Água, Sangue e Espírito

Água, Sangue e Espírito

by Stephen Davey

Água, Sangue e Espírito

Sem Dúvidas—Parte 3

1 João 5.6–8

Introdução

Pouco mais de uma década atrás, um canal chamado TribunalTV estreou na televisão a cabo. Quando começou, houve muitos céticos. A ideia de cobrir tribunais, julgamentos e vereditos não parecia apelar ao público.

Contudo, a TribunalTV estreou no dia 1 de julho de 1991 com o julgamento de um homem chamado Robert, acusado de haver assassinado sua sogra 25 anos antes. O protagonista na história era o filho do réu, que era detetive de polícia.

Outro caso transmitido pela TribunalTV foi o de uma professora chamada Pamela que convenceu seu aluno e amante de 17 anos de idade a matar seu marido. Sua única recomendação foi a de que não cometesse o crime na frente do cachorro. Aparentemente, não tem problemas matar o marido, só tenha a decência de não traumatizar o cachorro. Robert foi inocentado e Pamela condenada.

Enfim, para a surpresa de muitos, a TribunalTV fez sucesso. 10 anos depois, o canal estava dentre os que mais cresciam nos Estados Unidos, com 65 milhões de telespectadores ao redor do mundo inteiro e um lucro de 50 milhões de dólares por ano. Obviamente, algo chama a nossa atenção para ver o desenrolar de um julgamento, nos unir ao júri que analisa as evidências. Pode ser evidência circunstancial como fotos e vídeos; pode ser evidência física, como a arma do crime; evidência forense no caso de DNA; podemos ainda adicionar a evidência de caráter ou testemunho, relatos de testemunhas oculares. Daí, temos um julgamento. Tudo isso é reunido para que telespectadores ao redor do mundo, juntamente com o júri, cheguem a um veredito baseado nas evidências.

O apóstolo João acontece de estar fazendo o papel de um advogado divinamente inspirado, preparando uma defesa para a verdade do Cristianismo, apresentando uma evidência após outra.

Se você acompanhou nosso estudo anterior, então lembra que João fez a afirmação audaciosa de que os cristãos são, na realidade, vitoriosos. Você lembra da palavra grega que João usou para falar do crente? Nós a pronunciamos diferente, mas a vemos basicamente todos os dias. É a palavra nike, e ela significa “par de tênis com preço exorbitante;” não, ela significa “vitória.”

Mas em que se baseia a vitória do crente? Volte a 1 João 5.5, onde João escreve: Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? Em outras palavras, a pessoa que chega ao veredito de que Jesus é o Filho de Deus alcança a vitória da fé.

Imediatamente após apresentar essa verdade, João sente e necessidade de fornecer evidências que sustentam esse veredito—“João, você pode nos dar evidências sobre esse Jesus? Por favor, apresente evidência de caráter, evidência circunstancial, evidência física, alguma testemunha ocular que nos levará ao veredito indubitável de que Jesus é, de fato, o Filho de Deus.” Não se trata aqui do julgamento do ano ou do século; isso não é TribunalTV, mas a determinação de nosso destino eterno.

E João prevê isso. Nos versos seguintes, que são dedicados a remover toda dúvida da mente e do coração do crente e a reforçar o que o crente já sabe com certeza, o apóstolo fornece três tipos de evidência de que Jesus é o Messias verdadeiro:

  • Evidência nº 1 é a água;
  • Evidência nº 2 é o sangue;
  • Evidência nº 3 é o Espírito.

Veja o verso 6: Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo. A primeira coisa que desejo destacar é a frase este é aquele que veio. Essa frase vem logo após Jesus o Filho de Deus no final do verso 5, o qual também é descrito como o Cristo—o Ungido ou o Messias—no verso 1. Desejo destacar o tempo do verbo veio: está no passado; Ele veio. O Messias, Jesus Cristo, já veio.

O tempo verbal sugere que João declara que a vinda do Messias é um fato histórico. Tecnicamente falando, não esperamos pela vinda do Messias, mas pela segunda vinda do Messias porque Ele já veio uma primeira vez.

E qual é a evidência disso, João? Veja o verso 6 novamente:

Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.

Água e sangue falam de dois eventos separados na história, ou seja, dois momentos distintos na história que marcaram Jesus como o Filho de Deus de forma singular, o nosso Messias. Esses dois eventos estavam ligados a água e a sangue—e nessa ordem. Então, o que são a água e o sangue?

Agostinho, um pai da igreja e teólogo do século quarto, cria que eram uma referência ao sangue e à água que saíram do lado de Jesus quando o soldado romano O feriu com uma lança enquanto pendurado na cruz (João 19.34).

O problema com essa perspectiva (dentre muitos outros) é que água e sangue passam a se referir ao mesmo evento na história, e também não responde a alegação dos falsos profetas que João busca responder com a verdade de que Jesus era o Filho de Deus. Água e sangue podem sair de qualquer ser humano ferido no coração. Todavia, Agostinho está parcialmente correto ao identificar a crucificação como um dos eventos históricos.

Outros teólogos, como os reformadores Martinho Lutero e João Calvino, criam que João se refere às ordenanças do batismo e da Ceia do Senhor. Novamente, eles acertaram parcialmente ao identificar um dos elementos como o batismo, mas o texto não serve de evidência para o nosso testemunho; ele serve de prova para o testemunho de Jesus Cristo.

João insiste aqui que água e sangue revelam a identidade messiânica de Jesus Cristo. Será que houve dois eventos separados na biografia da vida terrena de Jesus relacionados a água e sangue de forma peculiar? Sim. Primeiramente, Seu próprio batismo e os eventos ligados ao batismo—maravilhas que provaram que Ele estava iniciando Sua carreira messiânica.

E quanto ao sangue? Nada foi mais sangrento do que Sua obra na cruz a nosso favor, o derramamento de Seu sangue pelo qual somos justificados através da fé (Romanos 5.1).

João, portanto, se refere a dois eventos-chave no ministério de Jesus Cristo—ele começou com Seu batismo e terminou com Sua crucificação, obviamente consumada com a ressurreição.

Um autor colocou isso da seguinte forma: “Jesus foi inserido em Seu ministério salvífico pela água do batismo e concluiu essa obra salvífica pelo sangue de Sua crucificação. Seu batismo marcou Sua vida perfeita; Sua crucificação marcou Sua morte salvífica. A água era evidência de Sua vida divina; o sangue era evidência de Sua obra divina.”

Então, o que João faz aqui é apontar para a evidência da autenticidade de Cristo, mostrando-nos esses dois eventos marcantes. Um evento iniciou Seu ministério; o outro evento conclui Seu ministério.

Portanto, vamos voltar a esses dois acontecimentos e observar as evidências em torno deles que de forma clara e miraculosa provam que Ele era o Filho de Deus.

  • Evidência nº 1: a água.

Volte ao Evangelho de Mateus, capítulo 3, para olharmos mais de perto a primeira evidência—a evidência da água.

Um profeta do Antigo Testamento chamado João—não o apóstolo João, mas João Batista—entra em cena exigindo que os judeus se identifiquem com sua mensagem de arrependimento em antecipação à vinda do Messias.

João Batista não faz ideia de que, nesse dia em particular—veja Mateus 3.13: dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. João Batista sabe que Jesus não precisa demonstrar arrependimento ao ser batizado no rio Jordão. Mas Jesus será batizado por outras razões; Ele diz no verso 15 que Seu batismo é para cumprir toda a justiça. Em outras palavras, Jesus diz: “Neste momento, é cabível, é apropriado.”

Por que o batismo foi algo apropriado para Jesus?

  • Jesus se identificou com o povo de Deus.
  • Jesus exibe o sinal externo de obediência à mensagem de Deus através de Seu profeta.
  • Jesus satisfaz as exigências da lei do Antigo Testamento, a qual determinava que um sacerdote deveria ser consagrado pela purificação da água ao ser ordenado ao ministério sacerdotal.
  • Jesus sinaliza o início de Seu ministério público.
  • Jesus cria um cenário público no qual possa ser apresentado como o Cordeiro de Deus pelo profeta João Batista.
  • Por fim, e o elemento mais importante para a evidência que o apóstolo tem em mente em 1 João 5, esse evento—o batismo com água—fornece evidências físicas, testemunhas oculares e a  evidência inegável vinda do Deus Triúno quanto a quem Jesus é.

O testemunho da Triunidade aparece nos versos 16–17:

Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

A voz de Deus o Pai ecoa do céu para todas as pessoas presentes no rio Jordão, dizendo: Este é o meu Filho.” Jesus é o Filho de Deus—1 João 5.

E veja bem: Deus o Pai, conforme registrado em Mateus 3, cita Sua própria palavra inspirada aqui de forma intencional e estratégica.

A primeira parte, este é o meu Filho amado, é uma citação do Salmo 2.7, um Salmo que todo judeu reconhecia ser uma descrição do Messias, o poderoso Rei vindouro enviado de Deus.

A segunda parte, em quem me comprazo, vem de Isaías 42.1, que é o início da descrição do Messias Sofredor que culmina com Seu sofrimento em Isaías 53—o Messias que virá como um cordeiro para ser morto. E, de forma interessante, em Isaías 42.1, o Deus Pai diz que colocará o Seu Espírito sobre o Messias. E aqui em Mateus 3, vemos o Espírito descendo em forma de pombo, enquanto o Pai cita alguns versos do Antigo Testamento que descrevem o Messias e diz, com efeito: “Aqui está Ele!”

Como ser mais óbvio do que isso para a nação de Israel? O Filho de Deus—o Messias destinado a sofrer—o Cordeiro de Deus que viria para morrer pelos pecados do mundo está aqui! O Rei chegou. Mas Sua primeira coroa será feita de espinhos e Seu primeiro trono será uma cruz.

Esse momento marcante e milagroso acontece de ser a evidência nº 1.

  • Evidência nº 2: o sangue.

João deixa claro em 1 João 5.6 que a evidência de que Jesus é o Filho de Deus—o Messias—envolve não somente o evento da água, mas também outro evento—o do sangue.

Contrário ao pensamento de Lutero e de Calvino, em nenhum lugar das Escrituras o termo sangue é empregado em referência à Ceia do Senhor. Sem dúvidas, Seu sangue é representado de forma simbólica no elemento do vinho—uvas esmagadas e espremidas em submissão.

Contudo, João fala aqui não da metáfora do vinho da ceia, mas da realidade de um evento histórico associado de forma tão clara com derramamento de sangue que nenhum de seus leitores precisaria de explicação para entender suas palavras.

Sangue representa vida. Ao derramar Seu sangue, Jesus deu Sua vida. O sangue se refere à morte de Jesus na cruz.

Só que João tem mais em mente do que apenas mencionar a crucificação. Os falsos mestres estavam dizendo à igreja que o verdadeiro Filho de Deus não poderia ter morrido. Mas Jesus—que já foi provado ser o Filho de Deus em Seu batismo—morreu, Ele derramou Seu sangue.

Mas ainda tem mais. Os gnósticos afirmavam que Cristo era um espírito divino que desceu sobre Jesus em Seu batismo, mas que o deixou na cruz. Assim, Jesus morreu como um homem comum.

Observe, agora, a maneira como João destrói esse falso ensino; leia o verso 6 novamente:

Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus [quem?] Cristo; [perceba o que João diz em seguida] não somente com água, mas também com a água e com o sangue.

Quando Jesus Cristo ressuscitou da morte, Ele apareceu, de repente, a dois discípulos desencorajados que voltavam de Jerusalém para sua vila chamada Emaús. Jesus se une a eles na caminhada e diz: Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? (Lucas 24.26). Jesus, o Cristo, foi batizado com água e Jesus, o Cristo, foi crucificado numa cruz onde derramou Seu sangue.

Veja bem: o Cristianismo é uma religião sangrenta—é o sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado (1 João 1.7). O Cristianismo não é o tipo de religião na qual a humanidade sacrifica sua vida por um deus; o Cristianismo é a única religião na qual Deus sacrifica Sua vida pela humanidade.

  • O sacrifício de Cristo foi retratado no cordeiro da Páscoa séculos antes.
  • O derramamento do sangue de Cristo foi ilustrado nos sacrifícios diários no Templo, onde sacerdotes eram respingados de sangue e seus braços manchados de vermelho.
  • O derramamento do sangue de Cristo resumiu e consumou o Evangelho de um sacrifício expiatório.

A Bíblia apresenta evidência consistente sobre o Cordeiro:

  • A Páscoa ilustrou o sacrifício do Cordeiro.
  • Isaías 53 profetizou o sofrimento do Cordeiro.
  • João Batista identificou a pessoa do Cordeiro.
  • A cruz do Calvário suportou o Cordeiro sacrificial encharcado de sangue.
  • E as hostes celestiais neste momento cantam diante do trono do Cordeiro ressuscitado e exaltado.

E nós cantaremos com eles um dia, conforme o apóstolo João escrevem em Apocalipse 5.12–14:

Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos... Amém!

É o seguinte, meu querido: a decisão mais importante que você precisa tomar é o veredito concernente a esse Cordeiro. Ele é o seu Cordeiro sacrificial?

Essa canção não começa no céu somente; você pode se unir àqueles na igreja que se gloriam na cruz expiatória e sangrenta de Cristo e cantar:

Eis que uma fonte aberta está:
O sangue de Jesus.
Quem nela se lavar, à cruz,
Sem manchas ficará.

Esse é você? Jesus é o seu Cordeiro?

Você diz: “Ah, mas andei estudando um pouco. A crucificação era uma prática comum nos dias de Jesus. Roma se orgulhava dessa sentença de morte cruel e dolorosa. Josefo, o historiador do século primeiro, escreve que mais de mil pessoas foram crucificadas naquela região no mesmo ano em que Cristo foi crucificado. Com base em relatos históricos, sabemos que, em torno da época de Jesus, os romanos já haviam crucificado mais de 30 mil homens somente na Palestina. Muitos deles naquele monte que chamamos de Calvário. Portanto, onde está a evidência de que o sangue de Jesus teve significado maior do que a morte de qualquer um daqueles outros homens?”

Bom, volte ao cenário de Mateus 27. Lemos no verso 45 que, quando Cristo foi pendurado na cruz, houve trevas profundas do meio-dia às 3 da tarde. E a linguagem enfatiza que foram trevas densas. Sem dúvidas, os soldados precisaram de tochas; evidentemente, Jesus parou de incomodar os judeus com Suas palavras; uma escuridão tenebrosa cobria tudo.

É interessante que escuridão por três dias fora uma das pragas sobre o Egito, um acontecimento que ficou para sempre ligado à primeira Páscoa e ao julgamento de Deus. Essas três horas são, obviamente, paralelas àquele primeiro julgamento. A diferença é que, dessa vez, Jesus experimenta de forma vicária a nosso favor o julgamento de Deus o Pai como o sacrifício expiatório pelos nossos pecados.

De repente, Jesus dá um brado de abandono no momento em que Pai e Filho são separados:

  • Ele foi abandonado pelos Seus discípulos.
  • Ele foi traído e negado.
  • Ele foi rejeitado pela nação judaica e seus líderes.
  • Ele foi condenado pelo tribunal de Seu próprio povo.
  • Ele foi insultado por Seus inimigos—pelos soldados, pelos líderes judeus—e até pelos criminosos.
  • Ele sofre totalmente sozinho e agora é abandonado pelo Pai.

No verso 50, Jesus dá o grito de vitória: Está consumado.

Veja bem: você pode ser abandonado, rejeitado, traído, negado, condenado, insultado e até morto, mas a morte sangrenta de Cristo significa que você jamais será abandonado pelo Deus Pai.

Em seguida, o relato de Mateus nos conta no verso 51 que o véu do templo que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos se rasgou de cima a baixo.

Pense no significado disso para o sistema religioso que havia conspirado para mata-lO. Essa cortina tinha mais de 18 metros de altura e 15 cm de espessura. Era um tecido pesado belissimamente bordado com querubins em tonalidades de azul.

A linguagem transmite violência; a cortina não se rasgou lentamente, mas arrebentou ao meio repentina e milagrosamente de cima a baixo. Não havia escadas ali dentro, nem andaimes. A única mão que poderia ter rasgado aquele véu foi a mão de Deus, como que dizendo que todos agora têm acesso à Sua presença por meio do véu, que é a carne sacrificada de Cristo. Os sacerdotes simplesmente costuraram a cortina novamente e continuaram com suas tradições vazias. A mensagem, porém, foi proclamada.

Mateus nos diz que houve terremoto em toda a região. E como se isso já não fosse evidência o bastante de que Jesus era, de fato, quem disse ser, algo mais acontece enquanto o corpo de Cristo em sangue permanece na cruz. Veja Mateus 27.52:

abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.

Que tal isso como evidência? Pessoas que você sabia terem morrido anos antes são ressuscitadas e aparecem na varanda de sua casa. Elas não são zumbis; não se alimentam de seres humanos. Essas pessoas servem de ilustração do poder que Jesus Cristo tem de ressuscitar todos os que creem nEle. Jesus havia dito antes diante do túmulo de Lázaro: Eu sou a ressurreição e a vida; aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá (João 11.25). Então, “Deixe-me fornecer uma evidência: Lázaro, venha para fora!” E isso acontecerá com todos nós que cremos que Jesus é o Filho de Deus.

Aqui está a evidência que sustenta esse tipo de veredito: a evidência milagrosa da água do batismo de Cristo; a evidência milagrosa do sangue da crucificação de Cristo.

  • E a evidência nº 3 é: o Espírito.

As primeiras duas evidências eram evidências físicas e externas da autenticidade de Cristo; essa terceira evidência é invisível e interna.

Veja o que João escreve em 1 João 5.6: E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Ou seja, a própria natureza do Espírito Santo é dizer a verdade. E o Espírito nos informa várias vezes no Novo Testamento que devemos confiar, seguir e exaltar Jesus Cristo.

Agora, existe uma frase nos versos 7–8 que foi adicionada no século dezesseis por um homem chamado Erasmo. Ele adicionou a frase sobre as testemunhas celestiais—o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Desde então, essa frase tem gerado discussões.

E isso é uma infelicidade, já que sua inclusão ou exclusão não afeta em nada a doutrina da Trindade; a doutrina permanece a mesma, inalterada. Mas a frase foi adicionada por homens que queriam fortalecer a doutrina da Trindade. Por causa da pressão, Erasmo, mesmo que de forma relutante, a adicionou na sua terceira edição do Novo Testamento Grego e ela se tornou parte do Texto Recebido, também conhecido como Textus Receptus. Esse é o texto-base utilizado para a Versão Revista e Corrigida Fiel, por exemplo. Independente de qualquer coisa, a doutrina do Deus Triúno é ensinada e fundamentada em outras passagens bíblicas.

Conforme já descobrimos, volte ao batismo de Jesus; o que vemos? O Pai falando do céu, o Espírito de Deus descendo sobre Jesus e o Filho de Deus sendo batizado.

Contudo, perceba bem, como já estudamos, o apóstolo João não se refere aqui à Trindade do Pai, Filho e Espírito. Ele se refere à trindade da evidência inegável da água do batismo, do sangue da crucificação e, agora, do testemunho verdadeiro intimamente ligado à natureza do Espírito Santo.

A prova é que, na frase seguinte, ele conclui o tema; veja o final do verso 8: Pois há três que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito. Em outras palavras, esses três dizem a mesma coisa.

Veja que o Espírito é uma das testemunhas da verdade. Mas Ele não somente dá testemunho da verdade; Ele é a verdade. O Espírito Santo não precisa colocar Sua mão sobre a Bíblia e jurar dizer a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade porque a Sua própria natureza é a verdade.

E o papel do Espírito Santo é dar testemunho de Cristo, exaltar Cristo, o Salvador diante da humanidade, conduzir o crente a submissão à liderança soberana de Jesus Cristo.

Em resumo, João diz no verso 8: “Existem três testemunhas; se as separarmos, cada uma dirá a mesma coisa. Elas revelarão a verdade de que Jesus Cristo é o Messias, o Filho do Deus vivo.”

Esse é o testemunho colocado à sua frente hoje, meu amigo: Jesus Cristo é o Salvador, o Filho de Deus, que realmente viveu, realmente morreu e realmente ressuscitou para nos dar vida. Pela fé nEle somente, você pode ter essa vida eterna agora.

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Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 29/09/2013

© Copyright 2013 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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