O Amor Não É Cego

O Amor Não É Cego

by Stephen Davey

O Amor Não É Cego

Depois das Trevas, Luz—Parte 5

1 João 2.7–11

Introdução

Eu li que, num dado país, uma pessoa fica cega a cada vinte minutos. Nesse mesmo país, existem cerca de 25 milhões de adultos que sofrem com alguma deficiência visual ou cegueira total.

Minha piedosa sogra ficou cega por causa do diabetes. Minha esposa tem em casa a lupa que sua mãe usava para ler sua Bíblia, segurando-a bem perto do rosto.

Um tempo atrás, eu e minha esposa almoçamos com um casal; a esposa tem aprendido como lidar com o fato de estar ficando gradualmente cega, uma condição desenvolvida desde o nascimento. Eu almocei com um homem pouco tempo atrás que também fez vários exames para tratar da constante ameaça da cegueira.

Se Deus nos mandasse escolher alguma espécie de deficiência física, tenho certeza que poucos escolheriam viver sem a visão.

Conforme as cartas do apóstolo João, o crente toma decisões diárias que afetam sua capacidade de enxergar, decisões que ou o permitem andar na luz, ou viver na escuridão de uma cegueira imposta sobre si mesmo.

Em um dos parágrafos mais ofensivos até então, que se encontra em 1 João 2, o apóstolo nos desafia a deixar as sombras para trás. Ele começa sua dura mensagem com uma palavra importante no verso 7, um termo de afeto a todos nós: amados.

João é como um pai ou mãe que diz: “Você vai apanhar agora, mas faço isso porque o amo muito.” E a criança diz: “Queria que você não me amasse tanto assim!”

A palavra amados é o termo grego agapetoi, que aparece 6 vezes na carta. Ela é um derivado de agape, que se refere a um amor profundo, cuidadoso, fiel, auto-sacrificial e comprometido. O amor agape não é temporário ou inconstante; ele não é dirigido pelas emoções, mas determinado pela vontade. E essa vontade, por sua vez, produz o fruto da emoção e da afeição.

A perda do amor agape em nosso mundo é o motivo por que você pode hoje apenas alugar uma aliança de casamento por um ano. Para as pessoas em geral, amor é algo que muda tanto quanto o clima e é tão substituível quanto um par de sapatos.

A situação não era diferente no século primeiro. Na verdade, Sêneca, o filósofo romano que viveu nos dias do apóstolo João, escreveu que as mulheres romanas da classe alta davam aos anos os nomes de seus ex-maridos—eles iam e vinham como estações. Até hoje, o mundo fala sobre se apaixonar; mas, infelizmente, o sentimento some tão rápido quanto chega.

É por isso que Deus usa uma palavra que não transmite a ideia de paixão; o termo que Deus escolhe retrata uma escolha de amar. Conforme Warren Wiersbe escreveu sobre o amor: “O agape bíblico não é atração, mas determinação.” A questão não é produzir, mas querer esse compromisso.

E a coisa mais surpreendente é que esse tipo de amor auto-sacrificial não tem como objeto apenas nossos cônjuges e familiares, mas o corpo inteiro de Cristo e ainda mais além.

Portanto, não é surpresa que João começa nos dizendo que temos a obrigação de amar um ao outro, e expressa que nos ama com esse tipo de afeição sincera, fidelidade e compromisso por meio do termo amados.

O que acho interessante—e tenho certeza que os amigos de infância de João também acharam a mesma coisa—é que João envelheceu e cresceu em afeição ao invés de se transformar num velho amargurado e carrancudo.

Esse era João na época em que Jesus o chamou para ser um dos discípulos. Ele foi apelidado por Jesus logo no início de “filho do trovão” por causa de seu temperamento (Marcos 3). Em Lucas 9, lemos que João quis invocar fogo do céu para consumir os moradores de uma vila que se recusaram a lhes dar abrigo à noite: “Senhor, vamos esturrica-los! Eles merecem!”

Foi a mãe de João que veio até Jesus e disse: “O que podemos fazer para que João e seu irmão Tiago se sentem ao seu lado no reino? Eles querem subir ao topo.”

Furioso, fervoroso, egocêntrico, crítico.

Mas, agora, lemos a carta desse apóstolo idoso e, apesar de João ainda ser um homem fervoroso, corajoso e confrontador, ele deseja que todos entendam que, debaixo disso tudo, ele nos ama profundamente.

Com isso, ele começa nos mostrando como evitar a escuridão do ódio e andar na luz do amor. Lemos no verso 7:

Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes.

Em outras palavras, o conceito de amar um ao outro não é novo.

A verdade é que, na época em que João escreveu essa carta, o mandamento de amar a Deus e ao próximo não era novo, mas era negligenciado.

Muito tempo antes, os rabinos já haviam começado sua vasta empreitada para desenvolver a Lei de Moisés. Eles analisavam a Torá—os primeiros 5 livros do Antigo Testamento escritos por Moisés—e saíam em busca de cada mandamento, cada ordem, cada acusação, cada proibição e cada regra e, depois, criavam muitas de suas próprias tradições juntamente com uma lista de “sim” e “não.”

Por exemplo, eles catalogaram 613 mandamentos da lei do Antigo Testamento, os quais criam ser 613 elementos que compunham o corpo humano. Eles também catalogaram 365 mandamentos negativos ou proibições que achavam ser importantes, pois formavam uma proibição para cada dia do ano.

Eles gostavam demais dessas coisas.

O problema era que tudo isso substituía o amor. João diz, com efeito: “Vocês ainda lembram do grande mandamento, bastante antigo. Ele diz: Amarás o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento... e amarás o próximo como a ti mesmo (Deuteronômio 6 e Levítico 19). Vocês oram isso todos os dias de manhã. Em todas essas listas que desenvolveram, por acaso ignoraram o mandamento do amor? Então, desenterre esse mandamento, tire sua poeira; ele não é novo, mas volta ao plano original de Deus.”

Até aqui está bom. O que João escreve faz sentido—o mandamento do amor não é novo, mas antigo.

Mas, daí, João escreve o verso seguinte, o verso 8: Todavia, vos escrevo novo mandamento.

Espere aí, eu pensava que não era novo. Bom, o termo que João emprega para novo não se refere a algo novo em tempo (kairos), mas novo em qualidade (kainos).

Em outras palavras, João não diz: “É o seguinte, aqui está algo totalmente novo que nunca apareceu, é novidade.” Não, João diz: “Vejam bem, existe uma nova qualidade, uma nova demonstração do amor agape que é totalmente única.”

Ele continua escrevendo no verso 8: Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele. Em outras palavras, Jesus Cristo nos revelou uma nova qualidade de amor e espera que imitemos Seu exemplo de amor em nossa própria atitude de auto-sacrifício.

É por isso que Ele disse aos discípulos:

Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros (João 13.34).

Então, não deixe sua lista de 613 mandamentos—suas 365 proibições e suas 248 ordens—atrapalhar o mandamento mais importante de todos.

Ou seja, crente, vire uma nova folha em sua vida a cada dia, escreva agape na parte de cima e pratique esse amor de novas formas conforme enxergar oportunidades. Sinceramente, o mundo, e nem mesmo a igreja, saberão o que pensar.

Talvez você já tenha ouvido falar de Jim Bakker, um televangelista americano que foi preso por escândalos e fraudes financeiras; ele foi sentenciado e passou anos na prisão. Após ser liberado da prisão, Jim contou numa entrevista que Franklin Graham, filho de Billy Graham, o visitou na prisão e lhe disse que, quando ele fosse solto, Franklin e sua família lhe dariam um emprego e um carro. Jim disse na entrevista: “Eu pensei no assunto e depois disse a Franklin: ‘É o seguinte: se fizerem isso por mim, estarão ferindo sua reputação; sua família não precisa se associar à minha bagagem’.” Mas Franklin insistiu.

Quando Jim foi solto, a família Graham pagou sua moradia e um carro. No seu primeiro domingo fora da prisão, Ruth Graham, esposa de Billy Graham, ligou pedindo que ele fosse para o culto com eles. Jim conta:

Recebi permissão para ir e, quando cheguei à igreja, me sentei com a família Graham, todos eles estavam lá—tias, tios e primos. Daí, entrou a dona Ruth Graham e se sentou ao meu lado—presidiário número 07407-058—e disse a todos que eu era seu amigo.

Após o culto, ela me convidou para jantar com eles em sua casa na montanha. Em sua casa, ela me pediu alguns endereços; peguei o envelope que trazia em meu bolso—já que na prisão não podemos ter carteiras, carregamos um envelope. Ela me perguntou: “Você não tem uma carteira?” Eu respondi: “Bom, é, este envelope é minha carteira. Após vários anos na prisão, você começa a pensar que envelope é carteira.” A dona Ruth saiu, entrou num quarto, voltou e disse: “Pronto, aqui está uma das carteiras de Billy. Ele não precisa, pode ficar com esta!”

Essa, meu querido, é uma demonstração encorajadora de amor agape à semelhança de Cristo.

João, contudo, continua escrevendo no verso 8 e adiciona: Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós.

Esse mandamento não é somente para Jesus; é para nós também! João diz que isso é um assunto mais sério do que pensávamos. Não somente demonstramos o amor de Cristo, mas demonstramos a luz de Cristo. Ele continua no verso 8: porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha.

O Evangelho de Lucas registra a profecia de que a vinda de Jesus Cristo seria como um amanhecer das alturas: pela qual nos visitará o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte (Lucas 1.78–79).

O nascimento de Cristo marcou o amanhecer da luz eterna. Ainda existem trevas, mas a luz do Evangelho de Cristo se espalha e a escuridão é substituída pela luz.

Para João, amor e luz são partes do mesmo Evangelho e devem ser partes da vida de cada crente.

Por isso, lemos uma advertência no verso 9:

Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.

Agora, alguns gostariam de crer que João muda sua perspectiva aqui e passa a falar de um descrente. Tipo, um crente não pode odiar o próximo.

O verbo que João emprega para odeia significa “detestar, abrigar uma atitude interior que despreza outra pessoa e a enxerga como inimigo.”

Será que é possível para um crente detestar alguém dessa maneira? Infelizmente, sim.

O problema é que essa perspectiva não é consistente com os recipientes desta carta—os amados. João não fala de odiar alguém, mas daquele que odeia seu irmão. Ele não emprega um termo genérico para o próximo ou para o ser humano em geral; e o contexto também não dá margem para pensar que ele fala de um irmão biológico.

João fala de alguém que possui uma afinidade de caráter por ser membro da família de Deus por virtude do novo nascimento. João se refere a nós aqui.

Se nós, irmãos e irmãs em Cristo, detestamos uns aos outros, agimos em ódio com o outro, desprezamos um irmão, estamos, na prática, voltando às trevas. E João diz, com efeito: “Amados, vocês não pertencem mais às trevas; entrem na luz! Manifestem a luz e o amor de Cristo! Saiam das trevas do ódio, falta de perdão, amargura, inveja e tudo aquilo que pertence às trevas.”

Corrie ten Boom e sua família foram pegos pelos nazistas e jogados num campo de concentração por esconderem judeus em um dos quartos de sua casa. Após sua soltura e o término da Segunda Guerra Mundial, ela viajou para a Alemanha para dar um testemunho do amor e perdão de Deus. Enquanto dava seu testemunho diante da igreja, ela reconheceu um homem sentado na plateia—ele havia sido um dos guardas perversos no campo de concentração Ravensbruck, onde ela tinha ficado, o campo de concentração onde sua irmã morrera.

Ela escreveu que uma coisa era falar do amor e do perdão de Deus; outra coisa era você mesmo coloca-los em prática.

Ao final do culto, para o seu espanto, o homem entrou na fila com outras pessoas para cumprimentá-la. Apesar de ele estar de chapéu e vestindo um casaco marrom, ela ainda conseguia vê-lo em seu casaco preto, usando uma boina preta com o símbolo de uma caveira e ossos cruzados. Isso lhe dava calafrios.

Quando chegou a vez do homem, ele veio até ela e disse em voz baixa: “Sou crente agora. Pedi que Deus me perdoasse por todas as coisas cruéis que fiz naquele campo onde você esteve. Vim hoje à noite para pedir que você me perdoe também.”

Como ela poderia perdoar esse homem, quando o rosto delicado de sua irmã aparecia e sua morte cruel congelava seu coração? O ex-soldado nazista estendeu sua mão e segundos pareciam ser séculos. Corrie ten Boom escreve que Cristo dentro de si a fez reagir; ela estendeu sua mão e apertou a mão do homem. Imediatamente, um calor, sobrenatural e sublime, inundou seu coração e, com lágrimas descendo no rosto, ela disse: “Eu o perdoo, meu irmão, de todo o meu coração.”

É disso que João fala aqui; é isso o que significa deixar as trevas do ódio para trás.

A verdade é que todos nós enfrentamos decisões de luz e trevas todos os dias, apesar de ser de forma menos dramática do que no caso de Corrie ten Boom. E aí, você escolherá andar nas trevas ou na luz?

Agora, com isso em mente, João nos fornece nos próximos dois versos dois princípios da verdade para colocarmos em prática.

  • O primeiro princípio é: uma vida de amor derrama luz no caminho adiante.

João escreve no verso 10:

Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.

Permanece na luz—isso significa simplesmente viver, andar na luz. Você deseja andar de forma a derramar luz em seu caminho? Então, aqui está uma descoberta incrível: João diz que o amor acontece de ser sua lâmpada. Quer luz para seu caminho? Acenda a lâmpada do amor.

E quanta luz você deseja? Bom, qual a potência da sua lâmpada? Qual a voltagem de sua lâmpada de amor? João nos diz que, quanto mais brilhoso seu amor, mais forte a lâmpada iluminará seu caminho.

Quanto mais amor, mais luz; e, quanto mais luz, menor é a probabilidade de tropeço ao longo do caminho. O erudito Moffat traduz essa frase da seguinte forma: “Na luz não há cilada.”

Alguns estudiosos acreditam que João se refere aqui a evitar não somente o nosso próprio tropeço, mas o tropeço de outros também ao ama-los. O apóstolo pode ter ambas as ideias em mente e as duas são verdadeiras: quando amamos os irmãos evitamos cair em armadilhas, bem como os ajudamos a não cair em ciladas. Quando escolhemos ver o melhor neles e ama-los, podemos direciona-los a um caminho melhor que glorifica a Deus.

O Dr. Howard Hendricks morreu pouco tempo atrás; sua influência nas vidas de crentes foi enorme. Ele ensinou no Seminário Teológico de Dallas, Estados Unidos, durante 60 anos e mais de 10 mil alunos. Estou feliz de ter sido um deles.

O Dr. Hendricks foi criado num lar desestruturado; seus pais se separaram pouco depois de ele nascer. Ele costumava dizer que ele tinha separado a família. Sua avó fez o melhor que pôde para cria-lo, mas ele era um menino difícil. Ele mesmo se descreveu como um garoto problemático em seus anos mais jovens. Uma de suas professoras comentou que ele era o aluno com maior probabilidade de findar preso.

Essa mesma professora de 5ª série ficou tão irritada com Hendricks que o amarrou em sua cadeira com uma corda e fechou sua boca com uma fita. Hoje, ela seria processada por fazer isso.

Seu coração conturbado mudaria ao conhecer sua professora de 6ª série—uma professora que impactou profundamente sua vida logo com as primeiras palavras. Logo quando foi apresentado à professora, ela lhe disse: “Ouvi falar muito sobre você, mas não acredito em nada do que me disseram.”

Hendricks disse: “Aquelas palavras posteriormente mudariam minha vida.”

Luz foi derramada em seu caminho, talvez salvando-o de uma cilada após outra; tudo porque uma professora agiu com graça e amor.

Um autor resumiu esse verso muito bem ao escrever: “O amor nos transforma em pedras de apoio ao invés de em pedras de tropeço.”

Uma vida de amor derrama luz no caminho adiante.

  • O segundo princípio é: falta de amor escurece o caminho adiante.

Veja o verso 11:

Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.

João emprega o tempo presente para o verbo odeia em odeia seu irmão, indicando que essa, talvez, é uma atitude característica. Esse indivíduo é conhecido por nutrir ódio. João diz que essa pessoa escolheu viver nas trevas, apagar a luz e andar num caminho escuro. Ele até adiciona que seus olhos foram cegados, mostrando o impacto do ódio no coração de uma pessoa.

Assim com o efeito degradante do diabetes de minha avó que lentamente levou sua visão, João alerta aqui que, quando o crente permite que o ódio cozinhe e envenene seu coração, ele pode pensar ser sábio, mas, na realidade, está perdendo lentamente seu discernimento espiritual e seu caminho fica cada vez mais escuro.

O ódio coloca cortinas nas janelas da alma que poderiam receber discernimento de Deus.

Resumindo de forma igualmente corajosa e confrontadora, Wiersbe escreveu:

O que acontece ao crente quando ele não ama os irmãos? Ele vive sem discernimento. Ele pensa que enxerga melhor do que os outros, mas está cego pela escuridão de seu próprio espírito de ódio. Esse é o tipo de pessoa que causa problemas em estudos bíblicos e igrejas. Ele pensa estar entre os gigantes espirituais, mas é um bebê espiritual com pouco entendimento e percepção das coisas espirituais.

Aqui está o alerta de João em apenas uma sentença: o amor não é cego, o ódio sim. O amor não coloca cortinas, o ódio coloca; o amor não recusa enxergar, o ódio sim. O amor vê, abre os olhos do coração, abre as cortinas das janelas da alma e deixa para trás a escuridão.

Então, escolha o amor; assim, derramará luz em seu caminho e no caminho de outros que carecem de sabedoria e encorajamento de Deus, assim como você.

Conclusão

Não fiquei surpreso ao ver que, dentre os muitos tributos à vida e ao ministério de Howard Hendricks, estava o tributo feito por Charles Swindoll, um homem que também foi impactado por Hendricks e que serviu como chanceler do Seminário Teológico de Dallas. Swindoll escreveu:

Próximo do final de minha educação no seminário—quatro anos de estudo intenso—Cynthia e eu estávamos quase certos de que nosso filho não veria a vida fora do ventre. As dificuldades pessoais e financeiras daqueles anos já eram grandes o suficiente sem a angústia da possibilidade de perder nosso filho.

Em meio a isso, precisava de um amigo com quem conversar. Então, tarde numa noite, após ficar na biblioteca até que ela fechasse, imaginei que encontraria um professor que colocaria seus braços no meu ombro e me ouviria. Então, fui ao prédio onde moravam os professores e bati à uma porta, mas ninguém atendeu. Andei um pouco mais e bati, mas ali, também, ninguém atendeu. Foi aí que vi uma luz acesa por debaixo da porta e bati ali.

Após uns instantes, um professor que conhecia bem abriu uma fresta da porta. “Oi?” e ficou olhando para mim. “Sim, Charles, o que você deseja?” Fiquei ali em pé com lágrimas descendo no rosto e percebi que ele não queria conversar comigo. Perguntei: “Estou atrapalhando?” “Sim, está; o que você quer?” Eu disse: “Nada. Não quero nada.” Ele respondeu: “Certo,” e fechou a porta.

Na manhã seguinte, enquanto tentava me situar em meio àquele labirinto de emoções, me erguer da minha depressão e lágrimas diante do medo de perder um filho e talvez mesmo a esposa, corri ao professor Hendricks. Ele tinha ouvido a noticia. Ele veio até mim, colocou seus braços ao meu redor e disse: “Me diga o que está acontecendo.” Ele ouviu, simpatizou-se com minha situação, me contou sobre o bebê que ele e sua esposa haviam perdido anos antes e como tinham se recuperado da tragédia. Daquele dia em diante, queria aprender tudo o que ele sabia porque sabia o quanto se importava.

Swindoll adiciona: “Aprendi que as pessoas não se importarão com o quanto você sabe, até que sabem o quanto você se importa.”

Acho interessante que o apóstolo João não nos alerta dizendo que estaremos em perigo de perder nossa saúde espiritual e voltar às trevas se:

  • Não soubermos grego direito;
  • Não memorizarmos as epístolas;
  • Faltarmos a dois cultos seguidos.

Não. Ele diz que tudo se resume à lâmpada do amor: ela está brilhando?

Deixe-me colocar o ensino central do apóstolo na forma de perguntas:

  • Em qual cilada você está prestes a cair porque tem abrigado ódio contra seu irmão?
  • Quem, em seu contexto, seria encorajado grandemente ao saber que você se importa com ele?
  • Quem carece de seu discernimento para ajuda-lo a caminhar na luz novamente?
  • Quem Deus pede que você sirva sacrificialmente hoje?
  • O que Deus pede que você comprometa fielmente?
  • Quem Deus pede que você ame hoje?

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 10/03/2013

© Copyright 2013 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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