A Primeira Reforma

A Primeira Reforma

by Stephen Davey

A Primeira Reforma

Atos 15.1–12

Introdução

Se você perguntar a uma pessoa qualquer na rua, “O que é um crente?” ou “Como podemos identificar um crente?” você encontrará noventa e nove respostas diferentes.

Um pouco de história

No dia 31 de outubro de 1517, um monge chamado Martinho Lutero pregou as 95 Teses na porta da catedral de Wittenberg, Alemanha. Ele desafiou a prática da venda do perdão, infalibilidade papal e, acima de tudo, a defendeu de justificação pela fé somente.

Houve outros antes de Lutero que questionaram a igreja – e pagaram o preço por isso – mas, com ele as coisas foram diferentes. Lutero era um clérigo de dentro da igreja que dizia que a definição de cristão era um tanto diferente da definição da igreja estabelecida.

A igreja estava dizendo: “Você não é um cristão se não pagar penitência, comprar indulgências, ir para a missa, confessar seus pecados ao padre...”.

Martinho Lutero, contudo, surgiu com uma lista completamente diferente. Então, em 1517, os rumores de uma reforma começaram a surgir.

No ano seguinte, debates acirrados ocorreram em Augsburg e as linhas foram traçadas. Foi em Augsburg que o grito pela Reforma foi dado com a expressão “sola scriptura” ou “somente as Escrituras.”

Philip Melanchton foi um brilhante professor de grego em Wittenberg e amigo próximo de Lutero. Na verdade, foi Melanchton que escreveu a Loci – a primeira teologia sistemática do que se tornaria o mundo protestante ou movimento protestante.

Martinho Lutero, Philip Melanchton e outros se tornaram heróis do povo livre alemão. A libertação veio por meio da pregação e ensino do evangelho da graça e perdão pleno. Eles também se tornaram inimigos da igreja estatal.

Os problemas em questão não eram triviais. Eles não estavam debatendo a respeito da cor da cortina da igreja ou em qual lado se deveria colocar o piano. Eles arriscaram suas vidas sobre a definição de salvação, a autoridade dos concílios da igreja e seus líderes, o perdão dos pecados e o que concederia a uma pessoa a entrada na igreja.

Creio que estamos vivendo num momento interessante na história. É um momento na história da igreja em que o debate sobre a natureza e definição de salvação estão mais uma vez em questão. Estamos mais uma vez ouvindo os rumores da erupção do século dezesseis; ouvimos o grito de “sola scriptura” como o axioma primário em torno do qual todos os outros debates se revolvem.

Meus amigos, esse é o cerne ou o centro de toda questão – o que as Escrituras dizem? Esse é o ponto singular que deve resolver toda e qualquer questão. O que acho interessante é que, pela primeira vez em muitos anos, a linha divisória entre verdade e mentira será o grito da reforma: “sola scriptura.” As Escrituras somente são suficiente para fé e prática. Somente as Escrituras respondem a questão: “O que devo fazer para ser salvo?”

Essa questão, a propósito, tem sido o foco principal de muitos concílios e escritos de teólogos desde a fundação da igreja. Na verdade, a primeira reforma dentro da igreja aconteceu em torno de vinte anos depois que Jesus Cristo subiu para o Pai. A igreja do primeiro século atingiu o ponto de ebulição a respeito dessa questão: “O que uma pessoa deve fazer para ser salva?”

O livro de Atos, capítulo 15, nos conta toda a história.

A Primeira Reforma

Agora, em Atos 15 vemos uma tempestade se formando em Jerusalém e chegando até Antioquia.

A igreja está tomando uma nova aparência – uma aparência gentílica. Precisamos entender que os judeus deixaram de ser a maioria dos acionários da igreja – a igreja está se tornando uma igreja de gentios. O foco do ministério saiu de Jerusalém e se centralizou em Antioquia, onde Paulo serve alguns termos como Pastor de Missões.

Pontos de vista dissidentes

O problema é que os judeus estão tendo dificuldades, e com certa razão, com as várias mudanças. Algo preeminente no meio deles é a inclusão de gentios incircuncisos como membros da igreja com direitos e posições.

O ponto de vista judaizante – salvação é fé em Cristo mais circuncisão

Esse é o contexto exato por trás do primeiro verso de Atos 15.

Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos.

Aqui vemos, puro e simples, o ensino dos judaizantes: você não pode ser salvo ao menos que creia em Cristo Jesus e carregue a marca da circuncisão.

O ponto de vista reformado – salvação é fé em Cristo mais nada

Agora você pode dizer: “Isso não é grande coisa. Com certeza, ninguém ficou travado com essa questão. É óbvio que não precisamos nos circuncidar para nos tornar cristãos. Fácil, não é?!”

Errado. Abra sua Bíblia em Gálatas 2 e descubra comigo como essa questão se desenvolveu de maneira profunda. O capítulo 2 conta que, logo antes do concílio de Jerusalém registrado em Atos 15, a dissensão estava crescendo na igreja de Antioquia. Isso permite que vejamos os bastidores dessa discórdia que começa a se formar. Veja os versos 11 a 16.

Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível. Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar-se, temendo os da circuncisão. E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.   

Você percebeu quem estava envolvido na controvérsia sobre a inclusão dos crentes gentios? O verso 12 nos diz que Pedro comia com os gentios mas, quando os líderes judeus chegaram, ele começou a se retirar do meio deles e a agir com indiferença.

Ou seja, Pedro começou a agir em hipocrisia com medo dos líderes judeus proeminentes. Ele estava comendo com os gentios, desfrutando de um churrasco com linguiça e bisteca, até que alguns “chefões” da igreja de Jerusalém vieram visitar. De repente, os gentios começaram a perceber que Pedro não vinha mais para as refeições. Na verdade, ele não estava nem falando com eles na rua. Pedro não queria manchar sua reputação de judeu.

Note quem mais se envolveu na divisão racial. O verso 13 diz: “Também os demais judeus dissimularam com ele...”. A igreja está, agora, dividida – os crentes judeus e gentios se sentam em lados diferentes do igreja; não comem mais juntos; o time de futebol da igreja se acabou porque o atacante e o goleiro eram gentios e os judeus não queriam chutar a mesma bola que eles; o pequeno Isaque não pode mais brincar com o pequeno Alexandre e nem ir para a casa dele, porque a mãe do Alexandre não sabe fazer comida judaica. Essa questão dividiu a igreja!

Você viu a declaração surpreendente no final do verso 13? Lemos: “...a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles.” O companheiro do próprio Paulo, o homem que, anos antes, tinha começado o avivamento de Antioquia; o homem que antes declarara os gentios como crentes verdadeiros está, agora, tendo dificuldades por causa desses líderes judeus influentes e seus próprios anos de tradição e culto.

A voz passiva da construção verbal “ter-se deixado levar” indica que, apesar de Barnabé não ter sido ativo na hipocrisia, ele teve seu equilíbrio balançado sobre a questão. Ele sabia muito bem de onde os judeus estavam vindo e, mesmo assim, era simpatizante dos gentios. Contudo, rapidamente ele tem seu equilíbrio restabelecido, pois ele se une a Paulo no debate com os líderes judeus em Atos 15.

Portanto, não estamos falando de discórdia sobre a cor que devemos pintar a igreja, mas uma divisão por causa da natureza e definição de salvação. Como sei disso? Por causa do que acontece no verso 14.

Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos...

Essa discórdia é muito maior que um simples churrasquinho, é uma questão doutrinária. Então, Paulo pega Pedro pelos colarinhos e na presença de todos e, provavelmente no culto seguinte, diz: “Pedro, haverá no futuro milhões de pessoas que pensarão que você é o primeiro papa infalível, mas, deixe-me dizer uma coisa a você: Pedro, você está completamente errado nesse assunto, você deu uma grande topada com sua teologia e está desviando muitos com isso. você já se esqueceu, Pedro, que um gentio não é salvo por agir como um judeu?”

E o verso 16 nos diz:

sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.

“Pare com isso, Pedro! Ajeite-se! Deixe de hipocrisia!”

A propósito, essa repreensão pública de Pedro evidentemente resultou em seu reconhecimento do erro. Vemos em Atos 15 que Pedro se tornou o porta-voz na correção da teologia errada dos judeus e vota a favor dos incircuncisos gentios para se tornarem membros da igreja.

Debatendo doutrina

Vamos voltar, agora, para Atos 15. Veja os versos 1 a 5.

Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos. Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena discussão com eles, resolveram que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão. Enviados, pois, e até certo ponto acompanhados pela igreja, atravessaram as províncias da Fenícia e Samaria e, narrando a conversão dos gentios, causaram grande alegria a todos os irmãos. Tendo eles chegado a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros e relataram tudo o que Deus fizera com eles. Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés.

Por vários séculos, o homem gentio que decidisse seguir o Deus de Israel seria circuncidado com um sinal externo de que se tornara um seguidor da aliança dada a Abraão por Deus, significando que ele também seguia a Lei de Moisés. A circuncisão marcava o povo de Deus como separado, puro e distinto das nações ao seu redor.

Em outras palavras, a igreja queria fazer a mesma coisa o que a sinagoga fez por vários anos com os prosélitos gentios. Você entra na igreja e no reino vindouro pelas portas da circuncisão

De fato, a discórdia era maior que a simples circuncisão. O debate era: “O que devo fazer para ser salvo?”

Os judeus queriam adicionar a circuncisão. Hoje, alguns desejam inserir o batismo. Outros querem introduzir atos de graça e amor. Ainda outros dizem que a associação a alguma igreja ou adoração nu dia particular são necessários, etc. o cenário religioso do século vinte e um não é diferente daquele do século primeiro.

Deus diz: “Meu Filho morreu numa cruz por você para pagar a penalidade do seu pecado, oferecendo a salvação como um presente gratuito.”

Deus deseja saber: “O que você fez com o Meu Filho?”

Os pontos levantados por Pedro

Veja, agora, os versos 6 e 7a de Atos 15.

Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão. Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse...

Precisamos entender que, quando Pedro se levantou, todo o concílio espero que ele fosse defender a circuncisão. Pedro já tinha hesitado em sua aceitação dos gentios na igreja. Com certeza, Pedro vai endireitar as coisas a favor da Lei.

Ao contrário, Pedro argumenta a favor de Paulo. Sem dúvidas, ele surpreende seus ouvintes.

  • Seu primeiro argumento a favor da aceitação dos gentios na igreja é a presença do Espírito Santo dentro da comunidade de crentes gentios.

Continue nos versos 7b e 8.

...Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem. Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera.

Agora podemos entender a importância crítica dos dons de sinais. Quando o Espírito desceu por ocasião do Pentecostes, houve o sinal audível das línguas. Depois, na casa de Cornélio, como Pedro faz alusão nesses versos, quando os gentios creram, o Espírito de Deus manifestou o mesmo dom de línguas por meios dos gentios.

Pedro, agora, resume: “Os gentios evidenciaram o mesmo dom, comprovando indubitavelmente que receberam o mesmo Espírito.”

Ou seja, Deus não olha para o crente gentio de forma diferente da forma como Ele vê os judeus. Ele não considera os gentios crentes de segunda classe. Não! Eles são iguais em posição com os judeus, tendo recebido a mesma manifestação do Espírito que os judeus receberam, provando, dessa forma, que também receberam o mesmo Espírito.

Então, o primeiro ponto levantado por Pedro é a presença do Espírito Santo.

  • O segundo ponto é o perdão dos pecados.

Veja o verso 9.

E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela

(obras?... circuncisão? Não, pela...)

...fé o coração.

  • O terceiro ponto é a incapacidade da Lei de salvar.

Veja o verso 10.

Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós?

Ou seja, “Vocês ficam falando de obediência à Lei, as obras da carne como meio de salvação. Bom, quem dentre vocês é capaz de guardar a Lei?!”

Você pode circular a apalavra “jugo” e escrever na margem de sua Bíblia a referência de Mateus 11, verso 28.

O jugo da Lei era um fardo insuportável. O rabino Shammai e sua escola já tinham desenvolvido restrições sabáticas opressoras. Por exemplo, no sábado, você não poderia carregar uma cadeira de uma sala à outra porque você estaria carregando um fardo, sendo, portanto, culpado de quebrar a Lei; a mulher não poderia se olhar no espelho para que não fosse tentada a arrancar um pêlo de de sua sobrancelha, trabalhando no sábado; você não poderia levantar um garfo mais pesado que um figo, pois se tornaria culpado de carregar um fardo no sábado. Eles até debatiam horas e horas sobre se um homem com uma perna ou dente falso seriam culpados de carregar fardo. Os 613 mandamentos da própria Lei eram mais pesado do que um homem poderia carregar.

Por isso Jesus Cristo disse em Mateus 11, verso 28:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.

Em outras palavras: “Vocês estão cansados do esforço próprio; vocês estão carregando o fardo da falha constante e do pecado – venham para Mim.”

E Jesus Cristo continua dizendo nos versos 29 e 30:

Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.

As religiões do mundo dificultam a salvação. Elas dizem: “Faça isso... não faça aquilo... vá lá... ore dessa forma... diga isso... cumpra aquilo...”

Pedro diz no verso 11:

Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram.

Salvação é fácil – pois não está atrelada a obra humana. É de graça – simplesmente porque Jesus Cristo pagou tudo.

A que jugo você está preso? O jugo da religião – esforço próprio – ou ao jugo de Cristo?

As ilustrações de Barnabé e Paulo

Veja, agora, o verso 12 de Atos 15.

E toda a multidão silenciou, passando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios.

Pedro termina, se senta e ninguém fala nada. Posso ver as pessoas perplexas e talvez perturbadas com o que Pedro disse. Daí, elas ouvem enquanto Barnabé e Paulo contam os sinais e maravilhas que Deus operou. Pedro forneceu o conteúdo do evangelho e, agora, Barnabé e Paulo vão fazer duas ilustrações. Elas incluem:

  • Testemunho pessoal;
  • Provas por meio de sinais e maravilhas.

A conclusão de Tiago

Daí, Tiago, o ancião líder da igreja de Jerusalém, como o verso 13 nos diz, se levanta e toma a decisão. Olharemos essa decisão com mais detalhe em nosso próximo estudo no livro de Atos, mas Tiago de levanta e dá o veredito e esse é um momento marcante na história da igreja. Tiago basicamente conclui duas coisas:

  • Que Deus está trabalhando entre os gentios;
  • Que a Palavra de Deus apoia o movimento.

Não é suficiente apenas discernir um movimento. Pergunte: “Será que a Palavra de Deus valida esse movimento? É um movimento que emana das Escrituras, do claro ensino bíblico?”

Podemos quase ouvir o grito de vitória da primeira reforma, “sola scriptura,” surgindo do veredito de Tiago para a igreja.

Conclusão

Quando Martinho Lutero foi eventualmente condenado pela igreja como herege em abril de 1521, ele compareceu ao tribunal do império, na presença do imperador, o qual estava acompanhado por vários oficiais do império e da igreja. Ele foi questionado pelo brilhante teólogo da Igreja Católica John Eck. Ele receber a ordem de se retratar de seus ensinos sobre a justificação pela fé e outros. Martinho Lutero respondeu as acusações de heresia dizendo:

Ao menos que eu seja convencido pelas Escrituras ou pela razão justa (porque não confio nos papas nem nos concílios, pois ele já erraram muitas vezes e se contradisseram) – ao menos que seja assim convencido, estou preso aos textos da Bíblia, minha consciência está cativa à Palavra de Deus, não irei e não posso me retratar de coisa alguma... Deus me ajude. Amém.

Que Deus nos ajude a ter essa coragem e resolução hoje, para que eu e você vivamos vidas presas às Escrituras, para que digamos a respeito de nossas vidas e da vida de nossas igrejas: “Somos cativos à Palavra de Deus; ‘Sola Scriptura’.”

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 24/08/1997

© Copyright 1997 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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