Pronunciando-se em Defesa

Pronunciando-se em Defesa

by Stephen Davey

Pronunciando-se em Defesa

Depois das Trevas, Luz—Parte 3

1 João 2.1–2

Introdução

Nunca vou me esquecer da história que um de nossos missionários que serve no Leste Europeu me contou. Ele e sua família—além de milhares de outras pessoas como de costume—visitavam o Museu Britânico em Londres, Inglaterra.

Se você já foi a esse museu, então ficou admirado com artefatos datados de milhares de anos atrás. Dentre eles, estão touros enormes com asas fechadas, esculpidos em pedra e que antes ficaram à entrada do palácio por onde Jonas passou. Podemos ver também paredes de cerâmica que Daniel viu com seus próprios olhos ao entrar na capital Babilônia. O museu também abriga estátuas do Egito que Moisés viu quando garoto. É simplesmente incrível o que Deus preservou para validar o registro das Escrituras.

Esse missionário e sua família tinham ido ao museu por causa da oportunidade única de ver em exibição um manuscrito grego antigo—o Codex Alexandrinus, que foi dado ao rei Carlos I da Inglaterra no século 17. O museu havia anunciado a exibição e lá estava o missionário com sua família diante dessa cópia do Novo Testamento produzida cerca de 15 séculos atrás.

Ele me disse: “Sabe, pastor, a coisa mais trágica era que o manuscrito foi praticamente ignorado—éramos as únicas pessoas olhando o manuscrito. Na verdade, muitas pessoas passavam agitadas por onde estávamos indo em direção a outra exibição próxima dali, que mostrava cópias originais de músicas autografadas pelos Beatles. Essa exibição recebeu toda a atenção.”

Por que ficar olhando para a cópia antiga de uma carta de Deus quando se pode ver uma partitura autografada por John Lennon?

Mas isso não nos surpreende. Para grande parte do mundo, a ideia de Deus ter falado à humanidade por Sua Palavra não recebe atenção da mídia, não arranca muita animação do povo. Contudo, para nós que cremos em Cristo, esse livro é, na verdade, a Palavra da Vida e nós o valorizamos, não é? Sem ele, jamais teríamos entendido a obra expiatória de Deus a nosso favor; sem ele, estaríamos abandonados em nossa cegueira, tateando o escuro em busca de Deus, conforme disse Paulo aos atenienses em Atos 17.

O mundo é profundamente religioso e busca, desesperadamente, lidar com o senso intuitivo do pecado.

Recentemente, cerca de 20 milhões de peregrinos se banharam nas águas poluídas do rio Ganges, na Índia, crendo que essas águas são o néctar da imortalidade e representam uma deusa que pode perdoar seus pecados. Para eles, certas datas em janeiro e fevereiro aumentam a chance de receberem a purificação de seus pecados.

A Bíblia contém o remédio de Deus para o pecado, desde o Jardim do Éden ao século 21; e ele não é água, mas sangue; não é um rio, mas uma cruz; não é uma deusa que ninguém jamais viu ou ouviu; é o Filho de Deus que veio para ser visto e ouvido.

E o apóstolo João não consegue parar de pensar no privilégio que tem de proclamar por meio de suas cartas as palavras desse Senhor vivo, as palavras da vida eterna:

  • Em 1 João 1.4, ele diz que essa carta trará alegria;
  • Em 1 João 2.12, ele diz que escreveu a carta para nos informar claramente que nossos pecados foram perdoados por causa de Cristo;
  • Em 1 João 2.26, ele diz que a carta foi escrita para nos proteger de falsos ensinos;
  • Em 1 João 5.13, ele diz que sua carta foi escrita para nos dar certeza absoluta do céu quando morrermos.

Se deixados como estamos, ficaríamos para sempre vagueando perdidos, para sempre enganados, temendo entrar na presença do deus que tivermos criado. João diz: “Não há motivo para isso. É exatamente por isso que escrevi essas palavras de Deus. Deus falou; vocês não precisam temer nada!”

Mas como isso pode ser verdade? João responde em 1 João 2.1–2:

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.

Vamos destrinchar o tesouro contido nessas palavras de Deus.

Nossa Direção na Vida

Em primeiro lugar, João alude aqui à nossa direção na vida. Veja novamente o verso 1: Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo.

Você perceberá que ele escreve para crentes. 7 vezes em sua carta, esse apóstolo de 80 anos de idade usa a expressão de carinho filhinhos. Não resta dúvidas de que muitos deles haviam vindo à fé sob o ministério de João em Éfeso.

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis—baseado no que João acabou de nos ensinar sobre o fluir constante purificador do sangue de Cristo em nosso favor, o crente pode ser levado a cair na armadilha dos falsos mestres e concluir que, no fundo, pecar não é algo tão sério assim. Tipo, estamos debaixo da graça; relaxe um pouco! Viva a vida! Você já está perdoado.

Por isso, João adiciona rapidamente aqui: “Não, é o seguinte: escrevo essas coisas para que vocês não pequem, para que fiquem longe do pecado, para que evitem o pecado.”

Outro erro de interpretação seria dizer, como alguns afirmam, que João ensina aqui perfeição imaculada. Ou seja, que o crente pode alcançar um estado de perfeição. João escreve: para que não pequeis. João não encoraja o crente a não pecar novamente; ele encoraja o crente a não querer pecar novamente. João não encoraja nossa perfeição, mas nossa direção na vida.

E nossa direção é para distante do pecado; queremos evitar o pecado. Nossa oração diária é: Não nos deixes cair em tentação. Por que? Porque passamos a odiar o pecado e amar o Salvador a quem queremos obedecer.

Um autor escreveu que existem três motivos progressivos para a obediência: temor, dever e amor.

  • Temor: obedecemos porque tememos;
  • Dever: obedecemos porque precisamos;
  • Amor: obedecemos porque queremos.

Um escravo obedece porque tem—por temor; um empregado obedece porque precisa—por dever, mesmo que não goste do salário; mas o crente obedece porque quer—por amor.

Foi assim que aprendemos a obedecer quando crianças. Primeiro, obedecemos porque tínhamos que obedecer por medo de castigo e surra. O medo de apanhar era maior do que o ato da obediência em si. Aprendemos a obedecer para evitar isso.

O que João ensina aqui não é perfeição do pecado, nem obrigação ao pecado como se não conseguíssemos evita-lo porque agora é possível evitar o pecado.

Gosto da ilustração sobre essa verdade que contava o antigo pregador Donald Grey Barnhouse. Esse homem influenciou muitas pessoas, uma delas seu jovem estagiário chamado Howard Hendricks. Barnhouse fez a seguinte analogia para ensinar por que o crente pode pecar, apesar de não ter que pecar.

Ele conta de como o capitão de um navio perdeu sua sanidade durante uma viagem. A tripulação não sabia o que fazer; então, trancaram o capitão num lugar seguro pelo resto da jornada. Conforme o costume, o primeiro marinheiro se tornou o capitão do navio. Daquele momento em diante, o antigo capitão não tinha mais autoridade sobre a embarcação.

O problema foi que o velho capitão não concordou com isso e, de dentro da sala onde estava confinado, ele gritava ordens aos marinheiros; ele gritava e se esperneava a ponto de distrair todos a bordo. E, apesar de todos estarem acostumados e inclinados a ouvir sua voz, eles tinham que se lembrar de que, não importava o que ele mandasse fazer, o velho capitão não tinha mais autoridade alguma sobre suas vidas; ele não precisava mais ser obedecido.

Barnhouse fez a analogia de que a natureza caída, a tentação e o próprio diabo são como aquele antigo capitão: eles podem ficar gritando ordens, mas perderam totalmente qualquer autoridade que antes tiveram sobre nós. Podemos obedecê-los, mas não temos que obedecê-los. O passado é agora impotente; o inimigo não tem mais autoridade sobre nossas vidas.

Então, o crente se disciplina a ouvir a voz de seu novo Capitão—Jesus Cristo—e a ignorar a voz daquele antigo capitão maluco e recusar obedecê-lo.

É como se João dissesse, portanto: “Filhinhos meus, estas coisas escrevo para que vocês entendam que não têm mais que pecar.” E ele prevê que seus filhos na fé dirão: “Isso é maravilhoso, mas o que acontece quando ouvimos a voz do antigo capitão—o que acontece quando escolhemos pecar? Você já nos disse no parágrafo anterior que o sangue de Cristo continuamente nos purifica e que temos que confessar a Ele nossos pecados específicos. Mas será que Deus chegará ao ponto de dizer: ‘Já basta, chega de pecar’? Será que Ele nos lançará para fora do navio?”

Veja a frase seguinte no verso 1: Se, todavia, alguém pecar. Essa oração condicional significa que João diz: “Se alguém pecar—e isso acontecerá.” Poderíamos traduzir essa frase da seguinte forma: “Quando alguém pecar.” Então, quando alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai. Com essa frase, João revela no verso 1 não somente nossa direção na vida, mas também nossa defesa no céu.

Nossa Defesa no Céu

Temos Advogado junto ao Pai. O que desejo fazer agora é destacar cinco observações sobre nossa defesa celestial, uma defesa que assegura eternamente o nosso destino.

  • Primeiro: nossa defesa é incansável.

Nós temos um advogado, não “gostaria que tivéssemos um advogado,” ou, “tínhamos um advogado, mas ele pulou do navio.” Temos, tempo presente—constante advocacia de Cristo.

E não ignore o pronome implícito no verbo: “nós” temos um advogado. Até mesmo o fiel apóstolo com 80 anos de idade precisava de um advogado. Fico feliz que João tenha se incluído aqui porque podemos pensar que ele não está no mesmo barco, mas ele está sim. Temos um Advogado.

Não precisa nem destacar que João emprega aqui um jargão de tribunal. Automaticamente pensamos num advogado convocado para defender o acusado, aquele que fica ao lado de seu cliente num julgamento.

Mas aqui o cenário é muito mais do que isso apenas.

Podemos pensar que João fala aqui da defesa pública designada a um réu. Esse é um advogado que não o conhece—que pode não se preocupar com seu futuro como você se preocupa—mas você não tem dinheiro para contratar seu próprio advogado. Então, o tribunal fornece um profissional para atuar em sua defesa e você espera que ele fará seu trabalho direito.

Mas essa não é a ideia de João aqui. Nos tribunais dos dias do Novo Testamento, o advogado tinha um relacionamento antigo com seu cliente; ele geralmente era ligado aos descendentes da família. Um estudioso destaca o fato glorioso que um advogado na geração de João não era apenas um defensor contratado para atuar na causa de alguém, mas geralmente era um patrono ou protetor e conselheiro do réu. Muito provavelmente, ele era o cabeça do clã ao qual ambos pertenciam, ligados juntos pela honra por causa do nome da família.

Portanto, um advogado não defendia simplesmente sua causa; ele defendia a honra do nome de sua família.

Essa é a ideia aqui—você tem um advogado. E Ele está ligado a você; Ele é o cabeça do clã e fará tudo o que estiver em Seu poder para defender a santidade do nome de Sua família.

A propósito, a palavra aqui traduzida como Advogado é o grego parakletos, o mesmo título dado ao Espírito Santo em João 14.16, onde é traduzido como “Consolador” ou “Confortador.”

Jesus e o Espírito Santo possuem papeis semelhantes, mas é como se fosse em locais diferentes. Apesar de serem igualmente onipresentes, Jesus definiu seus papeis em termos geográficos por questão de ênfase. Ele disse aos discípulos que, quando subisse ao céu, o Espírito Santo desceria, habitaria neles, os ungiria e os ensinaria.

O Espírito Santo é o advogado de Deus para nós na terra; Jesus é o nosso advogado no céu; o Espírito Santo intercede de dentro de nós (Romanos 8.26) na terra; Jesus Cristo intercede a nosso favor no céu (João 17).

É isso o que significa estar protegido. E precisamos desse tipo de proteção de nosso advogado porque temos um acusador. Ele é o maior dedo-duro do universo. E o maior problema em tudo isso—algo com que os crentes do século primeiro se preocupavam—é que esse acusador, Satanás, nem precisa inventar coisas. Provavelmente, a única vez que Satanás fala a verdade é quando nos acusa. Ele não precisa mentir a nosso respeito; a única coisa que precisa fazer é contar a Deus a verdade sobre nós. E diariamente lhe damos mais motivo para fofocar sobre nós.

A verdade é que estamos em sérios apuros e mais do que imaginamos; por que? Porque o reino das trevas não perde nada; ele sempre aponta seu dedo contra nós. O acusador diz: “Você viu isso, aquilo, ouviu o que ele disse? E agora, o que você irá fazer? Jogue-o para fora do barco!”

E Cristo diz: “Não, sou seu advogado!” Sua defesa é incansável.

  • Segundo: nossa defesa é irrestrita.

Uma das coisas mais irritantes ao acusador é que ele nunca contará para o Pai algo sobre nós que Deus já não saiba. Veja que temos Advogado junto ao Pai ou com o Pai.

Em 1 João 1.2, João usou a mesma expressão com o Pai para falar do relacionamento pré-existente de Cristo com Deus o Pai—algo face-a-face. Agora, em 1 João 2.1, João usa a mesma expressão para falar do relacionamento pós-ressurreição de Cristo com o Pai. E, mais uma vez, trata-se de uma comunhão íntima, face-a-face.

Nossa defesa conhece o Juiz! Nossa defesa possui acesso irrestrito à câmara do Pai. E o que você acha que Jesus diz ao Pai sobre nós nessa câmara? “É o seguinte, Pai, eles são inocentes. Existem algumas circunstâncias atenuantes além do controle deles. Eles estão presos, têm sido enganados e acho que devemos relevar seus erros.” Ele não pode dizer isso! Por que? Porque Ele fala apenas a verdade.

Em outras palavras, o nosso Advogado concorda com o acusador. O nosso defensor não sustenta nossa inocência; na verdade, Ele reconhece nossa culpa.

Mas por que Ele faria isso? Porque o nosso Advogado é não somente incansável e irrestrito, mas:

  • Terceiro: nossa defesa é imaculada.

É como se João pensasse que não sabemos sobre quem ele está falando; então, ele adiciona no verso 1: temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.

Apesar de no texto português haver o artigo definido o antes de Justo, o texto grego não mostra artigo algum, indicando que o adjetivo justo se refere não à Sua identidade, mas ao Seu caráter.

O nosso Advogado é justo; Ele é imaculado; Ele não faz acordo por debaixo dos panos; Ele não pode ser subornado. O nosso Defensor não recorre a meios tortuosos a fim de liberar Seu réu do veredito do juiz.

Isso significa que Ele não pode tecer uma defesa sabendo que ela não é verdade. Enquanto o acusador aponta o dedo a nós, Jesus Cristo diz ao Pai: “Ele está certo, Eu sei. Ele fez isso, disse aquilo—que blasfêmia, quanta perversidade! Como ele é egoísta! É, está certo; ele é culpado.”

Mas que tipo de defesa é essa?

É uma defesa incansável, irrestrita, imaculada.

  • Quarto: nossa defesa é invencível.

Veja o verso 2:

e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.

Ele mesmo é a satisfação pelos nossos pecados. A palavra traduzida como propiciação é o grego hilasmos, que significa “satisfação.” Cristo satisfez a ira e as santas exigências de Deus, pois o salário do pecado é a morte.

Na tradução grega do Antigo Testamento, o termo hilasmos foi usado para descrever o propiciatório—a tampa da Arca da Aliança sobre a qual o sumo sacerdote aspergia sangue dentro do Santo dos santos uma vez por ano. Dentro da Arca estavam as tábuas da Lei que Deus dera a Moisés. A Lei havia sido quebrada repetidas vezes, mas Deus escolheu ver a Lei quebrada através do sangue aspergido no propiciatório.

Semelhantemente, nós quebramos a Lei, mas fomos aceitos pelo sangue de Jesus aspergido na cruz que nos cobre; e Deus o Pai escolhe nos ver através do sacrifício de sangue de Seu Filho por nós.

Perceba como João enfatiza esse ponto; ele é a propiciação—a satisfação—pelos nossos pecados. Ou seja, Cristo Jesus é não somente o nosso Advogado de defesa, mas é também aquele que pagou a nossa sentença de morte e separação. Cristo não somente pleiteia em nossa defesa, mas trocou de lugar conosco.

Cristo satisfez o pagamento pelos nossos pecados e, João adiciona no verso 2, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.

Alguns comentaristas que li disseram que isso significa que Jesus pagou não somente pelos pecados dos crentes de Éfeso, mas pelos pecados dos crentes vivendo no mundo inteiro; ou seja, a expiação de Cristo foi apenas para os crentes. E ela foi no que diz respeito à sua eficácia.

João nunca emprega o termo “mundo” para se referir apenas aos crentes ao redor do mundo; ele geralmente o emprega para falar dos descrentes que representam o mundo perdido. João escreve que a cruz de Cristo pagou não somente pelos nossos pecados, mas ainda pelos do mundo inteiro. A expiação de Jesus Cristo foi tanto ilimitada como limitada.

Será que João ensina alguma espécie de universalismo—a crença de que todos irão para o céu no fim? Não. Mas ele ensina que a expiação de Cristo foi ilimitada em seu potencial e convite a todos os que não creram; contudo, ela certamente é limitada porque sua eficácia é realidade apenas nas vidas dos que creem.

Os teólogos explicam isso da seguinte forma: a morte de Cristo é eficaz para pagar pelos pecados dos que creem, e suficiente para pagar pelos pecados do mundo inteiro.

O que João sugere aqui é que tanto para o crente como para o descrente, o plano de salvação permanece o mesmo. Ninguém vai ao Pai a não ser por meio de Jesus (João 14.6); ninguém encontra satisfação da penalidade do pecado, exceto no sangue expiatório de Jesus Cristo (Romanos 5.9).

A liberdade da penalidade do pecado é fato para o crente e está disponível ao descrente.

O plano de salvação é o mesmo para o mundo ocidental e para os hinduístas que se banham nas águas poluídas do rio Ganges. O que significa que existe apenas uma defesa, apenas um nome debaixo do céu pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4.12); existe apenas um Advogado diante do Pai; existe apenas um que satisfaz as alegações de uma lei violada e cancela o registro de pecado contra você; existe apenas um que se põe entre você e o inferno—esse é o Deus-Homem, Jesus Cristo, o justo Advogado.

E veja bem: Ele jamais perdeu um caso, jamais! O acusador diz: “Mas olhe para si!” E o apóstolo João diz: “Mas olhe para Cristo!”

Robert Murray McCheyne, o pastor escocês dos anos de 1800, costumava encorajar sua congregação dizendo o seguinte: “A cada uma olhada para si mesmo, dê dez olhadas para Jesus Cristo.”

Mas será que Jesus Cristo um dia se cansará de nos defender? João sabia que seus leitores ficariam com essa dúvida. Que tipo de garantia temos que Ele não parará de nos defender?

Alguns anos atrás, eu acionei minha seguradora de veículos várias vezes—alguns acidentes comigo e outros envolvendo minhas filhas. Daí, recebi da seguradora uma carta dizendo que estavam analisando a minha apólice; havia a possibilidade de eu perder meu seguro por causa de múltiplos casos.

Foi aí que percebi que empresas de seguro só querem pessoas que não acionam os serviços da seguradora. Mas eu pensava que era exatamente para isso que pagava seguro. Como ser mais simples do que isso? Todos os meus pagamentos no decorrer dos anos não prestaram para nada.

Na verdade, pouco tempo atrás, li sobre um homem que perdeu seu seguro por razões semelhantes. Ele modificou o conteúdo da carta da seguradora e imaginou como seria se a carta tivesse vindo da empresa do Senhor em resposta a acionamentos múltiplos pedindo perdão.

Caro cliente,

Estamos escrevendo em resposta ao pedido de perdão feito hoje pela manhã.

É com pesar que informamos que você chegou ao limite de sua quota de pecados. Nossos registros mostram que, desde que fez uso de nossos serviços, você errou várias vezes na mesma área e tem a tendência de repetir a mesma falha. Ao mesmo tempo, notamos que sua vida de oração está abaixo da média quando comparada a outros de idade e circunstância semelhante.

Mais análises revelam que seu entendimento doutrinário está pouco acima dos 20% e possui tendências excessivas para procrastinar. Porque seus pecados excederam a norma de pedidos de alto-risco, você pode entender que perdão tem seus limites. Com isso em mente, Jesus envia Seus pesares e mais bondosas saudações, e espera que você encontrará alguma outra maneira de satisfazer seus pedidos de perdão, porque a nossa está, desde agora, suspensa.

Meu amigo, quando você entra na família de Deus, recebe a garantia de cobertura permanente; seus pedidos são respondidos por um Defensor incansável; nEle você encontra acesso irrestrito ao Pai; Seu caráter é imaculado; e, veja bem, você encontrará em Cristo Jesus uma defesa invencível! Ele jamais perdeu um caso e o seu não será o primeiro!

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 27/01/2013

© Copyright 2013 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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Comments

Jarlison Ezequiel says:
Pensei que o site tinha acabado.

Mas Louvado seja Deus porque apenas atualizou. 😅🙏🏽

Esse site é uma benção sem tamanho na minha vida.

Desde a primeira vez que ouvi, 5:30 da manhã, indo para o trabalho, foi algo especial. Percebi que os estudos do pastor Davey eram tocantes. As Pregações são preciosas demais!

Que Deus abençoe este tão Precioso Ministério.


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