Quando A Multidão de Conselheiros Está Errada!

Quando A Multidão de Conselheiros Está Errada!

by Stephen Davey

Quando A Multidão de Conselheiros
Está Errada!

Atos 21.1–14

 

Introdução

O autor de um livro que eu estava lendo recentemente fez a seguinte pergunta: “O que você faz quando precisa de conselhos? Quem você procura?” Talvez você tenha perguntas do tipo:

  • Será que aceito aquela proposta de emprego?
  • Será que devemos colocar nossos filhos naquela escola?
  • Pegamos nossa aposentadoria cedo?
  • Devemos nos mudar para outro lugar?
  • Que curso eu deveria fazer na universidade?
  • Será que digo sim para aquele pedido de casamento?

A maioria de nós, crentes, gostaria que Deus fizesse as coisas mais simples e nos desse respostas audíveis. Gostaríamos de ser os filhos de Israel num período em que Deus os instruía audivelmente por meio do líder que os direcionava. Ele fez isso, por exemplo, quando disse a Josué como derrotar Jericó e fazer aquelas muralhas ruírem.

Em nosso pensamento cheio de desejos, Deus diria algo mais ou menos assim: “Ouça bem, rapaz, isto é o que eu quero que você faça – quero que você vá até a casa de sua amada e marche ao redor da casa durante sete dias.”

“Isso mesmo, pode ir!”

“No sétimo dia, marche sete vezes ao redor da casa e, então, aperte a campainha, coloque-se de joelhos e pergunte. Os mecanismos de defesa dela irão sucumbir e ela se lançará em seus braços.”

“Excelente plano, Senhor. Muito obrigado!”

A verdade é, a vida não é tão fácil. Grandes decisões; encruzilhadas no caminho; escolhas que alteram o rumo de nossa vida – esses são momentos de provação que exigem paciência e oração, meditação e estudo da Palavra de Deus e, sim, bom conselhos de outros crentes.

No livro de Provérbios, capítulo 11, verso 14, lemos: na multidão de conselheiros há segurança.

Em geral, esse princípio é verdade. Mas, o que acontece quando todos os conselheiros ao seu redor estão errados? O que acontece quando todos estão mandando você numa direção que irá desviar você do rumo certo? Será que isso poderia acontecer com um crente? Sim!

Hoje, desejo conduzir você na nossa próxima parada no livro das “ações,” ou Atos. É uma parada meio surpreendente no meio do caminho, pois descobriremos que os amigos e conselheiros de Paulo estavam errados.

Enquanto estudarmos isso, aprenderemos algumas lições valiosas relacionadas não somente ao receber de conselhos bíblicos, mas também ao aconselhar biblicamente.

A Viagem a Trôade

Convido você a abrir sua Bíblia em Atos 21, versos 1 a 4a.

Depois de nos apartarmos, fizemo-nos à vela e, correndo em direitura, chegamos a Cós; no dia seguinte, a Rodes, e dali, a Pátara. Achando um navio que ia para a Fenícia, embarcamos nele, seguindo viagem.  Quando Chipre já estava à vista, deixando-a à esquerda, navegamos para a Síria e chegamos a Tiro; pois o navio devia ser descarregado ali. Encontrando os discípulos, permanecemos lá durante sete dias...

A palavra traduzida no verso 4 como “encontrando” os discípulos é “aneurisko” no grego, significando que eles encontraram os discípulos depois de os terem procurado. Os crentes não estavam esperando Paulo no cais do porto; eles precisaram ser encontrados.

O texto não nos informa como eles encontraram os discípulos. Imagino que eles os encontraram ao falarem sobre o Senhor ressurreto com as pessoas nas ruas. Eventualmente, eles encontraram uma pessoa que sabia o que e sobre quem eles estavam falando; essa pessoa, por sua vez, os conduziu ao corpo de crentes que adoravam juntos.

A propósito, você pode encontrar crentes basicamente em qualquer lugar, caso você esteja disposto a conversar sobre as coisas de Deus.

Eu descobri que a mulher que fazia a limpeza do meu quarto quando eu estava na Índia era crente. Eu e minha esposa descobrimos um casal crente que estava sentado ao nosso lado num trem na França. Alguns dias atrás, descobri que uma garçonete de Nairóbi era filha de pastor e conhecia o Senhor.

Barclay disse muito bem, quando escreveu: “Um dos grandes privilégios de pertencermos ao Senhor é o fato de termos amigos ao redor do mundo... amigos que você ainda não conheceu.”

Imagino Paulo e seus companheiros simplesmente conversando sobre o Senhor com as pessoas que eles iam se encontrando. Dessa maneira, eles descobriram onde os discípulos do Senhor ressurreto estavam se reunindo.

Em questão de dias, amizades profundas foram feitas. Na verdade, pule até o verso 5, o qual nos diz:

Passados aqueles dias, tendo-nos retirado, prosseguimos viagem, acompanhados por todos, cada um com sua mulher e filhos, até fora da cidade; ajoelhados na praia, oramos.

Eles ficaram tristes em ver Paulo partindo. Em uma das raras referências que Lucas faz a crianças, ele nos diz que famílias inteiras que faziam parte da igreja acompanharam Paulo até o porto. Que cena maravilhosa!

O conselho dos discípulos: “Não vá para Jerusalém!”

Entretanto, ao lermos o final do verso 4, descobrimos que nem tudo está em harmonia: e eles, movidos pelo Espírito, recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusalém.

Agora, no capítulo 19, verso 21, é-nos dito que Paulo decidiu em seu coração ir para Jerusalém. No capítulo 20, verso 24, Paulo descreve sua viagem a Jerusalém como um trabalho de ministério que ele recebera do Senhor Jesus.

Note, contudo, no verso 4b, que os discípulos estavam dizendo a Paulo, pelo Espírito, para ele não ir para Jerusalém. “Movidos pelo Espírito” seria uma expressão idiomática utilizada para se expressar algo que nós mesmos desejamos expressar. Seria a mesma coisa de você dizendo a Paulo: “Ouça, Paulo, o Espírito parece estar me dando a impressão de que você irá sofrer em Jerusalém e, portanto, você não deveria ir.”

Nesse caso, você teria entendido bem o princípio, mas errado na aplicação. O Espírito de Deus havia, de fato, predito perseguição, mas foi para preparar Paulo, e não para que Paulo evitasse as perseguições.

Note a última parte do verso 5 e o verso 6.

ajoelhados na praia, oramos.  E, despedindo-nos uns dos outros, então, embarcamos; e eles voltaram para casa.

A igreja inteira estava ajoelhada na praia orando por Paulo. Posso apenas imaginar algumas de suas orações. Eles devem ter orado: “Senhor, por favor, ajude nosso irmão a enxergar a luz. Senhor, abra os seus olhos. O Teu Espírito já nos deixou bem claro que Paulo está indo em direção a problemas; então, sabemos que ele não deve ir. Tivemos um voto unânime do corpo que não é para ele chegar perto de Jerusalém; mas, Senhor, ele não está nos ouvindo. Por favor, ajude esse teu servo insistente. Amém.”

Daí, Paulo embarca e vai embora. Sem dúvidas, ele está grato pela comunhão, mas provavelmente perturbado com o desacordo sobre sua perspectiva e fervor em alcançar Jerusalém com o evangelho.

O Conflito em Cesaréia

Agora, veja os versos 7 a 9 de Atos 21.

Quanto a nós, concluindo a viagem de Tiro, chegamos a Ptolemaida, onde saudamos os irmãos, passando um dia com eles. No dia seguinte, partimos e fomos para Cesaréia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.

Essas quatro filhas faziam parte do grupo que ainda possuía o dom de profecia que estava entrando em extinção – um dom que será substituído pela pregação e ensino da Palavra revelada. Na verdade, quando lemos as últimas cartas de Paulo às igrejas, notamos que ele nem mesmo menciona profetas e profetizas. Ao invés, ele se refere ao papel de pastor/mestre; o presbítero com o comunicador do registro apostólico que conhecemos como Novo Testamento.

Agora, no caso de você não ter notado, veja que o orgulhoso pai dessas moças solteiras é Filipe, o evangelista. Ele foi um dos primeiros diáconos da igreja, tendo sido eleito para servir na igreja de Jerusalém. Lemos sobre sua eleição em Atos 6. Lucas relembra seus leitores do passado de Filipe ao mencionar no verso 8: “...que era um dos sete;” isto é, um dos sete diáconos iniciais.

Você também pode se lembrar que Filipe serviu juntamente com Estêvão, o qual também foi um dos primeiros diáconos. Estêvão foi também o primeiro mártir da igreja. Na verdade, foi por ocasião da morte brutal de Estêvão que a igreja de Jerusalém se dispersou. Filipe deixou Jerusalém para ministrar na Samaria. Você se recorda quem estava presente e concordando e liderando a morte de Estêvão? Paulo, então conhecido como Saulo.

Eu digo tudo isso para você não perder nada desse encontro histórico no capítulo 21. Cerca de trinta anos depois de Paulo ter liderado o apedrejamento de Estêvão, ele é hospedado na casa dos melhores amigos de Estêvão. Essa é a primeira vez que eles se vêem após aquele dia trágico. Não conseguimos captar na inteireza o que se passa nessa cena da reunião de Paulo com Filipe. As últimas palavras do verso 8 são carregadas de significado: e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.

Nas entrelinhas, existe um volume de graça e misericórdia. Eles era antigos inimigos e houve resultados trágicos, assassinato, derramamento de sangue e vidas reviradas. Agora, ao nos aproximarmos dessa cena, vemos Filipe abraçando Paulo e o recebendo em sua casa. Podemos quase ouvir os cochichos das pessoas e ver suas lágrimas. Paulo é perdoado pelo amigo de Estêvão. Graça por meio da vida de Filipe disponibiliza o colchão receptivo de hospitalidade e amor fraternal.

A ilustração do profeta: “Os judeus irão cegá-lo!”

Continue nos versos 10 e 11.

Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo; e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios.

Uma vez mais, uma outra advertência do Senhor – uma advertência e não uma proibição do Senhor. É como se o Senhor estivesse dizendo a Paulo: “Paulo, não vá para Jerusalém, a não ser que você esteja disposto a sofrer pelo Meu nome.”

A igreja vota em unanimidade: “Não vá para Jerusalém!”

Note o verso 12.

Quando ouvimos estas palavras, tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo que não subisse a Jerusalém.

De novo digo, esse foi um conselho bem intencionado, mas foi um conselho que veio da natureza humana. Em outras palavras: “Paulo, pense no que vai ser bom para você. Paulo, com certeza, Deus não quer você preso. Paulo, pense em nós. Para onde iremos sem você??!!

Os companheiros pessoais de Paulo: “Não vá para Jerusalém!”

Você notou a confissão sutil de Lucas, o autor do livro, no verso 12? Olhe novamente;

Quando ouvimos estas palavras, tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo que não subisse a Jerusalém.

Que está incluído nesse “ouvimos”? Lucas e os companheiros de viagem de Paulo!  Agora, todos estão implorando para ele não ir, inclusive os homens que já deveriam saber que o desejo de Paulo de fazer a vontade de Deus ultrapassava qualquer desejo de autopreservação. Eles, de todas as pessoas, deveriam ter entendido a direção, fervor e perspectiva de Paulo!

A resposta e a reação de Paulo nos são reveladas nos versos 13 e 14.

Então, ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. Como, porém, não o persuadimos, conformados, dissemos: Faça-se a vontade do Senhor!

 

Dois princípios baseados na decisão de Paulo de continuar

Dois princípios emergem da decisão de Paulo de continuar.

  • Às vezes, Deus irá querer que você faça algo com o qual ninguém mais concordará e entenderá.

Agora, cuidado para não usar Paulo como exemplo para momentos em que você age em teimosia para fazer sua própria vontade. O ensino permanece – às vezes, a vontade de Deus é descoberta na opinião da minoria.

Eu nunca recebi alguém no meu escritório em busca de conselho que me tenha dito: “Sabe, pastor, das trinta pessoas com as quais conversei, você foi o único que me deu esse conselho. Por esse motivo, você deve estar certo.”

A verdade é, geralmente queremos saber a opinião da maioria; queremos apenas nadar com a correnteza.

Existe um provérbio dinamarquês que diz com verdade: “Aquele que constrói sua casa seguindo o conselho de todo mundo, acabará com uma casa torta.”

  • Seguir a vontade de Deus pode ser o oposto do prazer pessoal.

Às vezes, a vontade de Deus pode não ser aquilo que você quer. Não pense nem por um momento que Paulo queria se preso!

Por esse motivo, precisamos pedir para Deus mudar nossa vontade, de maneira que ela se conforme à vontade Dele. E, quando Deus muda nossa vontade, podemos dizer como o salmista disse no Salmo 37, verso 4: ele satisfará os desejos do seu coração.

Como você lida com os presentes que você recebe, mas que não queria muito? E como você lida com os presentes de Deus – o que chamamos de circunstâncias da vida?

Desejar e desfrutar o que Deus nos dá geralmente exige uma reconstrução radical de nossos desejos. Paulo reconheceu que a vontade de Deus não era sinônimo de conforto pessoal. E ele desejava a vontade de Deus mais do que qualquer outra coisa.

Aplicação: Para Aqueles Oferecendo Conselhos!

Sinceramente, todos nós gostaríamos de aplicar essa passagem nos identificando com Paulo, não é verdade? Ele perseverou em face às dificuldades, foi corajoso diante do perigo, inflexível diante de amigos que choraram e imploraram para que ele não seguisse seu fervor por Deus. Somos como Paulo, não é verdade?

Não, somos mais como os “daquele lugar,” mencionados no verso 12. Somos como os membros daquela igreja e os amigos de Filipe, aos quais essa expressão se refere.

Nós temos medo de nos identificar com as pessoas que estão dando o conselho, não é mesmo? Somos como aquele velho piedoso que costumava orar nos cultos de oração da sua igreja: “Oh, Senhor, usa-me – somente me use com a capacidade de aconselhar.”

Sinceramente, as pessoas não precisam nem pedir e já estamos prontos para dar nossa opinião sobre o assunto.

O grande teólogo Mark Twain colocou da seguinte forma: “Se estendêssemos as opiniões do homem de uma ponta a outra, iríamos notar que não existe ponta.”

Gostaria de fazer algumas aplicações a partir desse texto para considerarmos à medida que nos dispomos a usar nossa capacidade de aconselhar.

  • A primeira lição é: Não cite o nome de Deus para apoiar seu conselho.

Em outras palavras, não diga: “O Espírito de Deus me mandou te dizer...” ou, “Deus está incomodando o meu coração para dizer que você precisa fazer isso...”.

Esta passagem está repleta de pessoas que dizem que seu conselho é do Espírito Santo, mas estão todos errados.

Cuidado para não usar o nome do Senhor em vão.

  • A segunda lição é: Deus não irá revelar a vontade Dele para a vida de outra pessoa através de você.

Se isso assustou você, então você é a pessoa que precisa ouvir isso.

Deus pode usar você para complementar ou confirmar Sua vontade, mas nós acreditamos na doutrina maravilhosa chamada sacerdócio individual do crente. Essa é uma das doutrinas maravilhosas da Reforma Protestante. Você não precisa de alguém entre você e Deus.

O Espírito de Deus testemunha diretamente com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Romanos 8.16).

Cristo habita em seu coração (Efésios 3.17), resultando, dentre muitas outras coisas, em que você pode ter sabedoria (Efésios 1.17).

  • A terceira lição é: Seu conselho não substitui a luta que a outra pessoa está passando em ter que tomar uma decisão.

A verdade é que preferimos buscar a opinião de todos os nossos amigos ao invés de lutarmos em oração diante de Deus. Daí, a fim de encontrar um atalho em meio à luta para se descobrir a resposta do Senhor para um problema complicado, temos a tendência de irmos de conselheiro a conselheiro e de amigo a amigo. Consequentemente, quando alguém vem até você em busca de conselho, seja cauteloso e encoraje a pessoa a lutar em meio ao problema; a orar intensamente sobre o assunto; a buscar a face de Deus; a agonizar sobre o problema.

Somente um conselheiro orgulhoso ousaria sugerir que a pessoa coloque de lado a luta da oração e apenas siga seu conselho.

  • A quarta lição é: Seu conselho precisa ser fundamentado nas Escrituras e não na experiência pessoal.

J. Grant Howard Jr. Escreveu vinte e cinco anos atrás em seu livro Conhecendo e Fazendo a Vontade de Deus!:

Quando damos conselho orientado para a Palavra, ele será instrutivo. Quando damos conselhos baseados na experiência, pode não ser nada mais que uma mera opinião. Nossas atitudes pessoais, opiniões e preconceitos precisam ser sempre baseado na Palavra antes de os prescrevermos a outros como o remédio ideal.2

  • A quinta lição é: Antes de oferecer conselho, ouça atentamente.

Sinceramente, se eles tivessem apenas ouvido o coração de Paulo, seu fervor e compromisso, eles teriam sido melhores companheiros.

Você pode dizer: “Bom, para Paulo, isso não era nada demais. E daí que as pessoas imploraram para ele ficar?”

Bom, se você notar no texto, verá novamente, no verso 13, que Paulo diz: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração?

A palavra para “quebrantando” é a palavra grega “sunthrupto.” Ela poderia ser traduzida, “esmagar; despedaçar.” A palavra se refere à prática primitiva de lavar roupas batendo-as contra as pedras. Paulo está literalmente dizendo: “Por que vocês estão espancando o meu coração? Por que estão esmagando o meu coração com tristeza?”

Paulo estava em profunda dor por causa da resposta de seus amigos e companheiros. Ele pergunta: “Por que vocês estão despedaçando o meu coração?”

Você sabe o que isso significa? Significa que, quando Paulo foi para Jerusalém, apesar de ele não ter viajado sozinho, ele esteve sozinho num outro sentido da palavra. Ele foi privado do encorajamento e apoio de seus amigos; ele não pôde sentir a confiança de ter pessoas lhe apoiando, orando por seu ministério em Jerusalém. Ao contrário, ele foi virtualmente sozinho, com seu espírito e coração pesados porque ninguém o entendia.

Ninguém veio até Paulo e disse: “Ouça, Paulo, quero que você saiba que eu estou com você. Entendo o seu compromisso com Cristo. Entendo sua disposição para sofrer. Eu creio que você está fazendo a coisa certa. Só quero que você saiba que, quando você entrar na prova severa de Jerusalém, eu estarei aqui levantando você diante do Pai em amor e oração.”

O que fez Paulo perseverar? Seu próprio comprometimento e fervor evidentes nas palavras ditas anteriormente aos presbíteros de Éfeso. Veja o capítulo 20, versos 22 a 24.

E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.

Paulo disse: “Por isso que estou sozinho; por isso que, em face à discórdia que enfrento nos meus amigos e companheiros da igreja, eu continuo. É pela causa da igreja e da glória de Deus.”

Que seja da vontade de Deus termos hoje mais pessoas resolutas como Paulo em sua fé; tão confiantes em seu Senhor soberano; tão comprometidas em seu testemunho de fé para ver o fim.

Portanto, lembre-se de Paulo da próxima vez que for pedir conselho e lembre-se de Paulo da próxima vez que você for dar conselho a alguém.

 

 

_____________________________

1 Charles Swindoll, “The Strength of an Exacting Passion,” Insight for Living, p. 63.

2 Ibid., p. 69.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 02/08/1998

© Copyright 1998 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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