
O Adolescente Sonhador
O Adolescente Sonhador
Gênesis 37
Introdução
O capítulo 37 de Gênesis nos apresenta a um novo personagem que será o foco de vários capítulos que se seguem. Até agora, estudamos detalhadamente sobre a vida de Jacó. Hoje, começaremos um estudo biográfico na vida de um dos filhos de Jacó: o jovem José.
Antes de começarmos, contudo, deixe-me responder rapidamente uma pergunta que pessoas me têm feito: Por que precisamos estudar o Antigo Testamento? Se somos crentes do Novo Testamento, qual a relevância do Antigo Testamento?” Honestamente, gosto desse tipo de pergunta e tentarei responde-la.
Em Romanos 15, o apóstolo Paulo nos explica por que devemos estudar o Antigo Testamento. Essa não é uma parte morta da Bíblia, não é ultrapassada ou antiquada. Veja Romanos 15.4:
Pois tudo quanto, outrora, foi escrito [e ele se refere aqui ao Antigo Testamento] para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.
Portanto, recebemos aqui duas promessas relacionadas ao estudo do Antigo Testamento:
- Primeiro, o Antigo Testamento nos fornece instrução no presente.
O estudo do Antigo Testamento edifica o crente do Novo Testamento. Como veremos, temos muito a aprender com a vida de José. Conforme um autor colocou: “Veremos José e aprenderemos com ele enquanto o jovem caminha por uma floresta de injustiça, falsas acusações, castigos imerecidos e equívocos.” Aprenderemos com a maneira como José vive e reage a tudo isso.
- Segundo, o Antigo Testamento nos dá esperança.
Com José, aprenderemos como perdoar outros, como ficar livres da amargura e desenvolver uma fé firme. E a propósito, José tinha uma fé inabalável num Deus que ele jamais viu. Deus nunca apareceu a José; Deus nunca falou a José como tinha falado com Abraão, Isaque e Jacó. Mesmo assim, José confiou nele. Aprenderemos também a confiar num Deus que jamais vimos.
É interessante notar que existem apenas dois personagens nas Escrituras sobre os quais nada de negativo é mencionado em relação ao seu caráter ou vida: um é José e o outro é Daniel. E é incrível pensar que ambos os homens foram vendidos à escravidão. Eles foram lançados no meio do paganismo depois de terem vivido na segurança do lar. Aprenderemos com José que é possível viver uma vida pura numa sociedade impura; é possível ter bom caráter numa sociedade que se encontra num caos moral.
Um Contraste no Livro de Gênesis
Vamos, então, para Gênesis 37. Começaremos destacando um contraste entre o capítulo 37 e o 36. Creio que esse contraste é sutil, já que o capítulo 36 começa listando a genealogia de Esaú, o irmão de Jacó, e é uma genealogia impressionante. Se você contar, verá que Esaú teve 5 filhos e, a partir desses 5 filhos, procederam 27 príncipes e 8 reis. Veja Gênesis 36.1: São estes os descendentes de Esaú, que é Edom. Em seguida, lemos uma genealogia incrível.
Daí, vemos em Gênesis 37.2: Esta é a história de Jacó. Tendo José dezessete anos. Creio que aqui se encontra o contraste. O mundo consideraria 27 príncipes e 8 reis algo muito mais impressionante do que um adolescente de 17 anos.
Enquanto ponderava nisso, concluí que aquilo que o mundo pode considerar notável pode nem ser incluído no verso do jornal celestial. Apesar de o mundo considerar Esaú extraordinário e sua genealogia admirável, Deus decide passar capítulo após capítulo registrando a vida de alguém que começa como um adolescente.
Se os jornalistas de hoje estivessem vivendo em 1809, a notícia do jornal das 19 horas giraria em torno da Áustria. Na verdade, os olhos de todos estariam fixados em Napoleão, enquanto ele varria a civilização, colocando imperados de joelhos e controlando nações poderosas. O que teria sido mais importante ao cenário mundial do que as conquistas de Napoleão? O que teria sido mais digno de destaque, quem teria sido mais sensacional do que esse pequeno ditador?
Contudo, em 1809, um adolescente achou um livro na estante na biblioteca de seu pai e começou a ler. A frase que cativou mais sua atenção e que leu vez após vez foi: “A obra finalizada de Cristo.” Esse adolescente se ajoelhou e recebeu a Jesus Cristo como Salvador. Pouco tempo depois, J. Hudson Taylor foi para a China e fundou a agência missionária conhecida como Missões para o Interior da China e ganhou milhões de chineses para o Senhor.
Acho interessante o fato de esse adolescente ser contrastado com uma genealogia formidável, mas Deus achou o adolescente formidável. Deus o destacou e nos chama a atenção para a sua vida.
O Favoritismo do Pai de José
Veja, agora, Gênesis 37.1–3:
Habitou Jacó na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã. Esta é a história de Jacó. Tendo José dezessete anos, apascentava os rebanhos com seus irmãos; sendo ainda jovem, acompanhava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e trazia más notícias deles a seu pai. Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos...
Nesses versos, existem duas frases que revelam a primeira coisa que devemos notar na biografia de José: o favoritismo de seu pai por ele.
E o verso 3 nos informa o motivo para o favoritismo: porque era filho da sua velhice. Agora, a expressão filho da velhice pode ser traduzida como “filho de idade” referindo-se a um filho que possui discernimento, uma criança obediente e submissa.
José, um “filho de idade,” apesar de ter apenas 17 anos de idade, possui a maturidade de uma pessoa de 20, 30 ou 40 anos; ele possui o discernimento de alguém com idade muito mais avançada do que a sua. Como seria fácil para um pai dar mais atenção a um filho submisso. José é a criança dos sonhos de todo pai e mãe; esse filho não gera conflito em casa, mas é sempre obediente.
Você, que é pai ou mãe, pode imaginar isso por um instante? Eu espero conflito no lar todos os dias—as rações diárias de conflito. Não consigo imaginar um filho obediente e maduro assim. Mas José é esse tipo de filho e, como resultado, era muito querido ao pai Jacó.
No lar de José, havia 11 irmãos que constantemente causavam problemas; eles cresceram rapazes rebeldes e imorais. Por outro lado, José vai crescendo como um jovem maduro, obediente e piedoso.
A segunda frase nos versos 1–3 que revela o favoritismo demasiado de Jacó por José se encontra no final do verso 3: e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas.
Quando pensamos nessa túnica de José, o que nos vem à mente é uma espécie de roupão listrado colorido. Essa ideia de uma túnica colorida surge do fato de que, naquela cultura, os nobres vestiam mantos tingidos de várias cores. A palavra hebraica que descreve a túnica de José é pas, que não significa “colorido,” mas “comprido das mãos aos pés.” Portanto, a tradução túnica talar de mangas compridas transmite perfeitamente a ideia do original hebraico. A túnica de José era de mangas compridas e era talar, ou seja, descia até os calcanhares. Esse era o manto que os nobres da época usavam.
A pessoa que vestia esse tipo de manto era vista como alguém que não realizava trabalho braçal pesado. Naqueles dias, os agricultores usavam um manto de mangas curtas e que descia até os joelhos para facilitar a movimentação no serviço no campo. Mas aqui está José, vestido num manto de mangas compridas e que desce até os calcanhares, um manto da nobreza. Esse manto dizia o seguinte: “José, você não precisa trabalhar no campo. Você está isento desse tipo de trabalho braçal.” Essa foi, talvez, uma decisão tola por parte de seu pai.
José recebe, então, uma posição de honra, obviamente o herdeiro da promessa. Ele também recebe a posição privilegiada daquele que supervisiona o trabalho. Enquanto os demais trabalham, José, mais novo, dá ordens.
Para piorar ainda mais as coisas, conforme lemos no verso 2, José trazia más notícias deles a seu pai. Aqui está José no cenário, mas não trabalha. Ele observa a imoralidade de seus irmãos e conta tudo a seu pai.
Alguns comentaristas sugerem que José é um dedo-duro. Não vejo dessa forma. Na verdade, quanto mais estudamos sobre seu caráter, mais descobrimos como sua consciência era incomodada pela imoralidade. Ele provavelmente sente que isso é seu dever, já que os irmãos arrastam o nome da família à lama. Então, ele vai ao pai Jacó e diz o que os irmãos estão fazendo de errado.
Qual é a reação de Jacó? É a mesma de sempre: silêncio. Jacó é o exemplo clássico de um pai passivo que não confronta os pecados dos filhos; ele pensa: “Talvez isso cessará se eu apenas ignorar. Se justificar a atitude deles, talvez não parecerá algo tão terrível. É mais fácil ignorar e justificar do que confrontar.”
Meu amigo, passividade no lar e silêncio diante do pecado faz desse lar uma ilustração de Provérbios 29.15: a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe.
Se você esteve conosco nos estudos anteriores, então sabe que a passividade de Jacó começou anos antes enquanto observava Lia e Raquel brigando pela proeminência no lar. Depois, quando sua filha Diná foi estuprada, ele permanece em silêncio diante de uma situação na qual um pai agiria em defesa de sua filha. Em seguida, seus filhos se levantam e massacram a cidade inteira e Jacó permanece em silêncio. Agora, com seus filhos ficando cada vez mais imorais, o que Jacó faz? Fica em silêncio.
A Inveja dos Irmãos de José
Agora, os filhos de Jacó odeiam e abertamente desdenham um dos irmãos e Jacó não diz nada. Perceba a reação inevitável dos irmãos de José diante da passividade e parcialidade do pai no verso 4:
Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente.
Esses irmãos não conseguem mais falar shalom ao irmão José; todos o odiavam.
Os Sonhos de José
Continue no verso 5:
Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos; por isso, o odiaram ainda mais.
É possível que José compartilha o sonho com os irmãos em plena ingenuidade. Veja os versos 6–7:
Pois lhes disse: Rogo-vos, ouvi este sonho que tive: Atávamos feixes no campo, e eis que o meu feixe se levantou e ficou em pé; e os vossos feixes o rodeavam e se inclinavam perante o meu.
José tem um sonho legítimo e esse jovem de 17 anos vai aos irmãos e diz: “Ei, irmãos, sonhei que todos nós éramos feixes no campo e vocês se curvavam diante de mim. O que acham disso?”
E José teve ainda outro sonho no verso 9:
Teve ainda outro sonho e o referiu a seus irmãos, dizendo: Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim.
- O primeiro sonho é basicamente o seguinte: José diz que será o herdeiro da bênção de Jacó.
- O segundo sonho é o seguinte: José diz que será o futuro líder da nação de Israel.
O primeiro sonho foi num campo. O segundo sonho, contudo, é mais sublime e José diz: “O pai e a mãe—o sol e a lua—e meus irmãos—as estrelas—se prostram diante de mim.” Em outras palavras, “Eu serei o futuro governante da nação de Israel. Isso não é algo legal, pessoal?”
O Crime dos Irmãos de José
Então, ao invés de responderem a José, os irmãos decidem reagir. Creio que o problema, no fundo, era que eles já estavam amargurados com Deus. Veja os versos 12–13:
E, como foram os irmãos apascentar o rebanho do pai, em Siquém, perguntou Israel a José: Não apascentam teus irmãos o rebanho em Siquém? Vem, enviar-te-ei a eles. Respondeu-lhe José: Eis-me aqui.
Perceba que José não está trabalhando no pasto com seus irmãos; lembre-se: ele está isento de trabalho pesado, ele tem uma túnica. Agora, o pai diz: “Vai ver como estão seus irmãos.” Continue no verso 14:
Disse-lhe Israel: Vai, agora, e vê se vão bem teus irmãos e o rebanho; e traze-me notícias. Assim, o enviou do vale de Hebrom, e ele foi a Siquém.
Pule para o verso 18:
De longe o viram e, antes que chegasse, conspiraram contra ele para o matar.
Imagine o ódio que tomou conta do coração desses irmãos a ponto de agora desejarem acabar com a vida de José. Veja o verso 20:
Vinde, pois, agora, matemo-lo e lancemo-lo numa destas cisternas...
Os irmãos estão na região de Dotã, um nome hebraico que significa “duas cisternas.” Esse é o lugar dos dois poços e eles dizem: “Vamos jogá-lo num desses poços aqui.” E veja o que dizem no verso 20:
...e diremos: Um animal selvagem o comeu; e vejamos em que lhe darão os sonhos.
A partir do verso 21, o irmão mais velho, Rúben, intervém:
Mas Rúben, ouvindo isso, livrou-o das mãos deles e disse: Não lhe tiremos a vida. Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cisterna que está no deserto, e não ponhais mão sobre ele; isto disse para o livrar deles, a fim de o restituir ao pai. Mas, logo que chegou José a seus irmãos, despiram-no da túnica, a túnica talar de mangas compridas que trazia. E, tomando-o, o lançaram na cisterna, vazia, sem água.
Eles arrancam de José aquele objeto que simbolizava a preferência do pai pelo jovem e jogam José dentro de um poço. A caráter cruel desses irmãos fica claro no verso 25: Ora, sentando-se para comer pão. Eles se sentaram para comer! Outra passagem das Escrituras nos conta que, enquanto comiam, ouviam José pedindo que os tirasse do poço: “Meus irmãos, por favor! Rúben! Judá! Vocês estão me ouvindo? Me tirem daqui!” E lá estão os irmãos comendo, tapando os ouvidos para o clamor de José. Como tinham endurecido seus corações! Continue nos versos 25–28:
...olharam e viram que uma caravana de ismaelitas vinha de Gileade... Então, disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar o nosso irmão e esconder-lhe o sangue? Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas; não ponhamos sobre ele a mão, pois é nosso irmão e nossa carne. Seus irmãos concordaram. E, passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por vinte siclos de prata aos ismaelitas; estes levaram José ao Egito.
20 ciclos de prata era o preço pago por um escravo deficiente. No verso 31, os irmãos resolvem o problema da tão odiada túnica:
Então, tomaram a túnica de José, mataram um bode e a molharam no sangue.
Tendo estudado a vida de Jacó, é incrível saber que do mesmo modo como enganou seu pai ao matar um bode e fingir ser Esaú, agora ele é engando pelos seus filhos com o sangue de bode. Continue no verso 32:
E enviaram a túnica talar de mangas compridas, fizeram-na levar a seu pai e lhe disseram: Achamos isto; vê se é ou não a túnica de teu filho.
Em outras palavras, “Não estamos exatamente mentindo para você, pai. Você decide aí entender o que aconteceu.” Veja os versos 33–35:
Ele a reconheceu e disse: É a túnica de meu filho; um animal selvagem o terá comido, certamente José foi despedaçado. Então, Jacó rasgou as suas vestes, e se cingiu de pano de saco, e lamentou o filho por muitos dias. Levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; ele, porém, recusou ser consolado e disse: Chorando, descerei a meu filho até à sepultura. E de fato o chorou seu pai.
Seus filhos o tentam consolar, mas Jacó recusa o conforto. O verso 36 adiciona:
Entrementes, os midianitas venderam José no Egito a Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda.
O crime dos irmãos de José gerou três consequências. Deixe-me mencioná-las rapidamente.
- Para Jacó, o crime significou tristeza incrível que duraria até o momento em que ele visse José novamente face-a-face. Isso levaria anos.
- Para os 11 irmãos, o crime significou que viveriam com aquela culpa. Sabemos que viverão em culpa porque um dia, quando virem José, seus corações ficarão aterrorizados ao lembrarem do incidente que ficou vívido em suas mentes. Um dia, quando Jacó morrer, eles temerão que José retaliará; a consciência desses 11 irmãos culpados rouba sua alegria; a inveja foi como podridão aos seus ossos.
- Para José, o crime resultou em escravidão.
Aplicação: Lições Aprendidas com a Vida de José em Casa
Permita-me compartilhar alguns princípios de aplicação retirados dessa passagem sobre as vidas de Jacó, José e dos irmãos de José.
- Primeiro: com Jacó podemos aprender que, apesar de pais não serem perfeitos, eles não podem ser passivos.
Vivemos numa época em que cada vez mais a voz da instrução, correção, disciplina e pureza precisa ser ouvida. Mas ouvida da boa de quem, de um pastor? Sem dúvidas. Mas muito mais do que isso, essa voz precisa ser ouvida dentro de casa da boca do pai e da mãe. Chegou a hora de seu filho ouvir da sua boca, pai e mãe, que você não irá mais ignorar ou justificar os pecados e tendências pecaminosas de seus filhos. Será que eles reclamarão ou ameaçarão retaliar? Será que o rejeitarão e talvez o odiarão? É possível.
Creio que foi isso o que motivou Mark Twain, apesar de não ser crente, a dizer uma verdade sobre isso. Ele disse: “Quando eu tinha 15 anos, achava que meu pai era um tolo. Quando fiz 20 anos, fiquei admirado ao descobrir o quanto ele tinha aprendido em apenas 5 anos!”
Creio que foi exatamente a reclamação que motivou Deus a usar Salomão para escrever em Provérbios 23.12:
Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá.
Entretanto, quando lemos essa passagem, vemos que Jacó não somente deixou de disciplinar, mas deixou de expressar seu amor pelos outros 11 filhos. Nunca o vemos fazendo algo para os 11. Isso me levou à conclusão de que um pai que não instrui, não disciplina e não corrige é um pai que não expressa amor genuíno para com seu filho. E foi isso o que Salomão escreveu em Provérbios 13.24:
O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina.
Um pai passivo como Jacó recusa disciplinar e amar. No fim, esse também é um pai que não se envolve na vida de seu filho. Você está envolvido na vida de seus filhos? Quando foi a última vez que levou seu filho para o parque? Quando foi a última vez que ligou para o seu filho que mora distante para investir no relacionamento? Quando foi a última vez que se sentou na sua cama para lhe dar bons conselhos? Envolva-se na vida de seu filho.
- Segundo: com os irmãos de José podemos aprender que a inveja é, na realidade, sintoma de amargura com Deus.
Isso fica claro na maneira como eles reagiram aos sonhos de José. Eles disseram em Gênesis 37.20: Um animal selvagem o comeu; e vejamos em que lhe darão os sonhos.
Os sonhos de José incendiaram ira em seus irmãos a ponto de eles o quererem matar. Por que? Porque sabiam que seus sonhos eram verídicos. Sua ira e amargura não eram exatamente contra José, mas contra Deus porque Deus não os havia escolhido para aquilo. Eles não se submeteriam aos planos de Deus.
- Terceiro: com as circunstâncias de José, aprendemos que apesar de parecer que as bênçãos de Deus pararam, seu plano jamais falha.
Imagine os primeiros 17 anos da vida de José—cercado de amor e atenção, vestindo uma túnica declarando que ele era o herdeiro; ele tinha respeito por parte de seu pai e de outras pessoas que reconheciam que ele seria o próximo patriarca.
Entretanto, agora o vemos preso e acorrentado numa longa fila de escravos que caminham para a terra do Egito. José será vendido a um homem que não conhecia, levado a um país ao qual nunca foi, para ouvir um idioma que não entendia. José será abandonado.
Mas José se tornará, um dia, o homem de Deus num país estranho que assegurará a sobrevivência da nação que Deus está no processo de formar. Mas essa notícia não o ajudaria em nada na atual situação de sua vida.
Meu querido, cuidado com a maneira como você avalia o plano de Deus. Nossa tendência é igualar o plano de Deus a túnicas talares de mangas compridas e a pessoas amorosas. O plano de Deus, porém, pode envolver exatamente o oposto disso.
Jesus Cristo, a propósito, é ilustrado por José mais do que por qualquer outro personagem do Antigo Testamento: Jesus Cristo era o Filho amado; ele também foi vendido pelos irmãos; ele foi rejeitado e vendido por um punhado de moedas de prata. É interessante que José passou por tudo isso para que seus irmãos tivessem o que comer quando a fome chegasse. E Jesus Cristo passou por tudo aquilo por causa de quem? Por causa de mim e de você! Ele passou por tudo aquilo para que eu fosse alimentado, para que nossas almas sedentas encontrassem refrigério.
Ao se render a Cristo, aquele que provou todas essas coisas, você reconhecerá que seu plano é perfeito. Tudo ocorre segundo o seu propósito, de acordo com o seu plano.
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