Alcançando O Que Mais Resiste

Alcançando O Que Mais Resiste

by Stephen Davey

Alcançando O Que Mais Resiste

Atos 21.37-22.29

 

Introdução

Um aluno universitário estava numa aula de filosofia. Nessa aula, a discussão estava girando em torno da existência de Deus. O professor, seguindo sua lógica, perguntou: “Alguém aqui nesta sala já ouviu Deus falar?”

Ninguém respondeu. “Alguém aqui já viu a Deus?”

Após sua terceira pergunta e ao ver que ninguém se pronunciava, o professor declarou: “Está bem claro que Deus não existe.”

Mas, naquele momento, um aluno decidiu falar pela parte de Deus. Ele pediu permissão para replicar e o professor o permitiu. Daí, o aluno perguntou à classe: “Alguém aqui já tocou o cérebro de nosso professor?”

Silêncio. “Alguém aqui já ouviu o cérebro de nosso professor falar?”

Silêncio. “Alguém aqui já viu o cérebro do professor?”

Ao ver que ninguém respondia, o aluno corajoso disse: “Está claro que o cérebro do professor não existe.”

Não estou sugerindo essa abordagem. Mas, se você é como eu, talvez você esteja em busca de uma maneira melhor para defender a causa da glória de Deus. Você procura caminhos e métodos mais eficientes para compartilhar sua fé com incrédulos.

Talvez esses descrentes sejam membros de sua família e você luta para tentar atingir a descrença deles. Ou, talvez, seja um colega de trabalho, um colega de quarto, ou um vizinho descrente. E você já descobriu que cada uma dessas pessoas possui um ponto de vista distinto e todas possuem perspectivas e respostas diferentes.

Pessoas que você talvez conheça – respostas que você talvez já tenha recebido

Deixe-me sugerir umas categorias de respostas que já recebi ao longo dos anos e você talvez possa adicionar algumas outras a essa lista. Elas representam pessoas que você conhece e são algumas das respostas que você poderá encontrar.

  • Primeiro, já tentei evangelizar pessoas que podem ser categorizadas como céticas ou desiludidas.

Existem pessoas que já estão saturadas de religião por terem, no passado, se envolvido com igreja ou seitas. Talvez tenham até alguma espécie de testemunho pessoal. Podem até ter participado de eventos evangelísticos, mas, alguns dias depois, começaram a se perguntar se não eram apenas mais um cliente no jogo religioso da estatística. Nada aconteceu; suas vidas não foram transformadas da noite para o dia; a religião simplesmente não funcionou para elas.

Esse é o tipo de pessoas com as quais você não pode conversar sem que elas demonstrem sua profunda revolta em face aos últimos debates dentro do corpo eclesiástico – debates como o aborto e o homossexualismo.

Elas estão desiludidas com as declarações de toda e qualquer forma de religião e elas acreditam que você representa apenas mais uma dessas religiões.

  • Segundo, existem as pessoas enraivecidas e insensíveis.

Essas são as pessoas que foram feridas por igrejas; são pessoas que se decepcionaram com igrejas de várias maneiras. E as igrejas irão desapontar as pessoas, uma vez que as igrejas são compostas por pessoas caídas.

Essas são as pessoas que falam que as igrejas estão infestadas com hipócritas e que se interessam apenas por dinheiro.

Para essas pessoas, os crentes são dogmáticos e cheios de autojustiça. Elas simplesmente acham que se darão melhor sem os crentes ou igrejas que lhe digam que são pecadoras e que precisam de um Salvador que as resgate da condenação eterna no lago de fogo.

Sinceramente, elas simplesmente não querem ouvir nada – ao menos, é claro, que você deseje ouvi-las falar da igreja e dos crentes como totalmente negativos.

  • Um terceiro grupo de pessoas pode ser considerado como apático e indiferente.

Sinceramente, elas não se sentem confortáveis com a ideia de a religião invadir suas vidas mais que duas horas ao ano. Para elas, religião ocorre apenas no Natal e na Páscoa; além desses eventos, não há interesse algum. Essas pessoas ficam até perplexas com o fato de eu e você levarmos a Bíblia e Deus a sério.

Elas são como o famoso Bill Gates que disse numa entrevista que usar um dia da semana para adoração não é um uso eficaz da semana.

  • Quarto, existem as pessoas confusas e incertas.

Essas são as pessoas que vagam no mundo espiritual e já se envolveram em várias religiões. Elas dizem que crêem em Deus e na Bíblia, mas, quanto mais investigamos, mais comprovamos que o Deus delas é diferente do nosso e que sua Bíblia é a “Sagrada Versão da Humanidade.”

Recentemente, li um artigo numa revista de uma linha aérea. Esse artigo alistava os locais mais populares para peregrinações religiosas para os quais devemos viajar a fim de recebermos iluminação e alguma sorte de conexão com o mundo espiritual. O que foi trágico para mim foi ver que milhões de pessoas viajam até esses lugares todos os anos.

Um desses locais envolve uma jornada espiritual a Sodo. Muitas pessoas fazem, “a jornada espiritual saindo de várias partes do Haiti para a pequena cidade de Bonheur, onde se banham em cachoeiras supostamente possuídas por divindades da água.”

Guadalupe é outra localidade para onde milhares e milhares de pessoas viajam todos os anos para ver a imagem de Maria milagrosamente queimada no casado de um aldeão da Índia após Maria tê-lo visitado no ano de 1531.

Benares, na Índia, é um lugar para onde milhares de hinduístas vão para seguir uma trilha sagrada ao longo do Rio Ganges a fim de realizarem rituais de banho nas cinco intersecções sagradas do rio. Existem hindus que acreditam que, se suas cinzas cremadas forem lançadas nesse rio sagrado, suas almas serão levadas ao paraíso mais rapidamente.

Essas são pessoas confusas e incertas.

Em nosso país, as pessoas estão mais confusas que nunca devido à miríade de vozes religiosas que chamam sua atenção todos os dias. O nosso testemunho do amor de Cristo é apenas mais uma dessas vozes religiosas.

  • Uma quinta categoria de pessoas seria a de resistentes e inflexíveis.

Apesar de o seu testemunho até fazer sentido para elas, elas, por alguma razão que não conseguimos detectar, simplesmente não querem se tornar crentes.

  • Daí, existem as intelectuais e orgulhosas.

Algumas delas acreditam que o Cristianismo é mais ou menos, caso você precise dessa muleta. Em outras palavras, “Se o Cristianismo faz você se sentir melhor, então, vá em frente e o abrace; mas, eu não preciso de nenhuma escora; eu posso me virar sozinho.”

Esses também são os indivíduos que mais provavelmente argumentarão que todas as religiões estão corretas e, se você fosse apenas um pouquinho mais inteligente, você perceberia que a Bíblia deixa espaço para qualquer sistema religioso.

Lembro de uma vez viajando de avião com um amigo meu de Nova Deli até Hyderabad, na Índia. Entre nós dois, havia outro homem que falava nossa língua. Meu amigo orou, eu falei bastante e esse homem argumentou. Por cerca de uma hora e meia, esse homem, que havia acabado de fazer uma viagem ao Templo Lotus da religião B’Hai, argumentou que nenhum dos muitos versos que eu tinha citado sobre Jesus Cristo dizia aquilo sobre Jesus Cristo.

  • Jesus não ressuscitou dos mortos de fato;
  • Jesus não veio como Messias de fato;
  • Jesus não disse realmente que ninguém poderia vir ao Pai a não ser por Ele;
  • A Bíblia não promete julgamento algum às pessoas que adicionam ou reduzem sua revelação.

Na verdade, esse homem queria me convencer que o Cristianismo englobava outras crenças muito mais do que eu estava permitindo. Eu precisava apenas compreender que a Bíblia não quer dizer as coisas que disse e que eu não deveria valorizar totalmente as palavras da Bíblia.

Depois de mais ou menos uma hora sem conseguir nem sequer chacoalhar esse homem, vi um jornal que ele tinha acabado de ler e que estava no bolso da poltrona à sua frente. A notícia da capa dizia: “Mulher Morre em Acidente de Carro.” Peguei aquele jornal, abri para ele ver e disse: “Leia essa notícia da capa.”

Ele leu: “Mulher Morre em Acidente de Carro.”

Daí, eu disse: “Não é incrível isso? Essa mulher quebrou a perna jogando tênis.”

A essa altura, ele começou a se remexer no seu lugar e a sorrir, pois sabia muito bem o que eu estava querendo dizer. As palavras naquele jornal não poderiam significar mais nada além daquilo – a mulher morreu num acidente de carro – o jornal não queria dizer que ela havia quebrado a perna ou passado por uma cirurgia ou comprado um carro novo.

A discussão terminou ali mesmo. Ele não ficou muito contente e eu fiquei frustrado por não ter conseguido encontrar uma brecha em sua armadura intelectual orgulhosa. Apesar de saber que Deus era soberano na questão da salvação, eu era o mensageiro e me senti despreparado e mal equipado para realmente fazer a diferença.

Talvez, você já tenha se sentido dessa forma; talvez você tenha sentido que precisava de algo bem inteligente ou uma ilustração que abrisse o coração da pessoa. você tentou tudo o que sabia ao lidar com aquele familiar enraivecido e insensível; com aquele cônjuge apático; aquele vizinho desiludido; aquele colega de trabalho que já experimentou de tudo, exceto da verdade.

Bom, se você conseguisse embrulhar todas essas pessoas num pacote só e colocá-las num auditório, você teria o público de Atos capítulo 21. Chamo sua atenção a esse capítulo, onde Paulo apresenta seu argumento e sua defesa pela causa de Jesus Cristo.

Revisão

Antes de começarmos nosso estudo nas palavras de Paulo registradas por Lucas, vamos refrescar nossa memória com aquilo que gerou o motim no templo e culminou com a surra que Paulo levou da gangue de judeus irados.

No capítulo 21, a multidão acusou Paulo de profanar o templo ao trazer um gentio para dentro do santuário. Isso não era verdade, mas todos assim acreditavam e começaram um motim.

Paulo também foi acusado de conduzir pessoas a abandonar Moisés, o que também era uma falsa acusação.

Após a multidão ter começado a espancar Paulo até a morte, soldados romanos chegaram e o resgataram.

É interessante sabermos que o quartel dos soldados romanos era em Forte Antônia, localizado num despenhadeiro e que possibilitava uma visão ampla do templo e seus arredores. Os soldados romanos puderam ver o motim se iniciando – um motim que eles tinham a responsabilidade de parar.

Portanto, como notamos no verso 32 do capítulo 21, os soldados se apressaram até o templo e imediatamente resgataram e prenderam Paulo.

Paulo e Seu Testemunho de Três Pontos

Agora, não sabemos por que os soldados romanos acorrentaram Paulo imediatamente até que lemos o verso 37. Vamos dar continuidade em nosso estudo lendo os versos 37 e 38.

E, quando Paulo ia sendo recolhido à fortaleza, disse ao comandante: É-me permitido dizer-te alguma coisa? Respondeu ele: Sabes o grego? Não és tu, porventura, o egípcio que, há tempos, sublevou e conduziu ao deserto quatro mil sicários?

Por isso é que Paulo foi preso. Os judeus pensavam que ele era um herege; os romanos pensavam que ele era um dos dez bandidos mais procurados do Império – um terrorista egípcio que liderara um gangue enorme conhecida como os Assassinos.

Josefo, o historiador judeu do primeiro século, preenche as lacunas para nós ao fazer referência a um falso profeta egípcio que, alguns anos antes, havia levado milhares de seus seguidores a marchar contra Jerusalém. Ele os prometeu que, ao seu comando, as muralhas de Jerusalém cairiam e poderiam, assim, conquistar o exército romano. Então, ele deu a ordem, mas as muralhas permaneceram de pé e Félix enviou seu exército romano contra eles, matando centenas de integrantes dos Assassinos, mas falhando em capturar seu líder egípcio.

A palavra “assassino” vem do termo latino “sica,” que significa, “punhal.” Esses homens se misturavam com a multidão nos mercados carregando consigo um punhal debaixo de seu manto. Daí, quando tinham uma oportunidade, apunhalavam sua vítima e escapavam. Eles assassinavam judeus que colaboravam com os romanos, como também os próprios romanos.

Esse comandante romano pensou que tinha capturado o egípcio. Mas, daí, Paulo começou a falar em grego, revelando que não era o egípcio. Ao invés disso, como lemos nos versos 39 e 40:

Respondeu-lhe Paulo: Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia; e rogo-te que me permitas falar ao povo. Obtida a permissão, Paulo, em pé na escada, fez com a mão sinal ao povo. Fez-se grande silêncio, e ele falou em língua hebraica...

Vamos parar aqui rapidamente. O que Paul está fazendo? Será que ele está apenas provando que é um intelectual? Será que está tentando provar que pode falar fluentemente em mais de um idioma?

Ah, não. Ao começar seu testemunho, Paulo realiza várias coisas que servem de exemplo para nós ao testemunharmos a pessoas enraivecidas, confusas, que estão em busca da verdade, pessoas insensíveis e a todas as categorias de pessoas que já mencionamos. Deixe-me fornecer a você os três pontos do testemunho de Paulo.

 

  • O primeiro ponto é: “Vejam a minha herança religiosa!”

Paulo fez várias coisas aqui que servem de princípio para nós hoje ao compartilharmos o evangelho com outras pessoas. Acompanhe comigo.

  • Primeiro, Paulo falou num idioma que eles entendiam e respeitavam.

Em outras palavras, Paulo falou com eles na língua materna deles, o dialeto hebreu deles e, mais provavelmente, no aramaico judaico.

Note o efeito que isso teve sobre a gangue que o linchava. Veja o verso 2 do capítulo 22.

Quando ouviram que lhes falava em língua hebraica, guardaram ainda maior silêncio...

  • A segunda coisa que Paulo fez foi desarmar a ira deles ao demonstrar respeito.

Volte ao verso 1 do capítulo 22. As primeiras palavras que esse apóstolo surrado diz à multidão são: Irmãos e pais.

Irmãos e pais?! Que tal: “O que vocês pensam que estão fazendo, bando de gente rebelde? Vocês quase me mataram! Estou sangrando e todo ferido! Que meu sangue recaia sobre a cabeça de vocês e de seus pais também assassinos!”

Esperaríamos algo bom dessa forma, não é?

Mas Paulo está vivendo Provérbios capítulo 15, verso 1a: A resposta branda desvia o furor.

Por enquanto, a multidão se silencia e Paulo continua. Na verdade, ele nos revela mais um princípio ao falarmos a outras pessoas sobre Cristo.

  • Paulo reconheceu que o evangelho pode apenas ser oferecido e não forçado.

Veja, novamente, o verso 1 do capítulo 22: Irmãos e pais, ouvi, agora, a minha defesa perante vós.

O termo traduzido como “defesa” vem da palavra grega “apologia,” da qual derivamos a palavra “apologia.” Ela também nos originou a palavra portuguesa para defesa teológica, ou “apologética.”

Paulo diz: “Se vocês me permitirem, gostaria que vocês ouvissem minha defesa formal daquilo que acredito.”

  • Paulo ignorou a acusação deles e focalizou no problema.

A acusação feita pelos judeus de que Paulo havia trazido um gentio para dentro do templo era falsa. Paulo ignorou isso e se concentrou nos problemas. Veja o verso 3.

Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados...

(Note como ele claramente estabelece seu passado na Lei de Moisés. Daí, Paulo faz algo incrível!)

...sendo zeloso para com Deus, assim como todos vós o sois no dia de hoje.

Paulo atribui àquela quadrilha o melhor motivo possível. Eles haviam tentado matá-lo e ele declara que entende por que eles se sentiam daquela maneira e concorda que eles são zelosos para com Deus. Eu não acho que eu teria dito isso. Eu teria dito: “Vocês são todos loucos!” Paulo, contudo, publicamente lhes dá o motivo da dúvida. Eles não sabiam contra quem estavam, de fato, lutando ao lutarem contra Paulo!

Meus amigos, Paulo fez a mesma coisa que Cristo Jesus fez na cruz ao dizer, como registrado em Lucas 23, verso 34a: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

Agora, Paulo continua e, na verdade, se identifica com o ódio da multidão. Note os versos 4 e 5 do capítulo 22.

Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres,  de que são testemunhas o sumo sacerdote e todos os anciãos. Destes, recebi cartas para os irmãos; e ia para Damasco, no propósito de trazer manietados para Jerusalém os que também lá estivessem, para serem punidos.

Isso nos conduz ao segundo ponto. Paulo irá apresentar nada mais que sua história de conversão Àquele que ele tanto desprezava.

  • O segundo ponto é: “Ouçam o meu avivamento espiritual!”

Veja os versos 6 a 8 do capítulo 22.

Ora, aconteceu que, indo de caminho e já perto de Damasco, quase ao meio-dia, repentinamente, grande luz do céu brilhou ao redor de mim.  Então, caí por terra, ouvindo uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?  Perguntei: quem és tu, Senhor? Ao que me respondeu: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues.

Imagine o choque que isso não foi para Paulo – e agora para a multidão também. Esse era o nome Daquele que havia, trinta anos antes, criado um tumulto ao purificar o templo com chicote. Esse era o nome Daquele que havia declarado ser igual a Deus – o próprio Messias. Continue nos versos 9 a 16.

Os que estavam comigo viram a luz, sem, contudo, perceberem o sentido da voz de quem falava comigo. Então, perguntei: que farei, Senhor? E o Senhor me disse: Levanta-te, entra em Damasco, pois ali te dirão acerca de tudo o que te é ordenado fazer. Tendo ficado cego por causa do fulgor daquela luz, guiado pela mão dos que estavam comigo, cheguei a Damasco. Um homem, chamado Ananias, piedoso conforme a lei, tendo bom testemunho de todos os judeus que ali moravam, veio procurar-me e, pondo-se junto a mim, disse: Saulo, irmão, recebe novamente a vista. Nessa mesma hora, recobrei a vista e olhei para ele. Então, ele disse: O Deus de nossos pais, de antemão, te escolheu para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires uma voz da sua própria boca, porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido. E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele.

Agora, o verso 16 é usado pela Igreja de Cristo e por outras denominações como texto-base para sustentar o ensino de que o batismo salva ou que a salvação não ocorre sem o batismo nas águas. Deixe-me falar sobre isso rapidamente, já que já tratei sobre isso detalhadamente em nossos estudos no capítulo 2 de Atos.

A confusão é criada aqui por causa do português. O particípio grego no verso 16 é o verbo “invocar” ou “invocando o nome dele.” O que antecede esse particípio é a frase “lava os teus pecados,” e não “recebe o batismo” – esses são dois verbos separados.

Em outras palavras, é o invocar o nome do Senhor que lava os pecados. Uma tradução mais literal ao escrito da língua grega seria possível ser invertêssemos a ordem do texto em português, o que seria: “Tendo invocado o nome do Senhor e os teus pecados tendo sido lavados, levanta-te e recebe o batismo.”

O batismo nas águas foi apenas uma evidência externa da purificação interna que já havia acontecido.

Na igreja neotestamentária, como explicado nas epístolas seguintes, as ordenanças do batismo e da ceia não são sacramentais, mas memoriais. Elas não concedem a graça de Deus, mas demonstram a graça de Deus na vida daqueles que já invocaram o nome do Senhor para a salvação.

  • No terceiro ponto, Paulo diz: “Aprendam com minha comissão especial!”

Veja os versos 17 a 22.

Tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, sobreveio-me um êxtase, e vi aquele que falava comigo: Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito. Eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu encerrava em prisão e, nas sinagogas, açoitava os que criam em ti. Quando se derramava o sangue de Estêvão, tua testemunha, eu também estava presente, consentia nisso e até guardei as vestes dos que o matavam. Mas ele me disse: Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios. Ouviram-no até essa palavra e, então, gritaram, dizendo: Tira tal homem da terra, porque não convém que ele viva!

A propósito, simplesmente porque as pessoas reagem com ódio para com seu testemunho ou rejeitam o seu testemunho não significa que você não fez um bom trabalho. Isso significa somente que você, assim como Paulo, atingiu o ponto em que mexeu com a vida das pessoas, confrontando seus pecados e preconceitos.

Em algum momento, amigos, compartilhar o evangelho alcança um veredito – você é um pecador, culpado diante de Deus e você precisa rogar a Cristo por perdão e purificação.

Continue nos versos 23 a 28.

Ora, estando eles gritando, arrojando de si as suas capas, atirando poeira para os ares, ordenou o comandante que Paulo fosse recolhido à fortaleza e que, sob açoite, fosse interrogado para saber por que motivo assim clamavam contra ele. Quando o estavam amarrando com correias, disse Paulo ao centurião presente: Ser-vos-á, porventura, lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado? Ouvindo isto, o centurião procurou o comandante e lhe disse: Que estás para fazer? Porque este homem é cidadão romano. Vindo o comandante, perguntou a Paulo: Dize-me: és tu romano? Ele disse: Sou. Respondeu-lhe o comandante: A mim me custou grande soma de dinheiro este título de cidadão. Disse Paulo: Pois eu o tenho por direito de nascimento.

Sabemos, pela história, que o imperador romano Cláudio e sua esposa surgiram com a ideia de que um escravo ou estrangeiro poderia adquirir a cidadania romano através de uma alta soma de dinheiro. E os benefícios disso para o indivíduo eram tremendos.

Nessa passagem, vemos que um cidadão romano tinha direito a um julgamento antes de sofrer qualquer punição. E Paulo deixa bastante claro que ele não economizou nenhum dinheiro para comprar sua cidadania romana, mas ele nasceu cidadão de Roma. O pai de Paulo, evidentemente, era romano.

Continue no verso 29.

Imediatamente, se afastaram os que estavam para o inquirir com açoites. O próprio comandante sentiu-se receoso quando soube que Paulo era romano, porque o mandara amarrar.

Aplicação: Dois Lembretes

Vamos aplicar esse texto com dois lembretes:

  • Primeiro, a responsabilidade de compartilhar o evangelho é nossa!
  • Segundo, a responsabilidade de salvar o indivíduo é de Deus!

Aqueles que enfatizam a soberania de Deus frequentemente se esquecem de nossa responsabilidade; e aqueles que enfatizam nossa reponsabilidade frequentemente se esquecem que é Deus quem salva. É Deus quem abre o coração; o milagre da salvação no coração de um pecador é obra da maravilhosa graça de nosso Deus.

Hoje, fazemos nada menos que uma família de crentes faz, se reunir para adorar o Deus de toda graça que nos liberta.

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 16/08/1998

© Copyright 1998 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

Add a Comment


Our financial partners make it possible for us to produce these lessons. Your support makes a difference.
CLICK HERE to give today.

Never miss a lesson. You can receive this broadcast in your email inbox each weekday.
SIGN UP and select your options.