
Mais do que Três Desejos
Mais do que Três Desejos
Sem Dúvidas—Parte 6
1 João 5.14–15
Introdução
Certa vez, o dono de uma loja de antiquários, um homem bastante bondoso, pegou uma garrafa empoeirada lá dos fundos e dela saiu o gênio. De imediato, o gênio prometeu realizar três desejos, mas advertiu o homem que fizesse suas escolhas com bastante sabedoria.
O primeiro desejo do homem foi 1 milhão de reais, algo que o gênio realizou ali mesmo, na hora. Quando se espalhou a notícia de que esse homem e sua esposa de repente se tornaram milionários, houve uma inundação de pedidos de ajuda e socorro por parte de amigos e familiares em necessidade; e eles tentaram atender a todos os pedidos. Enquanto o dinheiro do casal encolhia, a Receita Federal percebeu essa quantia incomum na conta bancária, fez uma auditoria e descobriu que o casal devia ao governo bastante dinheiro, deixando-os com nada mais que 10 reais em sua conta.
O gênio disse ao homem: “Olha, você deveria ter sido um pouco mais específico, e pedido por 1 milhão de reais livre de impostos.”
Em seguida, o homem pediu poder—pediu para ser o líder de um país poderoso e jamais poder ser removido de seu ofício. Isso resolveria seu problema financeiro e o colocaria na parte de cima da cadeia alimentar. Então, o gênio esperto atendeu o pedido e o homem se viu dentro de uma trincheira militar, debaixo do chão, cercado por soldados nazistas e ele mesmo usando um tipo de bigode que nunca mais voltaria à moda. Mais uma vez, ele não tinha sido específico com seu pedido, e o gênio espertalhão fez o homem tomar o lugar de Adolf Hitler.
O coitado dono da loja não teve outra escolha e teve que usar seu último pedido para poder restaurar a vida que já tinha.
Pergunte ao crente em geral sobre a prática da oração a Deus e você ouvirá uma mistura de preocupações e frustrações:
- Talvez não esteja fazendo meus pedidos a Deus da maneira correta.
- Talvez Ele não esteja me respondendo porque estou deixando algo de fora.
- Ou talvez Deus não deseje realmente me ajudar.
Será que Deus é parecido com o gênio da lâmpada mágica que realiza desejos de crentes que Ele gosta? Será que minhas orações de fato importam para Deus? Em meio a tudo que Deus tem à Sua frente, será que minha presença é bem-vinda ou estou atrapalhando?
O apóstolo João sabe que todo crente faz esse tipo de perguntas e tem dúvidas dessa natureza minando a sua fé. Ao se aproximar do final de sua primeira carta, João se vê numa missão: ele deseja remover todas as dúvidas quanto a se Deus ama Seus filhos, se os propósitos de Deus já garantiram a vitória para Seus filhos, se a salvação dos crentes está segura eternamente e se o crente pode saber com certeza que é salvo. Finalmente, chegamos ao texto no qual João tira todas as dúvidas sobre mais uma questão crucial na vida do crente.
O apóstolo não somente deseja que saibamos que somos salvos por Deus, ele também quer que saibamos que podemos conversar com Deus—a qualquer hora, em qualquer lugar e sobre qualquer coisa.
Em 1 João 5.14–15, João trata de três questões fundamentais sobre nossa vida de oração. Ele fala sobre nossa confiança na oração, sobre a condição para a oração e revela uma consequência diária interessante da oração.
- Primeiro: a confiança do crente na oração.
Observe a primeira frase no verso 14: E esta é a confiança que temos para com ele. Literalmente, essa é a confiança que temos diante de Deus ou quando entramos em Sua presença.
Mais uma vez, João emprega a palavra confiança que já usou 3 vezes: uma vez em relação à nossa confiança na manifestação de Jesus Cristo (2.28); nossa confiança no Dia do julgamento (4.17); e a confiança do crente na oração (3.21; 5.14).
Deixe-me voltar um pouco para lembra-lo que a palavra confiança é um termo composto que se refere a um discurso livre de impedimentos, um discurso transparente e honesto. Ela proveio originalmente do cenário político no qual um candidato falava abertamente e de forma verdadeira. Com o passar do tempo, ela passou a se referir a abertura em comunicação.
João nos diz que, sem dúvida alguma, podemos ter uma conversa aberta, transparente e honesta com Deus. Na verdade, o Senhor nos convida a fazer isso; Ele está disposto a nos ouvir.
Deus não é um gênio da lâmpada com quem podemos conversar rapidamente, fazer 3 pedidos no decorrer da vida inteira e depois “poof,” vai embora. Ele está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, e Sua agenda nunca está lotada demais a ponto de não poder nos receber.
Recentemente, li sobre uma pegadinha antiga que saiu numa revista quando internet e e-mail ainda estavam se tornando coisas populares. A revista publicou o e-mail de Bill Gates e, dentro de instantes, sua caixa de mensagem estava lotada de e-mails. Ele teve que instalar filtros para que recebesse apenas mensagens importantes e enviasse as demais para o esquecimento cibernético.
Bom, diferente do Bill Gates, João nos lembra a promessa de que Deus é onisciente e onipresente, o que significa que Ele está disponível a você de forma pessoal, individual, face-a-face, quando você bem quiser falar com Ele.
George Mueller escreveu certa vez: “Quando vai a Deus em oração, você não vence Sua relutância, mas conta com a Sua disposição.”
Gosto muito dessas palavras. Não vencemos a relutância de Deus—“Ah, não, você de novo?!” Ao contrário, contamos com Sua disposição em nos ouvir.
É exatamente com esse ponto que João começa a remover todas as dúvidas do coração do crente: essa é a confiança que temos diante de Deus.
- Segundo: a condição para a oração do crente.
Veja o verso 14 novamente:
E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.
Em outras palavras:
- Deus está sempre disposto a nos ouvir,
- Mas temos um contrato limitado: Se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.
Agora, deixe-me destacar rapidamente que Deus ouve todas as nossas orações. Contudo, você verá no Novo Testamento que essa ideia de Deus nos ouvir está ligada ao ato de Deus nos responder no sentido de vermos algo acontecendo.
Se quisermos entrar nos detalhes técnicos, podemos dizer que cada oração do crente é respondida:
- Talvez seja um “sim”—por ser a vontade de Deus, e é a isso que João se refere aqui.
- Pode ser um “não”—por não ser a vontade de Deus.
- Pode ser um “não”—porque Deus tem outra coisa em mente.
- E pode ser um “sim”—mas não agora.
Existem pelo menos quatro respostas diferentes e todas elas são respostas de Deus às orações:
- Sim!
- Não!
- Isso não!
- Agora não!
Se você orou e nada aconteceu, você recebeu uma resposta; se você orou e algo diferente aconteceu, você recebeu uma resposta de Deus também.
João fala aqui da confiança que podemos ter quando amadurecemos na prática da oração, quando reconhecemos que não estamos nos esquivando de nada quando fazemos os pedidos de nosso coração a Deus e concluímos a oração, dizendo: “Não seja feita a minha vontade, mas a Tua.”
Foi exatamente assim que Jesus orou no Getsêmane e foi exatamente assim que Cristo nos ensinou a orar. Devemos sempre orar com o espírito submisso que diz: “Seja feita a Tua vontade.” Às vezes, essa é a única coisa que podemos orar, já que não fazemos ideia de qual é a vontade de Deus.
Mas será que ousaríamos orar se não tivéssemos a certeza de que Deus sempre deseja o nosso melhor? Talvez faremos um pedido e acabaremos numa trincheira maldita, ou com dinheiro que arruinará nossas vidas. Podemos pedir aquele emprego, relacionamento, promoção, cura, oportunidade, somente para depois entender que era a última coisa que precisávamos.
João remove aqui um mistério sobre a oração que pode, com frequência, desencorajar o crente. Se a resposta que deseja não vem, você pode ficar pensando que Deus não o ouve e não se preocupa com você. João diz: “Não. Simplesmente, o que você pediu está fora dos Seus propósitos para a sua vida, e Deus se compromete a nos dar apenas aquilo que servirá para o nosso crescimento e saúde espirituais.” Conforme disse Warren Wiersbe: “Deus prometeu suprir nossa insuficiência, não nossa concupiscência.”
Alguém pode perguntar: “Se é da vontade de Deus que eu tenha algo, por que preciso orar por isso?” A resposta é simples: porque, segundo a Palavra de Deus, o Senhor determina não somente os fins (a resposta), mas também os meios (a oração). De fato, quando oramos em fé e confiança, um bem maior é produzido em nosso coração, caráter e vida.
Em seu excelente livro Disciplinas de Um Homem Piedoso, R. Kent Hughes diz que oração é como um tempo de exposição a Deus. Nossas almas são como lâminas fotográficas e a imagem brilhante de Cristo é a luz. Quanto mais expomos nossa vida à luz de Sua [presença] por, digamos, cinco, dez, quinze, trinta minutos por dia, mais Sua imagem será marcada em nosso caráter—Seu amor, compaixão, verdade, integridade e humildade. Quando oramos segundo um desejo maior de ver a vontade de Deus realizada, nossa vontade é direcionada à vontade dEle.
E isso faz parte do que João diz aqui. Ele escreve: “Tenha essa confiança ao orar segundo a vontade de Deus,” ou seja, orar em harmonia com a vontade dEle. Então, oramos em harmonia com Deus.
Somos como crianças que aprendem a colorir um desenho—aprendemos não somente a ficar dentro das linhas, mas também a escolher o giz de cera adequado. Seus filhos aprenderam a mesma coisa, não foi? Você coloca seus desenhos na porta da geladeira—pessoas com cabelo roxo, nuvens verdes e vacas cor de laranja.
Aprender a orar significa aprender a orar conforme as linhas divinas, segundo as demarcações divinas, segundo as delimitações que são para a glória de Deus e para o nosso benefício—“Seja feita a Tua vontade.”
Mesmo assim, por que orar? Se Deus é soberano e Sua vontade será realizada, nossa confiança em Deus não deveria reduzir a necessidade de orar? Não deveríamos nos levantar pela manhã e dizer: “Certo, Senhor, o dia é Teu. Faça o que quiseres!”?
Podemos chegar a essa conclusão se pensarmos que a oração existe apenas para mudar Deus de ideia, ou convencê-lO a responder. Mas Deus também deseja nos transformar por meio da oração. Seu desejo é desenvolver, capacitar, modificar o nosso pensamento através da oração—comunhão face-a-face com Deus. Por conseguinte, no mistério dos propósitos de Deus, Ele, na verdade, usa as nossas orações como ímpeto de Suas ações.
R. A. Torrey escreveu dez razões por que devemos orar, assim como o apóstolo Paulo nos encorajou a orar por todas as coisas e sem cessar:
- Primeiro: devemos orar porque existe um diabo e a oração é o meio designado por Deus para resisti-lo.
- Segundo: devemos orar porque a oração é a maneira que Deus determinou para obtermos o que precisamos dEle.
- Terceiro: devemos orar porque os apóstolos consideraram a oração como prioridade em suas vidas.
- Quarto: devemos orar porque a oração teve papel fundamental na vida terrena do nosso Senhor, que é o nosso exemplo.
- Quinto: devemos orar porque a oração é o atual ministério de Cristo, já que Ele intercede por nós agora.
- Sexto: devemos orar porque a oração é o meio estabelecido por Deus para recebermos misericórdia dEle em tempos de necessidade.
- Sétimo: devemos orar porque a oração é o meio de obtermos a plena alegria de Deus.
- Oitavo: devemos orar porque oração com ações de graças é o meio de obtermos liberdade da ansiedade e conseguirmos a paz que excede todo entendimento.
- Nono: devemos orar porque a oração é o meio pelo qual ficamos alertas e vigilantes.
- Décimo: resumindo tudo o que Torrey disse—devemos orar porque Deus usa a oração para promover nosso crescimento espiritual, capacitar nossa obra, conduzir outros à fé em Cristo e abençoar a igreja de Cristo.
Portanto, a questão não é se devemos orar, mas por que não desejaríamos orar? A oração, de fato, une pessoas insignificantes como nós ao Deus Todo-Poderoso numa parceria milagrosa que Ele projetou para realizar Seus propósitos. Ao incluir nossas orações em Seus planos, Deus concede aos Seus filhos o privilégio mais nobre e essencial.
Essa é a confiança do crente e a condição da oração do crente.
- Terceiro: João destaca a consequência diária da oração para o crente.
Veja o verso 15: E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito.
Portanto, João fala que Deus está sempre disposto a nos ouvir, que nosso contrato com Deus na oração envolve certas limitações (isto é, oramos para que a vontade de Deus seja feita) e, por fim, temos uma resposta garantida: estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito.
Mais uma vez, João emprega o verbo grego oida, aqui traduzido como sabemos. Ou seja, isso é o que sabemos, não por experiência própria, mas porque Deus disse. Esse é um conhecimento adquirido por meio de revelação.
Ele poderia ter dito: “Olha, baseado na minha experiência, Deus responde orações.” Mas, ao invés disso, João escreve: “Olha, baseado no que Deus revelou, Deus responde orações.”
Nossas experiências não devem determinar a verdade sobre a oração. E, para piorar ainda mais as coisas, as experiências das pessoas podem diferir muito das suas!
Veja que a confiança que temos na oração não se baseia na experiência do momento, mas na revelação do Espírito. João escreve no final do verso 15: estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito. Que confiança maravilhosa!
O que isso significa? Significa que, desde que sua oração esteja em harmonia com a vontade de Deus, você terá uma resposta garantida, mesmo que ela demore semanas, meses, anos ou até a vida inteira.
Já mencionei George Mueller nesta mensagem—um homem que fundou vários orfanatos na Inglaterra, cuidando de milhares de órfãos em meados do século 19. Numa dada época, os fundos terminaram e Mueller começou a vender tudo aquilo que não era necessário. Daí, uma mulher, que tinha viajado quatro dias, chegou ao orfanato, trazendo consigo dinheiro suficiente para cobrir todas as despesas e sobrar. Em outras palavras, Mueller e os demais trabalhadores do orfanato haviam orado quatro dias por algo que Deus já tinha respondido. Em seguida, Mueller escreveu em seu diário: “O fato de o dinheiro já pertencer ao orfanato sem ainda ter sido entregue é prova de que Deus tinha em Seu coração o propósito de nos ajudar. Além disso, Deus se deleita na oração de Seus filhos. Deus nos permitiu orar por tanto tempo para provar nossa fé e tornar a resposta em algo ainda mais maravilhoso.”
Eu temo que concluímos rápido demais que Deus não deve estar envolvido, interessado ou preocupado; Ele não respondeu como esperávamos... e já faz quatro dias, quatro meses, quarenta anos.
Deixe-me dizer que estou hoje aqui pela graça de Deus na vida de algumas pessoas. Dentre os meus antepassados na minha árvore genealógica, estava a minha bisavó, que era crente. E ela orou pela conversão de seu marido e até lhe deu uma Bíblia—cerca de 100 anos atrás. Após orar por 40 anos, ele recebeu Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Depois, tudo ficou óbvio: todos os seus filhos se converteram.
Meu pai ainda se recorda de seu pai lendo a Bíblia na mesa da cozinha em sua fazenda. Meu pai tem essa Bíblia até hoje como um lembrete da graça de Deus e da persistência da oração.
Aquela mulher orou segundo a vontade de Deus, mas Deus só a deixou experimentar a resposta 40 anos depois para que, por várias gerações, as pessoas fossem marcadas pela disciplina e diligência na oração.
Qual reação João espera que tenhamos diante dessa confiança? Que digamos: “Vamos orar.”
Será que essa confiança na oração não passa de uma confiança intelectual, mental e teórica? João não remove as dúvidas sobre a oração para que sejamos crentes mais inteligentes; ele quer que encaremos a oração com mais seriedade. Essa é a nossa união gloriosa com o nosso Senhor soberano.
Conclusão
Gostaria de terminar com uma aplicação que espero nos levar a agir com maior confiança na oração. A verdade é que lutamos com perseverança e fervor na oração porque a oração não é diversão—ela é trabalho duro. Podemos até não entender totalmente como funciona a oração, mas sabemos que a oração funciona e sabemos que oração é trabalho—e trabalho pesado. Deixe-me encorajá-lo, assim como eu fui encorajado, e exorta-lo com este testemunho.
J. Sidlow Baxter foi um pastor no início dos anos de 1900. Escritor prolífico e pregador poderoso, Baxter se formou na Escola para Pastores de Charles Spurgeon em Londres. Em seguida, foi usado tremendamente em sua geração. A influência de sua vida e ministério se estendeu por um século—de 1903 a 1999.
Como pastor, Baxter teve dificuldades com a oração; ele permitia que suas responsabilidades atrapalhassem sua comunhão íntima com o Senhor. Num dia pela manhã, ele analisou bem seu coração e descobriu que havia dentro dele uma parte que não queria orar e outra que queria. A parte que não queria era a de suas emoções; a parte que queria era de seu intelecto e vontade. Ele escreve:
Como nunca antes, eu e minha vontade ficamos face a face. Fiz uma pergunta bastante direta à minha vontade: “Vontade, você está pronta para uma hora de oração?”
A Vontade respondeu: “Aqui estou, e estou pronta, caso você também esteja.”
Então, a Vontade e eu demos os braços e fomos para uma hora de oração. De uma só vez, todas as emoções começaram a nos puxar para o outro lado a protestar: “Nós não iremos.”
Percebi a Vontade hesitando um pouco e perguntei: “Vontade, você consegue aguentar um pouco ainda?” A Vontade respondeu: “Consigo, se você conseguir.”
Então a Vontade foi e nos ajoelhamos para orar, arrastando conosco aquelas emoções turbulentas que se retorciam. O tempo inteiro foi uma grande luta. Em um dado momento, quando a Vontade e eu estávamos no meio de uma intercessão concentrada, de repente vi que uma daquelas emoções traidoras havia armado uma cilada e capturado minha imaginação, conduzindo-a para os esportes; e fiz de tudo para conseguir arrastar aquele cafajeste de volta. Um pouco depois, vi que outra das emoções tinha escapado com alguns pensamentos desprevenidos. Ao final daquela hora, se você me perguntasse, “Você teve um bom tempo em oração?” minha resposta seria: “Não, foi uma hora de constante luta contra emoções opostas e imaginação negligente do início ao fim.”
Bom, essa luta continuou por algum tempo. E se você me perguntasse: “Você teve um bom tempo em oração?” Eu então teria que confessar: “Não, às vezes, o céu parece ser de bronze e Deus bastante distante, e o Senhor Jesus estranhamente indiferente, e a oração realizando nada.”
Contudo, algo estava acontecendo. Uma coisa é certa, a Vontade e eu estávamos aos poucos ensinando a Emoção que somos completamente independentes dela. Também, em uma dada manhã, pouco antes de a Vontade e eu irmos para nosso tempo de oração, ouvi uma das emoções cochichando com outra: “Pessoal, não desperdice seu tempo. Eles irão de qualquer forma.”
Aquela manhã, pela primeira vez, apesar de as emoções não estarem cooperando umas com as outras, pelo menos estavam caladas, o que permitiu que a Vontade e eu continuássemos orando sem qualquer distração. Daí, algumas semanas depois, o que você acha que aconteceu? Durante um de nossos momentos de oração, quando a Vontade e eu não estávamos nem mais pensando nas emoções, uma das emoções mais fortes de repente se levantou e gritou alto: “Aleluia!” Com isso, as outras emoções responderam: “Amém.”
E, pela primeira vez, todo o meu ser – intelecto, emoções e vontade – estava unido em uma operação coordenada de oração.
Oração não é somente uma ordem; ela deve ser também o nosso prazer. Oração é mais do que três desejos e um gênio que logo desaparece; oração é uma comunhão face-a-face com o Todo-Poderoso. E não há dúvidas: Deus ouve, Deus responde!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 27/10/2013
© Copyright 2013 Stephen Davey
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