O Preço do Caráter

Vice-Comandante: A Vida de Josué—Parte 6

Josué 9

Introdução

Ainda lembro de ficar admirado com ums caixa de uma loja quando nossos filhos ainda eram pequenos. Construímos dois balanços no quintal de casa com uma viga extra de madeira forte que dava mais suporte. Ainda tínhamos espaço para colocar um balanço duplo daqueles que as pessoas colocam na varanda de casa.

Então, fui à loja comprar o balanço e o kit completo para eu mesmo montá-lo. Quando me aproximei do caixa com esse balanço, a funcionária disse: “Ah, eu comprei um balanço desses na semana passada.” Respondi: “Sério?! E aí, ele está bom ainda?” Depois eu percebi que foi a coisa errada a perguntar, como: “E aí, está aguentando peso ainda?” A mulher riu e disse: “Está bom ainda.”

Ela me deu o recibo e disse: “Preciso dizer uma coisa só,” e ela se inclinou sobre o balcão e cochichou baixo: “O manual diz que você precisa de 12 parafusos.” Eu disse: “Certo. E por que você está cochichando assim?” Ela respondeu: “Porque só vêm 10 na caixa.” Então eu disse: “Ah, obrigado por me dizer. Fico irritado quando compro alguma coisa para montar e o negócio vem faltando alguma peça importante. Você poderia segurar esta caixa aqui enquanto eu corro ali rapidinho para pegar 2 parafusos?” Esses dois parafusos custariam menos de 1 real.

Mas ela disse: “Não, você só precisa de 10.” Pensei: “Certo, ela só está tentando me ajudar para que não fique confuso depois. O manual diz que eu preciso de 12, mas só vêm 10 e só preciso de 10 mesmo.” Entendi.

Daí, ela continuou: “Quando chegar em casa e começar a montar, traga o manual de volta e diga ao gerente: ‘O manual disse que preciso de 12 parafusos, mas só vieram 10 na caixa.’ Assim você ganha os 2 parafusos de graça.”

Nossa! Que economia! Paguei pelos estudos dos meus filhos agora. Simplesmente, não acreditei no que ouvi. Fiquei me perguntando por que ela me dizia tudo aquilo.

Enfim, ela escaneou o produto. “Tem mais uma coisa,” disse ela. “Se você quiser que o balanço dure bastante, precisará envernizá-lo.” Eu disse: “É, eu percebi com base na foto da caixa... sou bom com imagens!” A mulher continuou: “Você só precisará de um quarto da lata de verniz, mas nós só vendemos a lata grande. Então faça o que eu fiz: compre a lata, leve-a para casa, tire a tampa cuidadosamente, envernize seu balanço, coloque a tampa de novo no lugar, traz a lata de volta e diz que nunca abriu e que precisa ser reembolsado.”

Uma lata de verniz custava 30 reais. Simplesmente, não acreditei naquilo. Por que fui escolher logo a fila do caixa dela?!

Enquanto voltava para minha caminhonete no estacionamento, lembrei de algo que meu pai costumava dizer para nós meninos em vários contextos diferentes. Agora, eu estava dizendo a mesma coisa: “Meu caráter vale mais do que 1 real e uma lata de verniz.” O que essa mulher fez, sem nem mesmo perceber, foi dizer a um estranho que sua integridade não valia mais de 30 reais e alguns trocados.

Quanto custa a sua integridade? Você a colocou à venda? Se sim, deixe-me pergunta-lo: quanto ganhará em troca por ela?

• Será que receberá uma venda cara na empresa?
• Será que receberá alguma promoção ou louvor de seu chefe no trabalho?
• Quem sabe materiais do escritório para uso pessoal?
• Ou ainda uma nota melhor em sua prova ou trabalho da faculdade?

Sinceramente, existe uma epidemia de desonestidade varrendo nosso mundo. Ela atinge mais pessoas do que o vírus do Ebola e da gripe. O triste é, assim como os descrentes, os crentes estão sujeitos ao controle desse pecado que se embaraça em seus calcanhares e os derruba. Ele aparece quando crentes:

• Falsificam relatórios do imposto de renda;
• Cometem plágio;
• Subornam alguém para conseguir um documento;
• Ignoram leis e obrigações em construção civil;
• Ou pirateiam um programa de computador ou DVD.

Um autor escreveu: “Se não lutarmos contra a desonestidade, voltaremos ao engano como um pato volta à água.”

Qual o valor escrito na etiqueta de sua integridade? Quanto custa seu caráter? Em nosso estudo de hoje, definiremos caráter com um termo positivo: integridade. O que desejo fazer hoje é definir integridade, fazer algumas observações sobre ela e depois vê-la exemplificada na vida de um santo do Antigo Testamento: Josué.

Deixe-me dizer logo no início que definir integridade é fácil; demonstrá-la na prática pode ser o maior desafio na sua vida. Em meus estudos, achei interessante descobrir que a definição da palavra “integridade” se encontra entre as 10 mais procuradas na internet. Milhões de pessoas buscam o significado do termo. Se você for ao dicionário, verá que ela significa “honestidade, livre de corrupção, retidão moral.” No Antigo Testamento, o termo hebraico sugere a ideia de algo completo, isto é, que não falta nada.

É interessante que o sumo sacerdote usava um peitoral decorativo que se chamava “tumim,” que é o plural dessa palavra traduzida como “perfeições, integridades.” Quando ele atuava no serviço formal, o sumo sacerdote trazia duas pedras preciosas no peitoral: o Urim e o Tumim. “Urim” significa “luzes” e “tumim” “integridades.” Estudiosos acreditam que o sumo sacerdote as carregava num bolso escondido na parte interna do peitoral. O Senhor deu a ordem para que Arão as trouxesse sobre o coração quando comparecesse diante de Deus (Êxodo 28.30). Nenhum sumo sacerdote podia se achegar a Deus sem que seu coração estivesse simbolicamente coberto de integridade.

No Novo Testamento, temos uma analogia maravilhosa: já que somos todos sacerdotes capazes de comparecer diante do Senhor e representa-lo, nós nos colocamos na presença de Deus vestindo sobre nosso coração a couraça da justiça (Efésios 6.14), e lutamos contra o pecado no mundo com essa couraça sobre o coração, o qual fica coberto de luz e integridade.

Antes de entrarmos na narrativa de Josué 9, quero destacar rapidamente que a palavra hebraica indica que integridade:

• É uma característica que define as Sagradas Escrituras.

Davi escreveu que a lei do Senhor é perfeita (Salmo 19.7); isto é, completa, sã, sem corrupção. A Palavra de Deus é uma palavra íntegra.

• Segundo, integridade faz parte do testemunho piedoso.

Mesmo sofrendo, Jó insistiu: Até que eu expire, nunca afastarei de mim a minha integridade (Jó 27.5). Davi escreveu no Salmo 101:2: Portas a dentro, em minha casa, terei coração sincero [ou, íntegro]. Ele quer dizer: “Cumprirei minha palavra para com aqueles mais próximos de mim.”

• Cumprirei meus votos à minha esposa ou marido;
• Cumprirei minha palavra aos meus filhos—se prometeu que vai aparecer para algum evento, então vá. Quando eles o ouvirem conversando com alguém no telefone, saberão que você diz a verdade;
• Quando tomar emprestado ferramentas do vizinho, você as devolverá;
• Se aperta a mão de alguém para fazer algum negócio, os que o conhecem bem sabem que você cumprirá sua parte do acordo;
• Quando se compromete com algum ministério da igreja, todos sabem que fará sua parte e terminará o trabalho.

Talvez você já tenha lido sobre Cecil Brenton. Ele foi um mecânico crente famoso em sua época. E ele foi famoso não por que tinha adesivo de peixe na porta de sua oficina ou no seu cartão de negócios, mas porque afirmava ser crente e sua fé ficava evidente na forma como fazia negócios.

Em 1972, em repórter de um jornal visitou 13 oficinas mecânicas, dirigindo um carro em perfeitas condições. O único problema que o repórter propositadamente criou em seu carro foi um cabo solto de uma das velas. O repórter desejava escrever uma história sobre a integridade na indústria automobilística. Por isso, visitou as oficinas sem dizer quem, de fato, era.

De todos os mecânicos que consultou, todos eles arrancaram dinheiro dele, afirmando que o problema era este ou aquele. Todos eles exceto um: Cecil Brenton. Ele disse ao repórter que o problema não passava de um cabo de vela que estava solto. Ele precisou de menos de um minuto para reparar o problema e não cobrou nada.

Quando o repórter o pressionou para saber o motivo por trás de sua honestidade, Cecil respondeu simplesmente: “Sou crente.” Depois que a história saiu nos jornais, clientes inundaram sua oficina. Cecil trabalhou somente mais 12 anos e conseguiu se aposentar. De todas as pessoas que leram o artigo, nenhuma delas precisou consultar no dicionário o significado do termo “integridade.” Todos os leitores entenderam bem o que ela significava.

10 anos depois, Cecil Brenton faleceu de câncer. O mesmo jornal publicou seu falecimento com um artigo dedicado somente a ele sob o título: “Cecil Brenton, de 89 Anos: O Mecânico Crente Famoso por Sua Integridade.”

Deixe-me fazer mais uma referência a essa palavra.

• Terceiro, integridade não somente define as Escrituras e faz parte do testemunho piedoso, ela também é uma qualidade da liderança genuína.

Ao relatar a história de Israel no Salmo 78, Asafe inclui um detalhe interessante sobre o rei Davi no verso 72:

E ele os apascentou consoante a integridade do seu coração e os dirigiu com mãos precavidas.

É muito trágico ver como líderes políticos agem desonestamente; dezenas são investigados e alguns presos por causa de falta de liderança íntegra da nação. Nas cadeiras de poder político mais alto, a integridade foi levada às pressas para a U.T.I., e provavelmente não sobreviverá. O cidadão vive sempre com uma suspeita para com os políticos.

Um político do estado do Kansas, Estados Unidos, foi manchete dos jornais depois que orou vários anos atrás:

Pai onisciente, ajude-nos a saber quem está dizendo a verdade. Um lado diz uma coisa e outro lado diz o contrário. Se nenhum dos dois diz a verdade, gostaríamos de saber também. E, se cada lado conta metade da verdade, dá-nos a sabedoria necessária para juntar as duas metades. Em nome de Jesus, amém.

O apóstolo Paulo emprega um termo sinônimo de integridade para se referir ao indivíduo que é irrepreensível. Essa qualidade é, na verdade, o primeiro elemento na lista de qualificações para homens que servirão como líderes na igreja. A honestidade deve ser uma característica predominante tanto nos diáconos como nos presbíteros, conforme 1 Timóteo 3.

Homens que lideram devem ser homens de integridade. Se seu aperto de mão de nada vale, a confiança de seus seguidores é minada. Um homem ou mulher de integridade não vive de fachada; ele é o mesmo tanto no escuro como sob a luz.

Permita-me, agora, conduzi-lo pela narrativa de Josué 9, a fim de observar uma ilustração de integridade na vida de um homem que teria sido elogiado, caso tivesse violado sua integridade.

Em Josué 9, caso você se lembre, Josué lidera os israelitas na conquista da terra prometida. Contudo, o fato de ser a terra prometida não significava que não precisariam conquista-la. Essa era uma região habitada por reinos idólatras que odiavam Yahweh e até sacrificavam crianças aos seus falsos deuses. Com a ajuda de Deus, os hebreus conquistariam a terra após várias batalhas.

Já estudamos como o Senhor milagrosamente partiu as águas do Jordão e os israelitas atravessaram sobre terra seca. Após a travessia, se depararam com Jericó e, mais uma vez, o Senhor travou a batalha pelos israelitas ao milagrosamente derrubar as muralhas da cidade. Os israelitas apenas gritaram com fé.

Essa notícia, é claro, se espalhou rapidamente pela região; reis formaram, às pressas, coalisões e planos para guerra. Conforme o plano de Deus, as 7 nações cananeias que habitavam Canaã deveriam ser dizimadas. Deuteronômio 20 nos informa que eram povos obstinados em sua idolatria e confirmados em sua posição de rebelião contra Yahweh. Por isso, Deus usaria os israelitas para julgá-los. Entretanto, povos que habitavam fora de Canaã poderiam fazer uma aliança ou acordo de paz com Israel, caso desejassem.

Com isso em mente, veja como uma cidade da vizinhança saiu com um plano esperto. Leia Josué 9.3–16:

Os moradores de Gibeão, porém, ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Ai, usaram de estratagema, e foram, e se fingiram embaixadores, e levaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rotos e consertados; e, nos pés, sandálias velhas e remendadas e roupas velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento. Foram ter com Josué, ao arraial, a Gilgal, e lhe disseram, a ele e aos homens de Israel: Chegamos de uma terra distante; fazei, pois, agora, aliança conosco. E os homens de Israel responderam aos heveus: Porventura, habitais no meio de nós; como, pois, faremos aliança convosco? Então, disseram a Josué: Somos teus servos. Então, lhes perguntou Josué: Quem sois vós? Donde vindes? Responderam-lhe: Teus servos vieram de uma terra mui distante, por causa do nome do SENHOR, teu Deus; porquanto ouvimos a sua fama e tudo quanto fez no Egito; e tudo quanto fez aos dois reis dos amorreus que estavam dalém do Jordão, Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote. Pelo que nossos anciãos e todos os moradores da nossa terra nos disseram: Tomai convosco provisão alimentar para o caminho, e ide ao encontro deles, e dizei-lhes: Somos vossos servos; fazei, pois, agora, aliança conosco. Este nosso pão tomamos quente das nossas casas, no dia em que saímos para vir ter convosco; e ei-lo aqui, agora, já seco e bolorento; e estes odres eram novos quando os enchemos de vinho; e ei-los aqui já rotos; e estas nossas vestes e estas nossas sandálias já envelheceram, por causa do mui longo caminho. Então, os israelitas tomaram da provisão e não pediram conselho ao SENHOR. Josué concedeu-lhes paz e fez com eles a aliança de lhes conservar a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento. Ao cabo de três dias, depois de terem feito a aliança com eles, ouviram que eram seus vizinhos e que moravam no meio deles.

A cidade de Gibeão ficava a menos de 10 km de Jerusalém. Em outras palavras, Josué e os israelitas descobriram que esses gibeonitas não tinham vindo de uma terra distante há 6 dias, semanas ou meses de viagem. Eles moravam do lado da cidade que um dia se tornaria a capital de Israel.

Fico apenas imaginando os gibeonitas, antes mesmo de a tinta daquele acordo secar, se reunindo na esquina, rindo e dando uma tapinha nas costas um do outro: “Não acredito que conseguimos essa façanha! Aquele Josué... coitado. Homem sem experiência alguma. Os israelitas são um bando de ingênuos mesmo!”

Agora, a verdadeira pergunta é: o que Josué fará depois que descobrir que foi enganado? O que ele fará com sua promessa? Aquele tratado de paz não passa de um pedaço de papel, não é? Não é assim que pensam Josué e os demais líderes de Israel.

No verso 17, os israelitas descobrem que Gibeão é uma cidade cananeia. Veja o que acontece no verso 18:

Os filhos de Israel não os feriram, porquanto os príncipes da congregação lhes juraram pelo SENHOR, Deus de Israel; pelo que toda a congregação murmurou contra os príncipes.

Josué é o líder dos líderes; portanto, ele está na linha de frente. Ele se vê numa situação que é perder ou perder. A nação inteira está disposta a reconquistar sua credibilidade por meio de uma batalha. Josué, porém, diz: “Não.” Todos reagem: “Você só pode estar de brincadeira, Josué! Não iremos destruir esse povo?!”

Josué está preso nessa situação; ele defende o povo que o tinha enganado. Pule para o verso 26: Assim lhes fez e livrou-os das mãos dos filhos de Israel; e não os mataram.

Conforme vimos no estudo anterior, Josué errou porque não consultou o Senhor quanto ao acordo com os gibeonitas; Josué errou porque confiou em seus sentidos—ele olhou as evidências nas mãos dos viajantes e não pediu sabedoria a Deus para a decisão. Agora, ele se depara com um tremendo teste de integridade. Será que ele quebrará a promessa? Será que cometerá outro erro a fim de reparar o primeiro? Independente da enorme pressão dos israelitas ao seu redor, Josué e os líderes recusaram violar o acordo de paz e anular o juramento, apesar de tal tratado ter gerado miséria em suas vidas.

Você já parou para pensar no fato de que grande parte de nossas justificativas por trás da mentira, desonestidade, quebra de promessa e violação de acordos gira em torno do desejo de melhorar nossa vida, fazê-la mais fácil, eliminar pressões e ser mais populares? Raramente queremos sofrer por ser honestos.

Kent Hughes escreveu sobre ser uma vítima da integridade: “Talvez você tenha perdido um emprego, cliente, amigo, nota, namorado ou grande soma de dinheiro porque optou pela honestidade.” Hughes continua e conta que sua filha com o marido e três filhos passaram meses sem moradia adequada em Viena, Áustria, porque havia poucas casas para aluguel. Entretanto, o problema maior era que os donos das casas exigiam que inquilinos assinassem o contrato alegando pagar menos do que, de fato, pagariam. Os donos faziam isso para que declarassem menos renda e mentissem na declaração de imposto. Hughes escreve: “Neste ponto, minha filha e sua família se tornaram vítimas da integridade.”

Josué se torna vítima de sua recusa em violar a promessa; ela está disposto a se tornar impopular e a defender seus inimigos ao invés de mata-los para manter sua integridade.

Então, o que ele faz? Bom, ele realiza o desejo dos gibeonitas. Eles tinham dito que se tornariam servos dos israelitas. Então, Josué cumpre esse desejo ao lhes deixar com vida. Leia o verso 27:

Naquele dia, Josué os fez rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do SENHOR, até ao dia de hoje, no lugar que Deus escolhesse.

Muitos eruditos do Antigo Testamento afirmam que essa passagem revela o compromisso de Josué com o evangelho da graça de Deus. A decisão de Josué protegeria os gibeonitas da idolatria, já que o serviço desse povo estaria vinculado ao trabalho no Tabernáculo. Mas foi mais do que isso. A servidão dos gibeonitas os introduziria diretamente à adoração do único Deus vivo e verdadeiro. A integridade de Josué, de fato, expôs esse povo à glória e graça de Deus.

A influência do testemunho de Josué, entretanto, não para aqui nessa passagem. Se rastrearmos os gibeonitas pelo Antigo Testamento, descobriremos que:

• Os gibeonitas recusarão seguir os israelitas em idolatria anos depois;
• Davi muda o tabernáculo para Gibeão por questão de proteção;
• 500 anos antes do nascimento de Cristo, durante a liderança de Zorobabel, o registro genealógico mostra que os gibeonitas estiveram entre aqueles que ansiavam ardentemente pelo retorno a Jerusalém;
• Um dos detalhas mais fascinantes na história de Israel é o compromisso público dos gibeonitas relatado no diário pessoal de Neemias. Quando Neemias voltou para reedificar os muros de Jerusalém, quem se voluntariou para ajuda-lo? Os gibeonitas se uniram a ele para terminar a reconstrução de seu antigo lar.

Seus antepassados tinham sido enganadores, mas seu engano foi sufocado por um homem de integridade. Assim, deu-se início a uma linhagem de serviço fiel a Yahweh.

Você já parou para pensar que está cercado por gibeonitas? Eles sabem quem você é? Será que podem confiar na sua palavra, podem contar com seus compromissos, suas promessas, sua ética no trabalho e sua honestidade?

Recentemente, recebi uma carta de um homem que tinha acabado de ser solto da prisão. Enquanto preso, tornou-se um ouvinte ávido do programa Sabedoria para o Coração e se correspondeu conosco por um tempo. Ele se chama Bryan e escreveu:

Após 21 anos, 8 meses e 1 dia, finalmente saí da prisão do Texas. Como o mundo está diferente! Por que as pessoas passam o tempo inteiro olhando para seus celulares? Sem dúvidas, preciso de um tempo para me adaptar, mas estou pronto para isso por causa do meu firme alicerce em Cristo Jesus. Quero agradecer por todo material de graça que vocês me enviaram no decorrer dos anos, o qual construiu esse alicerce no qual estou de pé hoje.

Não demorou muito para que fosse tentado a comprometer minha integridade. Alguns dias atrás, fiz o teste escrito do DETRAN no computador. Passei... por pouco. A funcionária agendou meu retorno para a prova prática para a semana seguinte. Antes de ir embora perguntei: “Ei, será que você pode me dar a permissão para praticar até a semana que vem?” A mulher respondeu: “O documento custa 11 dólares. É melhor você economizar seu dinheiro e dirigir sem ninguém saber.” Respondi: “De jeito nenhum. Irei praticar fazendo a coisa certa pela motivação certa, mesmo que isso me custe dinheiro. Não farei mais isso.”

Ao dizer isso, esse ex-presidiário estava informando àquela mulher: “Não senhora. Meu caráter vale mais do que 11 dólares.” Integridade vale mais do que uma habilitação.

Alguém escreveu que o crente todo dia encara um teste de integridade. Esse é um teste que nunca deixa de ser aplicado; ele sempre aparece, quer nas férias ou feriado. Ele espera por você amanhã, de um jeito ou de outro.

Deixe-me concluir nossa meditação com outra oração, dessa vez do livro Vale de Visão, uma coletânea de orações de devocionais escritos pelos puritanos. Que esta oração sirva para prepara-lo para encarar tentações, batalhas e oportunidades que surgirão:

Deus Todo-Poderoso,

Enquanto entro para mais um dia

Entrego-me aos teus cuidados. Inclina meu coração para os teus caminhos; molde-me completamente à imagem de Jesus, assim como o oleiro molda o barro;

Faça de meus lábios uma harpa bem afinada para cantar teus louvores;

Que aqueles ao meu redor [deixe-me adicionar, os gibeonitas] me vejam vivendo pelo teu Espírito, sem me conformar a vãs mentiras;

Vestido de toda armadura de Deus [adiciono: especialmente a couraça da justiça], evidenciando santidade em todas as minhas obras.

Que eu enxergue todas as cosias da perspectiva da eternidade;

Ajuste minhas palavras deste dia segundo a tua sabedoria e para o ganho do bem comum.

Que eu fale cada palavra como se fosse minha última;

Que cada passo que der seja como se fosse o último;

Se minha vida terminar hoje,

Que seja meu melhor dia até aqui.

Amém.