
O Evangelho segundo Jó
O Evangelho segundo Jó
O Silêncio do Céu—Parte 6
Jó 9–10
Introdução
Um artigo noticiário de Atenas, Grécia, trouxe a história de um prisioneiro romeno que atualmente está preso servindo uma sentença, mas está processando Deus. A televisão grega estatal relatou a história desse encarcerado chamado Pavel M. Ele está pagando uma sentença de vinte anos na cidade romena de Timisoara. Aparentemente, ele está culpando Deus por todos os problemas em sua vida e quer que Deus preste contas por não cumprir Sua lado do contrato. Segundo ele, suas ofertas a Deus não passaram de subornos e que Deus precisa ser condenado por isso. As autoridades gregas informaram que Pavel, o réu, disse que ele, quando foi batizado em sua infância, fez um contrato com Deus. Segundo Pavel, esse contrato era legítimo perante a lei, obrigando Deus a protege-lo do diabo, mas não cumpriu com Sua parte. De conformidade com a lei, o processo foi conduzido a um tribunal. O tribunal afirmou que é bem provável que esse caso jamais será analisado, já que é impossível intimar Deus.
Outro dia me deparei com uma organização canadense que defende os direitos de pessoas que são discriminadas ao redor do mundo por causa do tamanho. A missão dessa organização é fornecer proteção legal para crianças e adultos que estão acima do peso. Até aqui tudo bem, mas quando li a declaração de propósito por inteiro, percebi que a queixa é contra Deus. Deixe-me citar a queixa deles, “O maior ofensor da discriminação por causa do tamanho é Deus. É ele quem dá às pessoas doenças do coração e derrames, pressão alta, diabetes, câncer... e problemas respiratórios... [Estamos] processando Deus... porque Ele discrimina.” Daí, eles perguntam sarcasticamente, “Ei, Deus, você vai nos fornecer desfibriladores e insulinas de graça?!” Essa queixa é seguida por um espaço para a pessoa assinar para, “...juntar-se à nossa ação judicial [em grupo] contra Deus por causa do fardo que ele tem colocado no sistema de saúde....”
Nos Estados Unidos, no estado da Califórnia, uma secretária recentemente processou Deus. Um raio caiu próximo de onde ela morava, dando origem a um incêndio, o qual acabou destruindo suas quatro casas. Um processo pelo dano de seiscentos mil dólares acusa Deus de operação “descuidada e negligente” do universo. Essa acusação sarcástica incluiu incompetência para administrar o clima. Sua advogada disse que tentaria coletar uma indenização atrelando a queixa a alguma propriedade cuja escritura pertence a alguma igreja próxima. Ela afirmou que deveria receber o dinheiro se Deus não aparecesse para o julgamento.
Felizmente, para essa mulher, Deus não irá aparecer.
Se você deseja saber como Jó está se sentindo a essa altura na progressão do livro, essas pessoas na Romênia, Canadá e Estados Unidos nos fornecem uma dica—Jó está pronto para levar Deus a juízo.
Jargões judiciais começam a aparecer enquanto Jó passa a desabafar suas frustrações com aquilo que ele acredita ser injustiça de Deus.
- A palavra para contender em Jó 9.3 significa “litigar.”
- O verbo responderia em Jó 9.15 é uma referência a prestar testemunho em tribunal.
- O substantivo Juiz em Jó 9.15 se refere a um oponente na lei.
- O verbo citará em Jó 9.19 diz respeito a uma intimação para comparecer ao tribunal.
- Quando Jó fala sobre um árbitro em Jó 9.33, ele quer dizer um conciliador.
- Mais adiante, em Jó 13.3, Jó fala sobre se defender, indicando suas sustentações legais de defesa.
- Em Jó 13.18, Jó fala sobre preparar a sua causa jurídica.
- Finalmente, em Jó 13.19, Jó fala sobre contender, que se refere a uma disputa legal.
Ainda assim, Jó lamenta em Jó 9.14–16, “Mesmo que eu conseguisse trazer Deus para o tribunal, o que eu diria que O levaria ouvir a minha causa?”
Jó lembra Bildade, o conselheiro falso, de que o homem não é capaz de medir forças com Deus; de que, mesmo quando o homem pensa estar certo, Deus faz o que bem Lhe agrada—quer punindo ou mimando. E o que o homem acha ser certo ou errado não parece importar muito.
Jó está frustrado com o fato de que Deus não aparecerá no tribunal para conceder a Jó a oportunidade de declarar seu caso. Ele diz a Bildade:
- Deus é invencível (Jó 9.10).
- Deus é invisível (Jó 9.11).
Veja as palavras de Jó em Jó 9.11: Eis que ele passa por mim, e não o vejo; segue perante mim, e não o percebo.
Ou seja, “Como vou iniciar um processo jurídico contra alguém que não posso ver?”
Deus é invencível. Deus é invisível.
- Deus não presta contas (Jó 9.12).
Veja Jó 9.12: Eis que arrebata a presa! Quem o pode impedir? Quem lhe dirá: Que fazes?
- Ninguém é capaz de responder a Deus (Jó 9.15a).
Veja Jó 9.15a: A ele, ainda que eu fosse justo, não lhe responderia.
Em outras palavras, “Eu jamais conseguiria declarar meu caso no tribunal diante desse Deus invencível, invisível e que não presta contas a ninguém.”
Além disso, Jó quase chegou à conclusão de que,
- Deus não é misericordioso (Jó 9.22–24).
Ele diz em Jó 9.22–24, “Minha conclusão sobre a maneira como Deus trata a humanidade é a seguinte:”
tanto destrói ele o íntegro como o perverso. Se qualquer flagelo mata subitamente, então, se rirá do desespero do inocente. A terra está entregue nas mãos dos perversos; e Deus ainda cobre o rosto dos juízes dela; se não é ele o causador disso, quem é, logo?
A dor de Jó está sendo substituída por ira. Satanás não teve sucesso em fazer com que Jó blasfeme contra Deus, mas ele conseguiu distorcer a perspective de Jó sobre Deus. Ele está conseguindo transformar Deus no inimigo de Jó.
Pessoas em profunda dor geralmente chegam a essa mesma conclusão. Elas pensam, “Deus não me ama... Ele não se importa comigo... Deus está contra mim.”
No capítulo 10, Jó se convence de três coisas:
- Deus é onisciente, mas se recusa compartilhar Seu conhecimento, Jó 10.1–7;
- Deus criou Jó, mas não se preocupa mais com ele, Jó 10.8–17;
- Deus trouxe Jó à vida, mas não oferece esperança alguma, Jó 10.18–22.
A despeito do desespero e da ira de Jó, suas palavras estão repletas de ricas verdades. Na realidade, Jó apresenta os aspectos mais relevantes do Evangelho de forma profética e sem mesmo perceber.
Para nós que vivemos hoje com a revelação completa, podemos olhar para a angústia de Jó, ouvir suas demandas por justiça e ler em sua queixa as futuras promessas do Evangelho de Cristo.
Quando Jesus Cristo andou naquela estrada de Emaús com dois discípulos desiludidos, Ele lhes apresentou a verdade do Evangelho no Antigo Testamento, começando com Moisés e os Profetas.
Após ter estudado Jó 9 e 10, fiquei inclinado a crer que as próprias palavras de Jó serviram de texto para a exposição de nosso Senhor. Jó levanta questionamentos cujas respostas se encontram em Cristo. Ele faz afirmações cujos cumprimentos estão em Cristo.
Esse é o “Evangelho segundo Jó.”
O Evangelho segundo Jó
É fácil ver o dilema da raça humana inteira embutido na resposta inicial de Jó a Bildade em Jó 9.2b: como pode o homem ser justo para com Deus?
Alguns diriam que Jó não está se referindo a salvação, mas a defesa. Isso, contudo, não importa, porque a pergunta permanece, “O que daria a um ser humano o direito de ser aceito por um Deus santo e justo?”
Essa é a pergunta principal de toda a humanidade. Essa é a pergunta mais importante que você terá que responder—o que você pensa conceder o direito de entrar na presença de Deus e ser aceito?
O nosso mundo de hoje diz que qualquer coisa que você quiser crer o levará ao céu. Isso é tão tolo quanto aparecer no aeroporto e dizer, “Quero visitar meu primo no Pará. Qualquer avião dá certo, desde que o piloto seja honesto, desde que eu me sinta bem quando me sentar e com um sentimento profundo de que esse avião é para mim.”
Você não chegará ao Pará desse jeito. Quando voamos para algum lugar, queremos o nome exato da companhia, o número exato do vôo, o portão exato, até mesmo o horário de partida e de chegada. Eu nem sequer preciso conhecer o piloto ou gostar do meu assento—raramente gosto.
Por que que, quando o assunto é viajar da terra para a eternidade, qualquer avião dá certo, qualquer caminho é bom, qualquer portão de embarque me levará para lá, desde que goste da minha religião?
- O Evangelho informa a humanidade sobre como ser justa diante de Deus.
- O Evangelho não se desculpa de sua reivindicação de que a salvação é através de Cristo somente. Jesus disse em João 14.6, Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.
- O Evangelho afirma, Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Romanos 8.1).
- Pedro pregou, e não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4.12).
- Paulo escreveu aos gálatas, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do [nosso] Senhor Jesus Cristo, o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados (Gálatas 1.3–4).
- Judas coloca um ponto de exclamação em sua resposta à pergunta de Jó, a qual assombra a humanidade, “Como ser justo diante de Deus?” Judas escreveu, Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém! (Judas 24–25).
Esse é o Evangelho. E ele responde a pergunta de Jó—temos nossa defesa e somos justificados na presença de um Deus santo pela advocacia e expiação de Deus o Filho.
O Evangelho informa a humanidade sobre como ser justo diante de Deus. Vamos ver outro princípio do Evangelho encontrado na angústia de Jó.
- O Evangelho neutraliza os mecanismos de defesa pessoal da humanidade.
Jó diz em Jó 9.3: Se quiser contender com ele, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder.
Em outras palavras, mesmo se você conseguisse sua audiência no tribunal, o que exatamente você pensa que seria capaz de dizer que convenceria Deus de que Ele está errado e você está certo?
O Evangelho silencia o pecador. No momento da conversão, o pecador fica totalmente desprovido de qualquer ajuda própria, de defesa, apoio, promoção e justificação pessoais.
Conforme Paulo escreveu, o mundo inteiro é silenciado diante de um Deus a quem todos devem prestar contas. Veja o que ele disse em Romanos 3.19: para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus.
Exatamente aquilo que o mundo resiste, aquilo que o mundo odeia ponderar, um dia acontecerá—o mundo inteiro prestará contas diante de Deus.
Abbot-Smith define culpável como “alguém trazido a tribunal.”
Paulo diz que todos no mundo serão trazidos para o tribunal de Deus e se encontram, neste momento, sob o julgamento de Deus, culpados diante de Deus.
Note que, nessa cena futura, Paulo não diz que cada um terá uma chance para apresentar sua defesa. Não! Romanos 3.19 diz que toda boca se calará.
Conforme um autor escreveu, “Mesmo se exaurirmos nossas opções jurídicas, podemos escrever cartas, podemos escrever até livros... podemos argumentar... podemos nos recusar ser silenciados!”
Esse, porém, não será o caso no tribunal que Paulo descreve. Ele se refere ao julgamento vindouro de toda a humanidade que se encontra sem Jesus Cristo como sua defesa, quando todos se colocarem diante de Deus no julgamento do Grande Trono Branco.
Diante desse grande trono, descrito por João em Apocalipse 20, não haverá defesa, nenhum álibi, nenhuma desculpa, nenhum pedido de negociação—apenas silêncio!
Nesse julgamento, o pecado não será julgado segundo evidências circunstanciais, pois Deus foi testemunha ocular de tudo o que fizeram, pensaram e disseram.
O Evangelho declara que o exército de descrentes ficará diante de Deus em silêncio. É tarde demais para orar. Paulo declara que a humanidade sem Cristo carece de um advogado, de um defensor e está condenada eternamente.
Jó diz, “Suponha que a humanidade consiga sua audiência com Deus, jamais teríamos uma resposta ou desculpa. Mesmo que tivéssemos mil chances para falar, ainda assim sairíamos culpados.”
O Evangelho informa a humanidade sobre como ser justa diante de Deus.
O Evangelho neutraliza os mecanismos de defesa da humanidade.
- O Evangelho segundo Jó adverte quanto à brevidade da vida.
Veja o que Jó diz em Jó 9.25–26:
Os meus dias foram mais velozes do que um corredor; fugiram e não viram a felicidade. Passaram como barcos de junco; como a águia que se lança sobre a presa.
Jó tinha observado os barquinhos feitos de papiro e cascas finas de árvore navegando sobre o rio. Essas eram as lanchas do mundo antigo.
Ele também tinha observado a águia descendo para pegar sua presa. A morte veio do nada—e veio rápido.
Um tempo atrás, eu estava parado em um sinal e um gavião passou voando perto do meu para-brisa. Ele pegou o que parecia ser um rato no mato do outro lado da rua e voou embora.
Aquele ratinho nem viu o que aconteceu. O pássaro simplesmente desceu e pronto! Acabou-se a vida do rato.
Jó diz, “Essa é a minha vida; é com essa velocidade que ela está passando—está voando.”
Essa foi a mensagem de Tiago aos crentes judeus espalhados na Dispersão, “Vejam bem, a vida é como uma neblina, uma fumaça, um vapor que sobe de uma chaleira—ela está aqui por um momento, mas logo depois some.”
Semana passada, ouvi que dois líderes e educadores crentes que foram meus professores na época da faculdade foram para o lar celestial. Ambos morreram antes do início das aulas em mais um semestre.
Tenho uma grande dívida de gratidão a esses dois homens. Ainda me lembro de uma vez estar sentado durante um culto na capela quando um deles, o Dr. Roberson, pregou. Em uma das mensagens, ele fez a seguinte observação para aqueles que se preparavam para o ministério, “Quando vocês terminarem seus estudos, não orem a Deus pedindo por um púlpito; orem a Deus pedindo por uma cidade inteira.”
Logo depois, eu me esqueci dessas palavras. Dez anos depois, quando concluí meus estudos e me preparava para entrar no ministério de Cristo com minha esposa, sua observação me veio à mente.
O Dr. Roberson foi encontrado na escrivaninha de seu escritório—morto. Ele já tinha passado dos 90 anos. Seu corpo já estava nos últimos dias e ele acabou morrendo de falência renal. Quando estive na faculdade alguns dias atrás, soube que o filho do Dr. Roberson tinha dito para ele que precisavam começar a preparar o velório dele. O Dr. Roberson respondeu, “Estou decepcionado. Achei que teria mais anos para poder pregar.”
Em seus mais de 90 anos, o Dr. Roberson havia pregado quase toda semana por setenta anos. Contudo, para ele isso tudo foi como um barco atravessando a água a toda velocidade; foi como uma águia que de repente desceu do nada e o levou embora.
E isso é verdade também para todos nós.
Isso faz parte do Evangelho. Não temos muito tempo.
Qual é a sua posição diante de Deus?
O Evangelho informa a humanidade sobre como ser justa diante de Deus.
O Evangelho neutraliza o mecanismo de defesa da humanidade.
O Evangelho adverte quanto à brevidade da vida.
- O Evangelho anuncia a encarnação de Deus o Filho.
Observe o texto maravilhoso de aflição, mas de anseio profético começando em Jó 9.32:
Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo.
Jó lamenta, “Deus não é como eu. Ele não pode se comunicar comigo; não posso vê-lO para poder conversar com Ele e responde-lO. Não posso levá-lO ao tribunal a fim de apresentar meu caso.”
Deus é distante, transcendente, removido e, evidentemente, não está muito preocupado com a humanidade.
Contudo, Deus, por meio de Cristo, se tornou homem, assim como nós. Paulo escreveu em Filipenses 2.7:
antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana
Para que Boaz pudesse redimir Rute, a lei judaica do resgatador exigia três coisas:
- O redentor tinha que estar disposto a redimir a noiva.
- O redentor tinha que ter o dinheiro para pagar o preço de redenção.
- E o redentor tinha que ser parente da noiva.
Da mesma maneira:
- Primeiro, o redentor tinha que estar disposto a redimir a noiva: Jesus Cristo veio para buscar e salvar o perdido. Ele estava disposto a redimir Sua noiva.
- Segundo, o redentor tinha que ter o dinheiro para pagar o preço de redenção: Jesus Cristo, sendo totalmente Deus, foi capaz de pagar com Sua vida e morte a penalidade eterna de nosso pecado contra o caráter de um Deus eternamente justo e santo.
- Terceiro, o redentor tinha que ser parente da noiva: Jesus Cristo era totalmente Deus, mas totalmente homem. Ao nascer na raça humana, Ele se tornou um parente da humanidade, qualificando-se, assim, para resgatar Sua noiva.
Ah, que grande ironia do desejo de Jó que Deus se tornasse homem para poder ter comunhão junto com Ele.
O Evangelho anuncia a encarnação de Deus o Filho.
Vamos observar o último princípio do Evangelho segundo Jó.
- O Evangelho proclama a advocacia de Jesus Cristo.
Nos próximos versos, em Jó 9.33–34, Jó continua lamentando com ironia incrível:
Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos. Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror;
Jó clama, “Preciso de alguém que atue como conciliador entre mim e Deus, alguém que remova a vara do julgamento de Deus e me salve do terror da santidade de Deus. Não existe nenhum árbitro, nenhum mediador que coloque sua mão sobre nós?”
Jó se refere ao costume dos tribunais antigos que usavam um conciliador para atuar como árbitro entre as duas partes a fim de chegar a uma negociação. Segundo o costume, o conciliador punha as mãos sobre as cabeças das duas partes em disputa para lembra-las de que ele era o único com autoridade a resolver a causa.
“Existe alguém para se colocar entre mim e Deus, falar por nós e negociar alguma coisa?”
Com anseio profético, Jó faz a pergunta que Paulo um dia responderia após o Evangelho ter sido cumprido com a vinda de Cristo Jesus:
Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos… (1 Timóteo 2.5–6).
Existe alguém que possa falar por mim?
Sim! Cristo, o nosso Parente-Resgatador.
Existe alguém que possa remover a vara do terrível julgamento de Deus?
Sim! Cristo, o nosso Salvador.
A esperança final de Jó não estava em algum argumento, mas em um relacionamento, na reconciliação entre ele e Deus.
Sabemos plenamente aquilo que Jó não sabia. O mediador pelo qual ele ansiou não somente está vivo, mas Ele está disposto e pronto para agir em nosso favor.
Esse Mediador é capaz de pôr Suas mãos sobre Deus o Pai e nós:
- Por ser o Filho de Deus, Ele está totalmente ciente das reivindicações de divindade;
- Por ser o Filho do Homem, Ele se simpatiza totalmente com as necessidades humanas.
Ele é a ponte sobre o abismo; Ele pode fazer uma negociação eterna.
Conclusão
Este é o Evangelho segundo Jó:
- O Evangelho nos informa sobre como ser justos diante de Deus.
- O Evangelho neutraliza a nossa defesa e nossas desculpas.
- O Evangelho nos adverte quanto à brevidade de nossa vida.
- O Evangelho anuncia a encarnação de Deus o Filho.
- E o Evangelho proclama a advocacia de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.
Não levamos Deus ao tribunal; levamos Deus ao nosso coração.
Não processamos Deus; resolvemos nosso problema com Deus por meio da fé em Jesus Cristo, o qual é o Mediador entre Deus e o homem.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 20/05/2007
© Copyright 2007 Stephen Davey
Todos os direitos reservados
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