas saíam e, antes que ele chegasse, elas preparavam a estrada, nivelando as ruas, retirando pedras, enchendo os buracos, etc. João diz: “Preparem-se! O Rei está chegando. Será que existe alguma estrada pronta pela qual ele pode entrar na nação e na sua vida?”
E quem era o Rei? Por duas vezes João se refere a Jesus da mesma forma. Primeiro, veja o verso 29:
No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
Agora pule para o verso 36:
E, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!
João clamava: “Ele está aqui! Ele chegou!”
Mas note também: ele é um Cordeiro. Essa é uma referência profética ao fato de que Jesus veio para morrer como o último e eterno sacrifício pelos pecados do mundo
Este é o testemunho de João: “Não olhe para mim, apenas ouça o meu testemunho que:
- Jesus é a Luz vinda de Deus;
- Jesus é a revelação Deus;
- Jesus é o Cordeiro de Deus vindo para tirar o pecado do mundo.
Aplicação
Vamos aplicar essas verdades às nossas vidas de algumas formas.
Para ser uma testemunha não é necessário habilidade, mas disponibilidade
- Primeiro, para ser uma testemunha não é necessário habilidade, mas disponibilidade.
Você sabe por que não viveu 100 anos atrás? Porque Deus não precisou do seu testemunho naquela época. Deus o colocou nesta geração e nesta época com a sua personalidade singular. Ele o redimiu e habita em você para que seja uma testemunha a proclamar a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade.
Volte para o verso 6 de João capítulo 1 e leia-o novamente, colocando o seu próprio nome no verso:
Houve um homem [ou uma mulher] enviado por Deus cujo nome era [insira o seu nome].
Para ser uma testemunha não é necessário eloquência, mas obediência
- Segundo, para ser uma testemunha não é necessário eloquência, mas obediência.
Às vezes eu sou convencido pelo testemunho das crianças—até de meus próprios filhos. Mas admito que um dos momentos mais constrangedores pelo qual passei foi quando um deles decidiu testemunhar para uma vizinha. Acho que minha filha tinha uns 4 anos de idade na época. Quando estávamos visitando uma vizinha, minha filha lhe perguntou: “Para qual igreja você vai?” A vizinha prontamente respondeu: “Para a mesma igreja que você vai!” Minha filha continuou: “Ah. Então você já conhece o Senhor?” Ela respondeu: “Com certeza, conheço o Senhor!” “Um”, minha filha adicionou, “como você conheceu o Senhor?” A vizinha deu uma resposta que não convenceu muito a minha filha. Daí ela começou a dizer: “Você não conhece o Senhor, você não conhece o Senhor, você não conhece.” E o que deu um novo significado à amizade foi o que ela disse mais para frente: “Ah, eu sabia, eu sabia que você não ia para o céu! Eu sabia!” Graças a Deus, elas decidiram frequentar nossa igreja e acabaram ficando.
O que desejo enfatizar é a pergunta de minha filha. Como seria bom se esta pergunta: “Você já conhece o Senhor?” sempre estivesse presente em nossos lábios! E se você não conhece o Senhor ainda, vou cumprir o meu papel e testemunhar a verdade, toda a verdade, e nada mais que a verdade. Como crentes, essa é a nossa missão nesta vida!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 03/10/1993
© Copyright 1993 Stephen Davey
Todos os direitos reservados
Add a Comment