
Dia do Julgamento
Dia do Julgamento
Atos 17.30–34
Introdução
Lembro-me de uma história real que aconteceu na cidade de San Diego, no estado da Califórnia, Estados Unidos. Vários agentes do FBI estavam conduzindo uma investigação num hospital psiquiátrico da cidade. Depois de terem passado o dia inteiro trabalhando, os agentes estavam morrendo de fome. O chefe da equipe decidiu pedir alguma pizzas para serem entregues no hospital; esse seria o jantar deles. A seguinte conversa se passou pelo telefone e temos acesso a essa conversa porque o FBI havia grampeado todas as chamadas telefônicas do hospital.
Agente: “Alô. Gostaria de pedir dezenove pizzas e sessenta e sete latas de coca.”
O homem da pizza: “E onde o senhor gostaria que elas fossem entregues?”
Agente: “Estamos aqui no hospital psiquiátrico.”
O homem da pizza: “No hospital psiquiátrico?!”
Agente: “Isso, eu sou um agente do FBI.”
O homem da pizza: “Você é um agente do FBI?”
Agente: “Sim, quase todo mundo aqui é. Ah, e você vai precisar entrar pelas portas de trás para entregar as pizzas porque bloqueamos todo o acesso pelas portas da frente.”
O homem da pizza: “E você é um agente do FBI?”
Agente: “Sou.”
O homem da pizza: “E todo mundo aí no hospital psiquiátrico é um agente do FBI?”
Agente: “Exato. Passamos o dia inteiro aqui e estamos morrendo de fome.”
O homem da pizza: “Acho que você está mentindo.” E desligou o telefone.
Essa história é uma ilustração clássica sobre o desafio da comunicação. O agente deveria ter dado informações adicionais ao homem da pizza logo no início da conversa. Ele poderia ter dito: “Alô. Eu sou um agente do FBI e eu e os meus colegas estamos conduzindo uma investigação no Hospital Psiquiátrico de San Diego. Passamos o dia inteiro aqui e queremos pedir algumas pizzas.”
Entretanto, pelo fato de os acontecimento anteriores não terem sido devidamente explicados, a mensagem não foi transmitida.
Revisão
Ouvimos o sermão do apóstolo Paulo em nossos quatro estudos anteriores. Hoje, continuaremos com um quinto estudo sobre o sermão de Paulo aos atenienses em Atos 17.
Temos observado o pano de fundo, desenvolvido por Paulo, à medida que ele progride ao seu pedido. A fim de Paulo conseguir transmitir sua mensagem, ele passou bastante tempo dando o pano de fundo. E, não entenda errado, o apóstolo Paulo parece tão ridículo aos atenienses quanto o agente do FBI pareceu ao homem da pizza. Paulo vem apresentando aos atenienses o “Deus Desconhecido.”
Vamos revisar rapidamente várias declarações que Paulo fez sobre esse Deus Desconhecido.
- Primeiro, no veros 23, Paulo declara: “O meu Deus é mais que um monumento!”
Em outras palavras, Ele é um Deus vivo; Ele é o Senhor do céu e da terra.
- Segundo, nos versos 24 e 25, Paulo declara: “O meu Deus criou todas as coisas!”
Em outras palavras, Ele, o criador do universo, é:
- Transcendente – acima, sobre e separado da criação;
- Imanente – pessoalmente envolvido com a Sua criação.
- Terceiro, nos versos 26 a 29, Paulo diz: “O meu Deus é o Sustentador Todo-Poderoso!”
Ele, o Sustentador Todo-Poderoso do planeta, é:
- A Fonte Divina – providenciando tudo o que precisamos;
- O Governante Divino – como o Deus da antropologia e da história.
Tudo isso serviu de contexto para Paulo finalmente apresentar o ponto mais forte de seu sermão.
A Declaração Final de Paulo
Agora, chegamos no quarto e último ponto do sermão de Paulo aos atenienses.
- Finalmente, Paulo afirma: “O meu Deus é o Magistrado Divino no julgamento vindouro!”
Essa é a conclusão de seu sermão – e essa é a confrontação do evangelho – o dia do julgamento está chegando
Três Julgamentos
A fim de entendermos a que julgamento Paulo está se referindo aqui, precisamos entender que existe mais de um julgamento agendado para o futuro.
- O primeiro julgamento é o julgamento dos crentes.
Esse julgamento, conhecido como o “Bema de Cristo,” com a palavra grega “Bema” significando “tribunal,” é apenas para os crentes. Portanto, esse julgamento, não pode acontecer antes do arrebatamento da igreja. A maioria dos comentaristas pré-tribulacionistas acredita que ele ocorrerá antes da cerimônia das Bodas do Cordeiro, o casamento de Cristo com Sua noiva, a igreja. Eu concordo que esse julgamento acontecerá no céu pouco tempo depois do arrebatamento.
A Bíblia deixa bastante claro que esse julgamento não é para determinar se você entra ou não no céu. O fato de você ter sido arrebatado como um membro do corpo de Cristo assegura a sua salvação.
Entretanto, esse é um julgamento das obras dos crentes e Deus recompensará os crentes de acordo com a fidelidade de cada um deles. Também creio que um outro resultado desse julgamento será a posição e responsabilidade do crente no reino milenar.
Alguns crentes serão governadores e líderes no reino milenar de Cristo na terra porque se comprometeram com a causa de Cristo e Sua igreja. Outros crentes serão lixeiros. Por que? Paulo diz em 1 Coríntios que os crentes infiéis terão suas obras queimadas porque viveram vidas improdutivas e infiéis na terra. Veja o capítulo 3, verso 15. Paulo escreveu:
se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.
Todavia, para que ninguém pense que seremos dignos de recompensa alguma independentes da graça de Deus, deixe-me dizer o que o teólogo do quinto século Agostinho chamou de, “O Trono do Bema.” Ele o chamou de, “o tempo em que Deus coroa Seus próprios dons.” Ele quis dizer com isso que a única maneira de vivermos em obediência a Deus é a com a ajuda graciosa de Deus. Deus não somente se condescende para nos ajudar, mas Ele irá, no “Trono do Bema,” nos recompensar por aquilo que não teríamos conseguido fazer se não fosse a Sua ajuda. Com isso fica evidente que nossa resposta será lançar nossas coroas aos pés de Cristo.
Mas esse não é o julgamento que Paulo está alertando que os atenienses devem evitar.
- O segundo julgamento é o julgamento das nações.
Depois que o arrebatamento tiver acontecido e os crentes já estiverem no céu, então a terra entra num período de sete anos chamado de “a tribulação.” Esse é o tempo em que Deus derrama Sua ira sobre a humanidade; o tempo em que as nações do mundo se unem contra Israel; o tempo em que o sonho ecumênico finalmente se torna realidade e todas asa doutrinas que dividem são postas de lado e uma igreja mundial ou universal é criada, seguindo seu líder político e espiritual, o anticristo.
Seguindo esse período de sete anos, Mateus nos fornece um pouco mais de esclarecimento. Os redimidos e os não-redimidos serão separados. Aqueles que colocaram sua fé em Cristo durante a tribulação será conduzidos pelos anjos para dentro do reino; então, o reinado milenar de Cristo com Sua noiva, a igreja, começará. Os não-redimidos serão banidos para o Hades e ali aguardarão o julgamento final e a sentença de eternidade no lago de fogo.
- O terceiro julgamento é o do Grande Trono Branco (Apocalipse 20).
Esse é o julgamento final; o julgamento abrangente dos não redimidos da história da humanidade. Estarão todos eles na presença de Deus para serem julgados.
Sam Smith sumariza isso da seguinte maneira:
- Primeiro, esse tribunal divino provará que cada indivíduo é um pecador culpado.
- Segundo, o tribunal revelará que o indivíduo não é redimido e, portanto, sujeito ao seu julgamento.1
Abra sua Bíblia em Apocalipse 20 que deixa bem claro que, a fim de determinar quem não é redimido, dois livros serão consultados. Um livro é o livro dos registros das obras do indivíduo – cada pecado, cada obra maligna, cada pensamento impuro, cada crime, cada pecado secreto será exposto. O outro livro é o livro da vida – apenas o nome de cada pessoa redimida somente pela fé no Cordeiro de Deus estará escrito nesse livro.
Veja o julgamento que Paulo está prestes a mencionar aos atenienses nos versos 11 a 15.
Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
Esse tipo de coisa não é popular hoje. Uma pesquisa popular mostrou que o número de pessoas que acreditam no céu é duas vezes maior que o número de pessoas que acreditam no inferno.
Por que? Porque a ira de Deus não é um assunto muito popular. E, sinceramente, muitas igrejas de hoje evitam o assunto, esquivam-se dele ou o ignoram porque sabe que é algo difícil de se falar.
Por isso é que você pode conversar com seus colegas de trabalho sobre futebol, sobre o clima, a Copa do Mundo, sobre a escola de seus filhos, mas você se cala por causa do nervosismo quando o assunto é Jesus Cristo. Por que? Sugiro que isso ocorre porque, inerente à mensagem de Jesus Cristo, está a mensagem de condenação, uma mensagem sobre culpa e pecado, uma mensagem sobre um futuro no céu ou no inferno. Em outras palavras, somente mencionar o nome de Jesus Cristo e Seu plano de salvação evoca, imediatamente, no coração de cada pessoa uma prestação de contas no futuro.
Existe um julgamento vindouro! Eles não querem ouvir sobre isso e você sabe disso antes mesmo de mencioná-lo.
Um certo escrito estava conversando com um descrente. A conversa foi a seguinte:
Um homem me disse certa vez: “Não sou muito fã desse assunto de inferno. Não creio na ira de Deus. Mas, mesmo que o inferno seja uma realidade, vou balançar aquele lugar porque todos os meus amigos estarão lá comigo. Vamos descer lá e fazer uma festa enorme.”
Obviamente, ele não captou a imagem, então eu disse: “Faça-me um favor. Quando você voltar para casa hoje, acenda uma boca do fogão de sua casa. Daí você se senta em cima e tente organizar uma festa ao mesmo tempo.”
Ele não entendeu que, no inferno, não existe comunhão, festas, nada de ajuntamentos, nada de buffets. Deus colocará todos os que não possuem um relacionamento justo com Ele numa espécie de quarenta eterna no poço do universo chamado inferno.2
Talvez você pense que um pregador não deve falar sobre julgamento e fogo do inferno; não deve julgar e ter uma mensagem negativa. Além disso, ele não deve tentar assustar as pessoas com a mensagem do inferno para que elas possam ir para o céu.
Bom, então se você retornar ao livro de Atos, você não irá gostar do sermão de Paulo também. Paulo, agora, chega à sua conclusão no capítulo 17 e é exatamente isso o que ele faz.
Ele já apresentou toda a informação contextual sobre o caráter e a natureza de Deus necessária para que os atenienses entendessem o direito e o poder que Deus tem de um dia exigir prestação de contas com a humanidade que Ele criou. Veja o verso 30 de Atos 17.
Ora...
(ou seja, “Portanto, com base em tudo o que eu acabei de dizer”)
...não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam;
A expressão traduzida como “não levou em conta” vem de uma palavra grega que poderia ser traduzida, “Ele não interferiu.” Ou seja, Deus escolheu não varrer Atenas da face da terra por causa de sua idolatria. Mas, Paulo diz: “Um novo dia chegou – uma nova dispensação. O plano de salvação exige arrependimento; isto é, mudança de pensamento sobre esse Deus pessoal, o Senhor do céu e da terra. E é melhor você mudar seu pensamento sobre Ele...” – continue no verso 31a:
porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou...
A propósito, Jesus Cristo referiu a si mesmo como o juiz e Ele utilizou os títulos, “o Filho,” “o Filho do Homem,” em João 5.
Agora, acompanhe bem – em nosso último estudo, Paulo declarou que a partir de um homem, Adão, toda a humanidade descende. Agora, ele declara que, a partir de um outro Homem, o segunda Adão o o Deus-Homem, toda a humanidade será julgada. Romanos 5 discute esse assunto exaustivamente.
Agora, com que direito esse Deus-Homem julga toda a humanidade? Continue no verso 31 de Atos 17: acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
O clímax da confrontadora mensagem de Paulo é: “Deixe seus ídolos mortos e siga o Deus vivo e verdadeiro, o Senhor do céu e da terra, o Juiz vindouro.”
O sermão inteiro de Paulo poderia ser resumido da seguinte forma:
Existe um Deus; existe uma raça humana; existe um Salvador; portanto, existe apenas um Juiz.
O politeísmo de Atenas foi varrido. Você não pode ter muitos deuses e ídolos e seguir o Deus vivo e verdadeiro. Não existem muitos caminhos que conduzem a Deus; existe apenas um caminho que conduz a Deus e esse caminho é Cristo. A evidência da mensagem de Deus é o túmulo vazio de Jesus Cristo.
Nossa nação, que se tornou uma mistura de politeísmo e pluralismo e sincretismo, necessita desesperadamente de ser reapresentada ao Deus vivo e verdadeiro.
Um tempo atrás, li numa revista uma entrevista com Jim Stephens. Jim foi um budista durante catorze anos.
Jim Stephens fala de como o budismo penetrou na nação norte-americana, adquirindo primeiramente adeptos dentre as pessoas de influência na sociedade. É irônico pensar no fato que as pessoas não gostam de falar sobre o inferno, mas os budistas acreditam em dezesseis diferentes tipos de inferno.
Enfim, Jim Stephens expressa sua preocupação com a influência crescente do budismo dentro da igrejas locais e antigos trabalhos evangélicos. “Monges budistas,” diz ele, “estão sendo cada vez mais convidados por igrejas para serem pregadores visitantes. No último natal, a igreja Episcopal Santo Anselmo, na cidade de Orange City, na Califórnia, trouxe uma estátua do Buda e celebrou seu nascimento junto com o nascimento de Cristo.”
Stephens, em sua entrevista, chegou ao que ele chama de ,“o final desesperador do Budismo.” Ele veio a entender a “concreta realidade da ressurreição de Cristo” e se converteu.
O fato de que o Buda está morto e Jesus Cristo vivo é a reivindicação suprema de Cristo não somente ser o Senhor vivo e verdadeiro, mas o juiz vindouro.3
O Magistrado Divino tem que ser...
Você já parou para pensar que, para Jesus Cristo poder ser o Juiz, Ele precisa ser Deus? Para que bilhões de pessoas da história da humanidade sejam julgadas com justiça e que o veredito não esteja errado, é necessário que o juiz possua os atributos e qualidades do caráter de Deus. Vou mencionar alguns deles para você agora.
- Primeiro, o Magistrado Divino de toda a humanidade deve ser santo.
Esse Juiz, esse Magistrado Divino deve ser o padrão perfeito de santidade e perfeição. Ele não pode ser subornado, induzido, influenciado ou manipulado. Se Ele pudesse, mesmo que por apenas um ser humano, ser influenciado, então, toda a humanidade poderia, com razão, exigir a eternidade no céu e Ele mereceria o inferno.
Apenas um Juiz Santo pode inspirar o temor e respeito que a humanidade jamais prestará a um juiz terreno. Apenas um Juiz Santo pode enxergar as desculpas do pecado e emitir um veredito santo.
Parte do problema da humanidade é a capacidade de cada ser humano de não somente se parecer bom, mas de justificar seu pecado.
Um irmão de nossa igreja postou um artigo de jornal que é uma prova dessa habilidade do ser humano. A pergunta feita a um aluno de terceiro ano do segundo grau foi a seguinte: “Colar está certo?”
Você pensaria que a resposta seria bastante simples – “Não!”
Deixe-me ler a resposta de um aluno do ensino médio que recebeu até honra ao mérito.
Eu acredito que existem diferentes graus de cola. Eu sou um aluno dedicado, mas, quando meu professor de história me bombardeia com cinquenta perguntas para amanhã, ou quando um professor me passa uma tarefa para completar as lacunas no dia em que tenho treino de natação, futebol e responsabilidades na igreja, numa situação como essa, irei copiar as respostas do meu colega. Não é como se eu não fosse saber as respostas para o teste e, já que faço isso apenas quando eu preciso, então não é um hábito meu. Cada um faz isso quando está num aperto. Isso não significa que eu sou um trapaceiro.
Um Deus santo pode enxergar através das desculpas mais insensatas da humanidade e Seu tribunal irá dizer: “Não mentirás.” A cola é ua forma de engano e engano é sinônimo de mentira.
Você pode dizer: “Mas, espere um pouco – mesmo um Deus santo, e Ele fosse apenas santo, seria incapaz de julgar. Sim, Ele é o padrão e Ele disse de fato: ‘Não mentirás,’ mas Ele realmente sabia de todas as circunstâncias?”
- Segundo, o Magistrado Divino, a fim de realizar a tarefa de julgar o mundo com justiça perfeita, deve ser onisciente.
Em outras palavras, Ele precisa conhecer todos os fatos. Esse Juiz, esse Magistrado Divino precisa conhecer todo o peso das evidências, entender cada nuança e saber de todos os motivos que provam que a pessoa é pecadora.
A propósito, quantos descrentes que você conhece realmente concordam que são pecadores culpados? Posso contar nos dedos as pessoas que se depararam com o evangelho e disseram: “Cara, preciso ouvir mais sobre isso porque realmente sou um pecador culpado.”
Não, o mundo está cheio de pessoas inocentes que são mal-entendidas.
Isso é bem ilustrado por algo que li uns anos atrás. Um monarca visitou uma prisão com o intuito de perdoar qualquer um que demonstrasse verdadeiro remorso por ter cometido o crime. Ele entrevistou todos os criminosos e depois lhes perguntou: “Você é culpado pelo seu crime e merecedor de sua condenação?”
Cada um deles disse: “Não, não sou culpado. Foi tudo uma armação; a evidência foi ignorada; meu advogado era corrupto; não merece essa sentença...”.
Finalmente, chegou um homem a quem ele perguntou: “Você é culpado?”
O homem respondeu humildemente: “Sim, Vossa Majestade, eu sou culpado.”
O rei disse ao diretor da prisão: “Solte esse homem imediatamente antes que ele corrompa todas esses homens inocentes.”
Jesus Cristo conhece o inocente pela culpa – isso significa que Ele conhece todas as coisas.
Lembro-me de meus pais uma vez irem viajar e dizerem a mim e ao meu irmão que não poderíamos assistir televisão enquanto eles estivessem fora. Quando eles retornaram, perguntaram: “Vocês assistiram TV?”
“Não, senhor.”
Minha mãe foi até a televisão e colocou a mão atrás da televisão. Naquela época, as televisões eram de tubo e esquentavam bastante. Bom, a nossa TV poderia fritar um ovo. Naquele momento, percebei que ela era mais esperta que eu.
Entretanto, houve ocasiões em que minha mãe não conhecia todos os fatos e eu acabei apanhando injustamente.
O Halloween estava chegando. Quando eu era criança, conseguíamos vários sacos de doces e balas. Além disso, naquela época, comemorar o Halloween não era problema. Eu e meus irmãos nos vestíamos de sem-teto e íamos para as casas pedir doces ao anoitecer.
Alguém nos havia dado uma máscara – uma máscara de borracha muito legal. Eu deveria estar na minha cadeira fazendo o dever de casa, mas, ao contrário, peguei a máscara e comecei a fazer palhaçada para o meu irmão mais novo. Minha mãe mandou que eu guardasse a máscara e não a colocasse de novo – se não!
Então, lá estava eu obedecendo minha mãe, sentado na minha cadeira, fazendo meu dever de casa quando um de meus irmãos (eu tinha três irmãos, o que significa que eu tive uma infância de paz!) pegou a máscara e a colocou no rosto. Daí, ele ouviu a mamãe chegando; então ele tirou a máscara e a jogou no meu colo e correu. Ela arrancou a máscara de cima de mim e me disciplinou conforme a Bíblia ensina. Mas, eu era inocente – eu realmente era!
A ironia é que hoje sou pai e já cometi erros parecidos. O único capaz de julgar o pecado é Aquele que conhece todos os fatos.
Você ainda pode dizer: “Mas, Senhor, como você conhece todos os fatos? Você diz que sabe de todas as coisas, mas você precisa ter visto as coisas acontecerem.”
- Então, terceiro, Ele precisa não somente se Santo e onisciente, mas o Magistrado Divino também precisa ser onipresente.
Ele estava lá quando meu irmão jogou a máscara no meu colo e correu – e, até onde eu sei, meu irmão será julgado severamente. O Juiz está em todos os lugares ao mesmo tempo.
Deus viu quando você preencheu as suas informações do imposto de renda. Ele estava com você naquele dia. Ele viu quando você colou naquela prova. Deus estava sentado ao seu lado quando você assistiu àquele filme. Ele viu quando você acessou um site pornográfico. Ele ouviu você mentindo para o seu chefe. Deus viu quando você roubou. Deus viu quando você utilizou dinheiro da empresa para fins pessoais. Ele ouviu aquele conversa sua no telefone. Ele ouviu seus planos de adultério. Ele ouviu sua linguagem perversa.
Deus não somente é o Juiz e o Júri, mas, no Grande Trono Branco, Ele também é a Testemunha ocular. E Ele é totalmente qualificado para ser o seu Juiz.
Mas, isso ainda não é o suficiente. Para que Deus seja um Juiz justo que julga o mal e executa ua sentença eterna para crimes contra Seu caráter eterno e Seu Filho eterno que ofereceu o presente da vida, Ele precisa não somente ser santo, onisciente e onipresente, mas Ele precisa ser poderoso o suficiente para pronunciar o veredito. Caso não fosse, bilhões de não redimidos tentariam derrubar seu tribunal.
- Então, finalmente, Ele precisa ser onipotente ou todo-poderoso.
O apóstolo Paulo disse aos atenienses: “Vocês dizem que Zeus tem poder sobre todas as coisas, mas eu digo que o meu Deus é, na verdade, o que possui tanto poder a ponto de conquistar o absoluto que ninguém pode negar, a saber, a morte.”
Deus revelou esse poder ao levantar dos mortos o Seu Filho, o Filho do Homem, Jesus Cristo. E esse Homem um dia ocupará o trono como Juiz e Júri e Executor de todos os que negaram Seu caráter e recusaram Sua glória.
Conclusão
Note, agora, os versos 32 a 34 de Atos 17.
Quando ouviram falar de ressurreição de mortos, uns escarneceram, e outros disseram: A respeito disso te ouviremos noutra ocasião. A essa altura, Paulo se retirou do meio deles. Houve, porém, alguns homens que se agregaram a ele e creram; entre eles estava Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e, com eles, outros mais.
As três respostas ao sermão de Paulo serão as mesmas três respostas de pessoas a este sermão de hoje. Alguns criticaram, outros foram curiosos e alguns poucos se converteram.
Como você pode evitar aquele dia do julgamento terrível? Arrependa-se! Paulo disse, com efeito, “Mudem sua mente – abandonem seus ídolos e os deuses que vocês criaram com suas próprias mentes – e sigam o Deus vivo e verdadeiro pela fé em Jesus Cristo.”
Vou finalizar esta mensagem com uma história.
Em 1829, um homem chamado George Wilson roubou os correios dos Estados Unidos e matou um homem. Wilson foi preso, levado ao tribunal, condenado e sentenciado a ser enforcado.
Alguns de seus amigos interviram em seu favor e finalmente conseguiram obter o perdão do presidente. Mas, quando Wilson soube disso, ele se recusou a aceitar o perdão.
O delegado não poderia executar Wilson. Como enforcar um homem que havia sido perdoado?
Um apelo foi enviado ao presidente. Perplexo com a situação, o presidente enviou o caso para a Suprema Corte. O chefe da justiça escreveu que, “um perdão rejeitado não é nenhum perdão.”
George Wilson teria que encarar sua sentença. Então, apesar de o perdão de Wilson estar sobre a escrivaninha do delegado, George Wilson foi enforcado.
Meus amigos, seu perdão foi escrito com o sangue de Jesus Cristo derramado na cruz. Ele é eficaz para os que crêem. Mas, para os que recusam receber a morte de Cristo em seu favor, não existe perdão.
Existe um dia do julgamento se aproximando. Você já aceitou o perdão de Deus? você já recebeu o Cordeiro de Deus como seu Salvador pessoal?
Deixe de ser crítico, deixe de ser curioso e seja convertido – torne-se um membro da família de Deus por meio de uma oração pessoal de fé em Jesus Cristo.
_________________________________
1 Sam Smith, What The Bible Says About the Future, p. 45.
2 Tony Evans, Our God is Awesome (Moody Publishers), p. 244.
3 World Magazine, (20 de Setembro de 1997), p. 23.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 18/01/1998
© Copyright 1998 Stephen Davey
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