Biografias Missionárias

Biografias Missionárias

by Stephen Davey

Biografias Missionárias

Atos 14.1–20

 

Introdução

Hoje iremos dar continuidade aos nossos estudos no livro de Atos no capítulo 14. Estamos no meio da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé na Ásia Menor.

Se eu perguntasse à média de estudantes da Bíblia como eles achavam que Paulo e Barnabé posteriormente se sentiram a respeito das suas experiências missionárias, a resposta típica seria “bem sucedida e eficaz.”

O Contexto

Vamos ler no as palavras do diário do próprio Paulo. Esses são comentários que ele decidiu tornar públicos e que não são somente pessoais, mas surpreendentes. E, posso ainda adicionar, eles são encorajadores. Raramente, vemos tanta transparência na vida daqueles em quem nos espelhamos. Abra sua Bíblia em 2 Coríntios 1, verso 8.

Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida.

Uma paráfrase expande esse verso da seguinte forma:

Quero que vocês saibam sobre as dificuldades pelas quais passamos na Ásia. Fomos esmagados e estávamos exauridos de forças, temendo que não conseguiríamos passar por aquilo vivos.

Você consegue imaginar?! Aqui está um relatório missionário: “Ei, Paulo, como vai a vida no serviço do Senhor? Aleluia, não é?!”

Paulo responde: “Ah, foi muito difícil. Nunca fiquei tão cansado fisicamente e oprimido emocionalmente.”

Paulo continua dizendo: “Sentimos destinados à morte e vimos como éramos incapazes de ajudar a nós mesmos.”

Quando passar por dificuldades

Deixe-me sugerir algumas coisas que podemos fazer quando estivermos passando por dificuldades.

  • Não negue o fato de que o serviço ao Senhor pode trazer dor de cabeça e desencorajamento. Algumas pessoas negam a dor dizendo: “Se você vive para Deus, então tudo é maravilhoso.”
  • Não ignore o desencorajamento e a pressão que surgem naturalmente.
  • Não se esqueça que Deus permite dificuldades que naturalmente geram pressão e dor, a fim de criar dependência espiritual em Sua força e graça.

Certas pessoas vivem estressadas. Tudo o que fazem é falar dos seus problemas. Nunca chegam ao ponto de dizer: “Mas é dessa maneira que Deus está usando essa dificuldade em minha vida para me transformar e desafiar.”

Existe um equilíbrio entre dificuldades naturais e desenvolvimento espiritual – ambos estão em funcionamento; ambos precisam ser reconhecidos.

Você gostaria de um exemplo desse equilíbrio?

Paulo, depois de admitir essas questões de desespero e o senso d estar desesperado e ser tratado injustamente, diz no verso 9

Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos;

Alguém parafraseou esse verso da seguinte forma:

Mas isso foi bom porque nos levou a não confiar em nós mesmos, mas a colocar tudo nas mãos de Deus.

Que equilíbrio maravilhoso! Paulo não diz: “Ei, nossa viagem missionário realmente nos levou a confiar no poder de Deus,” sem primeiramente dizer: “Você não acredita como foi difícil; como me senti traído muitas vezes e como tememos pelas nossas próprias vidas.”

Recepção em Icônio, depois Rejeição

E quando foi esse período na vida de Paulo em que ele se desesperou e se lançou na graça de Deus? Quando será que ele escreveu em seu diário esses comentários de seus sentimentos profundos?

Atos 14 nos coloca bem no meio dessa cena. Veja os versos 1 e 2.

Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo, que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos. Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos.

Literalmente, os judeus descrentes envenenaram a mente dos gentios. Eles misturaram muitas mentiras naquela sopa.

Parece ter sido uma passagem rápida em Icônio! Paulo e Barnabé, é hora de ir embora. Não parece ser um bom lugar para começar uma igreja.

Entretanto, não é isso o que acontece. Paulo e Barnabé evidentemente conversaram sobre o assunto. A conversa deles deve ter sido algo do tipo: “Bom, Barnabé, você está pensando no que eu estou pensando?”

“Sim. Esse é um excelente lugar para começarmos um ministério!”

Continue até o verso 3:

Entretanto, (ou seja, apesar da oposição tremenda; a despeito das pessoas amarguradas que odiavam o ministério deles, Paulo e Barnabé não saíram dali. Apesar da descrença dos judeus...) demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor. (Note a frase “falando ousadamente.” Não é que Paulo e Barnabé naturalmente se regozijavam com o confronto e as lutas ou o ressentimento do povo – não. Lembre-se das palavras de Paulo em 2 Coríntios “acima das nossas forças,” “mas foi bom porque nos levou a confiar totalmente em Deus.” E, amigos, esse é o melhor lugar de se estar. É o lugar onde não confiamos em pessoas ou circunstâncias, mas inteiramente no Senhor; ficamos “abandonados na ilha da soberania de Deus”), o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.

Continue nos versos 4 a 6:

Mas dividiu-se o povo da cidade: uns eram pelos judeus; outros, pelos apóstolos. E, como surgisse um tumulto dos gentios e judeus, associados com as suas autoridades, para os ultrajar e apedrejar, sabendo-o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia e circunvizinhança,

Agora, o sentimento do povo se tornou em assassinato. A batalha já não é mais sobre teologia e ideologia, mas eles estão juntando pedras com os nomes de Paulo e Barnabé nelas. Jesus Cristo disse aos Seus discípulos em Mateus 10, verso 23a: Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra.

Uma coisa é evangelizar um homem que não gosta de você sentado na varanda; é outra coisa bem diferente ficar na varanda enquanto ele carrega sua arma.

Essa não foi a única vez, mas Paulo escapou com vida por pouco.

Louvor em Listra, depois Perseguição

Agora, o verso 8 de Atos 14 introduz um problema bastante diferente do que ocorreu em Icônio. Uma coisa é manter a cabeça levantada quando você é odiado; mas é outra coisa bem diferente baixar seu orgulho quando você se torna popular. Veja os versos 8 e 9.

Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado,

Ou seja, enquanto Paulo pregava, foi impossível não notar como esse homem prestava atenção no evangelho. Paulo viu pela expressão facial dele que Deus estava lhe concedendo fé para crer. E, no caso desse homem em particular, o presente da fé seria dado juntamente com o presente da cura. Veja o verso 10a: [Paulo] disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés!

Paulo, o operador de milagres divino, tendo a habilidade de curar, provando assim o seu apostolado, que ele era de fato um embaixador de a nova mensagem de salvação vinda de Deus, deseja revelar o poder de Deus. Note que ele não orou primeiro. Na verdade, ele nunca menciona o nome de Jesus ou clama pelo Espírito Santo. Ele também não disse a Barnabé: “Tomara que isso funcione.” Não! Ele simplesmente disse: “Fique de pé!”

Continue nos versos 10b a 12:

...Ele saltou e andava. Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra.

Agora, precisamos entender que Listra, mais do que qualquer outra cidade ao redor, estava tomada pela adoração a Zeus e Hermes, cujos nomes na língua romana eram Júpiter e Mercúrio. Na verdade, na década de 1920, duas inscrições foram encontradas próximo a Listra, as quais foram dedicadas a Zeus e Hermes.

Veja o verso 13a: Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade

Esse verso nos informa que havia um templo a Júpiter, ou Zeus, logo na saída da cidade. Na verdade, essa frase poderia ser traduzida: “O Zeus diante da cidade.” Ninguém entrava na cidade sem antes ficar maravilhado com o magnificente templo de Zeus. A propósito, Zeus era considerado o pai de todos os outros deuses e, Hermes, ou Mercúrio, o porta-voz.

E essa cidade acabou de testemunhar um milagre incrível. Volte ao verso 8 e note a falta de esperança desse paralítico. Somos informados de três formas diferentes que ele não podia andar – “aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar.”

Apenas um deus poderia realizar esse milagre – e eles estavam certos nesse ponto – mas atribuíram ao deus errado. E começaram a gritar em língua licaônica, conforme o verso 11 nos diz: “Os deuses estão em nosso meio! Os deuses estão entre nós!”

Nesse momento, Paulo e Barnabé, que evidentemente não conheciam o dialeto licaônico, não sabem o que está acontecendo. Contudo, é muito melhor do que a outra cidade que eles tinham acabado de deixar onde as pessoas queriam apedrejá-los à morte.

Somente no verso 13 eles entendem o que está se passando. Veja o verso 13.

O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões.    

Em outras palavras, antes mesmo que Paulo e Barnabé soubessem o que estava acontecendo, os assistentes do templo estavam colocando arranjos de flores em seus pescoços e o sacerdote de Zeus chega e começa a cerimônia de adoração. Continue até o verso 14:

Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo (isto é, quando alguém explicou no idioma deles o que estava prestes a acontecer), rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:

Como lidar com louvor indevido

Agora, com certeza, nenhum de nós será tomado por outras pessoas como sendo Zeus ou Hermes, como aconteceu com Paulo e Barnabé. Entretanto, quero observar a reação de Paulo e Barnabé e ver como eles servem de modelo para nós. Eles nos fornecem várias coisas a fazer quando enfrentamos bajulação de outros ou, o que poderíamos chamar, indevido louvor ou reconhecimento.

  • Primeiro, esteja disposto a rejeitar o louvor!

Veja os versos 14 e 15a.

Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:  Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós...

Não podemos rejeitar louvor indevido ou bajulação se não estivermos realmente dispostos a ser transparentes. Paulo e Barnabé disseram: “Somos homens iguais a vocês.” Em outras palavras: “Somos feitos do mesmo material frágil que todos vocês.”

Precisamos de mais crentes proeminentes, como cantores, escritores, pregadores de rádio, conferencistas, pastores, líderes, presidentes de ministérios dispostos a dizer aos que seguem seus escritos, ministérios e liderança: “Ei, eu sou feito do mesmo material que você é feito.”

Eugene Peterson fez uma triste, mas verdadeira observação, quando disse: “Na igreja hoje temos celebridades, mas não santos.”

Agora, temos o problema com a liderança, mas também no lado dos leigos. Os seguidores não estão ajudando muito também.

Um escritor escreveu o seguinte:

Temos a aparente infinita capacidade de dar a honra devida a Cristo às pessoas que desejam nos apresentar a Ele. Pastores, pais, líderes, amigos e professores que nos trouxeram as boas-novas se tornam, geralmente, a fonte da segurança. Nós os elevamos ao nível de “supersantidade” e perdemos a dinâmica que os tornou tão admiráveis. Fazemos ídolos a partir dos líderes cristãos – colocamos o comunicador no pedestal e contornamos a comunicação. O motivo por que existe tanta celebridade cristã orgulhosa é porque demos mais honra ao mensageiro que à mensagem em si.

Vamos ver alguns exemplos mais pessoais agora.

  • Como pais, vocês podem ter criado um filho que está agora fielmente servindo ao Senhor. Como resultado, as pessoas desejarão construir um santuário aos seus pés. Eles irão buscar seus conselhos. E o que você vai dizer? Será que você vai dizer: “É, acho que fizemos um trabalho fantástico com nossos filhos... vou dar a você uma lista das trinta coisas que fizemos direito.”?
  • As pessoas podem ver em você e seu cônjuge o tipo de casamento que elas gostariam de ter. E talvez coloquem você no pedestal. Como responder a isso?

Acredito que temos popularidade demais no meio cristão. O motivo é porque não retratamos a nós mesmo de forma realista, não recusamos o foco da atenção. E, quando vem a aprovação, não a rejeitamos por causa da verdade simplesmente porque amamos atenção.

Esteja disposto a recusar!

  • Segundo, não pare somente ao recusar o louvor indevido, mas dê um segundo passo – esteja disposto a redirecionar o louvor.

Paulo e Barnabé estavam dispostos a redirecionar a atenção para Deus. Veja o verso 15.

Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo...

Em outras palavras: “Não olhem para nós; não acendam velas ou orem para nós, essas são coisas vazias de se fazer. Ao contrário, olhe para o nosso Criador, Deus que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles;

  • Terceiro, esteja disposto a largar o louvor totalmente.

Paulo e Barnabé estavam dispostos a largar cada centímetro de sua popularidade, o que estava concedendo a eles, na verdade, a oportunidade de anunciar a verdade. Veja o verso 16.

o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos;

Em outras palavras, “Deus permitiu que vocês e todas as demais nações seguissem seus próprios caminhos – um caminho que envolve a adoração de deuses falsos e, pela Sua longanimidade, Ele os deixou seguir seu próprio caminho.”

Continue até o verso 17.

contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria.

Veja a palavra-chave: “testemunho.”

Alguém já perguntou a você: “E o que irá acontecer com aqueles que nunca ouviram o evangelho? Será que Deus pode os responsabilizar? Ele não deveria julgá-los.”?

Nesse verso, antes mesmo que Paulo e Barnabé chegassem lá, vemos que os cidadãos de Listra já haviam recebido testemunho de Deus – e estava relacionado à criação.

A revelação de Deus (Romanos 1 e 2)

Abra sua Bíblia no livro de Romanos onde Paulo explica detalhadamente sobre o testemunho de Deus a cada pessoa em particular.

A ira de Deus contra os ímpios e injustos

Veja Romanos 1, verso 18.

A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;

Portanto, a ira de Deus é revelada contra os ímpios e injustos. Note que grupo de pessoas suprimem a verdade. “Deter” é a palavra grega “katecho,” que significa, “segurar debaixo de.” Ou seja, esse grupo mantém a verdade debaixo de uma coberta. A verdade nunca está nas primeiras páginas dos jornais. A verdade nunca atinge um alto nível de audiência. Por que? Porque pessoas ímpias e injustas tentam manter a verdade selada.

A existência de Deus testemunhada pela consciência e pela criação

Contudo, apesar de os ímpios tentarem suprimir a verdade, essa verdade ainda é anunciada. Como? Veja o verso 19a de Romanos 1: porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles.

Sublinhe as palavras “entre eles.” A primeira testemunha está entre nós, ou dentro de nós; e tem um nome, “consciência.”

Veja Romanos 2, verso 14.

Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos.

Continue até os versos 15 e 16.

Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho.

Como que uma pessoa que jamais ouviu falar dos Dez Mandamentos se sente culpada quando quebra um dos mandamentos?

Deus diz: “Essa é uma das testemunhas de que existe uma autoridade superior – a saber, Eu.”

Mas, isso ainda não é tudo. Volte para o verso 19.

porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.

Deus não somente manifestou Sua existência dentro dos pecadores, mas também para os pecadores. Como? Veja o verso 20.

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;

Todas as pessoas recebem o testemunho da consciência e da criação. Todos são indesculpáveis.

Continue nos versos 21 a 23.

porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.

Eles se recusam a reconhecer um Criador e, ao invés disso, buscam conexão espiritual com a criação – os rios, o sol, a lua, os golfinhos, o cristal, a árvore.

O testemunho da criação grita a existência de Deus! Mas nós ouvimos? Por causa da impiedade e injustiça, a humanidade encontra outra causa que não seja o Criador.

Então, hoje, nossas universidades e escolas não ensinam que Deus criou a terra e o universo – mas que tudo evoluiu no decurso de trilhões de anos. Deus não criou o homem e a mulher segundo Sua imagem e semelhança – somos apenas a última espécie de animal que evoluiu nos últimos bilhões de anos.

Paulo diria: “Vocês dizem ser sábios, mas se tornaram tolos.”

Culpado por se recusar a ver as mãos de um Criador; culpado por se recusar a ouvir a consciência e, como resultado, buscando adultérios, assassinatos e prazeres, o mundo ímpio e injusto não pode encontrar a Deus pelo mesmo motivo que um ladrão não pode encontrar um policial – ele não quer; ele evita.

Paulo declara:

  • Suprimir a verdade não destrói a verdade;
  • Rejeitar a verdade não anula as consequências.

Será que um pagão que nunca ouviu falar de Cristo vai para o inferno? “Sim,” diz Paulo, “ele não tem desculpa porque rejeitou as duas testemunhas.”

Eles se recusam a ouvir e obedecer o testemunho da criação sobre um maravilhoso Criador; então, adoram os espíritos malignos. Eles se recusam a dar ouvidos à sua consciência e acabam pagando o preço pelos seus pecados com seu próprio corpo.

Meu amigo, a pergunta é: “O que você está rejeitando?”

Você está rejeitando as duas testemunhas, a criação e a consciência, mais a Palavra de Deus, mais as mensagens do evangelho que você ouviu, mais o testemunho de seu cônjuge ou de um amigo? É isso o que Paulo está dizendo em Atos 14. Essa não é uma mensagem popular. Não era naquela época e também não é hoje.

Volte para Atos 14. Esteja disposto a:

  • Recusar o louvor;
  • Redirecionar o louvor;
  • Largar totalmente o louvor.

 

  • Finalmente, esteja disposto a impedir o louvor indevido.

Uma coisa é resistir em aceitar o louvor indevido ou a adulação; outra coisa diferente é buscar impedi-lo. Note o verso 18 de Atos 14.

Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios.

Por que? Esse povo ainda não entendeu?

Uma lenda daquela região nos ajuda a entender melhor. Ovídio, um poeta romano, contou uma lenda que se tornou fato na cabeça daquele povo. foi a lenda de que os deuses gregos Zeus e Hermes tinham vindo àquela região muitos anos antes. Contudo, Zeus e Hermes tinham vindo disfarçados de homens a fim de ver como seriam tratados.

Zeus e Hermes tentaram encontrar hospitalidade nas milhares de aldeias e casas da região. Todos se recusaram, exceto um casal idoso que vivia nas montanhas. Os casal os recebeu em sua casa; deu-lhes comida e tudo o que precisaram. E, depois que a refeição acabou e o copo de vinho se esvaziou, esse casal de idosos, de acordo com a lenda, viu o copo de vinho se encher milagrosamente. Daí, eles reconheceram que esses dois homens não eram apenas dois homens – eles eram, na verdade, deuses.

Após os deuses terem se identificado como Zeus e Hermes, eles levaram o casal de idosos para o topo da montanha. De lá de cima da montanha, eles viram os dois deuses colocarem fogo nas casas dos vilarejos, destruindo tudo. Daí, os deuses transformaram a simples casa dos velhinhos num palácio de mármore com um teto de ouro.

Essa lenda havia sido contada anos antes e se tornou fato na mente do povo. Então,  quando eles vêem Paulo e Barnabé vindo em sua cidade e milagrosamente colocando de pé um homem que jamais tivera andado, eles pensaram: “Zeus e Hermes estão de volta! É melhor não cometermos o mesmo erro que nossos antepassados cometeram. Os deuses estão entre nós!”

Agora, não sabemos quanto tempo se passou entre os versos 18 e 19. Contudo, é tempo suficiente para Paulo e Barnabé ganharem o povo para a fé em Cristo, o único Deus vivo e verdadeiro e Criador.

Contudo, veja o verso 19:

Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e Icônio e, instigando as multidões e apedrejando a Paulo, arrastaram-no para fora da cidade, dando-o por morto.

Você consegue imaginar isso? pessoas que antes queriam adorá-los, agora tentam matá-los. Eram multidões inconstantes que, talvez, se amarguraram com os apóstolos ao verem que nenhuma casa havia se tornado um palácio ou recebido um teto de ouro.

Agora, veja o verso 20a: Rodeando-o, porém, os discípulos, levantou-se e entrou na cidade.

Alguns acreditam que Paulo ressuscitou dos mortos. A palavra “levantou-se,” ou “anistemi” no grego, é usada muitas vezes no Novo Testamento para “ressurreição dos mortos.” Contudo, nessa mesma passagem, é usada por Paulo quando ele manda o paralítico se levantar e o poder de Deus os levanta daquela situação sem esperança.

E eu creio que foi isso o que aconteceu nesse verso – um milagre, não de ressurreição, mas de restauração imediata e revitalização. Ele se levantou e foi para a cidade. Continue no verso 20: No dia seguinte, partiu, com Barnabé, para Derbe.

Múltiplas feridas curadas; ossos fraturados reposicionados e restaurados; contusões curadas. O texto continua nos dizendo que, em questão de horas, Paulo estaria pregando de novo.

Conclusão

Antes de terminarmos, gostaria de levá-lo às anotações biográficas de Paulo; anotações pessoas registradas em seu diário sobre os eventos que acabamos de estudar. Veja 2 Coríntios 4. Comece nos versos 1 e 2.

Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.

Pule até os versos 5 a 9.

Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;

Pule até o verso 16a: Por isso, não desanimamos.

Aprenda isto dessa biografia missionária – Deus é fiel. Como resultado, você servo Dele, pode lidar com os extremos da vida com equilíbrio – as alturas do louvor e as baixezas da rejeição. A chave, como Paulo escreveu, “Confiamos inteiramente no Senhor.”

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 03/08/1997

© Copyright 1997 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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