
O Último Pentecostes
O Último Pentecostes
Atos 2.1–12
Introdução
Mais de três milhões de pessoas amontoavam as ruas e vielas de Jerusalém. A lei judaica exigia que todos os homens que moravam em um raio de cerca de 30 km de Jerusalém comparecessem. Era proibido trabalhar durante esse feriado nacional; todos os estabelecimentos eram fechados. Muitos judeus viajavam de terras distantes para celebrar a Páscoa e o Pentecostes em Jerusalém.
Nossa narrativa de Atos se encontra nesse contexto. O feriadão está perto de terminar. Dentro de alguns dias, haverá um grande êxodo da cidade, uma vez que centenas de milhares de peregrinos começarão a retornar para suas casas.
O que eles não sabem é que, no plano de Deus, este será o último Pentecostes. O despertar de uma nova dispensação está a poucas horas de começar, o momento quando a terceira pessoa da Triunidade fará sua descida do trono celestial. Atos capítulo 2 é a história dessa descida.
O Último Pentecostes
A fim de entrarmos no cenário desse dia incrível e apreciar o seu significado, primeiro precisamos entender um pouco o pano de fundo histórico.
- Primeiro, o último Pentecostes foi resultado de uma promessa de Cristo.
Talvez você se recorde de que Jesus prometeu que enviaria o Espírito. Abra sua Bíblia em Atos 1, verso 5: mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
Veja também o verso 8a: Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas.
Precisamos entender bem a mudança de ministério do Espírito Santo aqui.
- No Antigo Testamento, o ministério do Espírito na vida das pessoas foi temporário. Por exemplo, ele veio sobre Saul e depois deixou Saul (1 Samuel 10 e 16);
- No Novo Testamento, o ministério do Espírito na vida do crente é permanente: e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja sempre convosco (João 14.16);
- No Antigo Testamento, a presença do Espírito era referida como uma unção para cumprir uma tarefa específica. Sansão é um exemplo de que o Espírito o capacitou e depois o abandonou (Juízes 13 e 16). Davi orou no Salmo 51.11: não retires de mim o teu Espírito. Essa não é a oração de um crente do Novo Testamento, mas de um crente do Antigo Testamento que temia que Deus retiraria dele o Espírito que o permitia realizar suas responsabilidades de rei.
- No Novo Testamento, o Espírito Santo não unge temporariamente, mas habita permanentemente. Jesus prometeu aos seus discípulos em João 14.17 que o Espírito estaria com eles e dentro deles.
O Espírito havia estado com os discípulos e no futuro habitaria dentro dos discípulos.
Vamos fazer algumas aplicações teológicas para hoje concernente ao Espírito Santo.
- A primeira aplicação teológica é que o batismo no Espírito Santo não é uma bênção futura para crentes fiéis.
Paulo escreveu para a igreja mais carnal e dividida do século primeiro—a igreja de Corinto—em 1 Coríntios 12, verso 13a: Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo.
Veja que o verbo está no passado. No momento da sua conversão, você, crente, recebeu o Espírito Santo; você não teve que esperar para que ele viesse depois.
Gosto do que o autor Tony Evans disse a esse respeito.
Deus não tem templos batizados “pela metade,” nem ele batiza à prestação. Não é como se você desse uma entrada e um pagamento inicial, pagasse todo mês e, no final, depois de certo tempo de crente, recebesse o batismo para desfrutar de um bom negócio. Não. Tudo o que você tinha para receber da pessoa do Espírito como um crente, já recebeu no momento que Jesus o batizou dentro do corpo de Cristo no momento da salvação. Portanto, a questão na vida cristã não é: “Quanto do Espírito você possui?” mas: “Quanto de você o Espírito Santo possui?”
- A segunda aplicação teológica é que o batismo no Espírito Santo não é um privilégio especial para pessoas super-espirituais.
Na verdade, de acordo com Romanos 8.9, se você não possui o Espírito habitando em seu interior, então não faz parte do corpo de Cristo. Qualquer um que diz: “Você ainda não foi batizado pelo Espírito Santo,” está dizendo que você não é crente.
O Espírito Santo não é um bônus para a elite espiritual.
Eu digo aos meus filhos: “Ouçam bem: se vocês se comportarem bem com sua mãe hoje, fizerem suas tarefas de casa e tratarem um ao outro civilizadamente, quando eu voltar para casa, levo todo mundo para tomar sorvete depois do jantar.”
Os especialistas em criação de filhos dizem que não devemos subornar os filhos desse jeito. Mas eu não estou subornando, só estou dizendo: “Se se comportarem bem, vai ter sorvete; se não, vai todo mundo direto para a cama.” Esses especialistas têm que descobrir o poder do sorvete!
Felizmente, Deus não faz isso com o Espírito Santo. Ele não diz: “Se você fizer orações demoradas e longas, se chorar, se for realmente bonzinho, darei um gostinho do Espírito Santo.”
Nunca vemos uma ordem na Bíblia dizendo que eu e você devemos buscar o batismo do Espírito ou orar pelo batismo do Espírito. Não. O batismo no Espírito é uma experiência única na vida de cada crente. Deus, usando o Espírito Santo, insere o novo convertido no corpo de Cristo.
Paulo escreveu para Tito em Tito 3, versos 5 e 6:
Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Não somos merecedores do Espírito Santo, assim como não merecemos Jesus também. Recebemos a Cristo não por mérito de nossas obras; da mesma maneira, recebemos o Espírito não como mérito por nossas obras. Ambos são recebidos por meio da salvação.
Portanto, não oramos para que o Espírito Santo desça sobre nós, caia sobre nós ou desça do céu com poder. Ele está bem aqui do nosso lado estralando seus dedos, dizendo: “Com licença... Faz cerca de dois mil anos que eu já desci. Por onde você tem andado?”
Todo aquele que recebeu Cristo como seu Salvador pessoal, recebeu também o batismo—isto é, foi habitado e selado pelo Espírito Santo.
Agora, existe mais uma coisa que eu quero que você entenda sobre o último Pentecostes.
- Segundo, o último Pentecostes foi o cumprimento da cronologia de festas judaicas.
É necessário entendermos bem o significado das festas e da cronologia judaicas.
Jesus Cristo foi levado como um cordeiro para morrer e libertar homens e mulheres da escravidão do pecado. Isso ocorreu ao mesmo tempo que Israel celebrava a Páscoa. Durante a Páscoa, eles comiam os cordeiros como uma recordação da libertação do Egito.
Paulo declarou em 1 Coríntios 5, verso 7b: Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.
Era durante a Festa das Primícias que a nação celebrava as primeiras colheitas. O sacerdote depositava um feixe de grãos diante do Senhor simbolizando a semente que morreu para dar fruto. Eles dedicavam os primeiros frutos de suas colheitas ao Senhor como celebração à vida. Foi durante a Festa das Primícias que Jesus Cristo foi levantado dos mortos. Paulo se referiu a isso em 1 Coríntios 15, verso 20, quando escreveu:
Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.
Não pense que a crucificação, sepultamento e ressurreição de Jesus apenas coincidiram com as festas judaicas. Os eventos da vida de Jesus foram cumprimento da simbologia daquelas festas.
É impossível não ficar sensibilizado ao pensar naquela cena histórica de Jesus entrando em Jerusalém montado no jumento, ao mesmo tempo que os pastores do templo conduziam suas ovelhas para a cidade a fim de serem sacrificadas.
O historiador judeu do século primeiro Flávio Josefo escreveu que cerca de 256 mil cordeiros eram sacrificados numa celebração da Páscoa. Podemos imaginar as ovelhas e cordeirinhos enchendo as ruas da cidade enquanto o Cordeiro de Deus, que também tinha entrado na cidade, chega. Aqui vem ele, o último sacrifício, o cumprimento da Páscoa, cercado por milhares de cordeiros sacrificiais.
E, cinquenta dias depois da Festa das Primícias, lemos nas Escrituras em Atos 2, verso 1: Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.
O povo de Israel também já celebrava o Pentecostes há vários séculos. Pentecostes literalmente significa “quinquagésimo.” A festa acontecia cinquenta dias após a Festa das Primícias. Uma das funções primárias da Festa de Pentecostes era celebrar o momento em que Deus deu a Lei ao seu povo. No Antigo Testamento, lemos que houve barulho e terremotos quando Moisés desceu do Monte Sinai. E também houve fogo e fumaça quando Deus sobrenaturalmente escreveu a lei sobre as tábuas de pedra.
Agora, no último Pentecostes, existe um barulho como de vento poderoso; e há fogo também. Deus está sobrenaturalmente comunicando a mensagem da graça por meio dos lábios dos apóstolos.
No primeiro Pentecostes, no Monte Sinai, Deus deu sua santa lei. E a lei gerou uma consciência nacional. No último Pentecostes, Deus concede o seu Santo Espírito. E o Espírito irá gerar uma igreja internacional.
Orar pedindo que o Pentecostes ocorra novamente é ignorar o simples fato de que ele foi um evento histórico, profetizado séculos antes e de caráter não-repetitivo. Não podemos reproduzir o Pentecostes, da mesma forma que não podemos repetir os eventos de Belém e do Calvário.
Orar pedindo novamente pelo Pentecostes é como orar pedindo que o Brasil se torne independente de Portugal. Já aconteceu. Ninguém hoje ora pedindo esse tipo de revolução. A independência já aconteceu e todo brasileiro desfruta dos benefícios da liberdade e independência por causa dos contínuos efeitos dos eventos em torno do Rio Ipiranga. Os brasileiros daquela época esperavam pela independência, mas nós já nascemos independentes.
Da mesma forma, os apóstolos esperaram o Espírito Santo descer, habitar neles e batizá-los dentro do corpo de Cristo—a igreja. Nós, logo que nascemos de novo pela fé em Jesus Cristo, somos imediatamente habitados pelo Espírito e batizados dentro do corpo de Cristo. Nosso benefício é imediato.
E nós, como crentes, recebemos o Espírito, a terceira Pessoa da Trindade, por completo e de uma só vez.
- O último Pentecostes marcou a criação da igreja do Novo Testamento.
Paulo diz: “Acordem! Vocês ainda não entenderam que o seu corpo é templo do Espírito Santo, o qual herdaram de Deus? Vocês não pertencem mais a si mesmos, mas são santuários de Deus.”
Reunimo-nos coletivamente formando a ekklēsia, ou a igreja local do Novo Testamento, a qual é um corpo que se movimenta, trabalha e serve. Falaremos mais disso depois, mas, agora, basta dizer que a vinda do Espírito criou um novo templo para o santo Deus e um novo organismo chamado igreja.
Três acontecimentos na ocasião da descida do Espírito Santo
Vamos agora continuar no texto de Atos 2 e ver a descida do Espírito Santo. Três coisas aconteceram na ocasião da sua descida.
- Primeiro, algo audível ocorreu quando o Espírito Santo desceu.
Veja Atos 2, versos 1 e 2:
Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados.
Precisamos entender que nenhum “vento” soprou de fato. Veja o verso 2 novamente: de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso.
Entenda bem que nenhum vento poderoso veio e rasgou as roupas deles; foi um barulho, um som parecido com o som de um vento forte, talvez algo como o som de um trem passando rapidamente sobre os trilhos. Isso foi algo audível que aconteceu quando o Espírito desceu.
- Segundo, algo visível ocorreu quando o Espírito Santo desceu.
Veja o verso 3:
E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles.
Veja que também aqui não se trata de um fogo literal, mas algo que apenas tem a aparência de fogo. Essa foi a forma que eles encontraram para descrever o que viram. Em Apocalipse, João escreve: “Vi algo como...”. Ele estava tentando descrever em seu idioma algo inexprimível.
E esse também foi um evento difícil de descrever. De repente, um barulho começa a soar na sala e, talvez pelas paredes ou pelo teto, vem algo parecido como uma chama de fogo. Daí, ele se divide e vai para cada indivíduo na sala e repousa sobre cada um deles individualmente.
Nenhuma referência posterior é feita a essa aparição semelhante a fogo. Esse foi, evidentemente, o batismo no Espírito Santo. Para os judeus, o fogo sempre foi um símbolo da presença de Deus.
- Terceiro, algo verbal ocorreu quando o Espírito Santo desceu.
Veja Atos 2.4. E, a propósito, para os neopentecostais e carismáticos que dizem ter experiências pentecostais, deixe-me lhes lembrar de que isso aqui foi muito mais do que simplesmente falar um idioma que eles nunca haviam aprendido. O acontecido também incluiu algo audível e visível. Talvez poderíamos testar suas declarações do Espírito. Veja o verso 4:
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
A palavra língua é o termo grego glōssa, do qual derivamos nossa palavra “glossário.” Depois, no verso 6, há uma mudança na palavra, de glōssa para dialektos, da qual derivamos nossa palavra “dialeto.”
Esse era um idioma real consistindo não de balbuciado de sons sem nexo. Esse era um idioma assim como o nosso, composto de vocabulário e gramática organizados.
Então, quando o Espírito Santo desceu, algo audível ocorreu, algo visível ocorreu e algo verbal ocorreu. Isso nos conduz a outro ponto crítico sobre o Pentecostes.
- Quarto, o último Pentecostes foi o cumprimento de uma profecia do Antigo Testamento.
Abra sua Bíblia em Isaías 28, versos 11 e 12:
Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o SENHOR a este povo, ao qual ele disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir.
Essa passagem foi cumprida com o exílio babilônico, mas o apóstolo Paulo a cita para se referir ao fenômeno das línguas em 1 Coríntios 14, verso 21. Paulo lembra seus ouvintes de que as línguas eram um sinal para a nação judaica incrédula que havia, de fato, rejeitado o verdadeiro Messias.
Quando Pedro e os demais se colocaram de pé e proclamaram as verdades de Deus sobre Jesus Cristo em línguas estrangeiras, cada rabino que guardava Isaías em seu coração—cada líder religioso que conhecia o roo de Isaías, o grande profeta—deve ter se estremecido com o seguinte pensamento: “Será que este é o sinal de que nós crucificamos o homem errado, o Deus-Homem?”
Paulo esclarece todas as dúvidas ao escrever em 1 Coríntios 14: “Sim, as línguas foram um sinal para a nação judaica incrédula que rejeitou o verdadeiro Messias!”
Vamos voltar agora para Atos 2 e ver como os judeus reagiram a esse evento. Ao lermos a reação deles, minha pergunta para você é: Você se identifica com a reação deles? Como tem reagido hoje à descida do Espírito Santo e ao início da dispensação da graça?
Veja os versos 5 e 6:
Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua.
Evidentemente, esse som não se limitou à sala onde os apóstolos estavam. Pelo que sabemos, deve ter enchido toda a Jerusalém. Quando todos ouviram, ficaram perplexos, desnorteados, e foram ver do que se tratava.
Veja o verso 7 para descobrir o que aconteceu:
Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando?
Três reações da multidão
Deixe-me fornecer a você três reações do povo ao evento em destaque.
- A primeira reação é perplexidade.
Como eu gostaria de poder ter visto essa cena! O povo estava maravilhado porque os apóstolos eram galileus iletrados. Todos ficaram se perguntando: “Como esses galileus iletrados estão falando outro idioma com fluência desse jeito?” Veja o verso 8: E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?
A lista de idiomas que os apóstolos estavam falando agora era impressionante. Veja a lista nos versos 9 a 11:
Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?
Imagine isso! Os idiomas que eles estavam falando incluía vários dialetos, desde africanos até italianos.
- Houve também grande confusão entre o povo.
Veja o verso 12: Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? Em outras palavras: “O que é isso que está acontecendo aqui?”
- Houve perplexidade, confusão e, terceiro, houve ridicularização e rejeição
Veja o verso 13: Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!
O que esses homens estão dizendo? Estão dizendo que o templo está cheio de bêbados! Contudo, desde quando homens bêbados falam fluentemente outros idiomas?
Lembro-me de um homem chamado Bob Ingersoll que viveu no século dezenove. Naquela época, as pessoas não diziam nada contra Deus, pelo menos não em público! Ingersoll juntava uma multidão, subia num palco com seu cronômetro e dizia: “Se Deus existe, que eu caia morto dentro de trinta segundos!” Com todo o drama que fazia, ele segurava seu cronômetro no ar e fazia a contagem regressiva. O povo dava suspiros; senhoras desmaiavam; outros diziam: “Ele vai morrer!” E Ingersoll só contava: “Cinco, quatro, três, dois, um. Ainda estou vivo! Estão vendo? Eu disse para Deus me matar, mas ele não fez nada. Ele não existe!”
Dede quando Deus tem que obedecer às demandas tolas de um pecador?
Existem hoje céticos que olham para nós e para as coisas que Deus tem feito em nossas vidas. E eles não podem explicar nada; sabem que fomos transformados, que somos pessoas diferentes. Daí, quando não conseguem dar nenhuma razão tangível, ficam perplexos, confusos ou ridicularizam e rejeitam a evidência.
Aplicação
Deixe-me fazer duas perguntas que emergem desses eventos passados.
- Você tem o Espírito Santo por completo?
Em outras palavras, você já nasceu de novo? Se sim, então, no momento de sua conversão, você foi, pela graça de Deus em Cristo, batizado pelo Espírito Santo dentro do corpo de Cristo. Se é um crente em Cristo Jesus, você recebeu o Espírito Santo por completo.
- O Espírito Santo tem você por completo?
Meu amigo, você não recebeu a Pessoa do Espírito Santo para simplesmente ter alguma experiência sobrenatural. Você o recebeu para ser o seu Consolador. E você o tem como Consolador para que obedeça à liderança do Deus vivo.
Gosto muito da história que de fato aconteceu numa turma de crianças de quinta série durante Escola Dominical. No início da aula, elas tinham que recitar o Credo Apostólico. Cada criança tinha uma linha do Credo para aprender em cada aula e cada uma contribuía com uma linha, até que o Credo fosse todo recitado pela turma. A professora tinha esperança de que absorveriam não somente sua própria frase, mas também as das demais crianças.
Tudo estava dando certo, até um domingo depois de quatro meses, quando a turma começou a recitar o Credo. A primeiro menina, como de costume, recitou sua linha perfeitamente: “Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra.” A segunda criança, um menino, levantou-se e disse sua sentença: “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor.” Daí, o silêncio tomou conta da sala. De repente, uma menina que detectou o problema se levantou e disse: “Desculpa, professora, mas o menino que crê no Espírito Santo faltou hoje.”
Fico me perguntando: será que esse é também o nosso problema? Será que realmente cremos no pensamento de que o Espírito Santo desceu no último Pentecoste,; que o cumprimento daquela festa do Antigo Testamento de fato já veio e que ele realmente habita dentro de cada crente permanentemente? Realmente acreditamos nisso?
Se sim, então a maneira como falamos e vivemos, a maneira como vestimos o templo do Espírito de Deus, o lugares para os quais o levamos; e as atividades que fazemos com ele dentro de nós respondem se realmente cremos que ele desceu e entrou em nós.
Toda vez que você diz: “Creio no Espírito Santo,” ou: “Creio que Atos 2 realmente foi um fato histórico,” você está dizendo: “Creio que Deus está comprometido a me transformar, me moldar e me capacitar para que eu me coloque de pé como testemunha perante o júri deste mundo.” E, no processo, Deus tem o ardente desejo de nos conformar à imagem de seu único Filho.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 13/10/1996
© Copyright 1996 Stephen Davey
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