
Páscoa em Trôade
Páscoa em Trôade
Atos 20.1–16
Introdução
Cerca de dois mil anos atrás, um homem entrou no cenário da história judaica reivindicando ser o tão esperado Messias. Ele ganhou o coração do povo comum e, por um breve momento, a cidade de Jerusalém cantou louvores a ele. Seu título mais popular foi “Estrela de Jacó.” Parecia que ele, finalmente, desbancaria o poder do Império Romano. Foi no ano de 135 d.C. que esse homem dinâmico, chamado Simão ben (filho de) Koseva, retomou Jerusalém das mãos dos romanos. Mas, daí, numa outra batalha contra o exército romano, ele foi derrotado, executado e enterrado.
Mil anos depois, um homem chamado Zevi deu início a um dos movimentos messiânicos mais organizados na história judaica. Milhares de judeus creram que ele os levaria de volta à terra prometida. Contudo, em 1666, por coincidência, Zevi foi capturado e preso pelo sultão da atual Turquia. Durante o tempo que passou na prisão, esse Messias mudou de lado, e acredite se quiser, virou muçulmano.
Trezentos anos depois (em anos recentes), outro Messias foi capturado. Um rabino idoso chamado Menachem Schneerson estava sendo coroado como o verdadeiro Messias. Ele morava em Nova Iorque, Estados Unidos, apesar de seus seguidores terem construído uma casa em Israel idêntica à sua em Nova Iorque. Eles falaram a seu respeito: “Moisés foi o primeiro redentor, o rabino é o último.” O ministério Amigos de Israel fez uma estimativa que, antes da morte do rabino, cerca de 300 mil judeus criam que ele era o Messias. Mesmo estando à beira da morte em um hospital de Nova Iorque, paralisado por uma série de derrames, líderes do seu movimento tinham confiança que ele se recuperaria, iria para Israel e reconstruiria o templo. Esses homens não eram o tão esperado Messias. Ou eles abandonaram sua missão ou fracassaram em derrotar o inimigo da humanidade que o Rei Davi disse que o verdadeiro Messias derrotaria – o inimigo chamado morte.
A ressurreição de Jesus Cristo é a declaração definitiva de autenticidade. As curas poderiam ter sido armadas; sinais e maravilhas poderiam ter sido falsificados; genealogias poderiam ter sido forjadas, mas, voltar dos mortos é a prova definitiva de que Jesus Cristo era o Deus em carne.
E ainda tem mais! A igreja de Jesus Cristo, fundada sobre a divindade de Jesus Cristo, é uma igreja composta por pessoas como nós, a quais, como nos é dito em Efésios 2, vero 5a:
e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, -- pela graça sois salvos,
Voltaire, o cínico agnóstico, disse que sabia uma forme de inventar uma religião que poderia competir com o Cristianismo. Ele disse o que era, de fato, verdade: “Precisamos de alguém para fundar uma nova religião; daí, tudo o que precisamos para competir com o Cristianismo é que o seu fundador morra e depois ressuscite do mortos.”
Todavia, Jesus Cristo ainda permanece sozinho. Ele é o único que teve a coragem de dizer, como registrado em João 11, versos 25 e 26:
...Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá...
Essa é uma declaração e tanto – declaração tal que Jesus comprovou ao conquistar o túmulo. E Ele provará Sua declaração novamente no dia vindouro quando os túmulos se esvaziarem ao som da trombeta. Contudo, entre esse dia futuro maravilhoso e o dia passado quando Jesus ressuscitou, Ele ilustrou Seu poder sobre a morte... mais uma vez.
Páscoa em Trôade
Jesus escolheu ilustrar a Páscoa numa pequena cidade chamada Trôade. Convido você a colocar sua atenção no livro de Atos 20 para darmos continuidade ao nosso estudo nesse livro. Acompanhe comigo os versos 1 a 5.
Cessado o tumulto, Paulo mandou chamar os discípulos, e, tendo-os confortado, despediu-se, e partiu para a Macedônia. Havendo atravessado aquelas terras, fortalecendo os discípulos com muitas exortações, dirigiu-se para a Grécia, onde se demorou três meses. Tendo havido uma conspiração por parte dos judeus contra ele, quando estava para embarcar rumo à Síria, determinou voltar pela Macedônia. Acompanharam-no até à Ásia Sópatro, de Beréia, filho de Pirro, Aristarco e Secundo, de Tessalônica, Gaio, de Derbe, e Timóteo, bem como Tíquico e Trófimo, da Ásia; estes nos precederam, esperando-nos em Trôade.
Vamos parar aqui rapidamente. Às vezes, Lucas filma as cenas em câmera lenta, focalizando mais em alguma coisa e mostrando os detalhes. Outras vezes, como aqui, ele adianta o filme. Como resultado, eventos que ocorreram em vários meses passam desapercebidos nessa velocidade e acabamos dizendo: “Ei, espera aí, não estou entendendo!”
Por motivos que apenas o Espírito de Deus sabe, Lucas acelera sua narrativa da época em que Paulo escreveu sua segunda carta à igreja de Corinto, como também sua obra-prima teológica, o livro de Romanos. Por qualquer que tenha sido o motivo, Lucas foca em outro evento; um outro período na vida do apóstolo Paulo que é tão significante que Lucas quase não consegue se segurar para nos revelá-lo.
Note os versos 6 e 7.
Depois dos dias dos pães asmos, navegamos de Filipos e, em cinco dias, fomos ter com eles naquele porto, onde passamos uma semana. No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite.
Se você destacasse toda a vez em que Lucas se refere a cronologia, você poderia destacar a palavra “dias” quatro vezes em apenas dois versos, como também a palavra “semana” que ocorre uma vez. Ele se refere aos: “Dias dos pães asmos,” “cinco dias,” “uma semana,” “primeiro dia” e “dia imediato.”
Será que Lucas acabou de ganhar um calendário novo ou ele apenas é obcecado com o tempo?
Existem dois motivos e esses dois motivos se perderiam completamente, ao menos que o estudante da Bíblia faça algumas perguntas. Tipicamente, nós lemos a Bíblia e vamos direto à pergunta: “Qual o significado disso para a minha vida?” Mas, primeiro, precisamos fazer outras perguntas; tais como, “Onde isso aconteceu?” e “Quando isso aconteceu?” Grande significado pode ser obtido quando perguntamos “Onde” e “Quando.”
Por exemplo, quando Jesus Cristo entrou no templo e fez aquela declaração incrível: “Eu sou a luz do mundo.” Ele fez essa declaração durante a Festa dos Tabernáculos. Um dos aspectos predominantes dessa festa era a cerimônia da “Iluminação do Templo” que acontecia na sala do gazofilácio. Essa sala onde ficava o gazofilácio era cercada por galerias construídas para comportar centenas de espectadores. E, no centro do pátio enorme, havia quatro candelabros gigantes e altos. Na primeira noite da Festa dos Tabernáculos, esses quatro candelabros eram acesos e, é dito, eles criavam um brilho incrível. Esse candelabro representava a coluna de fogo que guiara seus antepassados no deserto.
Quando Jesus fez essa declaração, a Festa dos Tabernáculos tinha acabado de terminar. No dia anterior, na sala do gazofilácio, esse candelabro enorme havia brilhado intensamente. Agora, eles estão apagados, as chamas foram extinguidas. Veja João 8, verso 12:
De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.
O significado dessa declaração é dramaticamente destacado pelo fato de que, como João no informa no verso 20: Proferiu ele estas palavras no lugar do gazofilácio.
Ou seja, Jesus está sentado na mesma sala em que aquele candelabro gigante se encontrava. Agora, a lembrete escuro estava ali como que dizendo que a luz do templo havia sido brilhante, mas, no final, o templo estava escuro de novo. Jesus disse: “Eu sou a Luz que dura para sempre. Siga-me e você nunca mais andará nas trevas!”
Onde isso aconteceu e quando aconteceu fornece o significado do que aconteceu.
Quando isso aconteceu
Agora, em Atos 20, o parágrafo perde significado, a não ser que você primeiramente pergunte o que Lucas obviamente deseja que você note. A pergunta é: “Certo, Lucas, quando isso aconteceu?”
Páscoa
Veja novamente o verso 6: Depois dos dias dos pães asmos.
Que período era esse? A Páscoa. Era o tempo em que Israel se recordava da libertação do Egito; um tempo em que Deus instruiu seus antepassados por meio de Moisés para matar um cordeiro, assá-lo e comê-lo. Eles também deveriam passar o sangue do animal nos umbrais das portas de suas casas. Dessa forma, o anjo da morte não tiraria a vida do primogênito de seus lares. Naquela noite, o anjo da morte veio e tirou a vida de todos o primogênitos que não estavam protegidos pelo sangue do cordeiro. Para os que obedeceram, o anjo da morte simplesmente passou sobre eles.
Foi durante o tempo da celebração dessa festa que Jesus Cristo foi crucificado. Enquanto a nação comia seu cordeiro e se lembrava da fuga da morte, o Cordeiro de Deus estava pendurado na cruz, libertando, por meio de Seu sangue, todos os que creriam Nele.
O verso 6 diz: Depois dos dias dos pães asmos.
Isso é depois da Páscoa – o que aconteceu depois da crucificação? O que estamos esperando agora? Páscoa! Esperamos pela ressurreição!
Então, antes de tudo, Lucas deseja que saibamos que os eventos do parágrafo seguinte aconteceram por volta da época que chamamos de Páscoa – a culminação da Páscoa com a celebração da ressurreição de Jesus Cristo.
O primeiro dia da semana
Além disso, você se lembra em qual dia da semana aconteceu a ressurreição? O primeiro dia da semana, ou, domingo.
Note o verso 7 novamente: No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão.
Essa é uma outra parte importante da evidência cronológica, “no primeiro dia da semana.” Você sabia que essa é a primeira vez que a Bíblia nos informa que a igreja se reunia aos domingos? As Escrituras passam a se referir ao primeiro dia da semana, ou domingo, como o “Dia do Senhor” (Apocalipse 1.10). em honra à ressurreição de Cristo, a igreja começou a se reunir para adorar no primeiro dia da semana. Foi um dia que eles separaram como especial.
Agora, entenda que os romanos e os gregos não tinham um dia de descanso; não guardavam o sábado. Na verdade, o escritor romano Sêneca zombou e ridicularizou os judeus por desperdiçarem um dia a cada sete. Os impérios romanos e grego estavam a todo vapor os sete dias da semana.
Entretanto, como você sabe, o próprio Deus descansou ao sétimo dia depois de criar todas as coisas em seis dias. E Ele ordenou que Israel guardasse o sétimo dia como dia santo. De fato, esse é um do Dez Mandamentos associado com a criação.
Cinco motivos por que não estava errado adorar no primeiro dia da semana
Então, será que Paulo e os demais crentes estavam errados em se reunirem no primeiro dia da semana ao invés de no sétimo? Será que Paulo estava errado em ignorar a sinagoga e se reunir em lares? Não. Deixe-me dar cinco razões para isso.
- Apesar de Deus ter estipulado o sábado como um dia de descanso, essa ordem foi dada a Israel como sinal da Aliança Mosaica. Ou seja, o sábado de descanso está associado à antiga aliança. O domingo ficou associado com a Nova Aliança (Êxodo 31.16-17; Ezequiel 20.12).
- Mesmo quando a aliança Mosaica estava vigente, as nações gentias vizinhas nunca receberam ordens para guardar o sábado. Isso fornece mais evidência de que o sábado de descanso foi para Israel.
- O Concílio de Jerusalém que se reuniu, como vemos em Atos 15, não exigiu que os gentios guardassem o sábado.
- Não existe nenhuma ordem no Novo Testamento para os crentes guardarem o sábado. Na verdade, o exemplo da igreja primitiva é claro de que a adoração ocorria no Dia do Senhor (Atos 20.7; 1 Coríntios 16.2). um autor escreve o seguinte:
O sábado estava associado com a primeira criação; o domingo está associado com a nova criação. O sábado era baseado na Lei; o domingo está baseado na graça. O sábado era um compromisso com o descanso físico; o domingo se tornou um compromisso com o descanso espiritual.1
- Os eventos significativos da igreja do Novo Testamento revolvem em torno do domingo. No domingo:
- Cristo ressurgiu (Mateus 28.1);
- O Espírito Santo desceu (o dia de Pentecostes é o dia depois do sétimo sábado, ou quinquagésimo dia, que é o domingo) (Atos 2);
- O primeiro sermão do Novo Testamento foi pregado e o primeiro crente batizado (Atos 2);
- Os crentes se reuniam para partir o pão (Atos 20.7);
- Os crentes davam a Deus suas ofertas (1 Coríntios 16.2).
O sábado de descanso foi deixado de lado. Todo dia pode ser um dia de adoração e, especialmente, como vemos nas Escrituras, esse dia que chamamos de o Dia do Senhor.
No segundo século, um líder da igreja chamado Justino Mártir descreveu como os crentes de sua época adoravam. Ele escreveu:
No dia chamado domingo, todos os que vivem nas cidades ou no interior se reúnem em um lugar e as anotações dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos, à medida que o tempo permite... Domingo é o dia em que todos nós realizamos nossa assembleia comum, porque Jesus Cristo nosso Salvador no mesmo dia ressuscitou do mortos.2
Então, durante a época de Atos 20, domingo é o dia significativo de culto. E esse domingo em particular cai na época em que celebramos a Páscoa, o aniversário da morte e ressurreição de Cristo.
O que acontece?
Com tudo isso em mente, o que acontece nessa reunião se tornará uma ilustração incrível do poder da ressurreição de Cristo.
Note o verso 8: Havia muitas lâmpadas no cenáculo onde estávamos reunidos.
Note que Lucas utiliza a palavra “estávamos” nesse verso. Ele é uma testemunha ocular daquilo que está prestes a acontecer.
Continue no verso 9.
Um jovem, chamado Êutico, que estava sentado numa janela, adormecendo profundamente durante o prolongado discurso de Paulo, vencido pelo sono...
(pare aqui. Acho incrivelmente encorajador que alguém adormeceu mesmo com a pregação de Paulo. só queria dizer isso – pode voltar a dormir agora! A propósito, é melhor adormecer na igreja no que vir para a igreja e nunca estar acordado.)
...caiu do terceiro andar abaixo e foi levantado morto.
Será que ele realmente morreu? Luca, o médico, diz que ele “foi levantado morto.” A palavra grega utilizada nesse verso é “nekros,” que significa, “um cadáver.” Talvez o próprio Lucas pronunciou Êutico como morto.
Continue no verso 10.
Descendo, porém, Paulo inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a vida nele está.
Paulo, de forma parecida com Elias, coloca seu corpo contra o corpo do jovem rapaz e o abraça. Depois disso, imagino que se arrumando, Paulo disse: “Não se perturbem,” ou literalmente, “parem com essa comoção.”
O tempo verbal indica que a comoção já tinha começado. A lamentação oriental sobre os “nekros” já tinha se iniciado.
Veja os versos 11 e 12.
Subindo de novo, partiu o pão, e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva. E, assim, partiu. Então, conduziram vivo o rapaz e sentiram-se grandemente confortados.
Analogias da Páscoa em Trôade
Que ilustração do poder da ressurreição! Que demonstração do poder que o evangelho tem de vivificar os mortos! Que milagre irrefutável que validou o apóstolo e sua mensagem.
Será que todas essas coisas estão no texto por coincidência? Essas coisas aconteceram por acidente na época em que aconteceram? Não.
A Páscoa tinha acabado de terminar. O Cordeiro havia sido morto. Cristo havia sido crucificado. O clima da Páscoa estava no ar.
Esse evento ocorreu no primeiro dia da semana – o dia em que Jesus voltou à vida; o dia que a igreja separou para celebrar a vida sobre a morte.
Lembre-se, o tema principal da pregação de Paulo era a ressurreição de Cristo. Será que é possível que ele estava pregando exatamente essa verdade antes de trazer o jovem de volta à vida? Imagine isso como ilustração para o seu sermão! Imagine: “Depois da pregação sobre a ressurreição, teremos uma demonstração prática!”
Ainda mais analogias poderia ser retiradas desse evento. Deixe-me ver algumas com você.
Toda a humanidade está em estado caído, como Paulo escreve em Romanos 3, verso 23: Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.
Como nos é dito em Efésios 2, verso 1 e 4 a 5.
Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados... Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, -- pela graça sois salvos
Êutico também não poderia fazer absolutamente nada para Paulo a fim de voltar à vida. Ele não poderia dar dinheiro; prometer ser um jovem mais obediente; prometer se juntar à igreja de Trôade; ele não poderia ser batizado; ou prometer que nunca mais dormiria na igreja. Ele poderia simplesmente ser um recipiente da graça de Deus por meio da mão de Paulo. sua vida foi um presente.
O mesmo capítulo em Efésios continua dizendo nos versos 8 e 9:
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.
Êutico não vai pela cidade de Trôade dizendo: “Você tinha que ter visto o que eu fiz com a ajuda de Paulo.”
Colossenses 2, versos 13 e 14, declara:
E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;
Em outras palavras, Cristo sozinho fez toda a obra necessária para a salvação.
Outra coisa interessante para mim é que o nome de Êutico significa “favorecido.” Também é a pessoa que foi vivificada em Cristo, como Paulo escreveu em Efésios 1, verso 3, o crente é: abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,
Antes de terminar, deixe-me destacar só mais uma coisa. Quantos anos tinha Êutico? Vemos no verso 9 que ele era um jovem. A palavra grega para “jovem” utilizada no texto é “neanias,” que pode se referir a um homem de vinte a quarenta anos de idade. Contudo, no verso 12, a palavra grega “pais” é usada, o que geralmente indica um garoto. Essa é uma contradição aparente, a não ser que traduzamos o verso 12 de maneira diferente. A palavra “pais” também pode se referir a um escravo. Eu creio que Êutico tinha entre vinte e quarenta anos e que ele era o servo de alguém; ele era um escravo.
O próprio Jesus disse, como registrado em João 8, versos 34 e 36:
Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado... Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
E no verso 32, Jesus disse: e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
Se existe uma figura perfeita da humanidade, essa figura é Êutico. Escravo, caído, morto – daí o envolver da graça torna a morte em vida; o presente da nova vida.
E tudo isso aconteceu no período da Páscoa – o aniversário da ressurreição de Cristo e do nascimento da igreja. É uma igreja construída sobre a verdade do único Messias verdadeiro que reivindicou e em João 11, versos 25 e 26, ilustrou:
...Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente...
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1 Roy Laurin, Life in Action, p. 347.
2 John MacArthur, Jr., Acts, p. 20:7-17 section.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 12/04/1998
© Copyright 1998 Stephen Davey
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