
Quatro Hábitos de Crentes Altamente Eficazes
Quatro Hábitos de Crentes Altamente Eficazes
Atos 20.17–27
Introdução
Antes de começarmos nosso estudo de hoje, quero contar algo interessante que aconteceu. O estacionamento de nossa igreja sempre fica lotado aos domingos pela manhã. E isso, na verdade, serve de testemunho para a cidade de que algo está realmente acontecendo aqui. Mas, enfim, um irmão de minha igreja me contou sobre um colega seu do trabalho que não pôde ir à igreja num domingo de manhã porque estava escalado para trabalhar.
Ele estava se sentindo meio culpado por ter que trabalhar num domingo de manhã e, além disso, em seu caminho para o trabalho, ele passaria bem em frente à nossa igreja. Ele olhou para o seu relógio e pensou: “Ah, não, vou ficar preso no trânsito de novo!”
Mas, ele não sabia, contudo, que o nosso culto naquele domingo seria ao ar livre no local onde iríamos construir o templo. Montamos o palco na grama e fizemos o culto ao ar livre.
E esse homem passa pela nossa igreja e vê o estacionamento da igreja vazio, somente com três carros. Ele imediatamente pensou: “Ah, não, foi o arrebatamento!” O lugar estava vazio e ele pensou: “Fui deixado para trás!”
Bom, a moral da história é que, quer seja um trânsito congestionado ou um estacionamento vazio, você ficaria surpreso ao saber que tipo de mensagem nós, a igreja, transmitimos para as pessoas que passam dirigindo.
Vendo o Passado
A mensagem do apóstolo Paulo foi claramente transmitida à cidade de Éfeso. Por quase três anos, ele serviu nessa cidade, estabelecendo a igreja e desenvolvendo líderes.
Agora, em Atos 20, Paulo começa a se despedir dos amados anciãos da igreja. E é uma longa despedida. Na verdade, essa é a única vez que Lucas registra uma mensagem de Paulo para crentes como nós. Nenhum outro sermão é registrado a não ser esse. E, por esse motivo, esse estudo se torna bastante interessante.
Sua mensagem para os crentes, a saber, os líderes da igreja, é um dos momentos mais transparentes e emocionantes na vida de Paulo registrado no Novo Testamento. Se você pensa que um homem maduro é aquele que nunca derrama uma lágrima, então você não está preparado para o que irá aprender. Se você pensa que um homem de verdade nunca deve se emocionar ou mostrar sensibilidade ou afeição por outras pessoas, então você não está pronto para conhecer Paulo.
Se você pensa que um crente maduro é alguém que se move de forma intocável na vida, nunca perturbado ou preocupado com problemas ou pessoas, então você ainda não experimentou a vida como o apóstolo Paulo. Em sua primeira carta aos coríntios, Paulo escreveu no capítulo 4, verso 16: Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.
Literalmente, ele diz: “Imitem a minha vida!”
Além disso, se você pensa que o crente maduro é aquele que sempre sabe o que Deus está fazendo em sua vida, alguém sempre confiante no que Deus tem reservado para ele e por que Deus está realizando certa coisa em sua vida, então você não está pronto para ouvir a mensagem de Paulo.
O que Paulo fornece para nós nessa longa despedida é uma exposição da vida cristã, o caráter do Cristianismo e o que o Cristianismo é e como ele soa.
Quatro elementos de um Cristianismo eficaz
Hoje veremos alguns versos dessa longa despedida de Paulo e, à medida que estudarmos esses versos, retirarei deles quatro elementos de um Cristianismo eficaz. Com isso eu quero dizer um Cristianismo que realmente se parece com Cristo. Portanto, vamos ao livro da “ação,” o livro de Atos, no capítulo 20.
Veja o verso 17: De Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja
Em nosso próximo estudo, iremos lidar com o desafio e a responsabilidade que Paulo dá aos anciãos ou “presbuteroi.” Esses são os líderes e administradores da igreja que devem advertir o corpo a respeito de falsos mestres que enganarão o corpo. É dever deles proteger o rebanho do que Paulo chama no verso 29, lobos selvagens que procuram destruir o rebanho.
A propósito, nessa passagem descobrimos a agenda de Satanás, o inimigo da verdadeira igreja. Ele reveza em suas tentativas de destruir a igreja e, quando ele não consegue destruir, ele engana. Aqueles que ele não consegue enganar, ele procura destruir... e assim por diante. Falaremos sobre isso mais detalhadamente depois.
Veja o verso 18.
E, quando se encontraram com ele, disse-lhes: Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,
Em outras palavras, “Vocês, anciãos, tiveram a oportunidade de me observar cuidadosamente por uns três anos.”
Essa é uma outra maneira de dizer: “Se alguém conhece o verdadeiro Paulo e como Paulo opera e o que move Paulo e perturba Paulo, esse alguém são vocês, anciãos.”
Então, o que os anciãos observaram? Continue nos versos 19 a 21.
servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram, jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
Esse é o final da sentença – uma das sentenças longas e típicas do apóstolo Paulo. essa sentença é um resumo do passado de Paulo. Ele diz: “Vocês têm me observado durante três anos servindo ao Senhor.”
A palavra “servindo” poderia ser traduzida como um substantivo, significando, “escravo do Senhor.” Essa é uma das descrições prediletas da sua vida. Ele se considerava um escravo de Cristo, ou “doulos,” no grego, significando, “servo comprometido.” Isso se referia a alguém que geralmente se apegava voluntariamente a uma família para sevi-la pelo resto de sua vida, abrindo mão de possuir ou ter algo além daquilo que seu mestre lhe desse. Essa era a maneira como Paulo se enxergava – como um servo comprometido apegado à família de Deus.
Paulo escreveu em:
- Romanos 1.1a – “Paulo, servo de Jesus Cristo...”
- Gálatas 1.10b – “...servo de Cristo.”
- Filipenses 1.1a – “Paulo... servos de Jesus Cristo...”
Mas, como Paulo se comportava como servo de Cristo? Ele se portava de pelo menos três maneiras.
- O primeiro elemento de um Cristianismo eficaz é uma perspectiva estável.
Primeiramente, Paulo diz, “Servindo ao Senhor com toda humidade.”
Espere um pouco! Isso parece ser algo arrogante de se dizer – “Vocês me viram como servi ao Senhor com toda humildade.”
Mas essa declaração não prova que Paulo é orgulhoso? Como uma pessoa pode dizer que serve a Cristo com toda humildade e não estar se promovendo ao mesmo tempo?
A palavra “humildade” é uma palavra composta. Na verdade, “humildade” é uma palavra tão longa que nem vou pronunciar para não ferir meu orgulho. Ela é composta por quinze letras. Ela significa reconhecer sua fraqueza pessoal por um lado; por outro lado, reconhecer o poder de Deus.
Essa é a verdadeira humildade – um reconhecimento de que o que Jesus Cristo disse a nosso respeito é verdade. Jesus disse, como registrado em João 15, verso 5a: sem mim, nada podeis fazer.
Nossa necessidade de Jesus Cristo não é parcial, mas total. Nossa necessidade de Sua força não é intermitente, mas permanente. Verdadeira humildade bíblica não é nada mais e nada menos que reconhecer quão necessitados somos e quão grande Deus é.
Paulo diz: “Eu servi ao Senhor com o entendimento completo de que eu era totalmente dependente da Sua força para um ministério eficaz.”
Portanto, o primeiro elemento de um Cristianismo eficaz é uma perspectiva estável.
A propósito, a pessoa que sai por aí dizendo: “Ah, eu não sou nada; não consigo fazer isso ou aquilo; não sou capaz de ensinar aquela lição ou servir ao Senhor naquela área; não sou nada,” essa não é uma pessoa humilde. Ela é, na verdade, uma pessoa muito orgulhosa que busca suporte em outras pessoas em sua fome por elogios.
- O segundo elemento de um Cristianismo eficaz é um espírito sensível.
Paulo diz que ele serve ao Senhor como um escravo na próxima expressão surpreendente no verso 19a: servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas.
Paulo caracterizou seu ministério em Éfeso como um ministério de emoções, resultando em lágrimas. O que fez do grande apóstolo o grande defensor do choro soberano de Deus?
Outros versos fornecem mais luz no assunto e revelam que Paulo ficava profundamente comovido com três coisas.
- Paulo chorava pelos perdidos descrentes.
Romanos 9, versos 2 e 3, registra que Paulo tinha “grande tristeza e incessante dor no coração.” Por que? Porque, como ele mesmo escreveu no verso 3a:
porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne.
Imagine – ele sentia tanta dor e tristeza pela sua nação judaica perdida que ele estava disposto a trocar seu lugar pela eternidade dos judeus no inferno. E ele derramou lágrimas de tristeza por causa de suas almas.
- Paulo chorava pelos crentes rebeldes em pecado.
Em 2 Coríntios 2, verso 4, Paulo escreveu:
Porque, no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que ficásseis entristecidos, mas para que conhecêsseis o amor que vos consagro em grande medida.
- Paulo chorava por causa da vulnerabilidade da igreja diante dos inimigos do evangelho.
Em Atos 20, versos 29 a 31, que veremos depois mais detalhadamente, Paulo disse:
Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um.
Paulo investiu sua própria alma na igreja, banhando seus ensinos com lágrimas.
Você já alguma vez chorou por causa da igreja?
A fim de viver o Cristianismo com eficácia, eu e você devemos ser estáveis em nossa perspectiva e, ao mesmo tempo, sensíveis em nosso espírito.
- Terceiro, devemos ser abnegados em nossa perseverança.
Veja novamente o verso 19 de Atos 20.
servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram,
O mesmo grupo de pessoas por quem Paulo estava chorando e disposto a trocar sua segurança pela destruição deles, agora tentam matá-lo.
Paulo resumiu, numa passagem quase inacreditável, suas tribulações. Em 2 Coríntios 11, versos 23b a 28, ele relaciona as coisas que ele teve que suportar.
Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas.
Paulo, com certeza, Deus não permitira todo esse sofrimento; com certeza, Ele não deixaria você passar por tudo isso... Mas Ele deixou.
Como que Paulo não somente sobreviveu, mas também perseverou em total renúncia e abnegação? Da mesma forma que James Calvert, um jovem missionário prisioneiro, perseverou. Ele e sua equipe foram ministrar entre o grupo de canibais das Ilhas Figi. Enquanto a caminho, o capitão do navio tentou dissuadi-lo, finalmente clamando em desespero: “Filho, você vai perder a sua vida e a vida daqueles que forem com você para lá.”
James replicou: “Já perdemos nossas vindas antes de virmos.”
Morremos antes de virmos!
- Perseverança abnegada nos conduz ao elemento final na eficácia do Cristianismo, que á o ministério constante.
Paulo continua dizendo nos versos 20 e 21 de Atos 20:
jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
Note o verso 27: porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus.
Ou seja, havia motivo para guardar alguma verdade porque, às vezes, a verdade pode não somente ser dolorosa de ouvir, mas também dolorosa de anunciar. Entretanto, Paulo diz: “Eu não segurei nenhum golpe.”
Na verdade:
- A despeito de qualquer desconforto pessoal, Paulo anunciou todo o desígnio de Deus; a verdade que exigia arrependimento do pecado e fé em Jesus Cristo; a verdade que, se tornar um cristão, significa mudança radical de dono. Antes, pertencíamos a nós mesmos – nossos desejos, planos, vontade; agora somos escravos de Cristo – para fazer a Sua vontade e cumprir os Seus planos.
- Paulo não somente permaneceu constante no ministério a despeito de desconfortos pessoais, mas apesar da cultura discriminadora. O verso 21 nos diz que Paulo anunciou a verdade para judeus e gentios. Isso foi contra a cultura do Judaísmo de seus dias, uma cultura que considerava os gentios uma povo corrupto e pervertido.
Mas, esse não é o caso dentro da igreja; o chão é plano para todos.
O famoso líder indiano, Mahatma Gandhi, escreveu um fato interessante em sua autobiografia. Durante seus dias de estudante na Inglaterra, ele foi profundamente comovido ao ler os evangelhos e considerou seriamente se converter ao Cristianismo.
Você consegue imaginar a diferença que Gandhi teria feito na Índia a favor de Cristo ao se converter do Hinduísmo para o Cristianismo?
Ele escreveu que parecia claro o suficiente que o Cristianismo oferecia uma solução real para o sistema de castas que dividia o povo na Índia.
Daí, num domingo de manhã, Gandhi foi a um culto e decidiu pedir a um líder da igreja por esclarecimento sobre a salvação. Mas, quando Gandhi entrou no templo, os recepcionistas recusaram dar a ele um assento e mandou que ele fosse adorar em outro lugar junto com sua gente. Gandhi saiu e nunca mais voltou.
Ele escreveu: “Se os cristãos também têm diferenças de castas, eu fico no Hinduísmo mesmo!”
Encarando o Futuro
Agora, Paulo deixa de olhar o passado e se concentra no futuro. Deixe-me fornecer dois pontos que ele irá dizer.
- Paulo parte com um caminho incerto á sua frente.
Note os versos 22 a 24.
E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.
Isso não é encorajador? Você percebeu que nem mesmo o grande apóstolo, aquele que havia sido escolhido por Deus para apresentar a glória do evangelho aos gentios, nem ele mesmo conhece os detalhes do futuro! Note o verso 22a novamente: vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá,
O caminho de Paulo era tão incerto como o nosso. Temos uma concepção errada de que, quando uma pessoa se alista para ser um crente eficaz, um servo do Deus vivo, Deus, simplesmente, estenderá o tapete vermelho e dirá: “Bom, agora, para esses Meus servos, aqui está o que irei fazer; próxima semana você estará naquele lugar; é isso o que você deve esperar.”
Ser um servo de Deus significa talvez esperar sem entender, confiar sem nem mesmo ver o futuro.
Paulo parte com um caminho incerto à sua frente.
- Paulo parte não só com um caminho incerta à frente, mas ele também parte com uma consciência clara consigo.
Note os versos 25 e 26:
Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei pregando o reino, não vereis mais o meu rosto. Portanto, eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos;
Paulo parece estar usando a analogia de Ezequiel 33, versos 1 a 6. O sentinela era responsável por tocar a trombeta para anunciar o perigo. Quando ele soava seu alerta, ele não seria mais responsável pelas vidas das pessoas a quem deveria alertar. Com efeito, Paulo diz: “Eu já soei o alerta do julgamento vindouro de Deus. Já anunciei o evangelho da graça de Deus. Toda a Éfeso já ouviu!”
Que desafio para nós não é esse o de seguir o exemplo de Paulo como igreja numa cidade que precisa ouvir, com indivíduos, com famílias, amigos, colegas de trabalho e de estudos que precisam ouvir o evangelho.
Você consegue imaginar uma entrevista com Paulo? Vamos ouvir essa entrevista naquelas docas. Imagine alguém de uma organização ou revista evangélica chegando até Paulo com câmeras e microfone.
“Ei, Paulo, posso entrevistar você antes de você ir embora?”
“Acho que sim.”
“Diga, Paulo, você acabou de terminar um ministério efetivo em Éfeso; você plantou igrejas que estão florescendo; agora, centenas de pessoas crêem em Jesus Cristo. Também ouvimos dizer que você escreveu algumas cartas para pessoas em Corinto e Roma enquanto esteve aqui em Éfeso. Você poderia se aposentar rico, Paulo! O que você tem a dizer?”
“Não tenho interesse em vender o que o Espírito de Deus me moveu a escrever; os direitos autorais pertencem a Ele.”
“Hum... certo, para o nosso artigo, como você resumiria o seu ministério em Éfeso? Sabemos que literalmente todas as pessoas da cidade ouviram você pregar e ensinar. Se você pudesse resumir seu próspero ministério aqui com duas palavras, quais palavras você escolheria?”
“Duas palavras? É fácil – lágrimas e tribulações.”
“O que você disse?”
“Lágrimas e tribulações. Essas duas palavras resumem bem os meus últimos três anos.”
“Ah, Paulo, será que você poderia mudar isso um pouquinho? Sabe, será que você pode mudar para ‘animação e sucesso,’ ou ‘vitória e milagres,’ ou ainda ‘saúde e riqueza’? Vamos lá, Paulo, nos ajude, estamos tentando encorajar pessoas a servirem ao Senhor como você tem servido. ‘Lágrimas e tribulações’ não irá soar muito bem. Dá para você mudar alguma coisa?”
“Não, jamais mudaria essas duas palavras; eu posso adicionar mais duas se você quiser.”
“Ótimo! Quais?”
“Incerteza e, ao mesmo tempo, urgência para continuar.”
Aplicação
Deixe-me concluir com duas declarações de resumo como aplicação.
Características de um crente eficaz
Duas características de crentes eficazes são:
- Eles estão dispostos a defender a verdade a despeito das consequências;
- Eles estão dispostos a seguir o Espírito a despeito de qualquer garantia.
Foi simplesmente o fervor de Paulo em compartilhar o evangelho da graça de Deus, apesar de o Espírito de Deus não ter preenchido as lacunas; apesar de o Espírito de Deus não ter garantido segurança e conforto; apesar de o Espírito de Deus ter iluminado seu caminho apenas um passo de cada vez.
Louis Pasteur, o pioneiro da imunologia, viveu em uma época em que milhares de pessoas morriam a cada ano por causa da doença da raiva. Pasteur trabalhou vários anos na tentativa de desenvolver uma vacina. Seu plano era experimentá-la em si mesmo quando um garoto de 9 anos de idade, chamado Joseph Meister, foi mordido por um cachorro que carregava a raiva. A mãe do menino sabia sobre Pasteur e implorou que ele usasse a vacina no seu filho, apesar de ela ainda não ter sido testada. Pasteur estava convencido de que sua vacina funcionaria e, então, injetou a vacina em Joseph durante um período de dez dias; e o garoto sobreviveu. Várias décadas depois, antes de Pasteur morrer, eles fez os preparativos finais para o seu sepultamento e até desenvolveu a sua própria lápide. De todas as coisas que Louis Pasteur poderia ter gravado em sua pedra do túmulo, ele simplesmente mandou gravar quatro palavras: que Joseph Meister viva. Ele considerava aquele o seu maior legado. Seu trabalho proporcionou que alguém sobrevivesse aos efeitos da doença.
Será que nós, também, não devemos sentir o mesmo fervor para ver pessoas ameaçadas de morte eterna por causa do pecado recebendo o antídoto do evangelho de Jesus Cristo e vivendo?
No final de tudo, esse será o nosso maior legado. Em face às lágrimas e tribulações e artigos que não promoverão as revistas, o evangelho que pregamos e as vidas que vivemos serão o legado daqueles que se chamam escravos de Cristo.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 17/05/1998
© Copyright 1998 Stephen Davey
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