Escapando do Calabouço do Gigante Desespero

Escapando do Calabouço do Gigante Desespero

Ref: Job 1–42

Escapando do Calabouço
do Gigante Desespero

O Silêncio do Céu—Parte 4

Jó 6–7

 

Introdução

John Bunyan foi um pastor que viveu no final dos anos de 1600. Por causa de suas convicções bíblicas, ele recusou se unir à igreja estatal da Inglaterra. Foi em 1678, enquanto Bunyan estava na prisão por realizar cultos não autorizados, que ele escreveu o famoso livro O Peregrino: Deste Mundo ao Mundo Vindouro, hoje conhecido apenas como O Peregrino.

Nesse livro, John Bunyan retrata as aventuras de um jovem discípulo chamado Cristão, o qual saiu de sua vila, chamada Cidade da Destruição, em viagem à Cidade Celestial—o céu.

Em um episódio, Cristão e seu companheiro de viagem, Esperançoso, são capturados pelo Gigante Desespero. Daí, são levados ao Castelo da Dúvida, onde são lançados em um calabouço.

O Gigante Desespero espanca Cristão e seu companheiro sem piedade. Numa manhã, eles são retirados de sua cela para ver os cadáveres de outros peregrinos no cemitério do castelo—peregrinos que nunca haviam conseguido escapar do Castelo do Dúvida.

Cristão e Esperançoso recusam desistir, contudo, e, numa noite, Cristão se lembra de uma saída. Ele consegue destrancar a porta de sua cela, bem como os portões externos, e os dois escapam para salvar suas vidas.

Esses peregrinos escaparam do Castelo da Dúvida e do Gigante Desespero não por alguma demonstração de força ou determinação interior, mas com uma chave chamada Promessa.

Quando chegamos a Jó 6, encontramos Jó definhando em uma cela, controlado pelo Gigante Desespero, no fundo do Castelo da Dúvida. Quando ele falar, veremos que, em sua maioria, fará perguntas—perguntas para as quais não há respostas. E o Gigante Desespero quase o destruirá.

Se você se recorda de nosso último estudo, grande parte do problema é que os atormentadores de Jó são supostamente seus amigos. Todavia, nessa cena, eles são pagos pelo gigante; eles trabalham para ele!

Elifaz acabou de concluir seu discurso em Jó 4 e 5. Ele condenou Jó por ser um tolo e o acusou de ser um grande pecador, aumentando, assim, a calamidade que lhe sobreviera. Elifaz até sugeriu que Jó é culpado pela morte de seus filhos por causa de seu pecado.

As correntes pesadas estão, agora, enroladas ao redor do corpo e do espírito de Jó, e sua resposta no capítulo 6 não passa da miséria de um crente aprisionado e cativo no Castelo da Dúvida.

Jó Fala a Seus Amigos

Em Jó 6, Jó fala a seus amigos.

  • Primeiro, Jó, na verdade, pede desculpas por sua comunicação dura, Jó 6.1–3.

Veja Jó 6.1–3:

Então, Jó respondeu: Oh! Se a minha queixa, de fato, se pesasse, e contra ela, numa balança, se pusesse a minha miséria, esta, na verdade, pesaria mais que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras foram precipitadas.

A despeito de sua agonia, Jó oferece uma desculpa a seus amigos.

Que grande demonstração de bom caráter! Vemos seu caráter aparecendo de vez em quando, apesar de Jó derramar toda sua dor e frustração.

Ele lhes diz basicamente: “Ouçam bem, homens. Sei que tenho proferido algumas palavras duras, mas entendam que, se colocarem na balança minha dor e calamidade, elas pesariam mais do que a areia do mar.”

O que me deixa maravilhado é que Jó ainda tem objetividade e caráter para oferecer uma desculpa implícita.

Isso serve de um bom lembrete ao ajudarmos pessoas com espírito abatido. Devemos distribuir a essas pessoas uma medida da graça. Lembre-se: não lide somente com suas palavras, mas também com seu espírito ferido que originou as palavras.

  • Segundo, Jó admite sua situação real, Jó 6.4–13.

É como se Jó dissesse:

  • “Não há mais onde me esconder!”

Veja Jó 6.4:

Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim cravadas, e o meu espírito sorve o veneno delas; os terrores de Deus se arregimentam contra mim.

Em outras palavras, Jó diz: “Se Deus está lançando suas flechas contra mim, onde me esconderei? Ele nunca erra. Sua mira é perfeita e encontrou o meu espírito. Além do mais, suas flechas estão mergulhadas em veneno e eu estou cheio de amargura.”

“Não há mais lugar onde me esconder!”

Jó também diz:

  • “Não há nada mais do que desfrutar!”

Veja Jó 6.5:

Zurrará o jumento montês junto à relva? Ou mugirá o boi junto à sua forragem?

Ou seja, esses animais não reclamam quando estão satisfeitos de comida. Contudo, quanto a mim, Jó diz nos versos 6 e 7:

Comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá sabor na clara do ovo? Aquilo que a minha alma recusava tocar, isso é agora a minha comida repugnante.

“Não há nada na vida para eu desfrutar, nem mesmo o simples prazer de um ovo cozido.”

Finalmente, Jó declara:

  • “Não há mais ajuda para mim!”

Veja Jó 6.8–9:

Quem dera que se cumprisse o meu pedido, e que Deus me concedesse o que anelo! Que fosse do agrado de Deus esmagar-me, que soltasse a sua mão e acabasse comigo!

Continue em Jó 6.10:

Isto ainda seria a minha consolação, e saltaria de contente na minha dor, que ele não poupa; porque não tenho negado as palavras do Santo.

“Eu não amaldiçoei Deus.”

Como Satanás deve der odiado essas palavras. Ele e seus demônios anseiam ouvir Jó blasfemando o caráter de Deus, mas Jó não blasfema.

Entretanto, não vamos transformar Jó em um grande herói. Ele diz em Jó 6.12, parafraseado:

Vocês pensam que eu sou feito de quê, de granito? Tenho couro grosso, mas estão pensando que minha pele é feita de bronze? Não é!

Veja Jó 6.13: Não! Jamais haverá socorro para mim; foram afastados de mim os meus recursos.

Concordo com os tradutores que entendem esse verso como uma afirmação ao invés de uma pergunta. Jó diz:

  • Não há mais lugar onde me esconder.
  • Não há nada mais na vida para eu desfrutar.
  • Não há mais ajuda para mim.

Periodicamente, leio pregações de Joseph Caryl, um pregador puritano que pregou no livro de Jó. Ele levou mais de vinte e três anos para terminar! Joseph Caryl fez a seguinte observação sobre essa passagem:

Apesar de o espírito não ter peso algum—apenas a carne e substâncias materiais são pesadas—, um espírito ferido pesa mais do que a carne ferida. O espírito é forte o suficiente para suportar o fardo da carne ferida, mas a carne não é forte o bastante para suportar o fardo de um espírito ferido.

É por esse motivo que, quando ficamos desencorajados, também ficamos cansados. Nossa carne não consegue suportar a alma sobrecarregada e desesperada. Quando achamos descanso para a alma, encontramos também força para a nossa carne.

Jó diz: “Isso é mais do que consigo suportar. Não sou feito de pedra ou bronze. Sou humano; sou um ser humano fraco, frágil e falho.”

Jó admite a seus amigos a realidade de sua situação e de seus sentimentos; ele não aguenta mais apanhar do Gigante Desespero.

Contudo, a despeito de seu estado desgastado na cela da prisão, Jó pede desculpas por suas palavras duras, bem como admite sua situação real. E ele continua.

  • Terceiro, Jó implora por compaixão real, Jó 6.14–23.

Perceba o pedido deplorável de Jó em Jó 6.14:

Ao aflito deve o amigo mostrar compaixão, a menos que tenha abandonado o temor do Todo-Poderoso.

Você consegue imaginar essa cena? Isso deveria ter produzido compaixão nos amigos de Jó.

Posso garantir para você que nada me induziu mais a esvaziar meus bolsos do que crianças na Índia que andavam atrás de nossas malas e táxi e iam para onde íamos, implorando por alguns trocados. Lembro-me de estar em Nova Déli andando de carro com a janela aberta. Uma moça estava com seu bebê nos braços. Seu rosto estava manchado por causa da lepra e estava com seu braço magrelo estendido para mim, com um olhar de pura tristeza e terror. Mesmo após muito tempo, não me esqueço daquela imagem.

Você consegue imaginar essa cena com Jó? Ele está todo coberto de feridas, abatido com dor, lamentando a perda de seus filhos, sentado sobre um montão de cinzas no lixão da cidade implorando, não por dinheiro (Jó 6.22), não por ajuda física ou resgate (Jó 6.23)—ele não implora por comida, roupa ou abrigo, mas por um pouco de bondade.

Os amigos de Jó, entretanto, estão com medo (Jó 6.21). Eles temem que, caso se associem demais com Jó, Deus lhes enviará o mesmo julgamento que enviou a Jó. Então, esses amigos não irão se identificar demais com Jó, nem lhe oferecerão simpatia, já que isso pode deixar Deus ainda mais irado.

Jó diz aos esses amigos em Jó 6.15: “Vocês todos são como um riacho no deserto, um wadi.”

Um wadi é o leito de um riacho no deserto que corre com água durante a temporada de chuva, mas que seca totalmente no verão. Caravanas que viajavam de Temá para Sabá (Jó 6.19) eram conhecidas por viajar pelo deserto. Com bastante frequência, os viajantes se desesperavam em busca por água; então, eles seguiam um wadi na esperança de encontra-la. Muitas vezes, eles buscavam água em vão e morriam de sede.

Jó diz: “Estou seguindo vocês na esperança de encontrar água fresca, mas, no fim do dia, não têm nada a me oferecer. Vocês nem sequer são capazes de me oferecer um copo de compaixão.”

 

 

  • Quarto, os amigos de Jó não somente fracassaram em lhe oferecer compaixão verdadeira, mas Jó afirma que seus amigos fracassaram em lhe fornecer uma correção verdadeira, Jó 6.24–30.

Jó diz em Jó 6.24: Ensinai-me, e eu me calarei; dai-me a entender em que tenho errado.

O verbo hebraico traduzido como tenho errado se refere a pecados não intencionais. Jó não nega que peca, ele apenas não sabe onde pecou e recusou se arrepender para que Deus agora o julgue.

Jó diz aos seus amigos: “Vejam bem, não preciso de acusação, preciso de iluminação. Mostrem-me meu erro; mostrem-me meu pecado e prontamente me arrependerei!”

É claro, os amigos não fazem isso porque não podem. Então, eles oferecem conselhos banais com sentimento de superioridade.

Você não se sente enfadado quando alguém tenta oferecer conselho, mas você percebe que esse conselheiro não se importa? Seu conselho é arrogante, cheio de ar de superioridade, banal e não ajuda em nada.

Charlie Brown deu uma resposta interessante em certa ocasião. Em uma tirinha, ele reclama porque sempre perde nos jogos: “Sempre perdemos; sempre somos derrotados.” Sua amiga Lucy se aproxima com seu jeito “sabe de tudo” e oferece conselho: “Lembre-se, Charlie Brown, aprendemos mais com as derrotas do que com as vitórias.” Charlie Brown responde: “Bom, então isso faz de mim o cara mais inteligente do mundo!”

Compaixão genuína abre a porta para conselho sábio, mesmo quando o conselho transmite desafio e reprovação. Identificar-se com o que sofre é a primeira etapa para se oferecer um desafio ao sofredor.

Um dos adolescentes de nossa igreja foi diagnosticado com a doença de Crohn. Ele foi valente no hospital. Eu e outros pastores fomos visita-lo.

Não sei como essa ligação aconteceu, mas algo muito encorajador aconteceu a esse adolescente enquanto ele lutava com seu diagnóstico. Ele recebeu um e-mail de um jogador de futebol americano. Eu pedi permissão para compartilhar esse e-mail com você. Veja bem a compaixão sincera antes de qualquer desafio ser feito.

Querido David,

Meu nome é David também e sou um jogador profissional de futebol... Assim como você, três anos atrás fui diagnosticado com a doença de Crohn. Estou aqui para dizer que sei por experiência própria as circunstâncias que você tem enfrentado... Estarei orando por você e por uma recuperação rápida. Lembre-se de que Deus coloca coisas em nossas vidas para nos ensinar a confiar nele. Mantenha os olhos fixos nele e confie nele com todo o seu coração. Sei que alguns dias serão mais difíceis do que outros... mas não desanime. Sinta-se à vontade para entrar em contato comigo.

Até mais,

David Garrard, nº 9.

Que encorajamento e que conselho sábio! Houve identificação e, em seguida, um desafio. Que grande exemplo para nós hoje.

Jó Fala a Deus

Agora, Jó deixa de falar com seus amigos e se dirige a Deus no capítulo 7.

 

 

  • Primeiro, Jó lamenta a miséria de seu sofrimento, Jó 7.1–5.

Podemos parafrasear o que Jó diz em Jó 7.2–3 da seguinte forma:

Ouça, Senhor, até mesmo um escravo que trabalha sob o sol de vez em quando tem a oportunidade de descansar sob uma sombra, e um empregado que trabalha duro pelo menos tem um pagamento a contemplar, mas eu não tenho descanso—não há sombra de árvore alguma sob a qual minha aflição ache repouso.

Jó diz: “Minha miséria não tem fim.”

Em Jó 7.5, somos informados de que a condição física de Jó está piorando. Ele diz: A minha carne está vestida de vermes e de crostas terrosas; a minha pele se encrosta e de novo supura.

A pele de Jó começa a se quebrantar e a derramar pus. A questão não é que não melhora, mas: “Deus, está piorando!” Ou seja, “As surras do Gigante Desespero ficam cada vez mais pesadas de suportar.”

Jó lamenta a miséria de seu sofrimento.

  • Segundo, Jó lamenta a brevidade de sua vida, Jó 7.6–16.

Jó diz no capítulo 7:

  • verso 6a—Meus dias são mais velozes do que a lançadeira...
  • verso 7a—Lembra-te de que a minha vida é um sopro.
  • verso 16—Estou farto da minha vida; não quero viver para sempre. Deixa-me, pois, porque os meus dias são um sopro.

Em outras palavras, “Já que minha vida é curta mesmo, por que prolonga-la? Por que não terminar logo com ela, Senhor? A cova seria melhor do que uma vida miserável.”

Veja as palavras de Jó em Jó 7.15: a minha alma escolheria, antes, ser estrangulada; antes, a morte do que esta tortura.

É esse verso que John Bunyan coloca na boca de Cristão enquanto ele definha na cela, lá no mais interior daquele calabouço no Castelo da Dúvida. Cristão diz ao seu companheiro: “Será que vamos ser controlados por esse gigante? Não sei se é melhor viver assim ou morrer. A cova é mais fácil do que este calabouço!”

Nesse momento, na edição original de O Peregrino, John Bunyan, pessoalmente definhando na prisão, escreve em seu manuscrito a referência Jó 7.15.

O clamor natural do crente sob profundo sofrimento é: “Quanto tempo mais, Senhor? Se isso for para o resto da vida, leve-me para o céu.”

Talvez o maior prejuízo para Jó não é a miséria no sofrimento, nem sua brevidade na vida, mas aquilo que aparece na terceira e última parte de sua oração.

  • Terceiro, Jó lamenta a perda de comunhão com Deus, Jó 7.17–21.

Veja Jó 7.20–21:

Se pequei, que mal te fiz a ti, ó Espreitador dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado? Por que não perdoas a minha transgressão e não tiras a minha iniqüidade? Pois agora me deitarei no pó; e, se me buscas, já não serei.

Não se engane—Jó está aprisionado no mais interior das profundezas do Castelo da Dúvida com seu espírito controlado pelo Gigante Desespero. A única coisa que podemos fazer é observá-lo ali—e aprender.

Entretanto, não quero ser severo demais com Jó. Já é algo incrível o simples fato de ele estar orando.

Podemos aprender com os escritos de John Bunyan, o qual encontrou uma forma para Cristão e Esperançoso escaparem daquele castelo; e o escape é o mesmo para nós hoje.

Um pouco antes na saga de O Peregrino, Cristão havia recebido uma chave e lhe disseram que, quando precisasse abrir qualquer porta, ele deveria usar aquele presente. Essa chave especial tinha um nome: Promessa.

Numa noite, Cristão se lembra dessa chave em seu bolso. Ele pega e, de fato, consegue destrancar a porta da prisão e os portões externos. Ele e seu companheiro escapam do Castelo da Dúvida e do Gigante Desespero, não por alguma demonstração de força ou determinação interior, mas por causa de uma chave chamada Promessa.

Chaves da promessa para derrotar o Gigante Desespero

Caso você se encontre preso em um calabouço semelhante, lembre-se dos presentes da promessa dado a cada um de nós que segue a Cristo e use essas chaves para derrotar o Gigante Desespero.

  • Primeiro, em momentos quando você chegar à conclusão de que Deus não está presente—ele está.

A chave da promessa de Deus é Hebreus 13.5: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Não há brecha alguma nessa promessa.

Uma jovem crente chamada Corrie ten Boom, que ajudou a resgatar judeus nos dias da Segunda Guerra Mundial, sobreviveu ao horror de seu próprio aprisionamento no Campo de Concentração de Ravensbruck. Posteriormente, ela disse: “Não existe poço tão fundo onde Deus não esteja presente nas suas profundezas ainda mais interiores.”

Não importa quão fundo seja o calabouço, Deus está ainda nas maiores profundezas.

  • Segundo, em momentos quando você sentir que não existe mais esperança para a vida—ainda existe.

Uma chave da promessa que veio à minha mente foi Jeremias 29.11:

Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.

  • Terceiro, em meio às aflições quando você achar que Deus não se preocupa—ele se preocupa.

1 Pedro 5.7 promete: lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

Lance suas ansiedades sobre Deus porque ele sempre se preocupa com você. Essa é a chave; é o presente de Deus para você.

  • Quarto, em situações nas quais você pensar que sabe o que é o melhor—você não sabe.

Salmo 18.30 nos diz:

O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; ele é escudo para todos os que nele se refugiam.

  • Quinto, em meio ao desespero, quando você pensar que Deus não ouve sua súplica—ele ouve.

Davi ainda nos fornece esta promessa no Salmo 69.32b–33:

quanto a vós outros que buscais a Deus, que o vosso coração reviva. Porque o SENHOR responde aos necessitados e não despreza os seus prisioneiros.

Com Deus, mesmo quando nada parece estar acontecendo, algo está acontecendo—até em meio a condições terríveis.

  • Sexto, em circunstâncias nas quais você sentir que ninguém o ama—você é amado.

Essa promessa vem de Romanos 8.38–39:

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Permita-me desafiá-lo a contemplar a conexão que você tem em seu sofrimento com aqueles que já sofreram. Se você está passando por lutas, leia as biografias de crentes que vieram antes de você.

Veja sua ligação à comunhão dos sofrimentos de Cristo. Ele foi humilhado ao se tornar voluntariamente o Homem de Dores. Ele assumiu a forma de servo, conforme Paulo escreveu em Filipenses 2, e morreu a morte de um rejeitado, desprezado e criminoso não amado.

Veja a sua conexão com o corpo de Cristo—sua igreja. 1 Pedro 5 diz que todos compartilhamos dos sofrimentos dos crentes ao redor do mundo, e carecemos desesperadamente de sabedoria para lidar com nossa própria tentação ao desespero, como lemos em Tiago 1.

Você não está sozinho e é amado profundamente—quer sinta esse amor ou não, pense isso ou não, acredite ou não.

Pergunte a Jó. O Deus que ele pensou tê-lo abandonado estava, na verdade, nesse momento, nesse capítulo de sua vida, fortalecendo-o a suportar as surras do Gigante Desespero.

Conclusão

Todos nós gostamos do grande testemunho de uma grande sofredora chamada Fanny Crosby, a compositora de hino cega, cujos hinos ainda fortalecem muitos hoje.

Existe outro compositor de hinos que também sofreu com a cegueira, apesar de ser menos conhecido. Vou concluir nosso estudo hoje apresentando-o a você.

Quando ainda adolescente, ele soube que sua visão limitada se deterioraria ainda mais até que a perderia por completo. O diagnóstico foi desencorajador, mas não o derrotou. George Matheson deu continuidade aos seus estudos na Universidade de Glasgow, na Escócia, de onde era natural.

Ele se formou na faculdade aos dezenove anos de idade, mas quando se preparava para concluir seu mestrado, o diagnóstico se tornou realidade. Aos vinte anos, em 1862, George Matheson ficou completamente cego.

Suas irmãs passaram a ajuda-lo, aprendendo grego e hebraico para o auxiliarem em seus estudos. Ele continuou, apesar da triste notícia de que sua noiva devolveu a aliança de noivado, dizendo que ela não estava disposta a se casar com um homem cego.

George nunca se casou—e a dor daquela rejeição nunca o deixou por completo. Entretanto, ele entrou no ministério e serviu no pastorado por trinta e um anos.

Esse pregador cego ficou até famoso. A rainha Victoria geralmente convidava George para pregar no palácio real. Na verdade, ela pagou para que publicassem suas pregações no livro de Jó.

Após sua irmã mais nova ter se casado, deixando-o sozinho, George ficou tomado de tristeza. Mas, ao invés de ficar definhando, ele se sentou e escreveu as palavras de um poema que depois se tornou um hino famoso. Ainda mais do que isso, a letra desse poema reflete as chaves da promessa que impediram que George Matheson se entregasse à autocomiseração e à derrota.

Ó, amor que não me larga,

Descanso em Ti minh’alma.

Te entrego a vida que devo,

Para que nas profundezas do Teu oceano,

Ela flua mais rica e plena.

 

Ó, alegria que me busca em meio à dor

Não posso fechar para Ti meu coração.

Observo o arco-íris na chuva,

E sinto que a promessa não é vã,

Que o lamento um dia cessará.

 

Ó, cruz que ergue minha cabeça

Não ousarei deixar-Te.

Deito-me no pó com a glória da vida morta,

E do chão onde brotam as flores,

A vida eterna será.

É assim que escapamos do Castelo da Dúvida; é assim que fugimos do gigante chamado Desespero.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 22/04/2007

© Copyright 2007 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

Transcript

 

 

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