Félix: Depois, Senhor!

Félix: Depois, Senhor!

by Stephen Davey

Félix: Depois, Senhor!

Atos 24

 

Introdução

Recentemente, ocorreu uma série de eventos em minha vida para os quais os futuros pais de plantão deveriam se preparar. Essa lista mostra aos futuros pais e mães que sua preparação para serem pais vai muito além de apenas lerem livros e decorarem o quarto do bebê.

Alguns testes simples que ajudarão os futuros pais a se prepararem para a vinda do primeiro filho incluem:

Para a mamãe: preparar-se para o parto e refazer seu guarda-roupas com pijamas extra grandes.

Para o papai: preparar-se para a tarefa de pai; ir à farmácia mais próxima, despejar toda a sua carteira sobre o balcão e pedir ao balconista para ver o que ele pode comprar com aquilo. Depois, ir ao supermercado mais próximo e mandar que o seu salário seja depositado diretamente na conta do supermercado. Daí, ir para casa, pegar o jornal e o ler pela última vez.

Será que você consegue lidar com a bagunça que a futura criança irá fazer? A fim de descobrir, mele o seu sofá com papinha; esconda o controle remoto da televisão debaixo do tapete. Depois, pegue giz de cera e saia rabiscando as paredes de sua casa.

Antes de seu filho nascer, encontre um casal que tem um filho de cinco anos e os comece as repreendê-los por causa de seus métodos de disciplina, falta de paciência e pela maneira como eles deixam seus filhos correrem para todos os lados sem controle. Sugira algumas formas como eles podem melhorar o autocontrole da criança, educação à mesa, hábitos durante o sono, treinamento para usar o banheiro e comportamento em geral. Aproveitem – essa será a última vez em que vocês terão resposta para tudo. Como isso é verdade!

Aprenda os nomes dos personagens dos desenhos e histórias mais conhecidos.

Ah, mais uma coisa – sabe aquele carro novinho que você acabou de comprar? Pois é! Se você quer saber como ele irá ficar quando seus filhos nascerem, faça o seguinte: pegue um picolé de chocolate e o coloque dentro do porta-luvas. Depois, pegue um pacote de biscoito recheado de chocolate, esfarele os biscoitos em sua mão e espalhe os farelos no banco de trás de seu carro, apertando o recheio bem forte contra o tecido do banco. Ah, pegue também umas moedas de 10 ou 25 centavos e coloque-as dentro do som do seu carro.

Para aqueles que estão planejando ter filhos, desejamos servir de encorajamento para você!

Sinceramente, existem certas cosias nesta vida para as quais você nunca estará preparado!

Quando você pensa que já tem organizado e planejado – boom, a vida muda completamente. Chegam as surpresas, pressões, reveses – e os eventos mais comuns da vida acabam tomando proporções bem diferentes das esperadas ou planejadas. Nunca conseguiremos prever o que nos espera à frente.

Em relação ao apóstolo Paulo, creio que ele jamais imaginou que as coisas tomariam a direção que elas tomaram em Jerusalém. Sim, o Espírito de Deus o havia alertado sobre os perigos iminentes, mas tenho certeza que ele nunca imaginava que a igreja se recusaria em defendê-lo, seu próprio povo causaria uma revolta e, agora, como veremos, que ele enfrentaria dois anos de prisão em Jerusalém.

Quer Paulo tenha esperado por isso ou não, é exatamente isso o que vai acontecer. Convido você a abrir sua Bíblia para Atos 24. Iremos entrar no tribunal de Félix, governador da Judeia, para ouvir o início do julgamento de Paulo.

A Promotoria Acusa

Você deve estar se lembrando que Paulo tinha acabado de escapar de uma conspiração que visava matá-lo. Por mais difícil que seja de imaginar, a conspiração foi financiada pelo sumo-sacerdote e pelo superior tribunal de Jerusalém, o Sinédrio. Mas Lísias, imperador romano, soube do atentado contra Paulo e o cercou com centenas de soldados para o escoltarem até o palácio do governador em Cesareia.

A adulação de Félix

Veja os versos 1 a 4 de Atos 24, onde a promotoria começa a acusação contra Paulo.

Cinco dias depois, desceu o sumo sacerdote, Ananias, com alguns anciãos e com certo orador, chamado Tértulo, os quais apresentaram ao governador libelo contra Paulo. Sendo este chamado, passou Tértulo a acusá-lo, dizendo: Excelentíssimo Félix, tendo nós, por teu intermédio, gozado de paz perene, e, também por teu providente cuidado, se terem feito notáveis reformas em benefício deste povo, sempre e por toda parte, isto reconhecemos com toda a gratidão. Entretanto, para não te deter por longo tempo, rogo-te que, de conformidade com a tua clemência, nos atendas por um pouco.

Mas que adulação! Tértulo, o orador contratado, alistou e enfatizou as benfeitorias do governador. A palavra traduzida como “orador” no verso 1 é o termo grego “rhetor,” do qual derivamos nosso vocábulo “retórica.”

Tértulo era um orador com língua de ouro. Os líderes judaicos sabiam que se havia alguém que conseguiria colocar Paulo atrás das grades sem nenhuma migalha de evidência, esse alguém era Tértulo, o “artífice do discurso.”

Basicamente, ele inicia com uma bajulação ao governador misturado com mentiras. No verso 2a, ele diz: Excelentíssimo Félix, tendo nós, por teu intermédio, gozado de paz perene.

Na verdade, houve mais tumulto na Judeia sob o governo de Félix do que sob o governo anterior.

Daí, Tértulo diz no verso 2b:

...e, também por teu providente cuidado (“pronoia” ou “sabedoria; “precaução”, se terem feito notáveis reformas em benefício deste povo...

Essa é outra mentira. No governo de Félix, o povo fazia manifestações diárias por causa do governo corrupto de Félix.

No verso 2, Tértulo concede a Félix o título de: Excelentíssimo [mais nobre] Félix.

Mas, a verdade era completamente outra. Antonias Félix foi o primeiro escravo na história do Império Romano a se tornar um líder político – e não porque ele tenha merecido. A história conta que o irmão de Félix era um amigo próximo, de infância,  do homem que se tornaria conhecido como o imperador Nero. O irmão de Félix persuadiu Nero a permitir que ele se tornasse governador.

Uma vez que Félix garantiu sua posição, a história revela que ele se tornou tão cruel quanto Nero, inclinado até à crucificação de seus inimigos políticos. O historiador romano Tácito o descreve como, “um mestre da crueldade e da lascívia que exercia os poderes de um rei com o espírito de um simples escravo.”

Eu digo essas coisas para ajudar você a se sentir um pouquinho como Paulo se sentiu naquele dia. Ele estava num tribunal diante de um juiz corrupto, ouvindo a bajulação dos líderes religiosos de sua época. E, a propósito, essa é uma ilustração perfeita de como o mundo perverte a verdade.

Félix é chamado de excelentíssimo nobre, mas ele é perverso. Paulo será chamado de todas as coisas, mas ele era o único verdadeiramente nobre.

O mundo chama as trevas de luz; o mal de algo aceitável; pecado, algo bom e, ao mesmo tempo, chama homens e mulheres justos de pessoas sem tato, antiquados e loucos.

Paulo disse a Timóteo em 2 Timóteo 3, verso 12: Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.

Jesus Cristo disse, como registrado em Lucas, no capítulo 6, verso 22:

Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem.

Se você vive uma vida piedosa em meio a uma cultura perversa, você vai criar desconforto e pagar algum preço. Na verdade, se você não é alvo de críticas e acusações e ainda não experimentou ser rejeitado como Cristo predisse, pode ser muito bem que você não esteja vivendo uma vida piedosa.

A acusação de Paulo

Então, agora, depois de haver prestado a Félix uma dose alta de louvor e adulação, Tértulo começa a acusar Paulo. Veja os versos 5 a 9.

Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove sedições entre os judeus esparsos por todo o mundo, sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos, o qual também tentou profanar o templo, nós o prendemos com o intuito de julgá-lo segundo a nossa lei. Mas, sobrevindo o comandante Lísias, o arrebatou das nossas mãos com grande violência, ordenando que os seus acusadores viessem à tua presença. Tu mesmo, examinando-o, poderás tomar conhecimento de todas as coisas de que nós o acusamos. Os judeus também concordaram na acusação, afirmando que estas coisas eram assim.

Deixe-me destacar três acusações feitas contra Paulo aqui.

  • A primeira acusação é a de que Paulo é um desordeiro.

A palavra traduzida como “peste” no verso 5a, poderia ser traduzida como “praga.” O uso dessa palavra foi bem arquitetado e deveria causar certa agitação em Félix.

Ou seja, “Félix, Paulo é culpado de sedição; ele é uma ameaça à paz de Roma. Paulo está promovendo sedições ao redor de todo o mundo.”

  • A segunda acusação é a de que Paulo não somente é um desordeiro, mas também um agitador.

Tértulo diz no verso 5b: o principal agitador da seita dos nazarenos.

Esse foi, na verdade, um insulto irônico, uma vez que Nazaré era considerada uma cidade do interior e sem instrução; uma cidade de ignorantes.

Agora, acompanhe a principal linha de raciocínio desse promotor. Ao fazer uma ligação entre a seita dos nazarenos, Tértulo insinua que os cristãos em geral deveriam ser vistos como pessoas perigosas.

Se essa acusação for provada verdadeira, não somente Paulo, mas todo o Cristianismo ao redor está em profundo perigo diante de Roma.

  • A terceira acusação é a de que Paulo é um profano.

No verso 6, Tértulo diz: o qual também tentou profanar o templo.

O que Tértulo está fazendo é relembrando Félix que ele deveria ter deixado o Sinédrio condenar o criminoso Paul, uma vez que a política de Roma havia, no passado, dado autorização para os judeus executarem aqueles que violassem o templo.

Ou seja, “Félix, você não precisa ser perturbado por esse caso. Deixe que nós mesmos lidaremos com esse homem em Jerusalém, assim como já resolvemos outros casos de pessoas que profanaram o templo.”

O Réu Responde

Agora, Paulo, o réu, recebe a oportunidade para se defender. Veja o verso 10 de Atos 24.

Paulo, tendo-lhe o governador feito sinal que falasse, respondeu: Sabendo que há muitos anos és juiz desta nação, sinto-me à vontade para me defender,

Note, a propósito, que não existe nada de bajulação. Paulo simplesmente declara que, já que Félix tinha experiência tanto com a lei judaica, como com a lei romana, Paulo tinha confiança de que ele teria um julgamento justo.

Continue nos versos 11 a 21.

visto poderes verificar que não há mais de doze dias desde que subi a Jerusalém para adorar; e que não me acharam no templo discutindo com alguém, nem tampouco amotinando o povo, fosse nas sinagogas ou na cidade; nem te podem provar as acusações que, agora, fazem contra mim. Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas, tendo esperança em Deus, como também estes a têm, de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos. Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens.  Depois de anos, vim trazer esmolas à minha nação e também fazer oferendas, e foi nesta prática que alguns judeus da Ásia me encontraram já purificado no templo, sem ajuntamento e sem tumulto, os quais deviam comparecer diante de ti e acusar, se tivessem alguma coisa contra mim. Ou estes mesmos digam que iniqüidade acharam em mim, por ocasião do meu comparecimento perante o Sinédrio, salvo estas palavras que clamei, estando entre eles: hoje, sou eu julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos.

Em outras palavras, “Os meus acusadores não estão aqui para testemunhar. Não sou culpado de organizar sedição contra Roma. Na verdade, eu passei apenas doze dias em Jerusalém, o que é pouquíssimo tempo para se encabeçar uma conspiração dessas proporções!”

Entretanto, Paulo diz, no verso 14, “Sou culpado de uma coisa – sou membro do Caminho.”

Ele continua a fim de esclarecer que o Caminho (Cristianismo) simplesmente cumpre as profecias da Lei e dos profetas do Antigo Testamento – escrituras que declaram a futura ressurreição dos vivos e dos mortos, bem como dos justos e dos injustos.

O Caso Adiado

Continue, agora, nos versos 22 e 23.

Então, Félix, conhecendo mais acuradamente as coisas com respeito ao Caminho, adiou a causa, dizendo: Quando descer o comandante Lísias, tomarei inteiro conhecimento do vosso caso. E mandou ao centurião que conservasse a Paulo detido, tratando-o com indulgência e não impedindo que os seus próprios o servissem.

Félix evitou ter que tomar alguma decisão. Ele não estava esperando nenhum relatório de Lísias – ele já o tinha em suas mãos. Lucas nos informa isso no capítulo anterior – e Lísias disse a Félix no relatório que Paulo era inocente.

Félix estava adiando a decisão simplesmente porque ele não queria ofender a galeria de judeus poderosos presentes no tribunal. Ele também não queria entregar Paulo a eles, pois sabia que matariam o apóstolo e ele não merecia morrer.

Audiências Seguintes

Agora, é aqui que a história toma um rumo inusitado – e bastante interessante.

Félix e sua esposa, Drusila

Veja o verso 24.

Passados alguns dias, vindo Félix com Drusila, sua mulher, que era judia, mandou chamar Paulo e passou a ouvi-lo a respeito da fé em Cristo Jesus.

Somente o nome Drusila seria o suficiente para aguçar os ouvidos de qualquer israelita. Essa mulher era notícia em todos os jornais do Oriente Médio. Ela é judia, como Lucas no relembra. Então, em outras palavras, ela é uma mulher que vendeu seus direitos de nascimento da nação judaica para fazer parte de uma bagunça da realeza; uma mulher que havia, há muito tempo, abandonado o Deus de seu pais Abraão, Isaque e Jacó.

Conforme historiadores, Drusila era uma bela selvagem. Na idade de quatorze anos, tornou-se esposa de um príncipe sírio. Contudo, ela era cheia de misticismo e superstição – e Félix usou isso para roubá-la para si. Ele arranjou um mágico chamado Atomos para  persuadi-la de que as estrelas e os espíritos mandavam que ela abandonasse seu marido e se juntasse a Félix. Então, ela deixou seu marido aos dezesseis anos e se casou com um homem rico e poderoso – Félix.

Ela desejava ouvir esse homem estranho chamado Paulo; talvez ela tenha conseguido com seu marido uma audiência particular. “Tragam Paulo – quero ouvir o que esse judue estranho tem a falar!”

Então, Paulo foi até os aposentos reais e todos se sentaram – pessoas bem-sucedidas, bonitas, ricas, poderosas, corruptas, imorais e, da perspectiva humana, com a vida de Paulo em suas mãos. O que ele irá dizer a todos eles? O verso 25 nos diz o quê.

Dissertando ele acerca da justiça, do domínio próprio e do Juízo vindouro, ficou Félix amedrontado e disse: Por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver vagar, chamar-te-ei;

Uau! Vamos parar aqui por alguns instantes.

O sermão de três pontos de Paulo

Vamos dar uma olhada rápida no sermão de três pontos de Paulo.

  • O primeiro ponto é: justiça.

“Justiça,” no grego, “dikaiosune,” ou “padrão santo.” Paulo foi direto ao ponto e disse que não importava o que eles pensavam que fossem, eles não eram o padrão de justiça, o juiz ou júri corretos – Deus era a justiça perfeita.

Justiça é o atributo do Deus de Paulo. E Paulo apresenta o seu Deus a Félix e Drusila.

  • Daí, Paulo partiu para o segundo ponto: domínio próprio.

Paulo conhecia a história deles. Na verdade, todos sabiam como esse casal vivia. Seus escândalos eram a primeira página dos jornais.

Ao invés de evitar o assunto, Paulo prega exatamente sobre domínio próprio. A palavra grega, “egkrateia” é uma palavra grega relacionada estritamente ao controle, ou sua falta, nos impulsos sexuais. Querendo ou não ouvir sobre o assunto, Paulo prega a Félix e Drusila sobre a imoralidade sexual deles.

Fico maravilhado com a coragem de Paulo. É como subir na Sapucaí durante o carnaval e pregar sobre embriaguez e imoralidade sexual. É como ir ao Rio de Janeiro no dia da parada gay e pregar em Romanos 1 falando da maneira como Deus entregou os homossexuais a uma atitude mental depravada para realizarem coisas que não são naturais.

Paulo poderia ter pregado em centenas de outros assuntos, baseados em centenas de outras passagens bíblicas; todavia, ele desejou entrar na sala de estar e na suíte daquele casal. E ele olhou em seus olhos fixamente e disse: “Vocês são imorais e culpados diante de Deus.”

Hugh Latimer, o reformador inglês, pregava com bastante frequência diante do rei Henrique VIII. Numa ocasião, ele ofendeu o rei com sua ousadia. Daí, veio a palavra para Latimer, o qual, a propósito, seria condenado à morte, que ele deveria pregar no final de semana seguinte e, em seu sermão, fazer uma retratação formal. No domingo seguinte, após ter lido seu texto, ele começou a pregar para si mesmo, dizendo: “Hugh Latimer, você sabe diante de quem você está hoje? Ao poderoso monarca, o rei, quem pode tirar tua vida se ofendeste? Mas, então, considere bem, Hugh Latimer, você não sabe de onde veio ou a quem pertence a mensagem que pregaste? Ao grande e poderoso Deus! O qual está presente e enxerga todos os teus caminhos e pode lançar tua alma no inferno!”

Então, ele pregou diante do rei Henrique VIII exatamente o mesmo sermão que havia pregado na semana anterior – e até mesmo com mais fervor.

  • Paulo termina sua discussão fervorosa com seu terceiro ponto, que é o julgamento vindouro!

Essa é, obviamente, uma referência ao julgamento do “Grande Trono Branco” descrito em Apocalipse 20 paul havia terminado seu sermão aos atenienses da mesma maneira.

Ele olhou para esse casal poderoso, que poderia simplesmente dar ordens e as coisas aconteceriam, balançou a cabeça e disse: “Existe um tribunal superior a este; existe um Juiz maior; e existe um terrível dia vindo quando você, Félix, e você, Drusila, estarão diante Dele como pecadores corruptos e culpados. Vocês estarão sem esperança.”

Aquela mensagem é para cada um de nós hoje também. Ou os seus pecados estão sobre você para serem pagos por você, ou eles estão sobre Cristo, o qual pagou a penalidade devida por eles há cerca de dois mil anos atrás.

Existe um julgamento vindouro! E a única maneira de se evitar estar diante de Deus coberto da imundícia do seu pecado é entregar o seu pecado a Cristo, o Justo que morreu por nós, os injustos, a fim de nos conduzir a Deus (1 Pedro 3.18).

Félix sozinho

Note, novamente, a resposta da audiência de Paulo na última parte do verso 25.

...ficou Félix amedrontado e disse: Por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver vagar, chamar-te-ei;

A tradução “Félix amedrontado” não fornece a figura vívida da palavra grega que Lucas utilizou. Foi a palavra “emphobos,” da qual derivamos “fobia.” Ela literalmente significa, “Félix ficou aterrorizado.” Podemos resumir: “Félix começou a tremer de medo.”

Agora, pela primeira vez em sua vida, Félix sabia que era um pecador culpado diante de um Deus justo e que havia um julgamento futuro. E começou a tremer de pavor.

Sua decisão prorrogada

Daí, Félix disse no verso 25b: Por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver vagar, chamar-te-ei.

“Quando eu tiver tempo,” seria uma tradução acurada. “Quando tiver tempo sobrando.” Em outras palavras, “Quando for conveniente, Paul, chamo você de volta.”

“Não me ligue; pode deixar que eu ligo para você!”

“Quero ouvir mais sobre esse Jesus, mas estou ocupado agora...”.

“DEPOIS... SENHOR!”

Seu motivo materialista

Chegou o tempo em que Félix parou de tremer. Ele retirou todo seu medo e se concentrou naquilo que realmente lhe interessava – dinheiro! Veja os versos 26 e 27.

esperando também, ao mesmo tempo, que Paulo lhe desse dinheiro; pelo que, chamando-o mais freqüentemente, conversava com ele. Dois anos mais tarde, Félix teve por sucessor Pórcio Festo; e, querendo Félix assegurar o apoio dos judeus, manteve Paulo encarcerado.

Você captou a referência ao tempo? Mesmo depois de dois anos de frequentes conversas com Paulo, Félix nunca recebeu a Cristo como Salvador.

“Depois... Senhor! Quem sabe outra vez!”

Aplicação: Duas Lições Finais
sobre Félix

Vamos aplicar esse texto com dois pensamentos, duas lições finais sobre Félix.

  • Primeiro, é algo trágico nunca tremer por causa do pecado.

Pelo menos Félix tremeu! Você já tremeu? Você consegue enxergar suas próprias justiças como trapos de imundícia? Você já sentiu o peso do pecado sobre sua vida e a sua culpa diante de Deus?

  • Segundo, apesar de ser algo trágico nunca tremer por causa do pecado, é ainda mais trágico tremer sem nunca confiar em Cristo para perdão.

Durante umas férias da faculdade, trabalhei num local de construção com outro jovem rapaz. Compartilhei com ele o evangelho de Cristo enquanto trabalhamos e, por todas as férias, ele sempre acabava dizendo: “É, eu preciso fazer isso – sei que sou um pecador culpado – eu sei que preciso de salvação! É o seguinte, vou orar hoje à noite para receber a Cristo como meu Salvador...”.

No dia seguinte, chegava ele com várias desculpas. Ainda consigo ouvi-lo dizer: “Em breve receberei a salvação... num dia desses entregarei meu coração a Cristo.”

E esse dia acaba nunca chegando.

Se você está hoje com o peso do pecado diante dos seus olhos e tremendo por saber que é culpado diante de Deus e que um julgamento se aproxima, então, como Paulo escreveu em 2 Coríntios 6, verso 2b: eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação

A melhor hora do mundo para ser salvo, meu amigo, é agora. Nunca mais diga, “Depois, Senhor.”

Ao contrário; diga: “Sim, Senhor!”

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 13/09/1998

© Copyright 1998 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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