
Encomenda Expressa dos Correios
Encomenda Expressa dos Correios
Uma Sombra de Soberania – Parte 8
Ester 8.1–9.16
Introdução
Se você pensa que o serviço de correspondência semelhante ao dos nossos Correios hoje é uma invenção de séculos recentes, você está enganado. Esse serviço de correspondência foi criado pelos antigos persas. O historiador grego Heródoto registra que o Império Persa estava conectado entre si através de estações de correspondência a cada 21 km. Falando sobre esse antigo sistema postal, Heródoto maravilhou-se e escreveu:
Nada viaja mais rápido do que esses mensageiros persas. O plano todo é uma invenção persa. Ao longo de todos os caminhos, existem homens em estações com cavalos e eles não serão impedidos de viajar, em máxima velocidade, a distância que necessitam percorrer.
Esse sistema de correspondência era usado por todos, tanto ricos como pobres. De fato, o governo persa dependia grandemente desse serviço nacional para se comunicar por todo o império que se estendia desde o atual Paquistão até ao norte da África.
Foi exatamente esse sistema de correspondência que Hamã utilizou para entregar o seu edito de morte. Cada judeu no império viu esse cartaz, quer rico ou pobre. A notícia se espalhou rapidamente sobre os lombos dos cavalos, levando consigo profunda tristeza, medo e desespero entre os judeus. Os judeus são a minoria e estão totalmente indefesos.
Mas, de repente, as coisas mudam. Ester arrisca a sua vida a fim de chamar a atenção do rei. Dentro de 24 horas, a ameaça do edito de Hamã é descoberta e Hamã é pendurado na forca que ele mesmo havia construído.
Agora, grande parte das pessoas para neste ponto da história e pensa que o trabalho de Ester chegou ao fim, que agora ela pode relaxar e desfrutar do palácio de Susã como nunca antes. Mas isso está longe da verdade. Hamã pode até estar morto, mas seu edito de morte ainda está bem vivo.
Esse edito havia sido selado com a insígnia real de Assuero e é agora a lei dos medos e dos persas que ninguém pode revogar. O trabalho de Ester está longe do fim. Na verdade, os judeus precisam dela agora mais do que nunca. Vamos dar continuidade a essa história no capítulo 8, versos 1 e 2, para descobrirmos o que ela faz em seguida:
Naquele mesmo dia, deu o rei Assuero à rainha Ester a casa de Hamã, inimigo dos judeus; e Mordecai veio perante o rei, porque Ester lhe fez saber que era seu parente. Tirou o rei o seu anel, que tinha tomado a Hamã, e o deu a Mordecai. E Ester pôs a Mordecai por superintendente da casa de Hamã.
Promoção
Josefo nos informa que, na última fase do Império Persa, traição e violação da lei resultavam em confiscação de propriedade e riqueza pela coroa. Isso incluía a confiscação de casas, outras propriedades, posses e até mesmo contas bancárias. Então o rei Assuero acaba realmente dando a Ester metade de seu reino, mas sob circunstâncias que ele não havia previsto. Ester, contudo, coloca suas propriedades nas mãos de Mordecai. Então, esses dois primos judeus agora ocupam as duas posições mais altas no Império Persa, estando abaixo apenas do próprio rei. A rainha e o primeiro-ministro são judeus.
Tudo isso é o agir de Deus. Para nós, parece coincidência, mas acontece de ser soberania. Toda essa cena foi criada e coreografada pelo próprio Criador! Apesar disso, ainda existe um problema sério. Apesar de Ester e Mordecai terem todo o motivo para se sentirem seguros, eles ainda não estão.
Paixão
Note o que ocorre em seguida nos versos 3 e 4:
Falou mais Ester perante o rei e se lhe lançou aos pés; e, com lágrimas, lhe implorou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e a trama que havia empreendido contra os judeus. Estendeu o rei para Ester o cetro de ouro. Então, ela se levantou, pôs-se de pé diante do rei.
Alguns acreditam que essa é uma conversa diferente. Mas eu concordo com aqueles que entendem essa conversa como a mesma mencionada antes na qual Mordecai é promovido.
A prova para isso se encontra no verso 7, onde o rei responde a Ester e a Mordecai juntos. Eles ainda estão na corte real, o que nos informa que, ao invés de saírem para celebrar por uma ou duas semanas, eles estão agora intercedendo pela vida do povo judeu.
O que se passa aqui é que Ester está, novamente, arriscando desagradar o rei, fazendo-lhe outro grande pedido. O cerne de seu pedido se encontra no meio do verso 5, onde ela diz: escreva-se que se revoguem os decretos concebidos por Hamã.
O rei, contudo, não está nem um pouco preocupado. Na verdade, ele responde no verso 7, dizendo basicamente o seguinte: “Veja bem, Ester, eu já conferi a você todas as propriedades de Hamã e transferi o emprego dele para o seu primo. Realmente, não existe nada mais que eu possa fazer porque, como você sabe, eu mesmo assinei esse edito e, de acordo com a lei dos persas, esse edito precisa ser colocado em vigor. Eu deixarei você e Mordecai escreverem outro edito do jeito que bem desejarem; e eu assinarei o edito que vocês passarem também.” Assuero encontrou uma saída para resolver o seu edito anterior.
Pela história, sabemos que os reis persas se orgulhavam de sua infalibilidade. Por que eles revogariam uma lei se tudo o que faziam era correto? Revogar algum decreto seria admitir que havia cometido um erro. E Assuero não tem interesse algum em assumir seu erro.
Então, segundo seu caráter, ele encontra um meio de se livrar daquilo e, ao mesmo tempo, agradar sua esposa e seu braço direito. Nesse processo, ele também realiza algo de importância vital aos judeus.
Permissão
O rei diz no verso 8:
Escrevei, pois, aos judeus, como bem vos parecer, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam não se podem revogar.
Em outras palavras, o rei não admitirá que seu primeiro edito foi fruto de um conselho maligno, mas faz o que pode para exonerar a si mesmo de qualquer vergonha que o primeiro edito lhe viesse causar no futuro. A verdade é que Ester e Mordecai não são os únicos que precisam encontrar uma saída para essa situação. O rei está “dando uma de bonzinho” aqui ao permitir que Ester salve a pele dos judeus, mas no fundo, por trás de toda essa cordialidade, ele busca, na verdade, salvar a sua própria pele.
Então Mordecai escreve uma carta, um novo edito, e faz várias cópias em todas os idiomas representados no Império Persa. E essa carta basicamente concede ao povo judeu vários direitos legais. Veja os versos 11 e 12:
Nelas, o rei concedia aos judeus de cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defender a sua vida, para destruir, matar e aniquilar de vez toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus bens, num mesmo dia, em todas as províncias do rei Assuero, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar.
Nessa carta, os judeus recebem autorização para organizar um exército e levantar suas armas. Na verdade, eles recebem autorização para saquear os bens de qualquer persa que morresse na tentativa de matar os judeus.
Mordecai, na realidade, repete o edito original de Hamã palavra por palavra. Todos os judeus na Pérsia, que a essa altura já sabem decorado as palavras do primeiro edito, reconhecem imediatamente a significância desse segundo edito. Mordecai está balanceando tudo o que Hamã havia estabelecido no primeiro decreto. Tudo o que os persas podem fazer, agora os judeus podem também igualmente realizar.
Então, esse edito é assinado, selado e entregue; e o verso 14 nos diz:
Os correios, montados em ginetes que se usavam no serviço do rei, saíram incontinenti, impelidos pela ordem do rei; e o edito foi publicado na cidadela de Susã.
A notícia está agora saindo de Susã e indo a caminho do Sudão. Dois meses antes, os correios a cavalo haviam entregue uma mensagem expressa de um edito de morte por todo o império. Desde aquela época, o barulho das ferraduras dos cavalos fazia os judeus tremer na espinha, temendo as próximas notícias que porventura surgiriam do palácio.
Outra carta é enviada pelo rei e eles enxergam o selo real. Finalmente, alguém cria coragem para ler; e alegria flui de seus olhos. “Mãe! Pai! Rápido, venham ver! Vejam o que o rei escreveu dessa vez!” O alvoroço nas ruas é imenso à medida que uma multidão de homens e mulheres judeus se amontoa em torno dessas palavras que lhes dão o primeiro raio de esperança nos últimos dois meses.
E o que esse edito faz é comunicar aos persas que, caso eles se refreiem, ninguém será ferido. Ninguém morrerá se eles mantiverem sua ganância e animosidade para si. Esse edito enviou uma advertência aos persas de que eles não irão mais atrás de judeus desarmados. Não será uma matança durante um piquenique. Se decidirem atacar os judeus, os persas estarão arriscando suas próprias vidas e suas famílias porque, agora, os judeus podem retaliar para se defender, podendo até despojar os próprios persas.
O significado desse edito pode ser resumido com a seguinte sentença: os cidadãos persas não precisam mais atacar os judeus, mas se escolherem atacar, as coisas não terminarão bem para eles. Esse é um equilíbrio excelente efetuado por um edito que não pode ser revogado. Que mudança significativa na vida dos judeus!
Você consegue imaginar o sentimento de ser um judeu nessa época? Você lê aquele primeiro edito dois meses antes e a vida de repente é paralisada. Seus maiores medos estão prestes a se realizar. Você tem vestido pano de saco e cinzas pelos últimos meses, mas sua lamentação parece não ter funcionado. Você imagina com grande horror o que o dia 13 do mês de adar trará para você e sua família; e você sabe que não pode fazer nada. Seus amigos, companheiros de trabalho e vizinhos receberam a ordem do primeiro-ministro, dizendo que eles devem aniquilar os judeus da face da terra, tomando para si suas casas, posses e riquezas. As suspeitas estão aumentando; a tensão cresce mais e mais a cada dia. Ninguém ousa olhar nos seus olhos. Ninguém tem simpatia por você por medo de ser repreendido pelo governo. As pessoas cochicham entre si nas ruas e você consegue ouvir o que dizem. Coisas do tipo: “Eles devem ter sido uma grande ameaça ao governo esse tempo todo. Não podemos confiar neles. Nem são persas de verdade; são apenas um povo forasteiro de uma terra estranha e nunca se encaixaram bem com o nosso povo. Com certeza, nossa situação será melhor sem eles. E além disso, estou de olho naquela casa e naquela carruagem mesmo!”
Foi assim na Alemanha, Áustria e Polônia cerca de 80 anos atrás. Esse aqui foi o prelúdio para outro holocausto. Daí, inesperadamente, um cavalo real galopa em seu vilarejo trazendo outro edito do palácio. Você lê esse edito e não consegue acreditar nas palavras que lê. O novo primeiro-ministro é Mordecai, um judeu. Os rumores de que ele havia sido executado por Hamã eram falsos. Ele ainda está vivo; e muito bem, por sinal.
Além disso, você descobre nesse edito que o rei está do seu lado. Até mesmo seus oficiais do governo estão de acordo com esse segundo edito. Isso é motivo de celebração! E é exatamente isso o que os judeus fazem. Veja os versos 15 e 16:
Então, Mordecai saiu da presença do rei com veste real azul-celeste e branco, como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a cidade de Susã exultou e se alegrou. Para os judeus houve felicidade, alegria, regozijo e honra.
Somos até informados no verso 17 que: muitos, dos povos da terra, se fizeram judeus. Literalmente, os persas se aliaram aos judeus em solidariedade. Muitos comentaristas acreditam que muitos persas começaram a seguir a Deus também. Isso se assemelha a Raabe, a gentia, que abandonou seu povo em Jericó e se tornou uma prosélita judia; ou a Rute, a moabita, que deixou sua idolatria e se casou com um homem judeu, tornando-se posteriormente a avó do rei Davi.
Não é de se surpreender que a cidade de Susã está em celebração durante a noite. É-nos dito no verso 16 que houve felicidade para o povo judeu. O termo felicidade pode ser traduzido como “esperança,” o que representa o oposto da escuridão ou a anterior falta de esperança. Tudo, agora, está em total esperança, alegria, regozijo e honra. Que grande mudança!
E a celebração ocorre por todo o império. Os correios persas a cavalo galopam à toda velocidade, cortando o deserto árabe ao meio, ao longo das margens do rio Eufrates, descendo para a Índia e depois entrando na África, levando excelente notícia a todos. Os que antes eram vistos como mensageiros da escuridão e da morte, agora são vistos como mensageiros da luz e da vida.
Proteção
Contudo, as nuvens ainda não se dissiparam completamente. O dia do massacre está prestes a raiar e os judeus são bem menor em número. Napoleão disse certa vez que Deus está sempre do lado do exército mais numeroso. Caso ele esteja certo, então os judeus não têm chance alguma contra os persas. Com ou sem o edito, a morte será iminente para muitos; ou talvez para todos.
O capítulo 9 começa com as seguintes palavras:
No dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, quando chegou a palavra do rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus contavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, pois os judeus é que se assenhorearam dos que os odiavam;
O verbo “contavam” em “os inimigos dos judeus contavam assenhorear-se deles,” é um verbo raro e se refere a alguém que aguarda com grande expectativa. Ou seja, muitos persas estão afiando suas espadas, pensando que os judeus serão presa fácil: “Tomaremos suas casas novas, seus campos, gado e roupas antes mesmo do raiar do sol.” Mas o verso 1 nos conta que os judeus, na verdade, é que se assenhorearam dos seus inimigos.
No fim, Napoleão estava errado. Brigas surgiram ao redor de todo o Império Persa e, depois de um dia inteiro de batalha, não existe registro de nem sequer um judeu morto. Ao contrário, o recorde é o número de persas que foram mortos, incluindo os dez filhos de Hamã, conforme os versos 6 a 10 nos informam.
Mas, daí, Ester faz algo surpreendente. No verso 13, Ester retorna ao rei e implora que ele conceda aos judeus mais um dia para que eles se defendam. Evidentemente, ela descobriu uma conspiração em Susã, mais possivelmente fomentada por persas leias a Hamã e seus dez filhos que já haviam sido mortos em batalhas. Fica claro que havia persas influentes dentro do palácio que não estavam contentes com essas mudanças drásticas a favor dos judeus. E essa seria a chance de eles se vingarem.
Contudo, Ester não para por aí. Ela ainda pede ao rei no verso 13 para publicamente expor os corpos dos dez filhos de Hamã a fim de desencorajar qualquer matança. O verso 16 resume dizendo sobre esses dois dias de guerra:
Também os demais judeus que se achavam nas províncias do rei se reuniram, e se dispuseram para defender a vida, e tiveram sossego dos seus inimigos; e mataram a setenta e cinco mil dos que os odiavam; porém no despojo não tocaram.
Ao ler esse registro, você pode pensar, como eu pensei incialmente, que 75 mil persas é muita coisa. Isso pode sugerir que as batalhas estavam ocorrendo ao redor de todo o império. Mas documentos desse período revelam que a população da Pérsia era de aproximadamente 50 milhões de pessoas, o que significa que o número de pessoas que realmente pegou em armas para lutar contra os judeus foi relativamente pequeno. Obviamente, Deus havia mudado o coração dos cidadãos persas a favor dos judeus. Caso não tivesse, os judeus teriam sido aniquilados sem muito esforço.
A propósito, não ignore a frase que Esdras já repetiu três vezes aqui. Os judeus receberam o direito não somente de lutar, mas também de despojar os cidadãos persas que porventura derrotarem. Mas três vezes, nos versos 10, 15 e 16, Esdras nos informa que os judeus porém, no despojo não tocaram.
Essa é a chance de revidarem! Eles sofreram um ano de tortura e angústia emocionais; não receberam nenhum apoio dos persas que agora estão caídos aos seus pés mortos. Tomar a posse deles não será roubo; não será contra a lei! Contudo, os judeus deixam as casas e as famílias dos persas quietas.
Você já foi extorquido por alguém? Já foi maltratado por algum de seus superiores no trabalho? Alguma vez já assinou um contrato somente para descobrir depois que o outro elemento mentiu para você? O que faria se pudesse revidar o mal que alguém fez a você sem sofrer nenhum castigo da lei? O que faria ao seu inimigo, caso tivesse a oportunidade de se vingar dele?
Eu ouvi certa vez a história engraçada de um homem que foi mordido por um cachorro e correu para o hospital. Depois de fazer alguns exames de sangue, o médico voltou com a notícia ruim de que ele estava agora infectado com a raiva. O homem não disse nem sequer uma palavra ao médico; apenas pegou um papel de anotações e começou a escrever com todo o fervor. O médico, pensando que ele escrevia as últimas palavras de seu testamento, o encorajou, dizendo: “Você não vai morrer, senhor; existe cura para a raiva.” O homem disse: “Eu sei. Estou apenas fazendo uma lista de pessoas que quero morder antes de ser curado.”
O mundo é exatamente desse jeito, não é? Não fique bravo; revide apenas. Morda de volta! Vingança é um dos instintos naturais da humanidade. Talvez você não use uma pistola ou uma espada, mas usará um e-mail ou telefone. O inimigo de sua alma sabe que você continuará sendo uma vítima por muito mais tempo se retaliar. Amargura e ira matarão a sua alma e não ficarão saciadas com o sangue de sua vítima.
É por isso que Satanás nunca deixa de aparecer em seu ouvido para dizer: “Você já se segurou por muito tempo; já andou a outra milha. Por que não revidar logo?”
Mas os judeus não deram ouvidos a isso. É impossível não pensar como isso é algo notável à luz do fato de que nem sequer tinham o Novo Testamento. Eles não tinham como abrir suas Bíblias e ler o que o apóstolo Paulo escreveu em Romanos 12, versos 17 a 21:
Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
O que o mensageiro trouxe à porta de sua casa recentemente?
- Más notícias?
- Uma falsa acusação?
- Uma palavra maligna?
- Infortúnio?
- Fofoca?
- Calúnia?
Você anda ouvindo o cochicho do inimigo em seu ouvido, dizendo: “Você não fez nada de errado; já tomou muitos golpes no queixo. É hora de uma vingança!”?
Aprenda com esses judeus que tinham todo o motivo no mundo para se vingar dos seus inimigos, mas, ao invés disso, recusaram fazer algo além de se defenderem. E não fique pensando que os seus vizinhos persas não perceberam isso. O Deus de Israel recebeu grande honra naquele dia porque seu povo viveu na prática as palavras de 1 Pedro 2.9:
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
O que é mais incrível nessa história não é que os judeus se assenhoraram de seus inimigos, mas que eles se assenhoraram de si mesmos.
Uma celebração nacional, por todo o império, resulta enquanto os judeus se maravilham ao ver que sobreviveram a mais um dia. E isso é algo biblicamente emocionante demais porque os judeus decidiram deixar a vingança nas mãos de Deus. A celebração teria sido muito mais curta e bem menos doce se tivessem escolhido despojar seus inimigos.
O mundo não compreende esse princípio. Livros são escritos e filmes feitos o tempo inteiro que glorificam o conceito de vingança. Virar a outra face depois de sofrimento e injustiça é um conceito realmente incompreensível para eles. Mas também os força a olhar para o crente de forma diferente. No fim, Deus receberá a glória através de você e seu testemunho sobre Cristo receberá ainda maior credibilidade do que antes.
Portanto, como você reagirá às notícias que chegarão à sua porta amanhã? Elas já estão a caminho neste momento. Será que você, assim como os judeus, relembrará o mundo de que, em cada circunstância, Deus é digno de todo o louvor e honra? Ou, assim como os persas, se entregará à sua avareza e frustração?
Nós somos o povo escolhido de Deus. Nós, a igreja, somos o sacerdócio real e a nação santa, como Pedro nos relembra. Então, que nossa ambição hoje seja declarar louvores a Deus, que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 13/11/2011
© Copyright 2011 Stephen Davey
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