
Dragões e Dinossauros
Dragões e Dinossauros
Quando Deus Fala—Parte 5
Jó 40.15–42.6
Introdução
Deus finalmente falou a Jó e Seu discurso causou espanto em todos nós. Quando esperávamos que o aparecimento de Deus traria alguma resposta ou explicação divina, Deus apareceu a Jó não para responder perguntas, mas para fazer perguntas—setenta e sete.
Essas foram perguntas que conduziram Jó em um passeio pelo universo observando elementos tão grandiosos como as constelações e tão pequenininhos como uma gota de chuva. Em seguida, Deus levou Jó ao zoológico onde lhe mostrou uma dúzia de animais—o robusto, o tímido, o vigoroso, o esquisito e vários outros.
Com esse passeio, Deus revelou a Jó que, da mesma forma como controla o habitat de um animal, Ele também controla o habitat de Jó. Se um mero pássaro não escapa do cuidado de Deus—desde a águia até o corvo—Jó também não havia escapado do radar e olhar divinos.
Deus pode estar fazendo perguntas, mas Suas perguntas fornecem respostas profundas e confortos riquíssimos.
O Criador, que falou as primeiras palavras na história humana, merece ter a última palavra em nossos corações. E não é surpresa alguma que Jó, no final da primeira série de perguntas de Deus, fica com a mão à boca, emudecido em reverência, humildade, submissão e conforto!
Antes de estudar o livro de Jó com você, eu não fazia ideia de como a criação de Deus poderia trazer tanto conforto da parte de Deus. Agora eu entendo um pouco melhor por que Pedro conectou o poder criativo de Deus a conforto e esperança no sofrimento quando ele escreveu em 1 Pedro 4.19:
Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem.
Nossa esperança no sofrimento está presa à verdade de que Deus é o Criador dos céus, da terra e de tudo e todos que neles existem.
É exatamente isso que Deus está fazendo aqui com Jó. Ele diz, “Jó, você pode confiar em Mim em meio às tribulações porque Eu, o Criador, faço o que é certo.”
Sinceramente, se você tem tido dificuldades com o que Deus tem realizado, separe um tempo e observe a obra de Deus na Sua criação. De forma simples, uma das melhores coisas que você pode fazer para se restaurar espiritualmente é contemplar a criação do Senhor.
Sente-se à beira de um lago ou da praia diante do pôr-do-sol; ande de bicicleta pelas montanhas; acampe ao ar livre durante a noite; sente-se na sua varanda ou caminhe por uma lagoa olhando ao seu redor, observando, ouvindo e se maravilhando—ali mesmo você poderá ser levado a adorar a Deus com perspectiva e gratidão renovadas.
David Atkinson lançou um bom desafio ao crente quando escreveu em seu comentário de Jó, “Às vezes, é desfrutando da obra do Criador que geralmente começamos a sentir novamente o toque das mãos do Criador.”
Este é o desafio panorâmico de Deus a Jó: “Você andou pensando nos flocos de neve, nas gotas da chuva, no orvalho e no vento? Você já considerou as correntes marítimas e as nuvens passando sobre sua cabeça? Você sabe quem governa os planetas e dá ordens aos raios e trovões? E o que dizer do leão se agachando em sua toca, ou o avestruz com a cabeça enfiada na areia? Você compreende os caminhos e maravilhas da Minha criação? Eu criei tudo; e criei você também—até os mínimos detalhes! Se Eu investi energia criativa criando os diferentes desenhos dos flocos de neve, o que dizer de você? Se eu me preocupo com os pardais, imagine quanto eu me preocupo com os santos:
- Você—filho ou filha da Minha própria graça e glória (João 1.12; Gálatas 4.7);
- Você—nova criatura pelo poder do Meu Espírito (2 Coríntios 5.17).”
Gostaria muito de poder transmitir para você metade do que aprendi sobre o universo e o mundo animal no decorrer dos meus estudos para esta mensagem. Isso serve como mais uma prova de que não prestei atenção às aulas no meu ensino médio; realmente mereci aquelas notas ruins.
Ao nos aproximarmos do final dessa parte onde Deus transmite conforto a Jó, o Senhor concentrará Suas últimas palavras em mais dois animais. Essas são ilustrações magníficas do poder e da providência de Deus. Os últimos animais descritos a Jó são o beemote e o leviatã.
O Beemote
Abra sua Bíblia em Jó 40. Deus diz a Jó no verso 15: Contempla agora o beemote, que eu fiz contigo… (ARC).
Agora, se você se parece comigo, então pensa imediatamente, “Certo, por causa do último passeio pelo zoológico, aprendi mais sobre cavalos, avestruzes, jumentos e corvos, mas o que exatamente é um beemote?”
A palavra beemote é uma transliteração do termo hebraico “behemoth,” que é a forma plural de uma palavra que é geralmente traduzida como “besta” ou “fera.”
Por causa de sua forma plural, alguns acreditam que Deus está falando aqui neste capítulo e no próximo somente num sentido genérico sobre grandes animais. Todavia, Ele descreve especificamente um animal em particular em mente neste capítulo, e no capítulo 41 Deus descreverá especificamente outro animal que veremos dentro de instantes.
Estudiosos debatem bastante a respeito da identidade desse animal. Na verdade, muitos escritores evangélicos sugerem que é um elefante, um búfalo ou até mesmo um hipopótamo. A versão Almeida Revista e Atualizada, por exemplo, traduz essa palavra como “hipopótamo.”
O problema é que as características não se encaixam direito com as vistas nesses animais. Veja Jó 40.16–17:
Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder, nos músculos do seu ventre. Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos das suas coxas estão entretecidos.
Hipopótamos e elefantes não possuem um rabo semelhante a um tronco de cedro. Continue nos versos 18–19a:
Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro. Ele é obra-prima dos caminhos de Deus.
Em outras palavras, esse animal terrestre, que também gosta da água, é o primeiro em sua categoria—não segundo cronologia, mas em tamanho e força.
Na verdade, ele não se preocuparia se as águas do rio Jordão se tornassem turbulentas contra ele (Jó 40.23). Além disso, ninguém pode captura-lo (Jó 40.24).
Eu concordo com os estudiosos que concluem que esse animal é um tipo de dinossauro. Um dinossauro teria uma cauda como uma árvore e, ao mesmo tempo, come erva como o boi (Jó 40.15b). Temos aqui a imagem do maior animal conhecido pela humanidade.
Você pode dizer, “Mas eu nunca vi a palavra ‘dinossauro’ na Bíblia.”
É verdade. Foi somente em 1842 que Sir Richard Owen, um anatomista britânico famoso que administrava o museu britânico, empregou o termo “dinossauro.” Ele deu origem à palavra usada para essas criaturas gigantes que estavam sendo escavadas. A palavra “dino” significa “terrível,” e a palavra “sauros” significa “lagarto.” Então ele usou a palavra para se referir a esses “lagartos terríveis.”
Após ver as ossadas do iguanodon e do megalossauro, ele percebeu que estava analisando os restos mortais de um grupo de répteis singular que ainda não havia sido antes classificado.
Poderíamos, sem dificuldades, traduzir o termo hebraico “behemoth” como “grande fera” ou “dinossauro.”
Não sabemos ao certo a qual dinossauro Deus se refere aqui. Um autor sugeriu que é possivelmente o braquiossauro, o qual pesava 40 toneladas e chegava a ter 23 metros de comprimento e mais de 12 de altura.
O problema para o crente em geral é que, depois de um século de propagação do evolucionismo, fomos ensinados a crer que os dinossauros existiram pelo menos dez milhões de anos antes da humanidade. Os ossos são datados utilizando métodos indiretos que foram provados como instáveis e inconsistentes.
E isso para não mencionar, crente, que, segundo o relato da criação, Adão e Eva foram criados no mesmo dia em que as bestas da terra, correto? Então, muitos entendem que precisam eliminar a interpretação de seis dias literais com ciclos de vinte e quatro horas e introduzir os milhões de anos entre cada dia, de maneira que eles deixam de ser literais e viram eras. Assim, o universo pode ser tão velho quanto parece ser; temos tempo para que os fósseis envelheçam milhões de anos.
Conforme Gênesis 1, o mundo e o universo foram criados com um aspecto adulto para o nosso próprio benefício. Árvores já começaram a dar frutos logo após a criação; a luz do sol, da lua e das estrelas brilharam imediatamente sobre a terra; um homem e uma mulher começaram a andar imediatamente—o ovo não veio primeiro do que a galinha.
Até mesmo os ossos que parecem ter milhões de anos foram fossilizados rapidamente pela quantidade certa de pressão, sedimentos e água—uma combinação explicada somente nos termos de um dilúvio universal. O dilúvio explica como fósseis de criaturas marinhas foram parar no topo de montanhas e em áreas desérticas.
Meu amigo, eu não interpreto as Escrituras com as lentes do universo; eu interpreto o universo com as lentes das Escrituras.
Permita-me ler um registro que não se encontrará tão cedo no livro de ciências de seu filho. Esse relato indica claramente que os ossos de dinossauros não são tão velhos como os evolucionistas dizem.
Dezessete anos atrás, cientistas da universidade americana do estado de Montana encontraram ossos de tiranossauro rex ainda não fossilizados. Os pedaços de ossos foram considerados ossos ainda frescos. Se eles tivessem realmente milhões de anos, então as células de sangue teriam se desintegrado completamente. O relatório de um desses cientistas dizia, “O laboratório se encheu de grande animação porque eu tinha concentrado em algo dentro dos vasos que nenhum de nós havia notado antes: pequenos objetos redondos, vermelhos translúcidos com uma parte escura no meio... células vermelhas de sangue. Células sanguíneas são em sua maioria compostas por água e não poderiam ter sido preservadas em um tiranossauro de 65 milhões de anos. Aqueles eram, de fato, fragmentos de hemoglobina.”
Essa descoberta nunca chegou nem mesmo nas reuniões locais de pais e professores nas escolas.
Muitos ainda sugerem que o beemote em Jó 40 e o leviatã em Jó 41 são apenas invenções poéticas para falar do poder de Deus. Essas criaturas não devem ser entendidas literalmente.
Eu as entendo literalmente.
- Uma coisa é certa, todos os animais apresentados até agora a Jó como prova da providência de Deus são reais. O único que nunca vimos é o auroque—o touro selvagem agora já extinto.
- Segundo, a descrição detalhada da anatomia desses dois animais sugere que são reais.
- Terceiro, ambos os animais são mencionados em outros lugares nas Escrituras fora de um contexto mitológico: Salmo 104.26 fala do leviatã brincando no oceano, e Joel 1 fala do beemote ofegante em necessidade da provisão de Deus.
- Quarto, e mais importante, Deus disse em Jó 40, “Eu criei o beemote junto com você.”
Isso já é o suficiente para mim.
O problema é que Deus sugere que Jó sabe muito bem a respeito do beemote. Veja novamente Jó 40.15, que diz, Contempla agora o beemote, ou, “Veja o beemote.” Esse animal enorme já existia na época de Jó.
Jó provavelmente era bastante grato pelo fato de Deus haver criado o beemote como um animal herbívoro.
Evidentemente, esse animal enorme extinto em nossa geração não estava extinto na geração de Jó.
Acho interessante que inscrições em pedra e pinturas rupestres de pessoas que viveram vários milênios atrás e que retratam caçadores matando mamutes e antílopes acabam em livros didáticos, mas as pinturas de animais enormes muito semelhantes aos dinossauros não são inseridas.
Preciso alertá-lo de que, se você tem dificuldades em crer que Deus poderia criar o grande dinossauro para vaguear pela terra junto com a humanidade, então você terá ainda mais dificuldades com o último animal que Deus menciona a Jó.
O Leviatã
Deus passará a descrever uma criatura marinha que é nada mais do que um dragão que cospe fogo. Ele é chamado de leviatã. Veja Jó 41.1: Poderás pescar com anzol o leviatã ou ligarás a sua língua com a corda? (ARC)
A propósito, essa é a descrição mais longa e mais detalhada de um animal em toda a Bíblia: Podes pôr uma corda no seu nariz ou com um espinho furarás a sua queixada?
Pule para os versos 7–8:
Encherás a sua pele de ganchos, ou a sua cabeça de arpéus de pescadores? Põe a tua mão sobre ele, lembra-te da peleja e nunca mais tal intentarás
Veja Jó 41.10:
Ninguém há tão atrevido, que a despertá-lo se atreva; quem, pois, é aquele que ousa erguer-se diante de mim?
E a lição é a seguinte, Jó—veja o verso 11:
Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu.
Em outras palavras, “Eu, o Criador do leviatã, controlo o leviatã. Você não consegue dominá-lo, mas Eu consigo.”
O Senhor continua dizendo em Jó 41.13–16:
Quem descobriria a superfície da sua veste? Quem entrará entre as suas queixadas dobradas? Quem abriria as portas do seu rosto? Pois em roda dos seus dentes está o terror. As suas fortes escamas são excelentíssimas, cada uma fechada como com selo apertado. Uma à outra se chega tão perto, que nem um assopro passa por entre elas.
Mais uma vez, a versão Almeida Revista e Atualizada interpreta esse animal como sendo um crocodilo. Mas continue lendo a descrição do animal. Prepare-se para os versos 18–20:
Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva. Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela. Do seu nariz procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira.
Isso é nada mais do que uma criatura que respira fogo.
Você pode dizer, “Não acredito nisso!”
Bom, então explique a espécie de besouro chamada carabidae, que dispara fogo contra seus inimigos, bombas compostas de elementos químicos poderosos que ficam estocados e são misturados dentro de seu corpo.
Explique também como o vaga-lume consegue ter uma reação química e converter essa reação química em energia de luz sem fazer um buraco em seu abdômen com o calor. E o vaga-lume realiza isso com uma eficiência de 90%, enquanto uma lâmpada comum queima com uma eficiência de somente 10%.
O que sabemos é que foram escavados ossos de dinossauros que mostram uma protuberância com uma cavidade interna sobre a cabeça, algo que alguns especulam haver servido como câmara de mistura de gases inflamáveis que acendiam em combustão quando em contato com o oxigênio externo.
Veja Jó 41.21: O seu hálito faz acender os carvões; e da sua boca sai chama.
Isaías chamou esse animal de o dragão que está no mar (Isaías 27.1).
O leviatã foi um animal real, muito provavelmente extinto hoje. Contudo, para o mundo de Jó, essa era, indubitavelmente, a maior e mais feroz de todas as feras que habitavam na água.
Acho interessante que Deus conclui o passeio pelos animais do mundo com o dragão—essa besta que respira fogo, implacável, indomável, feroz e tenebrosa.
Será que—e não sabemos ao certo—Deus conclui com esse animal exatamente pelo fato de ser usado no decorrer das Escrituras para retratar a antiga serpente—o dragão—Satanás?
Em Apocalipse, Satanás é chamado de o “dragão vermelho” por causa de seu desejo por sangue e morte. João escreve em Apocalipse 12.7–10 sobre o período da tribulação:
Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.
O dragão é o acusador dos irmãos. Um dia ele será derrotado pelo poder de Deus, mas, agora, ele acusa os irmãos. Esse é o mesmo dragão que acusou Jó; foi assim que o livro começou.
Agora, o livro se aproxima do final com uma referência à vitória de Deus e poder sobre o dragão—O que está debaixo de todos os céus é meu (Jó 41.11).
Não sei se Jó percebeu essa conexão, ou se ele não tinha a mesma revelação que temos e que mostra o fim do dragão, mas eu sei, com certeza, que o grande dragão que acusou Jó estava ouvindo essa conversa entre Deus e Jó. Ele entendeu muito bem.
O dragão conhece seu fim—ele sabe que sua destruição é certa.
Por que Deus escolheu falar sobre esses animais gigantes e ferozes? Porque eles:
- São intimidantes;
- São incontroláveis;
- São indomáveis;
- Parecem governar tudo o que encontram pela frente.
Não. Todos os poderes, forças e criaturas do céu e do inferno estão debaixo do controle de Deus.
Esse passeio pelo universo e pelo zoológico mudou a atitude e o espírito de Jó.
Uma ou duas horas na presença de Deus e Deus se tornou tudo, e Jó encontrou segurança e paz, não na tempestade, mas no Soberano que cavalga sobre os ventos da tempestade.
Sarah Edwards foi a fiel esposa de Jonathan Edwards, um dos arquitetos fundamentais do grande avivamento espiritual dos anos de 1700 nos Estados Unidos. Logo após assumir a posição de presidente da Faculdade de Princeton, ele morreu inesperadamente de varíola—na verdade, foi de uma infecção por causa de um remédio contra varíola que tomara um mês antes. Sua esposa Sarah escreveu um bilhete para Esther, a filha do casal. Seis meses depois, Esther ainda estava lamentando a morte de seu pai. Sarah escreveu:
Minha filha querida, o que direi eu? Um Deus santo e bondoso nos cobriu com uma nuvem escura. Ah que beijemos a vara e levemos à boca nossas mãos (uma referência a Jó 40). O Senhor fez isso. Ele me levou a adorar Sua bondade por termos desfrutado de seu pai por tanto tempo. Mas Deus ainda está vivo; e Ele é o dono do meu coração.
- Deus criou todas as coisas;
- Deus controla tudo o que criou;
- Tudo o que Deus criou Ele controla a fim de realizar Sua causa última e perfeita.
A Reação de Jó a Imitarmos
Nossa reação deve ser parecida com a de Jó. Ela teve cinco partes.
- Primeiro, houve afirmação.
Veja Jó 42.2: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.
Em outras palavras, “Senhor, quando Você começa alguma coisa, ninguém pode detê-lO. Senhor, quando Você planeja algo, ninguém pode impedi-lO.”
- Segundo, houve reverência.
Continue em Jó 42.3:
Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia.
- Terceiro, houve atenção.
Veja Jó 42.4: Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás.
- Quarto, houve adoração.
Veja Jó 42.5: Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.
- Finalmente, houve uma retratação genuína.
Veja Jó 42.6: Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
Jó finalmente voltou à comunhão com Deus. Ele voltou para o lar.
Recentemente, li em um dos meus comentários de Jó sobre uma família de cinco pessoas; a família era conhecida do pregador que escreveu esse comentário. O filho mais velho era muito inteligente e com talento musical. Além de ser um jovem erudito, também era um excelente violinista. Cedo em seus anos de segundo grau, o pai—um médico—teve problemas com o espírito insubmisso de seu filho. Mas sabemos bem o que fazer com nossos filhos talentosos—damos a eles espaço demais e folgamos as coisas. Logo o orgulho começou a acompanhar o espírito independente desse garoto.
Após se formar no segundo grau, esse filho conseguiu entrar em uma universidade de bastante prestígio—uma universidade cara, mas com reputação acadêmica excelente. O pai médico pagou um ano de estudos e essa foi a primeira vez que o garoto morou longe de casa. Não demorou muito para que ele começasse a andar com um pessoal da pesada. Ele continuou na área da música—tocando violino na orquestra da universidade—e foi muito bem academicamente. Mas, enquanto esteve por lá, cultivou um espírito ainda mais rebelde.
Após completar seu primeiro ano, o jovem voltou para casa trazendo consigo seu espírito orgulhoso de egoísmo. Logo no início das férias sua mãe, pai e dois irmãos mais novos perceberam que teriam grandes problemas de convívio. Os conflitos se intensificaram. Sua atitude arrogante, teimosa e perversa estragou a harmonia da família.
Um dia, no final da tarde, o pai chegou aos limites. Ele chamou o filho em seu escritório, fechou a porta, apontou para uma poltrona de couro grande e disse com firmeza, “Sente-se aí.”
Então o pai deu um discurso do qual o rapaz jamais se esqueceria:
Tudo o que você possui é meu. Eu comprei toda costura de roupas que você veste e tudo o que você pendura em seu guarda-roupas. O carro que você dirige lá na garagem é meu—eu paguei por ele. O dinheiro no seu bolso saiu da minha conta bancária.
Agora, quero que você esvazie seu bolso e sua carteira aqui em cima da minha escrivaninha. Deixe tudo o que me pertence aqui nesta casa e quero que você vá embora. Deixe toda sua roupa, quero a chave do carro; ah, a propósito, também deixe o violino—fui eu que o comprei também. Deixe aqui tudo o que você tem usado, pois estou pegando de volta o que é meu por direito. Você pode ficar com as roupas do corpo e os sapatos que estão nos pés, mas só isso. Ali está a porta; pode ir agora.
A propósito, se você decidir mudar de atitude e voltar para esta casa com um espírito de cooperação e submissão, fique sabendo que o receberemos de volta e o abraçaremos como membro desta família, mas não antes de você mudar. Eu amo você e sempre o amarei, mas você não é o filho que criamos e não aguentarei mais isso.
O pai disse ao pregador e autor do comentário que o rapaz se pôs de pé em atitude hostil, colocou todo seu dinheiro sobre a mesa, saiu pela porta e partiu sem falar sequer uma palavra—nem mesmo um adeus. Ele foi em arrogância até a calçada, virou a rua à esquerda, caminhou três quarteirões e parou de repente, com as mãos no bolso inerte. Enquanto a noite se aproximava, ele começou a ponderar sobre a situação. Ele pensou em tudo com que teria de lidar, a vida nas ruas sobre a qual nada sabia e tudo que estava abrindo mão. Sem dinheiro, sem perspectiva, sem carro, sem emprego, sem comida, sem universidade—depois de seu pai ter tomado tudo de volta que lhe pertencia por direito, esse jovem percebeu que não possuía nada.
Quando já estava escurecendo, ele se virou, caminhou de volta para casa com sua cabeça orgulhosa abaixada e com um coração verdadeiramente arrependido. Ele bateu à sua própria porta. Seu pai abriu a porta com a mãe de pé ao lado dos dois irmãos que já estavam pensando, “Quem vai ficar com o quarto dele?”
Daí, saíram as palavras, “Desculpem-me... Percebi que realmente preciso de vocês e os amo muito... Tenho agido errado e quero que perdoem minha atitude e meu espírito.”
Eles o abraçaram e o receberam de novo ao lar.
Aqui está Jó, batendo à porta com sua cabeça orgulhosa abaixada e um coração arrependido agora submisso aos imutáveis, inescrutáveis, inefáveis e insondáveis coração e mente de Deus. Eu consigo ouvi-lo dizendo, “Senhor, eu errei em exigir as coisas do meu jeito e demandar de Ti uma resposta. A despeito de todo o meu sofrimento, não tinha o direito de Te confrontar ou condenar-Te como injusto. Tudo o que tenho e sou, Tu me deste. Tu me criaste.”
Amigo, nós, como Jó, cremos que nossa solução é uma resposta. A resposta de Deus é a nossa entrega à Sua soberania, a nossa submissão à Sua Palavra, Seus caminhos e Seu Espírito.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 02/12/2007
© Copyright 2007 Stephen Davey
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