
Testemunha Ocular
Testemunha Ocular
Depois das Trevas, Luz—Parte 1
1 João 1.1–4
Introdução
Vivemos em um mundo e numa sociedade com grande variedade na qual gostos e opiniões pessoais são abundantes em basicamente todos os assuntos—desde alimentos a roupas, filmes, músicas, etc.
O problema é que a realidade de variedade em opiniões pessoais acabou se tornando a impressão no assunto de questões espirituais também. Conforme uma pesquisa, 85% das famílias possuem pelo menos uma cópia da Bíblia, mas metade delas crê que a Bíblia, o Alcorão e o Livro dos Mórmons são apenas variações das mesmas verdades básicas. Você pode escolher qualquer um sem nenhuma consequência espiritual. Não importa se Jesus foi apenas um profeta, um homem exaltado ou o Deus encarnado—isso não passa de apenas outro tipo de pão, mas ainda estamos na mesma padaria.
É por isso que este tipo de declaração pôde ser feito num documentário que vi sobre o Jesus Histórico; o apresentador disse: “A questão realmente importante não é o que Jesus foi ou não foi; a questão fundamental é o que as pessoas acreditam que Ele foi. Mais de 2 bilhões de pessoas, formando uma religião mundial enorme, seguem esse Homem. Isso é algo incrível.”
Mas é o seguinte: se 2 bilhões de pessoas seguem um carpinteiro iludido que alegou ser o Deus encarnado, isso não é algo incrível, mas algo trágico!
A questão da natureza, caráter e identidade de Jesus Cristo é tão crítica hoje como foi quando o Sinédrio judeu perguntou a Jesus: “Diga-nos: você é ou não o filho de Deus?” E a resposta a essa pergunta é crucial porque as consequências são eternas. Se o que Jesus disse a respeito de si mesmo era verdade, então:
- O que Ele afirmou sobre o céu também era verdade;
- O que Ele disse sobre o inferno também era verdade;
- E Ele disse a verdade quando afirmou ser o único caminho para Deus o Pai.
Numa cultura que se deleita com o fato de ter opções e não gosta de absolutos, as alegações de Cristo são alegações de significância eterna.
A nossa cultura não é a única que deseja variedade em crenças. Na verdade, por volta da época em que um velho apóstolo chamado João se sentou para escrever algumas cartas, o Hinduísmo e até o Budismo já haviam penetrado no mundo do Mediterrâneo. Além dessas duas religiões, o Gnosticismo fazia convertidos dentro da igreja, declarando que Jesus não era o Deus encarnado—que Deus jamais assumiria a forma humana em carne e osso.
Daí, surgiu mais uma opção, o Docetismo, pregando que Jesus havia sido um homem em quem o espírito de Cristo havia descido, mas, na ocasião da crucificação, Cristo deixou o homem Jesus.
Em outras palavras, Cristo foi um fantasma, nunca uma parte integral da natureza de Jesus. É claro, ele não podia fazer a provisão para perdão de pecados ou vida eterna; Seu corpo nunca ressuscitou do túmulo e sem dúvidas, Ele não era Deus.
A época de João, portanto, foi um período que carecia urgentemente de alguém que havia de fato conhecido Jesus, que havia sido uma testemunha ocular do Jesus histórico. Semelhantemente, o Evangelho de Jesus Cristo precisa ser esclarecido urgentemente à nossa geração, que gosta de opiniões e gostos pessoais. Eis a importância de três cartas escritas por uma testemunha ocular—um idoso chamado João.
João e seu irmão mais velho, Tiago, eram homens judeus que haviam crescido e herdado o negócio de pesca de seu pai, Zebedeu. A mãe deles, Salomé, era a irmã mais nova de Maria, a mãe de Jesus, algo que fazia de João e Tiago primos de Jesus. Eles estiveram entre os primeiros homens que Jesus chamou para segui-lO como discípulos. João provavelmente foi o mais jovem dos apóstolos, vivendo mais do que todos eles e morrendo já idoso.
Anteriormente, ele já tinha escrito o Evangelho de Cristo e, por 40 anos, permaneceu em silêncio e fora de vista. Mas, em seus anos finais, ele escreveu três epístolas—1, 2 e 3 João. Em seguida, ele foi exilado na Ilha de Patmos, onde escreveu o famoso livro de Apocalipse. Após seu exílio, João voltou ao seu lar, Éfeso, onde serviu até o fim de sua vida. Você consegue imaginar o Novo Testamento sem os escritos de João? Ele escreveu um Evangelho, três epístolas e uma profecia:
- O Evangelho de João apresenta a vida de Cristo;
- As cartas de João proclamam a divindade de Cristo;
- O livro de Apocalipse profetiza a glória de Cristo.
Um autor afirmou que o Evangelho de João nos leva de volta ao ontem; as epístolas nos ajudam a encarar o hoje; e Apocalipse revela o nosso amanhã. E veja bem: já que João recebeu um passeio pessoal no céu com o livro de Apocalipse; e porque ele caminhou com Jesus na terra no decorrer do relato do Evangelho—vendo Jesus morrer, ressuscitar e viver—se existe alguém que se qualifica para ser uma testemunha ocular das realidades do passado, do presente e do futuro de Jesus Cristo, esse alguém é esse homem idoso chamado João.
De fato, esse filho do trovão, assim apelidado por Jesus antes, nem começa sua carta com uma introdução—ele simplesmente mergulha em sua defesa de quem Jesus é; e isso importa para toda eternidade! E note que sua defesa é construída em torno do fato de ele ter sido uma testemunha ocular. É impossível ignorar esse fato.
Três Evidências de Uma Testemunha Ocular
João começa fornecendo três evidências de uma testemunha ocular. Veja as primeiras palavras em 1 João 1.1: O que era desde o princípio.
João se refere aqui ao princípio da vida de Jesus na terra, não à eternidade de Seu ser divino. Ele falará disso mais adiante. Mas aqui ele fala daquele momento marcante quando o Deus Filho, encarnado por meio da concepção do Espírito na virgem, nasceu—totalmente Deus, totalmente homem.
Por haver passado de longe do sêmen de um pai, Jesus nasceu de Maria com uma natureza humana, mas sem a natureza caída; uma vez que foi concebido pelo Espírito Santo, Ele possuía a natureza divina. Portanto, no corpo de Jesus Cristo havia tanto uma natureza humana como uma divina. Jesus foi a divindade em forma corpórea, pois nEle habita corporalmente a plenitude de Deus (Colossenses 1).
João diz: “Observe Jesus Cristo—houve tempos em Sua vida que Ele agiu tanto como Deus que você pensaria que Ele jamais poderia ser um homem; e houve tempos em que agiu tanto como homem que você pensaria que Ele jamais poderia ser Deus.”
Contudo, Ele foi ambos—Ele foi o Deus-Homem. E João diz: “Pode acreditar em mim; sou uma testemunha ocular! E deixe-me dizer três coisas que posso verificar como testemunha ocular.”
Primeiro, ele continua no verso 1: o que temos ouvido (ou seja, João e os demais apóstolos).
Em outras palavras, não estou repetindo o que outros disseram que Jesus disse—eu estava lá e O ouvi dizendo!
Eu O ouvi ensinando nos montes e nas sinagogas; eu ouvi o público dizendo: Jamais alguém falou como este homem (João 7.46); eu ouvi Jesus fazendo a declaração atordoadora: Antes que Abraão existisse, EU SOU (João 8.58). Também O ouvi no Jardim do Getsêmani, quando a multidão chegou com tochas e espadas para prendê-lO e Jesus lhes perguntou: “A quem buscais?” “A Jesus o Nazareno.” E ouvi quando Jesus disse: “Sou eu.” E vi todos os soldados caindo no chão imediatamente com a simples palavra dEle (João 18.6). Eu estava naquele barco e ouvi quando Jesus disse ao vento e às ondas: “Acalmem-se!” (Marcos 4.39)—e tudo se acalmou. Além disso, eu O ouvi dizendo diante do túmulo: “Lázaro, venha para fora” e Lázaro voltou dos mortos.
Eu estava lá; ouvi tudo e posso testificar das palavras de Jesus Cristo como uma testemunha ocular.
Segundo, João adiciona, não somente O ouvimos, mas o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos. Em outras palavras, Ele não é um fantasma ou uma invenção de nossa imaginação! Vimos o Deus-Homem com nossos próprios olhos.
João emprega dois verbos diferentes, um é traduzido como temos visto e o outro como contemplamos.
O segundo verbo, traduzido como contemplamos, vem do verbo grego theaomai, do qual derivamos a palavra “teatro.” Ele se refere a uma contemplação cuidadosa, assim como quando vamos ao teatro e observamos o desenvolver da peça com os atores no palco.
João diz, com efeito: “Jesus estava no palco da história humana e assistimos cuidadosamente enquanto Ele fazia Seu papel como o Deus-Homem.”
O primeiro verbo é também bastante instrutivo. João escreve: o que temos visto com os nossos próprios olhos. O verbo temos visto é o grego orao, que indica ver com entendimento.
João usa essa palavra para transmitir seu testemunho pessoal de como sua fé cristalizou no alicerce de convicção quando Deus abriu seus olhos.
Quando ele e os demais discípulos ouviram que o corpo de Jesus tinha sumido, João e Pedro correram ao túmulo no jardim. João chegou primeiro, entrou no túmulo e viu as ataduras—ele as viu, do grego blepo, que se refere a um olhar casual.
Em seguida, o relato conta que Pedro apareceu, entrou no túmulo e viu as mesmas ataduras. E João emprega um verbo diferente para descrever o olhar de Pedro—o verbo theoreo, que significa “confundir, escrutinar.” É desse verbo que derivamos nosso vocábulo “teorizar.” Em outras palavras, Pedro ficou do lado de fora do túmulo, olhando para esses panos funerários, tentando entender o que tinha acontecido.
Pense no que esses dois tinham visto.
Os panos não estavam embolados e jogados por todo lado dentro da sepultura; na verdade, não tinham nem sido rasgados pelos supostos bandidos—eles ainda estavam na gruta de pedra com suas dobras. Depois de três dias e três noites, as especiarias que tinham sido colocadas junto com as ataduras ou faixas para enrolar o corpo já tinham começado a endurecer. Quando os discípulos entraram no túmulo, ambos ficaram imediatamente surpresos com os panos no formato do corpo vazios—assim como um casulo vazio de uma lagarta que voou. Os panos não haviam sido desenrolados; e também não tinham sido rasgados.
O corpo tinha desaparecido de dentro. Naquele momento, João escreve em seu Evangelho, ele foi investigar mais de perto e viu; para descrever essa ação, ele usa um verbo diferente—ele viu e creu. Esse é o verbo para ver e entender o que se vê. João montou as peças do quebra-cabeça—Jesus Cristo tinha voltado à vida.
Já que Jesus ressuscitou com um corpo glorificado capaz de atravessas portas fechadas—como fez no cenáculo—e não ser fantasma, mas uma pessoa com corpo capaz de comer peixe—como Ele fez—Jesus também saiu de dentro das faixas quando ressuscitou. Então, lá temos nessa gruta ou lâmina na pedra faixas no formato de um corpo, mas sem corpo algum dentro.
João viu com entendimento e creu.
É exatamente esse verbo que João emprega aqui em 1 João 1.1—o que temos visto; ou seja, nós O observamos, olhamos para Ele, O analisamos e O vimos com entendimento de quem era.
Em terceiro lugar, no final do verso 1, João diz que não somente ouviu e viu Jesus com seus próprios olhos, mas também as nossas mãos apalparam. Você tem certeza de que não estava vendo coisas João? Não, nós O tocamos. E para adicionar ênfase a essa evidência em particular, João muda o tempo verbal para falar de um evento particular na história. Sem dúvidas, trata-se da vez em que os discípulos estavam trancafiados no cenáculo com medo dos líderes judeus e Jesus, de repente, passou pelas portas trancadas e disse: “Paz seja convosco!”
O Senhor ressurreto se põe de pé no meio deles e a primeira palavra que diz é: “Paz seja convosco!” Se fosse eu, teria dito: “O que vocês estão fazendo se escondendo aqui? E por que todos me abandonaram?” Mas, ao invés disso, Jesus declara paz. Em outras palavras, “tudo foi perdoado e esquecido.”
Mas como isso é possível? A próxima frase em João 20.20 fornece o alicerce para esse perdão e graça maravilhosos—Jesus lhes mostrou Suas mãos e lado. Os discípulos tocaram Suas cicatrizes. O verbo que João emprega em 1 João significa “lidar, mexer.” Os discípulos passaram suas mãos e dedos sobre as marcas que Cristo escolheu reter como lembretes eternos de Sua expiação.
Jesus será a única pessoa no céu com cicatrizes.
E João diz: “Não somente O vi e ouvi, mas, naquele momento, eu mesmo peguei em Suas mãos.” Com isso, João refuta as doutrinas dos docetistas e dos gnósticos ao mesmo tempo—Jesus não era um fantasma, uma visão, uma fumaça ou um espírito sem corpo. Ele é real; Deus possui um corpo glorificado, tangível, ressurreto e eterno. Jesus não é uma abstração de Deus, mas a revelação de Deus em carne. João, a testemunha ocular, nos conta quem é Jesus.
João termina o verso 1 dizendo que Ele é o Verbo da vida—o logos da vida. Para o mundo grego, a palavra logos se referia a significado, razão, propósito. João diz: “O Deus Filho é o logos da vida—Ele é o significado, o propósito e a explicação da vida.” Então, se Ele for descartado, ignorado e rejeitado, estaremos rejeitando o significado, propósito e explicação da vida!
O Verbo da vida chegou; a resposta de Deus veio ao mundo, e ele veio para buscar e salvar o que estava perdido (Lucas 19.10).
Duas Alegações do Relato de Uma Testemunha Ocular
Agora, no verso 2, João fornece duas alegações a respeito do Verbo da vida.
Primeiro, João diz: e a vida [Jesus] se manifestou. Ou, a vida apareceu! Em outras palavras, Sua vida se tornou visível e tangível; essa não foi a aparição de um princípio abstrato, mas uma pessoa real. Ele apareceu na história humana.
A propósito, esse é o mesmo termo usado para falar da segunda vinda de Cristo quando João escreve mais adiante no capítulo 2 sobre o segundo aparecimento de Jesus. Jesus Cristo entrou na história humana em Sua primeira vinda e novamente entrará na história humana por ocasião de Sua segunda vinda. E essa vinda também será literal, física, tangível e real. Poderemos toca-lO, abraça-lO e nos prostrar diante de Seus pés literais porque Deus tem um corpo.
Então, a primeira alegação no verso 2 é a de que Deus se tornou carne quando apareceu pela primeira vez na história.
A segunda declaração incrível é a de que Jesus Cristo é igualmente divino juntamente com Deus o Pai. Lemos no verso 2: a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada.
A qual estava com o Pai—o verbo estava se refere à existência passada contínua do Verbo da vida. O pronome relativo a qual retrata um relacionamento face-a-face existente no mistério eterno da Triunidade. Em outras palavras, Jesus Cristo, o Filho de Deus pré-encarnado, existiu na eternidade passada num relacionamento íntimo com Deus o Pai.
É por isso que Jesus pôde afirmar ter existido antes mesmo de assumir um corpo e ser o “EU SOU.” É por isso que João fica animado no verso 2 e diz: a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos.
Ou seja, João testifica que Jesus Cristo é não somente o Verbo da vida, mas a própria vida eterna.
O que você faz quando recebe notícias boas? Provavelmente compartilha com alguém—pega o telefone, vai a redes sociais, envia um e-mail; ou vai ao colega do escritório, à casa de um amigo e diz os detalhes. João diz: “Estou testemunhando e proclamando essa notícia excelente.”
O verbo traduzido como damos testemunho é usado para falar de uma testemunha ocular; e o verbo traduzido como anunciamos se refere a um comissionamento. Quando vemos esses dois verbos juntos, a ênfase recai no fato de o testemunho estar baseado no relato de uma testemunha ocular. Foi isso o que eu ouvi, foi isso o que eu toquei e foi isso o que eu mesmo vi. As alegações são verdadeiras—Ele é um homem e Ele é o Deus eterno.
Agora, que diferença isso faz? Esse relato de uma testemunha ocular por acaso produz resultados que transformam vidas, mudam mentes e renovam o espírito?
Três Resultados do Relato de Uma Testemunha Ocular
João responderia: “Com certeza! Na verdade, esse relato produz três resultados transformadores.”
Em três palavras:
- Primeiro, relacionamento.
Lemos no verso 3:
o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco...
A palavra comunhão é o grego koinonia, que se refere a um laço íntimo ou parceria. Trata-se de um espírito, um coração e uma mente em comuns. Não porque compartilhamos do mesmo idioma, da mesma nacionalidade, da mesma raça, do mesmo nível social, do mesmo nível educacional; temos koinonia porque compartilhamos da mesma vida em Jesus Cristo.
É por isso que você pode conhecer alguém pela primeira vez, mas saber que essa pessoa pertence a Cristo; imediatamente, existe um laço—comunhão imediata.
Eu já passei por isso na África quando preguei numa cabana à noite sob a luz de lampião; estava tão escuro que nem conseguia ler minhas anotações ou a Bíblia. Também passei por isso na Índia com crentes que não entendia e tudo o que eu dizia era traduzido para seu idioma. Também passei por isso no Japão quando preguei para um grupo de crentes com deficiência auditiva; ali adoramos com pessoas que não emitiam nenhum som, mas sinalizavam sua adoração ao Senhor vivo.
Identificação imediata; um laço chegado por causa de nossa parceria no Evangelho desse Deus-Homem, Jesus Cristo.
Porque pertencemos a Ele, acontecemos de pertencer uns aos outros!
Mas ainda existe outro resultado; não somente relacionamento, mas:
- Em segundo lugar, reconciliação.
Ainda no verso 3 nós lemos:
...para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
Existe comunhão horizontal com os outros irmãos e existe comunhão vertical com Deus. Fomos reconciliados com Deus através de Cristo; não somos mais Seus inimigos, mas temos comunhão com Ele.
Paulo escreveu aos coríntios:
Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação (2 Coríntios 5.18).
Em outras palavras, agora temos o mesmo ministério de Cristo: nosso ministério é o de aproximar pessoas de Deus. Imagine a alegria de ser usado para reconciliar alguém com Deus!
Este era o maior fervor de João: aproximar pessoas por meio de relacionamento e aproximar pessoas a Deus por meio da reconciliação.
- Por fim, além de relacionamento e reconciliação, João adiciona um terceiro resultado: revitalização.
Veja o verso 4:
Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.
O Evangelho produz alegria!
A construção verbal traduzida aqui como seja completa tem levado alguns a dizer que nossa alegria deve transbordar constantemente, com fervor e emoção cada vez maiores todos os dias. Já ouvi até alguns pastores dizendo que, se você tem mais alegria em Jesus hoje do que teve ontem, você provavelmente não é salvo.
Contudo, não é isso o que João diz aqui. O tempo e a voz verbal nos informam que essa alegria pode ser experimentada parcialmente agora, mas será completa no futuro. Provamos dessa alegria agora em relacionamento, em reconciliação e em revitalização espiritual por meio do Evangelho. Contudo, apenas experimentamos, provamos um pouco dela agora; é só uma mordida. E que sabor maravilhoso ela tem, não é verdade?
Apesar de seu sabor maravilhoso, ansiamos pelo dia quando experimentaremos mais de Cristo. Você não anela pelo dia quando desfrutará mais profundamente de sua comunhão com Jesus e de forma constante?
Sem dúvidas, esse é o desejo do crente. Todavia, em nosso estado pecaminoso caído, nossas emoções declinam e aumentam; nosso espírito sobe e depois desce; nossos sentimentos aumentam e depois diminuem.
Mas que sabor maravilhoso quando frequentemente experimentamos da alegria de nossa salvação, a alegria de nosso Senhor; e queremos mais dela! Um dia, teremos essa alegria por completo!
O que experimentamos hoje em parte um dia será aperfeiçoado, completado, consistente e eterno. Na glória futura eterna, quando tivermos sido glorificados e aperfeiçoados em santidade na presença de nosso Senhor eterno no céu, aquele pequeno gole de alegria se transformará numa cachoeira como de Foz do Iguaçu; o gosto incompleto da alegria será substituído por um banquete de alegria completa e perfeita.
Enquanto isso, se quiser saber o sabor da alegria agora, você prova dela toda vez em que desfruta da comunhão com irmãos; você toma um gole da alegria quando caminha em comunhão com o Pai e Seu Filho, o qual é a nossa vida e o nosso Senhor eterno.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 13/01/2013
© Copyright 2013 Stephen Davey
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