
O Deus Todo-Poderoso
O Deus Todo-Poderoso
Atos 17.25–26
Introdução
Você já parou para pensar que Deus nunca precisa aprender nada? Ele sempre soube de tudo.
Deus nunca se levantou um dia e disse: “Acho que irei resolver algumas questões de matemática hoje.”
Deus criou as leis e os princípios da matemática por meio dos quais Ele logicamente organizou o universo.
Deus é:
- Onisciente – sabe de todas as coisas;
- Onipresente – está em todos os lugares;
- Onipotente – tem poder para fazer todas as coisas.
Nossa mente limitada só pode captar uma fração do conhecimento de Deus.
Uma das evidências de que você jamais conseguirá dominar o estudo de Deus é que você jamais dominará a Sua Palavra, a Bíblia. Você jamais lerá a Bíblia o suficiente para finalmente colocá-la na estante e dizer: “Pronto, já dominei o assunto!”
Não importa quantas vezes você leia a Bíblia, você está apenas começando a aprender. Entretanto, apesar de jamais conseguirmos dominar o estudo de Deus como revelado em Sua Palavra, não existe nenhum estudo mais importante na vida.
J. I. Packer, na introdução de seu livro O Conhecimento de Deus, faz uma ilustração interessante dessa verdade. Ele diz:
Conhecer a natureza e o caráter de Deus é de importância crucial para vivermos nossas vidas. Assim como seria crueldade colocar um índio da Amazônia num avião e levá-lo para Londres e deixá-lo lá, sem saber nada de inglês ou da Inglaterra, e ainda ter que prover suas próprias necessidades para sobreviver, também nós seremos cruéis conosco mesmos se tentarmos viver neste mundo sem conhecer nada sobre Deus, a quem o mundo pertence e quem criou o mundo. Descarte o estudo de Deus e você sentencia a si mesmo ao tropeço e cambaleio na vida, como se estivesse de olhos vendados, sem nenhum senso de direção e nenhuma noção do que está ao seu redor. Dessa forma, você pode desperdiçar sua vida e perder sua alma.1
A tragédia de nossa geração é que o estudo do caráter de Deus foi removido do currículo da igreja evangélica. A igreja, hoje, está mais interessada nas bênçãos de Deus que no caráter de Deus.
Os nossos púlpitos também foram transformados em demonstração de personalidade ou apoio terapêutico que distribui ideias confortáveis e práticas em tudo, desde higiene até nutrição e pensamento positivo e ajudas financeiras, relacionais e materiais. Não estou dizendo que a Palavra de Deus não trata desses assuntos, mas estou dizendo que essas coisas se tornaram o centro da atenção, enquanto a Pessoa e caráter, natureza e atributos, santidade e julgamento, graça e misericórdia de Deus são raramente ensinados.
A Bíblia se tornou um manual de como se viver uma vida feliz e próspera, ao invés de um manual de conhecimento e adoração o Deus vivo e verdadeiro.
Ouça essa citação de Donald McCullough:
Visite uma igreja num domingo à noite – muitas pessoas fazem isso – e você encontrará, provavelmente, uma congregação confortável se relacionando com uma divindade que se encaixa bem com as posições da igreja, que se conforma às experiências espirituais individuais. Mas você não encontrará muito temor e senso de mistério. As únicas mãos suadas serão a do pregador, inseguro a respeito do sermão; os únicos joelhos trêmulos serão o do solista que está prestes a cantar.
Contudo, o Novo Testamento nos alerta, “Ofereçamos a Deus (o crente) um culto aceitável com reverência e temor; pois, verdadeiramente, nosso Deus é um fogo consumidor.” (Hebreus 12) Hoje, reverência e temor têm sido substituídos por bocejo e familiaridade. O fogo consumidor foi transformado na chama de uma vela sem calor algum, sem luz radiante, sem poder para purificação. Por que? Porque preferimos a ilusão de uma divindade mais segura; então, diminuímos Deus para um tamanho que possamos lidar melhor. Pode muito bem ser revelado que o pior pecado da igreja no século vinte é o trivializar de Deus.2
Meus amigos, irei propor a vocês, hoje, que Deus tem sido trivializado simplesmente porque não sabemos quem Deus é. Ele se tornou, “O Deus Desconhecido”! Portanto, tentaremos reapresentá-lO por meio de um sermão pregado pelo apóstolo Paulo registrado em Atos 17. Abra sua Bíblia em Atos 17.
Revisão
Até o momento em nosso estudo no livro de Atos 17, descobrimos dois pontos na mensagem de Paulo.
- O ponto número um – Meu Deus é mais que um monumento!
Em outras palavras, Ele não é um deus de pedra ou ouro ou prata, Ele é o Senhor vivo e verdadeiro do céu e da terra.
- O ponto número dois – Meu Deus criou todas as coisas!
Em nosso último estudo, viemos as cosmovisões do Deísmo, Panteísmo, Ateísmo e Deísmo Finito. Cada uma dessas visões exige fé para crer no que eles creem. Para revisarmos:
- Para o Deísmo crer que Deus criou o mundo e depois o deixou, exige fé.
- Para o Politeísmo crer que o mundo está cheio de muitos deuses e que ele ou ela é um deles, exige fé.
- Para o Ateísmo crer que não existe nenhum Deus; que a ordem existente evoluiu de si mesma e que a vida e respiração surgiram do nada, exige fé.
- Para o Deísmo Finito crer que existe um Deus, mas que Ele não é poderoso o suficiente para esse mundo ocupado, exige fé.
- Para o Teísmo crer no registro das Escrituras de que Deus criou os céus e a terra com Seu poder e perfeição criadora, exige fé.
A fé dos Teístas é embasada pela ordem da criação dos céus e da terra. Como Davi disse no Salmo 19, verso 1: Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Sir Isaque Newton tinha uma réplica prefeita em miniatura do então conhecido sistema solar que ele construiu para os seus estudos. Uma bola grande dourada representava o sol no centro e os planetas conhecidos revolvia em torno do sol por meio de uma série de engrenagens, correias e hastes. Era uma máquina sofisticada e maravilhosa.
Um dia, enquanto Newton estava estudando seu modelo, um amigo agnóstico veio para uma visita. O home ficou maravilhado com aquela máquina e perguntou: “Nossa, quem fez essa máquina primorosa?”
Sem nem olhar, Newton respondeu: “Ninguém.”
“Ninguém?”, replicou seu amigo.
“Isso mesmo,” disse Newton, “todas essas bolas e engrenagens e correias aconteceram de se juntar aqui, maravilha das maravilhas, e por acaso começaram a se revolver em órbitas estabelecidas em tempo perfeito.”
A mensagem foi alta e clara.
Paulo disse aos atenienses: “Meu Deus criou todas as coisas!”
A Declaração Ousada de Paulo - Continuação
Em nosso estudo de hoje, descobriremos o terceiro ponto do sermão de Paulo.
- O ponto número três – “Meu Deus é o Todo-Poderoso Sustentador.”
Agora, a fim de que esse Deus de Paulo, até então desconhecido dos atenienses, ser o Todo-Poderoso do planeta terra, duas coisas precisam ser verdades: Deus precisa ser transcendente e imanente. É fácil dividirmos os versos 25 a 29 de Atos 17 de acordo com essas duas expressões teológicas da natureza e do caráter de Deus.
- Deus é transcendente.
Quando dizemos que Deus é transcendente, queremos dizer que:
Deus está acima e sobre toda a criação; Ele é separado da criação; Ele é um espírito distinto, superior e soberano.
Apesar de Deus estar em todos os lugares, Ele não está em tudo! Veja o que Paulo diz sobre Deus nos versos 24 e 25a:
O Deus que fez o mundo (Ele é separado do mundo) e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra (Ele é transcendente – acima e sobre tudo como Mestre) não habita em santuários feitos por mãos humanas.
Isso não significa que não podemos servi-lO, mas simplesmente que Deus não depende de nós para Sua existência. Os teólogos se referem a isso como A auto-existência de Deus.
Ele não precisa de você para poder sobreviver; você é que precisa Dele! Você não serve um prato de comida para Deus; você não precisa queimar incenso apra essa Divindade, como vi na casa de descrentes no Japão, com seus deuses nas prateleiras e queimando incensos constantemente. Deus não está à procura das obras de nossas mãos, mas Ele quer a adoração de nossos corações.
Note, na verdade, a próxima frase no verso 25b: como se de alguma coisa precisasse.
Deus é autossuficiente!
A expressão original grega traduzida como “de alguma coisa precisasse” é “prosdeomia.” Essa palavra pode ser entendida como: “Ele não quer nada ou precisa de mais nada.”
Ele é bem diferente de nós, não é? Nós sempre queremos algo mais além do que já possuímos. Talvez nosso desejo é por algo mais em nossa casa ou guarda-roupas ou posição e prestígio na vida.
Se você perguntasse à minha esposa: “Existe algo que você gostaria adicionar em sua casa?” – ela responderia sem hesitar: “Mais espaço para depósito!”
Se você fizesse essa pergunta para mim, eu provavelmente diria: “Existe uma coleção de livros que gostaria de adicionar à minha biblioteca pessoal. Não tenho espaço, mas dou um jeito!”
No ano passado, você pensou: “Ah, se eu ganhasse um pouquinho a mais por mês, minha situação estaria bem melhor!”
Agora, talvez, você já tenha ganhado esses reais a mais em um aumento, mas, o que aconteceu? Ninguém diz: “Pronto, temos o suficiente!”
Mas Deus sim! Ele é auto-existente!
Davi escreveu no Salmo 50, versos 10 a 12:
Pois são meus todos os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas. Conheço todas as aves dos montes, e são meus todos os animais que pululam no campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é meu e quanto nele se contém.
Veja, agora, a última parte do verso 25 de Atos 17: pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais.
Agora, nesse ponto do sermão, Paulo começa a lançar alguns mísseis na fortaleza do Politeísmo dos atenienses. Eles tinha dado a Zeus a honra de ser a fonte de vida. Na verdade, a palavra grega para vida é “zoe”. E Paulo está dizendo: “Zoe não vem de Zeus!”
Paulo diz: “Existe um sustentador do planeta terra – esse Senhor soberano, auto-existente, autossuficiente e transcendente é o Deus que vocês não conhecem.”
Agora, por que é importante entendermos a transcendência de Deus – o fato de Deus ser separado da Sua criação e estar acima e soberano sobre a criação?
Uma razão é porque isso nos dá um entendimento correto da criação. Não podemos deificar ou personificar a terra como se fosse uma mãe que requer a nossa proteção a fim de ela ser feliz e satisfeita. Eu já vi um adesivo no para-choques de um carro que dizia: “Ame sua mãe – terra.”
A elevação da criação ocorre simplesmente porque as pessoas não conhecem o Criador. Daí, ao invés de amar, adorar e honrar o Criador, os pecadores oferecem todo o seu amor, adoração e honra à criação.
Entretanto, se entendermos que um Ser separado e que governa o universo, conhecido como o Deus Triúno, que, por meio de Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Triunidade, criou tudo o que existe, então, depositaremos toda a nossa adoração aos Seus pés.
A Bíblia deixa bem claro quando nos diz: “Os céus proclamam a glória de Deus...”, que Deus usa a natureza de uma forma similar com o uso que nós fazemos do telefone. É como se ouvíssemos os atributos de uma criação projetada e poder vindo pelo telefone da natureza. Você já pensou um rapaz ouvindo a voz da amada de seu coração e se apaixonando pelo telefone? Você imagina o rapaz dizendo: “Bom, eu ouvi a voz dela por esse negócio de plástico e decidi me casar com isso ao invés dela. Eu simplesmente amo esse telefone!”
Mas não é isso que o pecador não-regenerado faz? Ele vê e ouve o caráter do Deus criador vindo pela natureza e se apaixona pela natureza.
- Agora, Deus não é somente transcendente ou acima de toda a criação, mas Ele também é imanente.
Quando dizemos que Deus é imanente, dizemos que:
Apesar de Deus ser separado de Sua criação, Ele está ao mesmo tempo envolvido ativamente na natureza e história humanas; Ele é um Líder pessoal, cuidadoso e amoroso que interage com Seu criação.
Os gregos com os quais Paulo estava falando não conheciam nada sobre um Deus pessoal e cuidadoso. Entretanto, como já declarado na última parte do verso 25, Paulo irá continuar e ensinará sobre o envolvimento do Deus pessoal.
Mateus registra o sermão de Jesus Cristo quando Ele pregou que o Criador estava envolvido no envio na luz do sol e da chuva, a alimentação e proteção dos pássaros e a vestimenta das flores. Daí, Jesus faz uma declaração fantástica e politicamente incorreta para a Sua audiência humana, como registrado em Mateus 6, verso 26b, dizendo: Não valeis vós muitos mais do que as aves?
Em outras palavras, você tem mais valor que um pássaro; você pé mais importante que uma flor; uma árvore não possui o direito inerente à vida, mas você tem! Imagine como Jesus seria citado nos jornais hoje!
A coisa maravilhosa é o ensino que Jesus dá para os Seus ouvintes; isto é, “Se Deus se importa tanto com os pássaros do céu e com as flores do campo, imagine o quanto Ele se importa com você.”
O verso 25b nos diz: pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais;
Tiago escreveu no capítulo 1, verso 17:
Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.
Ele não é um Deus distante, removido e unicamente transcendente, mas Ele é um Deus envolvido intimamente – transcendente, mas, contudo, imanente.
Paulo continua e diz: “Veja como Ele está envolvido!” note o verso 26 de Atos 17.
de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;
Os gregos criam que eles eram uma raça especial. Paulo diz: “Vocês se originaram do mesmo homem que todos os demais seres humanos na terra – Adão e seu esposa, Eva.”
Os gregos não podiam dizer que eram uma classe especial. Eles era feitos do mesmo barro que todos os demais.
Fiquei fascinado ao ler os resultados de um estudo realizado por dois bioquímicos na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. Os artigo dizia que a maior parte do DNA nas células humanas está no núcleo da células na forma de cromossomos. Mas, existe também o DNA que ica fora do núcleo – na mitocôndria (ou mtDNA). O fato interessante sobre o mtDNA é que, no decorrer das gerações, ele muda num ritmo contínuo de mutação nos seres humanos. Outro fator interessante é que o mtDNA é herdado somente por meio da mãe.
Esses bioquímicos examinaram o mtDNA de 147 indivíduos representando cinco regiões geográficas do mundo. Daí, eles conseguiram construir a árvore genealógica analisando as diferenças nas amostras de mtDNA. Os dados revelaram um ancestral comum de mtDNA. Agora, eles acreditam que apenas uma fêmea foi a ancestral de todos os seres humanos na Terra hoje. E eles deram a ela o apelido de Eva.
Portanto, não é a mãe terra – é mãe Eva! Que descoberta!
Há aproximadamente dois mil anos atrás, o apóstolo Paulo declarou que os gregos orgulhosos faziam parte da mesma árvore genealógica que todos os demais seres humanos. Não existe nenhuma classe ou raça especial.
Em outras palavras, o Deus desconhecido é daltônico; Ele é cego para raças; Ele não respeita as pessoas. Ninguém possui privilégios com Ele – todos são igualmente pecadores e todos estarão um dia diante Dele.
Paulo está progredindo em direção ao clímax de seu sermão com esse ponto.
E existe mais nesse ponto do que eu estava imaginando compartilhar, mas, se eu não parar agora, não poderei desenvolver o próximo ponto crítico do sermão de Paulo. O próximo ponto é que Deus já determinou as fronteiras da Rússia, China, Estados Unidos, Brasil e Ele sabe quanto tempo essas nações irão durar.
Aplicação
Deixe-me aplicar a preciosidade desses atributos de Deus que estudamos hoje com uma ilustração de William Beebe.
Eu e o Theodore Roosevelt costumávamos fazer um jogo. Depois de uma noite de conversas, antes de nos retirarmos para nossos quartos para dormir, íamos para fora no quintal e contemplávamos o céu em busca de um ponto pálido de luz e neblina que ficava um pouco além do canto esquerdo da Grande Pégasus. Daí, um dos dois dizia: “Aquela é a Galáxia Espiral de Andrômeda. É tão grande quanto nossa Via Láctea. É uma das cem milhões de galáxias. Consiste de um bilhão de sóis, sendo cada um deles maior que o nosso sol.”
Daí, Roosevelt dava um sorriso e dizia: “Bom, já deu para perceber que somos pequenos o bastante! Vamos dormir.”
A coisa maravilhosa no estudo da grandeza e majestade de Deus, ou seja, que Ele é transcendente e imanente; que somente ele é auto-existente e autossuficiente; que Ele é a fonte divina e o governante divino é que, quando descobrimos quão grande Ele é, redescobrimos quão pequenos nós somos. E meus problemas, que eu pensava serem grandes, se tornam pequeníssimos comparados a Ele. Meus pequenos desafios dessa rápida vida não são nada se comparados à Sua transcendência e imanência. E eu posso pegar cada um dos meus problemas e colocá-los diante Dele porque Ele se importa comigo.
É como a minha filha de quatro anos de idade que veio até mim outro dia com sua pulseira de plástico que ela não conseguia colocar no seu pulso. É daquelas pulseiras com joias de plástico bem chique. Ela trouxe para mim e disse: Papai, você pode consertar?”
Depois de alguns ajustes, consegui colocar a pulseira no bracinho dela. Era um problema grande para elas, mas para mim não foi nada.
O motivo por que a igreja está sufocada com seus problemas e cheia de crentes ansiosos e perturbados como se não fossem crentes é porque seu Deus se tornou pequeno e distante demais. Na realidade, Ele se tornou um Deus desconhecido.
Entretanto, quando você descobre a grandeza do seu Deus, você, então, se torna pequeno o suficiente para descansar na sombra do Altíssimo. Somente então, você pode fugir para a força dos braços eternos de Deus.
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1J. I. Packer, Knowing God (InterVarsity Press, 1987), pp. 14-15.
2Donald W. McCullough, The Trivialization of God (NavPress, 1995), pp. 13-14.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 04/01/1998
© Copyright 1998 Stephen Davey
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