O Último Herodes

O Último Herodes

by Stephen Davey

O Último Herodes

Atos 25–26

 

Introdução

Quero fornecer a você uma lista com certos nomes. Enquanto ouve o nome desses homens, veja se você consegue descobrir o que eles tinham em comum:

  • Owen Young;
  • James Byrnes;
  • Pierre Laval;
  • Hugh Johnson.

É bem possível que você não reconheça nenhum desses nomes. Com certeza, você nem saberia o que eles fizeram e como vieram parar nessa minha lista. Contudo, em um dado momento de suas vidas, esses homens foram bastante famosos no mundo. Na verdade, cada um deles foi dito ter exercido o maior impacto acima de qualquer outro homem na humanidade.

A Repetição de Um Julgamento

Ao estudar os últimos capítulos do livro de Atos, achei interessante o fato de Paulo estar sendo julgado pelo último grande líder da sua civilização. Paulo estava diante do homem que seria considerado um dos mais famosos do mundo na época. Esses líderes eram os homens que faziam as coisas acontecer no Oriente Médio; eles brincavam de poder.

Note a sutil referência que Lucas faz a esse fato no verso 5 de Atos 25.

Portanto, disse ele [Festus], os que dentre vós estiverem habilitados que desçam comigo; e, havendo contra este homem qualquer crime, acusem-no.

Basicamente, em Atos 25, Festus, o novo governador da Cesareia, realiza o que Félix já havia feito. Ele queria fazer um favor aos judeus; então, ele deixou o caso de Paulo de lado e não deu um veredito final. Nos versos 1 a 12, Paulo repete sua defesa perante Festus, a mesma defesa que ele fez por dois anos diante de Félix.

Quando pareceu que Festus, finalmente, entregaria Paulo nas mãos do Sinédrio e o mandaria de volta a Jerusalém para ser julgado, o verso 11 nos informa que Paulo apelou a César. Como cidadão romano, Paulo exerceu o direito de apelar ao próprio imperador Nero. Agora Festus não pode fazer mais nada, mas ele ainda vai brincar de anfitrião para um personagem bastante importante – o Rei Agripa II.

A Pompa e O Prestígio da Realeza

Portanto, entenda que o capítulo 25 é somente uma introdução, um aquecimento para o julgamento que veremos em seguida no capítulo 26. Vamos observar o contexto de toda essa narrativa, lendo os versos 13 a 22 de Atos 25.

Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesaréia a fim de saudar a Festo. Como se demorassem ali alguns dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: Félix deixou aqui preso certo homem, a respeito de quem os principais sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram queixa, estando eu em Jerusalém, pedindo que o condenasse. A eles respondi que não é costume dos romanos condenar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores e possa defender-se da acusação. De sorte que, chegando eles aqui juntos, sem nenhuma demora, no dia seguinte, assentando-me no tribunal, determinei fosse trazido o homem; e, levantando-se os acusadores, nenhum delito referiram dos crimes de que eu suspeitava. Traziam contra ele algumas questões referentes à sua própria religião e particularmente a certo morto, chamado Jesus, que Paulo afirmava estar vivo. Estando eu perplexo quanto ao modo de investigar estas coisas, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém para ser ali julgado a respeito disso. Mas, havendo Paulo apelado para que ficasse em custódia para o julgamento de César, ordenei que o acusado continuasse detido até que eu o enviasse a César. Então, Agripa disse a Festo: Eu também gostaria de ouvir este homem. Amanhã, respondeu ele, o ouvirás.

Precisamos entender que o que começa no capítulo 25 e termina no 26 é o atrito do testemunho de um crente comum com as autoridades do Oriente Médio.

Continue no verso 23.

De fato, no dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com grande pompa, tendo eles entrado na audiência juntamente com oficiais superiores e homens eminentes da cidade, Paulo foi trazido por ordem de Festo.

Antes de prosseguirmos com esse julgamento, quero que você entenda bem o tipo de espectador diante do qual Paulo está. Se você pensa que já tentou testemunhar diante de uma multidão difícil, com certeza você será bastante encorajado por esse cenário.

O Rei Agripa era nada menos que Herodes Agripa II. O texto nos informa no verso 23 que ele  e Berenice chegaram com grande pompa e cerimônias. A propósito, Berenice era irmã de sangue de Agripa e seu relacionamento incestuoso era o escândalo de Roma.

É interessante saber que Berenice tinha uma irmã chamada Drusila, também um mulher imoral e esposa de Félix. Nós vimos um pouco do escândalo imoral desse casal em nosso estudo anterior.

Herodes Agripa II foi designado por Roma como líder político para ser uma espécie de guardião da fé judaica. Ele tinha o poder de escolher quem seria o sumo-sacerdote em Israel. Ele tinha o poder de administrar os tesouros do templo. Contudo, ele era extremamente corrupto.

Seu pai, Herodes Agripa I, foi o que havia executado Tiago e prendido Pedro. Seu grande tio foi Herodes Antipas, o qual tinha roubado sua cunhada de seu irmão e mandado que João Batista fosse decapitado por ter pregado contra ele e sua mulher (Lucas 3 e Marcos 6). Foi ele também quem fez o julgamento de Jesus Cristo no intuito de matá-lO (Lucas 13.31). O bisavô de Herodes Agripa II foi Herodes o Grande que ordenou o massacre dos recém-nascidos em Belém na tentativa de matar o Rei dos Judeus.

Esse homem diante do qual Paulo se vê presente agora veio de uma família que vinha sendo usada por Satanás de várias formas na tentativa de não somente aniquilar com o Messias, mas também erradicar a igreja.

A árvore genealógica de Herodes estava coberta com o sangue da igreja primitiva. Uma família que terá seu poder político finalizado com esse homem que está à frente de Paulo. Paulo está sendo julgado pelo último Herodes.

Você acha que Paulo não conhecia as histórias dos Herodes? Você acha que Paulo não sabia do ódio que eles tinham contra a igreja e contra Cristo? Como Paulo conseguiu estar diante daquele homem com tanta coragem? Porque Paulo sabia que, apesar de Herodes reinar, Deus era o Soberano. Paulo sabia que, apesar de ser injusto estar preso sendo inocente, Deus estava no controle.

Recentemente, eu reli a história de um jovem aluno de uma faculdade evangélica que foi julgado por ter supostamente assassinado uma aluna de enfermagem e vizinha sua. Ele foi condenado primeiramente porque havia sonhado com a morte dela e, sendo aconselhado por seus colegas bem intencionados, contou à polícia sobre o sonho. A polícia o prendeu, pois interpretou o sonho como uma espécie de confissão de um assassino psicopata. E foi sentenciado a quarenta anos de prisão. Havia só um problema – ele era inocente. Muitos foram os dias em que esteve separado de sua esposa e filhos até que, depois de doze anos e muitos recursos na justiça, ele foi declarado inocente e libertado. Mas doze anos haviam se perdido.

Olhando para aqueles anos difíceis que haviam se passado, Steve Linscott escreveu:

Comecei a perceber que não podemos julgar os propósitos de Deus, nem onde Ele nos coloca, nem por que Ele trilha para nós um caminho e não outro. A Bíblia está repleta de ações divinas (ou inércia divina) que não parecem ser justas, que não fazem sentido, a não ser quando vistas à luz do plano perfeito de Deus. Milhares de crianças massacradas, enquanto o bebê Moisés foi poupado. Jacó era um ladrão; contudo, foi ele, e não Esaú, que recebeu a bênção de se u pai Isaque. De certa forma, não faz sentido algum que Deus tenha sequer permitido a morte de Seu Filho pelos pecados da humanidade... mas Deus tem um plano, um plano perfeito.

Para Paulo, os anos estavam passando. Dois já haviam passado. Será que ele tornaria a ser um homem livre? Será que conseguiria ir até Roma? Qual era o plano perfeito de Deus? Vamos descobrir.

Um Testemunho Notável

Veja o verso 1 de Atos 26.

A seguir, Agripa, dirigindo-se a Paulo, disse: É permitido que uses da palavra em tua defesa. Então, Paulo, estendendo a mão, passou a defender-se nestes termos:

Paulo se defende dando seu próprio testemunho. É bastante parecido com o testemunho que ele havia dado aos judeus em Atos 22.

E o testemunho de Paulo pode ser dividido em três seções:

  • Na primeira seção de seu testemunho, nos versos 2 a 11, Paulo revela o seu passado.

A frase-chave é encontrada no verso 5b: porque vivi fariseu conforme a seita mais severa da nossa religião.

Em outras palavras, “Rei, você precisa entender que, quando se trata de religião, eu levava a sério! Eu guardava todas as leis, orava toda hora, nunca perdia um culto na sinagoga, me voluntariava para ensinar, cantava no grupo de louvor e participava de todos os “juntas de panela” que o pessoal fazia.”

Se o rei tivesse perguntado a Paulo no passado: “Paulo, qual a sua situação diante do Deus de Israel?” Paulo teria respondido sem qualquer hesitação: “Firme como uma rocha!”

O engano da religião não é nada diferente hoje. Você pode cumprir todos os mínimos detalhes da religião; você pode orar em todos os momentos devidos e ir à igreja todos os domingos – à medida que avança rapidamente em direção ao inferno.

Como é possível? Paulo explicará que cada pessoa precisa trocar a capa mofada da religião pelo pão vivo do céu. O caminho de cada pessoa deve, num dado momento, cruzar com a maravilhosa revelação da ressurreição de Jesus Cristo.

  • Isso nos conduz à segunda seção do testemunho de Paulo – sua conversão.

Veja os versos 9 a 15, sendo o verso 13 o verso-chave, quando Paulo viu, “uma luz no céu.”

Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno; e assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam. Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar. E, demasiadamente enfurecido contra eles, mesmo por cidades estranhas os perseguia. Com estes intuitos, parti para Damasco, levando autorização dos principais sacerdotes e por eles comissionado. Ao meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo. E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.

(aguilhões são varas pontiagudas usadas para guiar os bois. Os aguilhões se tornam ruins para os bois quando eles não obedecem a direção do boiadeiro e acabam indo contra as pontas afiadas dos aguilhões e, com isso, se ferindo.)

Então, eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.

Ou seja, o Senhor diz: “Paulo, você tem lutado contra a verdade desde a primeira vez que a ouviu. Estêvão, a quem você ajudou matar, falou de ter Me visto ressurreto. Ele estava dizendo a verdade – EU sou, de fato, o Senhor do céu e da terra, o Filho do Homem, uma vez crucificado e, agora, Rei dos Reis exaltado.”

Entre esse verso e o próximo, como já estudamos no capítulo 22, Paulo entregou sua vida a Cristo.

Falsos teólogos liberais não gostam de pensar que Paulo teve uma visão do Cristo ressurreto. Alguns dizem que Paulo teve uma alucinação por causa do calor extremo. Outros dizem que ele teve uma convulsão e sua experiência na estrada de Damasco foi característico de um ataque de convulsão.

Charles Haddon Spurgeon, o príncipe dos pregadores ingleses, disse há cem anos atrás:

Deus queira que todos os que são contra o Seu nome se tornem epilépticos; pois, oh epilepsia abençoada, que realizou uma transformação maravilhosa na vida desse homem.

Continue nos versos 16 e 17.

Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio,

Agora, veja o verso 18, que é, a propósito, o resumo e substância da mensagem do evangelho, a mensagem que Paulo queria que Agripa ouvisse.

para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.

Antes de nossa salvação, o Senhor nos enxerga como cegos espiritualmente e aprisionados a Satanás.

  • O evangelho abre os nossos olhos.

Ele nos conduz, conforme 1 Pedro 2, verso 9b, das trevas para a sua maravilhosa luz. Ele nos transporta, conforme Colossenses 1, verso 12, do império das trevas para o reino do filho do seu amor.

  • Quando cremos, a mensagem do evangelho perdoa o nosso coração.

Paulo escreveria posteriormente em Romanos 4, verso 7: Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas.

  • Finalmente, o evangelho assegura o nosso futuro.

Pedro escreveu em 1 Pedro 1, verso 4, que para nós, os que creem, existe uma:

...herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros

Como todas essas coisas se tornam realidade na vida de alguém? Paulo termina sua rápida menção ao evangelho com as palavras de Jesus Cristo no verso 18 de Atos 26, ao dizer que isso ocorre entre os que são santificados pela fé em mim.

Ou seja, pela, “Sola fide,” ou pela, “Fé somente,” em Cristo para a salvação. A salvação não é uma religião baseada nas obras, mas um relacionamento baseado na fé em Cristo.

  • Daí, Paulo continua à terceira seção de seu testemunho, que é o seu comissionamento.

Veja os versos 19 a 24, sendo o verso 22 o verso-chave, quando Paulo diz, “...permaneço até o dia de hoje, dando testemunho...”.

Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial, mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento. Por causa disto, alguns judeus me prenderam, estando eu no templo, e tentaram matar-me. Mas, alcançando socorro de Deus, permaneço até ao dia de hoje, dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes, nada dizendo, senão o que os profetas e Moisés disseram haver de acontecer, isto é, que o Cristo devia padecer e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, anunciaria a luz ao povo e aos gentios. Dizendo ele estas coisas em sua defesa, Festo o interrompeu em alta voz: Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!

Agora, eu já fui interrompido em minhas pregações por bebês chorando, crianças se levantando e indo ao banheiro e celulares tocando, mas nunca fui interrompido por alguém dizendo: “Você está doido!”

Geralmente, o pessoal é bonzinho e espera o término da pregação para me dizer isso, mas não durante a mensagem!

“Paulo, você está maluco!” A palavra grega origina o nosso termo “maníaco.” Ou seja, “Paulo, essa crença na ressurreição dos mortos prova que você é louco.”

Note a resposta de Paulo nos versos 25 a 27.

Paulo, porém, respondeu: Não estou louco, ó excelentíssimo Festo! Pelo contrário, digo palavras de verdade e de bom senso. Porque tudo isto é do conhecimento do rei, a quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que nenhuma destas coisas lhe é oculta; porquanto nada se passou em algum lugar escondido. Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas? Bem sei que acreditas.

É como se Paulo dissesse: “Veja só, Rei Agripa, eu sei que você respeita os profetas – os profetas que falaram sobre um Messias vindouro e que eu tenho apresentado a você. Ele transformou minha vida e pode mudar a sua também.”

Paulo, na verdade, diz: “Rei Agripa, você deseja se tornar um cristão também?”

A resposta do Rei Agripa está nos versos 28 e 29.

Então, Agripa se dirigiu a Paulo e disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão. Paulo respondeu: Assim Deus permitisse que, por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porém todos os que hoje me ouvem se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.

Alguns acreditam que Agripa está zombando de Paulo. eles interpretam a frase da seguinte forma: “Paulo, você acha que em pouco tempo conseguirá me convencer a me tornar um cristão?!”

Outros interpretam a frase como: “Paulo, nesse curto tempo, você quase me convencer a me tornar um cristão.”

Quase, mas não!

Continue nos versos 30 a 32.

A essa altura, levantou-se o rei, e também o governador, e Berenice, bem como os que estavam assentados com eles; e, havendo-se retirado, falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada tem feito passível de morte ou de prisão. Então, Agripa se dirigiu a Festo e disse: Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César.

Mas isso não era verdade. De acordo com a lei romana, um apelo a César só seria necessário se o tribunal local julgasse o réu como culpado. Na conversa particular deles, eles revelaram que realmente acreditavam que Paulo era inocente – contudo, eles agiram com total politicagem, pois essa decisão deixou os líderes judeus felizes e os privou de ter que dar um veredito. “Se ele quer ir até César, vamos deixá-lo ir a César.”

Aplicação: Algumas Coisas Nunca Mudam!

Deixe-me destacar duas respostas ao evangelho na aplicação desse texto.

  • A resposta da ironia.

“Qualquer um que crê em Jesus Cristo é um tolo. Além disso, qualquer um que serve um morto dizendo que ele está vivo, se torna mais tolo ainda.”

Em sua prisão, Paulo iria escrever em Filipenses 1, verso 21: Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.

O missionário Jim Elliot, que se tornou um mártir, disse:

Não é nada tolo aquele que abre mão do que não possui para conseguir aquilo que jamais poderá perder.

Não espere que o mundo entenda isso.

  • Segundo, a resposta da demora.

“Quase... mas ainda não.”

Ouvir a mensagem do evangelho não traz automaticamente a conversão da alma.

Charles Swindoll escreveu:

As verdades de Cristo são como raios de sol; eles podem trazer crescimento e vida; mas também podem endurecer corações feitos de barro.

O Rei Agripa II, o último dos Herodes, ouviu o evangelho que havia sido ignorado desde o seu bisavô até o seu pai; e, nessa hora decisiva, o seu coração estava endurecido por causa da incredulidade.

Charles Haddon Spurgeon escreveu:

Quase persuadido a se tornar um cristão é como o homem que quase foi perdoado, mas que acabou sendo enforcado; como o homem que foi quase resgatado, mas que acabou morrendo no incêndio. Um homem quase salvo é um homem perdido.

Existe um hino bastante antigo baseado nessa passagem de Atos – quando Paulo esteve diante do Rei Agripa, o homem que quase creu. O hino diz:

Quase persuadido, mas que precisa crer,

Quase persuadido, mas que a Cristo precisa receber.

Algumas almas parecem dizer,

Vai, Espírito, pode ir embora,

Outra hora mais conveniente que agora,

Pedirei que me venhas socorrer.

O hino finaliza com as palavras:

Triste... triste é o lamento; quase salvo, mas perdido.

Para esse homem, o último dos Herodes, “quase” significaria “nunca.” Esse homem, que saia nas capas dos jornais famosos da época, deixou de possuir as coisas que realmente importavam.

Quase, mas perdido.

Essa é uma passagem incrivelmente desafiadora, mas convidativa a todos os que ainda não receberam a  Cristo como seu Salvador pessoal. Insisto que você dê esse passo hoje! Contudo, essa passagem também serve de grande encorajamento àqueles que creem em Cristo e desejam defender a causa Dele.

Você já parou para pensar que, se não fosse por causa da Bíblia, talvez você jamais fosse ouvir falar no nome de Herodes Agripa e Berenice, Festus e Félix? À luz da eternidade, o verdadeiro soberano nessa cena não foi o rei ou a rainha, nem mesmo o governador da Cesareia, nem mesmo o Sinédrio judaico. O homem que verdadeiramente é digno de ser chamado de a estrela foi um antigo fariseu, um rabino chamado Paulo. Paulo se colocou diante dessa multidão e simplesmente disse a todos os que estavam presentes: “Esse era quem eu era; mas, conheci a Cristo e agora vivo para um chamado muito mais sublime que as coisas deste mundo.”

A verdade é que, eu e você, assim como Paulo, jamais apareceremos em jornais ou revistas na história secular como o homem ou mulher do ano, famosos. Mas, na realidade, você é quem faz a diferença na sua geração!

Portanto, vivamos à luz de nossa posição em Cristo, à luz de nosso poder através de Jesus Cristo e à luz de um chamado muito mais sublime. Então, estaremos um dia diante Dele, após as cadeias da mortalidade tem sido lançadas fora, e ouviremos as únicas palavras de aprovação que realmente importam: “Muito bem, servo bom e fiel.”

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 20/09/1998

© Copyright 1998 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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