Adore Quando Fraco!

Adore Quando Fraco!

by Stephen Davey

Adore Quando Fraco!

Esdras 3

Introdução

Geralmente, começo minhas pregações lendo alguma história que recebi por e-mail ou que li em algum lugar. A maioria dos e-mails que recebo são encorajadores e animadores, mas um indivíduo de minha igreja teve a audácia de me enviar a seguinte história. Ele deve tê-la achado engraçada.

Um pastor morreu e estava na longa fila do Portão de Pérolas. Na sua frente estava um homem todo desarrumado, vestindo uma jaqueta de couro velha e calças jeans já desgastadas. Depois de uma demora, Pedro finalmente aparece e diz ao cara: “Quem é você? Preciso saber para ver qual será sua posição no Reino dos Céus.” O homem responde: “Sou o Seu João, motorista de táxi no Rio de Janeiro.” Pedro procura seu nome na lista, sorri e diz: “Ah, certo... Seu João. Pronto, aqui está seu manto de linho fino e seu cajado de ouro. Seja bem-vindo ao Reino dos Céus!” O motorista de táxi, todo satisfeito, enche o peito e entra com seu manto de linho e com o cajado de ouro na mão.

Chega a vez do pastor. Pedro pergunta: “E você, quem é?” O pastor responde: “Sou o Guimarães Nóbrega, pastor por mais de 40 anos.” Como fez antes, Pedro procura o nome do pastor na longa lista de nomes: “Certo... Guimarães Nóbrega. Achei. Bom, segure aqui este manto de algodão e este cajado de madeira. Pode entrar.” O pastor reage: “Ei, Pedro, espere aí um instante. Aquele homem que veio na minha frente foi um motorista de táxi e recebeu um manto de linho e um cajado de ouro. Eu, que fui pastor por muitos anos, recebi um manto de algodão e um cajado de madeira. Exijo uma explicação. Por que?” Pedro responde: “É simples, Seu Guimarães. Enquanto ele dirigia, as pessoas oravam; enquanto você pregava, as pessoas cochilavam.”

Não achei isso engraçado. É verdade; às vezes pessoas dormem quando prego. Podem dormir, só não quero que ronquem!

Deixe-me conduzi-lo a um culto de adoração no qual quase 50 mil pessoas se fizeram presentes. E posso garantir que nenhuma delas cochilou! Esse grande culto está registrado em Esdras 3.1:

Em chegando o sétimo mês, e estando os filhos de Israel já nas cidades, ajuntou-se o povo, como um só homem, em Jerusalém.

Este verso prepara o palco para o restante do capítulo com uma sentença-chave: ajuntou-se o povo, como um só homem. Você pode chamar isso de unidade, de camaradagem ou de comunhão. Foi impossível ler o capítulo 3 de Esdras sem me admirar com o tema da comunhão. O povo chegou a Jerusalém como se fosse um só homem—um em coração e um em espírito nesse incrível ato arriscado de fé.

No verso 1, eles se ajuntam como um homem só; no verso 9, os trabalhadores se juntam para vigiar a obra feita na Casa de Deus; e no verso 11, o povo canta e entoa louvores junto. Encontramos nesse capítulo um sentimento profundo de unidade e comunhão.

Alguns meses atrás, li uma definição de “comunhão” que me voltou à mente enquanto estudava esse acontecimento relatado em Esdras 3. Conforme essa definição, “comunhão é unidade de coração que surge quando dois amigos se encontram do mesmo lado numa batalha.”

É como dois casais que decidem hipotecar suas casas e juntar seus recursos todos para abrir um negócio. É como um homem que pega todo dinheiro que economizou para começar a fabricar um produto que inventou. É “fazer ou morrer.”

Aqui, vemos todos os israelitas de pé à porta dessa cidade destruída—uma cidade na qual mato cresceu sobre os monturos no decorrer de 50 anos, na qual não há pedra sobre pedra, e na qual existe apenas restos do que no passado foi um Templo grandioso. Essas pessoas arriscam tudo. E, de fato, existe uma comunhão especial entre aqueles envolvidos na mesma batalha.

Existem três áreas nas quais podemos observar a comunhão dos israelitas no capítulo 3 de Esdras. Vou dividir nosso estudo seguindo essas três áreas.

  • Primeiro, houve comunhão nas ofertas.

Se voltarmos a Esdras 2.68–69, veremos os primeiros sinais de generosidade:

Alguns dos cabeças de famílias, vindo à Casa do SENHOR, a qual está em Jerusalém, deram voluntárias ofertas para a Casa de Deus, para a restaurarem no seu lugar. Segundo os seus recursos, deram para o tesouro da obra, em ouro, sessenta e um mil daricos, e, em prata, cinco mil arráteis, e cem vestes sacerdotais.

A frase-chave aqui é segundo os seus recursos. Nem todos ofertaram a mesma quantia. Houve comunhão nas ofertas, apesar de haver diferença nas quantias ofertadas.

Em Esdras 5.3—e também implícito no verso 7—o povo todo se envolve na responsabilidade de custear os projetos, embora nem todos contribuam a mesma soma. Vemos todos contratando marceneiros e carpinteiros, além de pagar os outros construtores.

Em nossa igreja, implementamos uma metodologia bastante semelhante nos projetos de construção. Nosso lema que sempre lembramos à congregação é o seguinte: “Não a mesma quantia, mas o mesmo sacrifício.” Para uma criança, 10 reais pode ser um sacrifício enorme; para um universitário, 100 reais pode ser um grande sacrifício; para um executivo ou dono de negócios, 10 mil reais pode ser um sacrifício de proporção equivalente.

A edificação do templo em Esdras 3 não foi mais fácil do que os projetos de construção que nossas igrejas fazem hoje para edificar instalações de culto. Os projetos de hoje exigem o mesmo ingrediente fundamental para que saiam do papel: comunhão, ou seja, unidade em espírito que surge quando amigos se encontram do mesmo na batalha.

Portanto, não é surpresa alguma que o inimigo da igreja busca, mais do que qualquer outra coisa, dividir a família dos irmãos e irmãs em Cristo. Ele tenta transformar unidade no fervor e propósito num companheirismo forçado que acontece de residir no mesmo endereço temporariamente aos domingos. John Haggai ilustrou essa diferença da seguinte forma: “Duas galinhas amarradas pelos pés e penduradas num varal podem estar unidas, mas não há unidade.”

  • Segundo, houve comunhão no processo de construção.

Assim como houve comunhão nas ofertas, apesar de as quantias ofertadas terem sido diferentes, houve também comunhão no processo de construção, apesar de cada indivíduo ter funções diferentes. Veja Esdras 3.2–5:

Levantou-se Jesua, filho de Jozadaque, e seus irmãos, sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos e edificaram o altar do Deus de Israel, para sobre ele oferecerem holocaustos, como está escrito na Lei de Moisés, homem de Deus. Firmaram o altar sobre as suas bases; e, ainda que estavam sob o terror dos povos de outras terras, ofereceram sobre ele holocaustos ao SENHOR, de manhã e à tarde. Celebraram a Festa dos Tabernáculos, como está escrito, e ofereceram holocaustos diários, segundo o número ordenado para cada dia; e, depois disto, o holocausto contínuo e os sacrifícios das Festas da Lua Nova e de todas as festas fixas do SENHOR, como também os dos que traziam ofertas voluntárias ao SENHOR.

Quanta simplicidade! Isso aqui é muito diferente daquele suntuoso templo de Salomão no qual dedicaram suas ofertas 70 anos antes. No passado, os israelitas tiveram um templo magnífico; agora, eles têm um altar simples, cercado de monturos.

Preciso fazer uma pausa aqui para dizer que esse verso me faz reformular algumas perspectivas sobre Deus. Aqui estão duas verdades maravilhosas sobre Deus e adoração a Deus.

  • Primeiro: Deus jamais recusa adoração, mesmo quando ela é básica—e ouso dizer—simples.

Em outras palavras, Deus não fica impressionado com sofisticação. E fico muito feliz com isso, você não fica? Podemos adorá-lo na frente de um tanque de lavar roupas ou enquanto dirigimos cedo para o trabalho.

No caso da igreja que tenho pastoreado, pelos primeiros 12 anos cultuamos num prédio bem diferente do tradicional para uma igreja. Passamos 6 anos no salão de uma banda de uma escola; tínhamos que ir sábado à noite para limpar o salão. Os zeladores sabiam que íamos no sábado, então não limpavam na sexta. Enchíamos latas e mais latas de lixo. Daí, se o salão estivesse sujo na segunda-feira feira de manhã, seria problema para nós, a igreja. Apesar dessas coisas, tínhamos um tempo maravilhoso de adoração em família.

Nos 6 anos seguintes, realizamos os cultos num salão multiuso; o plano era permanecer ali enquanto construíamos o templo. Por ser um salão multiuso, não havia lugar para coral ou batistério. O salão também era utilizado para eventos, refeições e banquetes. Daí, a igreja cresceu e não cabia mais no salão e também não caberia no templo que havíamos projetado e ainda seria construído. O terreno não era grande o suficiente para construir todas as instalações necessárias, especialmente espaço para estacionamento. Mais uma vez, tivemos que ir para outro lugar. Mas como o tempo ali foi maravilhoso.

Agora, estamos planejando nos mudar para o novo local que construímos para culto: um ginásio, ou o que chamo de “ginásio glorificado.” Ou seja, ele será ornamentado de maneira que as pessoas não percebam que estão cercadas de materiais esportivos. Só construiremos o salão para cultos quando chegarmos ao estágio final do projeto.

E é aqui que preciso ser lembrado dessa verdade em Esdras 3. Apesar de estarmos migrando de um lugar a outro e de nos reunirmos em lugares simples e nem um pouco convencionais, não temos perdido nenhum elemento essencial no que diz respeito a adoração a Deus como família.

Adoração não depende do ambiente—de vitrais bem desenhados ou bancos bem acolchoados. Adoração depende do coração. A verdade forte para mim hoje enquanto ensino é que existem irmãos chineses que realizam seus cultos no meio do mato; existem crentes árabes adorando ao Deus verdadeiro em suas celas; existem crentes sudaneses, que foram vendidos como escravos, cantando em voz baixa a Deus de dentro dos seus aposentos de escravos. Alguns dos momentos mais maravilhosos e sagrados de adoração ocorrem nos ambientes mais simples.

Quero que você note algo mais no verso 3:

Firmaram o altar sobre as suas bases; e, ainda que estavam sob o terror dos povos de outras terras, ofereceram sobre ele holocaustos ao SENHOR, de manhã e à tarde.

Se eu estivesse escrevendo o livro de Esdras, teria deixado essa parte de fora; esse detalhe não é positivo à imagem do povo, não soa como uma atitude espiritual. O escriba que fez a revisão do livro de Esdras provavelmente falou: “Esdras, você realmente quer contar a todo mundo que nossa motivação principal para construir esse altar foi medo?” “Sim, pode deixar esse detalhe aí.” Isso, por sua vez, nos revela outra verdade maravilhosa sobre Deus.

  • A segunda verdade é: Deus não rejeita nossa adoração, mesmo quando nossa fé é fraca.

Deus não diz a um filho seu: “Olha, não irei ouvir sua oração, até que se acerte. Enquanto seus joelhos estiverem tremendo, não responderei suas orações.” O Senhor aceita as ofertas e louvor do povo e, ao mesmo tempo, sabe que estão como crianças amedrontadas, correndo para ele em pavor.

Isso serve de ensino e desafio profundo para o crente hoje: mesmo quando você estiver fraco e com medo, adore a Deus. O que tem gerado medo em seu coração ultimamente? O que desestabilizou sua vida nesses dias? É durante essas tempestades que orações são refinadas e reduzidas à mais pura forma de adoração.

É como as águas turbulentas de Mateus 14, quando Jesus foi andando sobre as águas até os discípulos que estavam no barco. Pedro exclamou: “Senhor, manda-me ir ter contigo.” Essa é a maneira bíblica de dizer: “Senhor, parece ser algo legal andar sobre as águas. Posso ir também?” E o Senhor responde: “Vem.”

Então Pedro desceu do barco e foi até o Senhor andando sobre as águas. Imagino que ele deve ter pensado nessa hora: “Nossa! Esse Cristianismo é ótimo. Cara, olha a minha vida!” Daí, no verso 30:

Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!

Isso, sim, é reduzir uma oração ao essencial! Ele não disse: “Senhor, tu criaste todas as coisas em somente 6 dias; tu és minha torre forte em tempos de tribulação; louvo-te pelas águas dos oceanos...”. Não, Pedro disse: “Senhor, eu vou morrer!” Ao reparar na força do vento, Pedro começou a afundar. Jesus esticou o braço e agarrou a mão do discípulo desesperado. Depois que o resgatou, o Senhor lhe disse: “Pedro, sua fé é pequena. Já esqueceu  que eu poderia ter cuidado de você, mesmo aqui no meio desta tempestade?” Ambos voltam ao barco e lemos no verso 33:

E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!

Algumas das descobertas mais poderosas sobre o Senhor são feitas no meio das tempestades da vida; quando estamos aterrorizados, aprendemos o que orar realmente significa.

Os israelitas estão assombrados diante dos inimigos ao redor; eles não têm uma muralha em torno de sua cidade. Você percebeu o detalhe significante que os israelitas não tentam edificar primeiro uma muralha de proteção? Primeiro eles constroem o altar. Não buscamos segurança; buscamos Deus e nele encontramos segurança. Edificar primeiro o altar é outra forma de recitar Mateus 6.33:

buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Não buscamos proteção da tempestade; buscamos Deus e encontramos nele o abrigo perfeito, mesmo que a tempestade nunca se dissipe. A melhor hora de adorar a Deus é quando estamos fracos. Algumas das adorações mais puras oferecidas a Deus provêm de lábios trêmulos e de olhos cheios de lágrimas. Os israelitas estavam no centro da vontade de Deus—e completamente atemorizados. Davi escreveu no Salmo 56.3: Em me vindo o temor, hei de confiar em ti. A verdade é que a confiança é geralmente mais profunda quando estamos com medo. Portanto, adore quando estiver com medo. Deus jamais rejeitará esse tipo de adorador e essa qualidade de adoração.

  • Existe ainda um terceiro momento de comunhão nesse acampamento israelita. Além de comunhão nas ofertas e no processo de construção, os israelitas desfrutaram de comunhão no louvor a Deus.

Observe Esdras 3.8–11:

No segundo ano da sua vinda à Casa de Deus, em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, sacerdotes e levitas, e todos os que vieram do cativeiro a Jerusalém começaram a obra da Casa do SENHOR e constituíram levitas da idade de vinte anos para cima, para a superintenderem. Então, se apresentaram Jesua com seus filhos e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, para juntamente vigiarem os que faziam a obra na Casa de Deus, bem como os filhos de Henadade, seus filhos e seus irmãos, os levitas. Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do SENHOR, apresentaram-se os sacerdotes, paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem o SENHOR, segundo as determinações de Davi, rei de Israel. Cantavam alternadamente, louvando e rendendo graças ao SENHOR, com estas palavras: Ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, louvando ao SENHOR por se terem lançado os alicerces da sua casa.

Note que eles festejam com trombetas, címbalos e músicas. E o que eles celebram? O término da reconstrução do templo? Não. O lançamento do alicerce! Nada mais. Eles só tinham lançado o alicerce e já deram início a uma sinfonia para a glória de Deus.

O verbo traduzido no verso 11 como louvando é do hebraico halal, que significa “gloriar-se em outra pessoa, agradecer a alguém.” A palavra “aleluia” origina desse verbo halal. “Aleluia” passou a significar louvor ao Senhor, exultação nas virtudes, honra e glória de Deus. Dizer “aleluia” significa dizer, “Glorio-me no Senhor. Exalto a glória de Deus. Louvo o seu caráter.”

O final do capítulo diz que o povo jubilava com tão grandes gritos, que as vozes se ouviam de mui longe (v. 13). O povo estava dando muitos aleluias! “Senhor, louvamos o teu nome, te glorificamos e nos alegramos na tua fidelidade. Aleluia!”

E é interessante notar que houve comunhão no louvor a Deus, apesar de ter havido diferença nos sentimentos. Observe o que diz o verso 12:

Porém muitos dos sacerdotes, e levitas, e cabeças de famílias, já idosos, que viram a primeira casa, choraram em alta voz quando à sua vista foram lançados os alicerces desta casa; muitos, no entanto, levantaram as vozes com gritos de alegria.

Os israelitas estão chorando e outros rindo; existe tristeza misturada com gritos de louvor.

A tristeza de alguns era algo de se esperar. Você percebeu quem chora aqui? São os mais idosos que tinham visto o glorioso templo de Salomão em toda sua beleza e esplendor. Este templo não será nem um pouco parecido com o primeiro.

Josefo, o historiador judeu do século primeiro d.C., registrou as seguintes palavras:

Eles trouxeram à memória o antigo templo que fora grandioso e caro. Tendo em vista que este último ficou muito aquém do primeiro por causa da sua pobreza, e considerando como tinham se distanciado de sua antiga prosperidade e dignidade do templo, eles ficaram cabisbaixos. Incapazes de dominar sua tristeza diante desse pensamento, caíram em lamentos e prantos.

A frase incapazes de dominar sua tristeza me chamou a atenção. O lamento começa como algo que esperamos e até admiramos; eles lamentam perda da glória do templo; eles lamentam o que poderia ter acontecido, caso não tivessem desobedecido a Deus.

O lamento do povo, todavia, foi muito além do que este capítulo; ele continuou por muito tempo. O profeta Ageu acabou vindo e repreendendo os homens idosos por ficarem presos ao passado, desencorajando o povo a ponto de o trabalho até ser abandonado. Ser controlado pela tristeza não é um lamento positivo.

O que é um lamento positivo? Aqui estão dois pensamentos que surgem desse contexto do livro de Esdras.

  • Primeiro: lamento positivo ocorre quando lamentamos nossos fardos sem ficar presos ao passado.

O que você mais valoriza: suas lembranças ou seus sonhos, o que fez no passado ou o que confia que Deus fará no futuro?

  • Segundo: lamento positivo ocorre quando lamentamos nossa dor sem evitar a perspectiva de Deus.

Aqui para esses homens idosos, o foco primário deveria ter sido no que Deus realizava no momento, não no que fizera no passado. Havia uma nova geração—uma geração que precisava de um elo saudável entre o passado e o futuro—mas esses senhores não estavam provendo esse elo.

Um autor compartilhou a experiência que teve em sua própria família:

Sete anos atrás meu pai faleceu. Minha mãe continuou morando na mesma casa onde tinham vivido juntos por trinta anos e, recentemente, ela fez algumas modificações bonitas e necessárias nessa casa. Ela trocou as cortinas que ela e meu pai escolheram juntos e retirou um papel de parede que tinham colocado. Apesar de minha mãe lamentar novamente a morte de meu pai, especialmente enquanto faz essas mudanças, ela não permite que sua dor a deixe em sua casa com móveis caindo aos pedaços. Em contraste com o lamento desses idosos de Jerusalém, devemos encontrar, assim como minha mãe fez, maneiras de lamentar enquanto damos continuidade às nossas vidas.

Esse é um testemunho e tanto para seu filho, apesar de ele agora já ser adulto e até um escritor de comentários. Esdras 3 teve uma significância a mais para a vida desse homem por causa do que sua mãe passava.

Gostaria de compartilhar mais um pensamento com base nesse capítulo. Ficou admirado ao ver que os israelitas começaram a louvar a Deus depois de o alicerce ter sido lançado, não de o templo haver sido terminado. Eles lançaram o fundamento e realizaram grande celebração, a despeito do lamento dos idosos. “Fizemos um pouco de progresso—vamos louvar o Senhor agora! Não iremos esperar até tivermos terminado.” E a maioria do povo disse: “Ótima ideia! Vamos louvar a Deus agora pelo trabalho realizado.”

Que grande desafio para todos nós! Não precisamos esperar até que tudo esteja pronto para louvar e adorar a Deus. Somos tentados a dizer: “Senhor, te servirei quando tudo em minha vida estiver em seu devido lugar ou com tudo encaixado;” ou então, “Senhor, investirei tempo contigo quando tiver terminado esta etapa de minha vida.” Não! Agora! No meio da correria de sua vida, que pode ser caracterizada por uma placa na testa que diz: “Em progresso; crente sob construção,” busque a perspectiva de Deus. E não esqueça de cantar louvores também.

Conclusão

Alguns meses atrás, fiquei bastante desencorajado com algumas coisas relacionadas ao projeto de construção de nossa igreja. Sofremos alguns revezes na tentativa de levar nossa congregação para a nova propriedade—houve demoras na parte financeira e parecia que todo o processo de mudança começava a pesar sobre mim. Foi um daqueles momentos em que tomamos sobre nós responsabilidades que nãos nos pertencem. Você alguma vez já fez isso?

Num belo dia, eu estava passando de carro ao lado do novo terreno e decidi entrar para ver como estava a obra. Entrei já com um coração pesado. Contudo, sentado ali naquele entardecer, olhando para uma obra que parecia que não seria concluída, Deus convenceu meu coração. Meu desencorajamento era, na verdade, resultado de orgulho—“Vamos terminar logo este prédio para que todos o vejam!”—e impaciência—“Vamos lá, Senhor, remova alguns dos obstáculos que estamos enfrentando!”

Daí, eu saí da minha caminhonete e comecei a andar em direção à construção. Agora, eu estava desanimado e convicto do meu pecado—essa é uma combinação perfeita. Um pensamento muito estranho me ocorreu—“Cante!” Eu não ouvi uma voz, nem tive uma visão. Simplesmente senti o desejo de cantar. Então, comecei a cantar—e alto.

A propósito, não estou contando isso para que você pense que sou um santo. E eu também não cantei porque passava por uma experiência positiva, andando nos lugares altos. Conto isso porque depois, e até mesmo enquanto cantava, Deus reajustou minha mente e meu coração para que focassem na verdade de sua fidelidade.

A Deus supremo Benfeitor; 
Vós anjos e homens dai louvor, 
A Deus o Filho a Deus o Pai, 
A Deus Espírito, glória dai!

Deus era e é digno de louvor. Deus precisa mudar nossa perspectiva—ele é, a todo tempo, digno de louvor. Encorajo-o a entoar esse hino depois. Cante-o no seu momento de maior fraqueza, quando passar por algo que traz pesar ao seu coração. Adore a Deus quando estiver fraco, pois ele recebe seu louvor.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 14/03/1999

©Copyright 1999 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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