O Exemplo de Antioquia

O Exemplo de Antioquia

by Stephen Davey

O Exemplo de Antioquia

Atos 11.19–30

Introdução

Convido você a viajar comigo à cidade dourada do Império Romano. Antioquia era chamada de a cidade rainha do oriente. Sua rua principal tinha quase sete quilômetros de extensão e totalmente pavimentada com mármore. Era também a única cidade no mundo antigo que tinha as ruas iluminadas durante a noite.

O escritor romano Cícero descreveu Antioquia como o lugar dos cidadãos eruditos e estudos clássicos.

Além disso, Antioquia competia com Corinto no quesito pecaminosidade. Corridas de carruagens, casinos e a busca pelo prazer físico eram as atrações da cidade. Na verdade, a principal religião da cidade no templo de Dafne não passava de imoralidade e prostituição.

Antioquia era a “cidade do pecado.” Qualquer vício, deus, prazer estavam ao alcance de todos. As ruas de Antioquia nunca ficavam em silêncio; era a cidade que nunca dormia. Se havia uma cidade no império romano que você pensa que jamais seria o local para uma cruzada evangelística, essa cidade era Antioquia. Se havia uma cidade que iria sempre ignorar o evangelho, seria Antioquia, a cidade do pecado do primeiro século.

Todavia, nos próximos versos de nosso estudo no livro de Atos, descobrimos um exemplo incrível. Na verdade, descobrimos um exemplo de cristianismo; um exemplo da graça de Deus; um exemplo de vida piedosa no meio de tentações ímpias. Acredite ou não, descobrimos um exemplo de igreja do Novo Testamento.

A Igreja de Antioquia... Criada!

Vamos continuar nosso estudo do livro de Atos no capítulo 11, verso 19.

Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.

Isso pode soar meio estranho, caso você não se lembre da natureza de transição do livro de Atos. Esses crentes haviam deixado Jerusalém num período em que o evangelho estava sendo pregado primeiro para os judeus. Eles não tinham ideia alguma que Pedro tinha recentemente apresentado o evangelho a um gentio chamado Cornélio. Eles estavam simplesmente seguindo um padrão de evangelismo que já havia sido expandido – eles somente ainda não sabiam! Continue até o verso 20.

Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus.

Agora, em nosso texto de hoje, existem cinco frases que pulam das páginas por causa de seu destaque. Gostaria de analisar essa passagem e simplesmente destacar essas frases ou declarações-chave  que poderiam ser isoladamente estudadas e aplicadas.

Frase-chave: “... [eles] falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus.”

Nós acabamos de ler a primeira frase-chave. Volte até o verso 20.

Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus.

Essas duas localidades, Chipre e Cirene, eram lugar com cidades de operários e giravam em torno de minas de cobre. Evidentemente, alguns dos homens judeus estavam sentindo a responsabilidade do campo de colheita cosmopolita da cidade de Antioquia.

Entretanto, digo a vocês, esse ministério era fora do convencional. Mineradores de cobre jamais tinham ido a escolas rabínicas. Eles não sabiam quem deveriam ir até Jerusalém para pedir permissão primeiro. Eles estavam tão animados com o que Jesus Cristo tinha feito em suas vidas que eles decidiram que a grande cidade precisava ouvir a mensagem! Mesmo sendo gentios! Eles simplesmente chegaram na cidade do pecado e começaram a pregar a Jesus Cristo.

O linguajar desses mineradores era provavelmente bem pobre e suas mãos calejadas. Sem pesquisas de mercado ou demografia, declarações de propósitos e técnicas administrativas, esses homens estavam simplesmente pegando fogo.

O ministério deles não era algo convencional, mas, deixe-me adicionar, seus resultados eram inegáveis. Veja o verso 21: A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor.

Não sabemos todos os detalhes, mas Antioquia nunca mais seria a mesma. O templo de Dafne teve uma queda em seus negócios; as corridas de carruagens e as mesas de jogos também notaram queda nos lucros; as ruas pareciam mais quietas do que de costume. Por que? Porque a cidade estava sendo varrida por uma cruzada evangelística!

A Igreja em Antioquia... Aprofundada!

Note, agora, o verso 22 de Atos 11.

A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia.

Ah! Jerusalém ouviu o relatório. Eles dizem: “Não sabemos muito sobre esse grupo de pregadores. Como são chamados mesmo? ‘Mineradores de Cobre para Cristo’? Barnabé, vá lá dar uma analisada nisso.”

Agora, nós já estudamos sobre Barnabé antes. Seu apelido era “filho da exortação.” Se você der uma olhada mais adiante no verso 24a, Lucas fornece um outro detalhe biográfico aos seus leitores: Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé.

Na mente de Lucas, três características marcavam Barnabé: seu caráter, seu compromisso e sua coragem.

Se você fosse membro na igreja de Jerusalém e os líderes precisassem enviar alguém com discernimento e fé; alguém controlado pelo Espírito Santo, será que eles poderiam enviar você?

Será que você poderia discernir se o avivamento em Antioquia era algo genuíno ou não? Eles poderiam ter dito: “Barnabé, não temos um procedimento pré-estabelecido para darmos a você. Não temos nenhum material de crescimento de igreja para ajudá-lo a decidir o caso de Antioquia. Mas, vai na sua fé e com seus ouvidos sensíveis ao Espírito Santo.”

Pergunte-se: “Será que a igreja poderia ter escolhido você?”

Então, Barnabé finalmente chega a Antioquia. Veja o verso 23.

Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.

Frase-chave: “...[Barnabé] vendo a graça de Deus...”

O verso 23 nos fornece a outra frase-chave, Barnabé “viu” a graça de Deus. Mas, com o que a graça de Deus se parece?! Falamos sobre vivermos debaixo da graça, experimentar a graça de Deus, sermos salvos pela graça e cantamos músicas sobre a graça de Deus. Mas, com o que a graça de Deus se parece, qual a sua aparência para que Barnabé a conseguisse ver?

Se observarmos por todo o livro de Atos as referências à igreja de Antioquia, notaremos que Barnabé viu:

  • Pessoas vindo à fé em Cristo (capítulo 11);
  • Ofertas sacrificiais e espontâneas (capítulo 11);
  • Oração e jejum (capítulo 13);
  • Uma visão mundial – Antioquia enviará os primeiros missionários (capítulo 13);
  • Pessoas aceitando uns aos outros no corpo de cristãos – não havia nem judeu, nem gentio (Paulo fará uma referência em Gálatas 2 que, em Antioquia, judeus e gentios estavam juntos – o que provavelmente é uma referência à ceia do Senhor.)

Barnabé viu essas coisas? Essa é a aparência da graça.

Barnabé está no meio de tudo isso, pregando e encorajando fielmente. Logo, ele percebe que não conseguirá fazer isso sozinho. Na verdade, a palavra de Deus está agora explodindo no mundo gentio. Quem poderia ajudá-lo? O verso 25 revela a resposta e a próxima frase-chave.

Frase-chave: “E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo.”

E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo;

Agora, lembre-se que quase oito anos se passaram desde que Paulo e Barnabé se viram. Talvez você se recorde de nosso estudo em Atos 9 quando Barnabé arriscou sua reputação ao apresentar Saulo ao apóstolos e defender esse antigo “matador” do Sinédrio.

Não foi muito tempo depois disso que Saulo foi mandado para sua terra, Tarso. Os apóstolos não tinham nada para ele. Parecia não haver nenhum futuro para ele na igreja. Foi, “Oi Saulo... tchau Saulo.”

Todavia, essa não foi a reação de Barnabé. Barnabé não o esqueceu completamente. E, agora, quem melhor para servir com ele do que um judeu, aculturado grego e que também era um cidadão romano? Saulo era perfeito para o trabalho – ah, se Barnabé conseguisse achá-lo!

A palavra traduzida como “procura” no verso 25 é uma palavra bastante intensa.

Mulheres, quando vocês vão ao shopping em busca de uma nova roupa, vocês dão uma olhada – é quase uma ciência. Eu e minha esposa podemos andar numa sessão feminina na loja e, em cinco minutos, ela diz: “Não vejo nada para mim.”

Gosto muito de ouvir essas palavras, mas fico pensando: “Como assim, nós não olhamos tudo.”

Esse é um tipo de olhada – algo sem compromisso.

Por outro lado, se você já perdeu um de seus filhos numa loja, você sabe que tipo de olhada você começa a dar. É um olhar com intensidade. Você olha todos os corredores e em cada gôndola; você tenta ouvir a voz de seu filho; você não deixa que nada distraia sua atenção – nem mesmo uma liquidação de noventa por cento. Você olha fervorosamente.

Esse é o tipo de olhar descrito no verso 25 – olhar fervoroso. Na verdade, essa palavra composta significa: “olhar para cima e para baixo.” Ela foi usada somente outra vez por Lucas e foi na narrativa de Maria e José quando retornavam a Jerusalém e disseram: “Aonde está Jesus? Eu pensei que ele estivesse com você! Bom, eu pensei que ele estava na charrete com você!” Lucas 2 nos diz que eles voltaram para Jerusalém e procuraram pelo garoto perdido.

Por que Barnabé estava nessa busca tão intensa por Saulo? Por que ele arriscaria desagradar os apóstolos? Note que Barnabé não perguntou nada a eles. Por que arriscar entregar esse ministério nas mãos de um homem desconhecido, um personagem obscuro que não havia ainda sido provado, mas ignorado pela liderança da igreja?

Foi muito mais que intuição; foi muito mais que o fato que Barnabé e Saulo haviam se conhecido oito anos antes; foi a vontade de Deus.

Como eu sei que essa era a vontade de Deus? Porque em Atos 9, verso 15, a palavra de Deus tinha vindo a Ananias. Foi uma palavra que ele, sem dúvidas, compartilhou com os apóstolos. Foi uma palavra do Senhor que Ananias compartilhou com Saulo, dizendo:

Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel;

Barnabé, sensível à direção do Espírito Santo e obediente à palavra de Deus, percebeu que o tempo de Saulo havia chegado. Veja o verso 26a de Atos 11: tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia.

A Igreja de Antioquia... Acusada!

Continue no verso 26. Ele contém a próxima frase-chave.

...E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.

Frase-chave: “...em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.”

Existem muitos nomes diferentes no Novo Testamento para os crentes.

  • Discípulo
  • Despenseiro
  • Irmão/irmã
  • Eleito
  • Testemunha
  • Peregrino
  • Santo
  • Sacerdote
  • Filho de Deus
  • Amado

 

Contudo, pela história, vemos que o nome “cristão” foi um nome inventado pelos pagãos, não pelos crentes. Na verdade, o nome é usado somente duas outras vezes no Novo Testamento.

Tudo indica que esse nome teve um sentido pejorativo, “pequenos Cristos”, ou “imitadores de Cristo”. Esse nome era o suficiente para sentenciar uma pessoa à morte.

Contudo, na epístola de Pedro, o Espírito Santo usa essa palavra no sentido positivo. Veja 1 Pedro 4, verso 16:

mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome.

O que significa ser chamado de cristão? Será que é um:

  • Crachá para se colocar aos domingos?
  • Um adjetivo para uma pessoa boa; ou seja, “Aquele homem é um bom cristão”?
  • Um nome para pessoas que nunca cometeram um crime; ou seja, “Sou cristão porque nunca matei ninguém”?

Não. O nome “cristão” significa, “pequeno Cristo”; ou seja, “alguém que imita ou adere a Cristo.”

Nós nos tornamos cristãos porque residimos no corpo de Cristo.

Todavia, a questão permanece: “Como você está vivendo esse nome?”

Se você fosse preso por ser um cristão, será que isso seria evidência suficiente para condenar você?

Em Costa Rica, a tradicional tourada passou por algumas modificações que a distinguem daquilo que um turista vê na Espanha. Os costarriquenhos não permitem mais que o toureiro mate o touro após a luta. Como resultado, os grandes toureiros não param em Costa Rica e nenhum toureiro nativo está sendo desenvolvido. Dessa forma, os costarriquenhos modificaram a sua luta, permitindo que qualquer pessoa acima de dezoito anos e sóbrio lute contra o touro. Muitas vezes a luta começa com cerca de cento e cinquenta jovens que corajosamente entram no ringue e esperam o touro selvagemente sair de seu aposento. Quando o touro entra no ringue, imediatamente uns cento e quarenta dos chamados “toureiros” correm desesperadamente para os lados do ringue. De todos aqueles toureiros iniciais, apenas dez ou menos estão realmente prontos para encarar o touro. Todos os cento e cinquenta querem o nome de toureiros, mas apenas alguns estão dispostos a viverem as consequências desse nome.

É bem possível que todos os que ouvem esta presente mensagem desejam o nome de “cristãos.” A questão é: “Quantos realmente estão dispostos a viver esse nome?”

A Igreja de Antioquia... Envolvida!

Veja, agora, os versos 27 e 28 de Atos 11.

Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio.

Efésios 2 nos informa que os apóstolos e profetas fizeram parte da fundação das igreja do Novo Testamento. Eventualmente, eles saíram de cena. Todo construtor sabe que não se continua fazendo o alicerce. Os apóstolos e profetas foram substituídos pelos pastores e mestres que construíram a superestrutura da igreja sobre a fundação milagrosa.

O dom de profecia poderia ainda existir hoje, não no sentido de prever a palavra, mas no sentido de proclamar a palavra ou declarar a palavra de Deus já revelada. Um desses profetas prevê uma fome vindoura que afetará toda a região. Os registros históricos revelam que, de fato existiram três.

A igreja de Jerusalém já havia sido dizimada pela perseguição e milhares de crentes haviam fugido. A igreja de Jerusalém precisava de ajuda.

Frase-chave: “...cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro...”

Note outra frase-chave no verso 29.

Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia;

Continue até o verso 30.

o que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos presbíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo.

Não houve nenhuma porcentagem ditada para esses cristãos; não houve nenhuma ordem. Foi simplesmente uma resposta de seus corações generosos.

E não perca a ironia nisso. Quem está ajudando quem? Os gentios estão ajudando os judeus. Antioquia, o movimento a respeito do qual os apóstolos estavam meio inseguros, está, agora, ajudando os apóstolos. E adivinha quem está levando o dinheiro. O homem que eles tinham dispensado oito anos antes como alguém sem importância para a causa; i.e., o próprio Saulo.

Aplicação:
De Antioquia para O Brasil!

Você sabia que os versos 29 e 30 são a primeira referência à igreja coletando ajuda missionária? E até hoje isso é u dos sinais de uma igreja saudável; ou seja, quando as pessoas de uma igreja podem ajudar financeiramente pessoas de outra igreja.

O famoso pastor Phillip Brooks de um século atrás, foi perguntado sobre o que ele faria para reavivar uma igreja morta. Ele respondeu imediatamente: “Pediria que recolhessem uma oferta missionária.”

Um dos nervos mais sensíveis do corpo humano é o nervo que move o braço do lado em direção ao bolso.

Winston Churchill disse certa vez: “Vivemos com o que ganhamos, mas construímos uma vida com o que damos.”

E esses crentes de Antioquia deram!

Se queremos ser como a igreja de Antioquia

Se desejamos ser como a igreja de Antioquia, existem algumas coisas que precisamos fazer.

  • Primeiro, temos agir de como digno com a nossa nova identidade.

Paulo, diante do mundo, exortou os crentes em suas epístolas a andarem de modo digno do evangelho de Jesus Cristo.

Diante de outros crentes, os crentes de Antioquia poderiam ter ignorado os crentes de Jerusalém. Eles poderiam ter dito: “Ei, vocês não se importaram conosco a ponto de nos enviar um apóstolo – vocês enviaram um leigo, Barnabé. Além disso, sabemos como vocês se sentem em relação aos gentios. E aí, estão tendo dificuldades em cumprir com suas responsabilidades financeiras? Arrumem outro emprego!”

Todavia, eles imitaram a Cristo. Eles foram como Cristo em suas ações e atitudes para com os necessitados.

  • Segundo, se desejamos ser como a igreja de Antioquia, temos que estar alerta às novas oportunidades.

É a igreja de Antioquia que:

  • Se tornará o centro de evangelismo;
  • Enviará os primeiros missionários;
  • Apoiará o apóstolo Paulo; na verdade, após suas viagens missionárias, ele volta para dar relatório não à igreja de Jerusalém, mas à igreja de Antioquia.

Esses mineradores de cobre plantaram uma igreja que se ergueu com bastante expectativa. Quais as novas oportunidades para a sua igreja? Uma dessas oportunidades é plantar novas igrejas e continuar plantando, reproduzindo, provendo e encorajando as muitas igrejas ao redor do mundo.

Que andemos dignos de nosso nome – somos cristãos! Que estejamos alerta às novas oportunidades de ministério – ministério que, acima de tudo, glorifica ao nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 15/06/1997

© Copyright 1997 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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