
No Topo do Sinai
No Topo do Sinai
Êxodo 19
Introdução
Chegamos, hoje, a um evento que representa o alicerce para a nação de Israel e para nós crentes. Em Êxodo 19, vemos os princípios de como andar com Deus, a importância de andar com Deus e como isso tudo começou num monte chamado Sinai.
Por Que Isso Aconteceu no Sinai?
A primeira pergunta que surge quando lemos essa passagem é: por que isso aconteceu? E creio que um dos motivos para esse acontecimento é que Deus quis comunicar uma revelação importante ao povo com base no seu caráter. Veja Êxodo 19.1–3:
No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai. Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai, no qual se acamparam; ali, pois, se acampou Israel em frente do monte. Subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel:
Permita-me destacar algumas coisas relacionadas à revelação de Deus.
- Primeiro, a revelação de Deus começa com uma recapitulação.
Veja o verso 4:
Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim.
Deus usa no decorrer das Escrituras a figura da águia para falar de sua divindade, como, por exemplo, em Ezequiel. Em Apocalipse 4, a águia se refere à santidade e ao poder maravilhoso de Deus. Nesse verso, Deus se refere ao seu cuidado para com os israelitas como o de uma águia que cuida de seus filhotes.
- Segundo, a revelação de Deus depende de uma resposta.
No verso 5, vemos uma aliança condicional, o que fica evidente pelo uso da partícula se:
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
Deus faz várias alianças com o homem; cada aliança estabelece como Deus responderá ao ser humano e como o ser humano deve responder a Deus. O termo aliança no hebraico significa “amarrar,” e transmite a ideia de prender duas pessoas por um contrato. Ele era usado para falar de duas facções fazendo um acordo ou tratado de paz, por exemplo. Com esse tratado, Deus diz: “É isso o que espero de você e isso é o que você pode esperar de mim.”
A Aliança Abraâmica era incondicional, ou seja, não importava o que os israelitas fizessem, eles continuariam sendo o povo de Deus. Depois, veio a Aliança Noética e, agora, temos a Aliança Mosaica. A Aliança Mosaica é condicional porque Deus diz: “Se vocês fizerem todas essas coisas, desfrutarão dos benefícios decorrentes de serem meu povo.” Apesar de os israelitas não precisarem temer a possibilidade de deixar de ser povo de Deus, deveriam temer a possibilidade de não desfrutar de todos os benefícios de um relacionamento especial com o Senhor. Portanto, a revelação de Deus aqui no Sinai depende da resposta do povo de Deus, de sua obediência em guardar a aliança.
- Terceiro, a revelação traz consigo recompensas, caso a aliança seja obedecida.
- A primeira recompensa é posse. O verso 5 diz: sereis a minha propriedade peculiar.
Essa recompensa implica numa verdade teológica profunda: Deus não pertence a Israel, necessariamente; ele deseja que Israel entenda que eles pertencem a Deus. E essa é uma verdade esquecida em nossos dias; pensamos que Deus é o nosso serviçal celestial que pertence a nós. Ao contrário, nós é que pertencemos a Deus; ele é o Criador, nós as criaturas. É muito fácil ultrapassar os limites nesse quesito. Falaremos mais disso daqui a pouco. Aqui, Deus diz: “Vocês serão minha propriedade. Eu estou no comando.”
- A segunda recompensa é que o povo poderá ser um reino de sacerdotes. Lemos no verso 6: vós me sereis reino de sacerdotes. É interessante que Pedro diz a mesma coisa sobre o crente em 1 Pedro 2.9.
Um sacerdote era a pessoa que se colocava entre Deus e o povo; ele era uma espécie de mediador que falava com Deus a favor do povo e falava ao povo o que aprendia de Deus.
Eu e você somos sacerdotes; não temos sacerdotes entre nós e Deus. Há um só mediador entre Deus e os homens: Cristo Jesus. Por causa dos méritos de Cristo, temos acesso direto a Deus; vamos a Deus e intercedemos pelas pessoas. Dessa forma, somos sacerdotes, já que oramos a Deus a favor de outras pessoas.
- Terceiro: existe a recompensa de ser uma nação separada. Ainda no verso 6, lemos: vós me sereis... nação santa.
A aliança inclui, portanto, uma identidade. Os israelitas são propriedade e nação de Deus, mas ela vem com uma responsabilidade também: “Vocês são sacerdotes e devem se submeter às condições da aliança.”
Essa revelação de Deus é transmitida a Moisés no Sinai. Pensamos que Moisés subiu apenas duas vezes: da primeira vez, recebeu as primeiras tábuas da Lei, as quais quebrou quando viu o povo adorando o bezerro de ouro; da segunda vez, recebeu novas tábuas. Contudo, Moisés sobe ao monte 7 vezes; as primeiras 5 vezes o preparam para receber as primeiras tábuas da revelação de Deus.
Além de o acontecimento no Sinai servir para Deus fornecer revelação ao povo, ele também serviu para o Senhor dar algumas instruções aos israelitas antes de lhes confiar sua revelação. Deus não somente deseja transmitir sua revelação, mas busca também criar temor no povo diante do que ele é. Veja Êxodo 20.20:
Respondeu Moisés ao povo: Não temais; Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis.
Ou seja, Deus deseja promover nos israelitas temor e reverência por ele, por sua majestade e santidade. E reverência apropriada a Deus envolve pelo menos quatro coisas.
- Primeiro: reverência a Deus envolve disposição para obedecê-lo.
Lemos em Êxodo 19.7–8:
Veio Moisés, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o Senhor lhe havia ordenado. Então, o povo respondeu à uma: Tudo o que o Senhor falou faremos. E Moisés relatou ao Senhor as palavras do povo.
O primeiro passo antes de receber a revelação de Deus é a disposição para obedecê-lo; o povo diz: “Antes que tudo isso comece, Senhor, queremos logo dizer que obedeceremos; nós obedeceremos.” Pergunto-me se Deus não falaria mais a nós por meio de seu Espírito e de sua Palavra se tivéssemos um coração pronto para obedecer.
- Segundo: reverência a Deus envolve disposição para dar ouvidos.
Veja o verso 9:
Disse o Senhor a Moisés: Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que o povo ouça quando eu falar contigo e para que também creiam sempre em ti. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor.
O Senhor não faz isso para que o povo simplesmente ouça o que acontece. Perceba que usei a expressão “dar ouvidos” porque ouvimos muitas coisas, mas damos ouvidos ou escutamos poucas. “Dar ouvidos” ou “escutar” alguém significa que agimos segundo o conselho ou instrução que recebemos. Existe diferença entre ouvir e escutar; se você é casado, então, deve lembrar de muitos exemplos disso. Deus não quer que apenas ouçamos o que tem a dizer, mas que demos ouvidos, escutemos o que ele diz.
- Reverência a Deus envolve não somente disposição para obedecê-lo e para lhe dar ouvidos, mas também, em terceiro lugar, exige atenção à instrução.
Lemos em Êxodo 19.10–11:
Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles as suas vestes e estejam prontos para o terceiro dia; porque no terceiro dia o Senhor, à vista de todo o povo, descerá sobre o monte Sinai.
É interessante que Deus não decidiu simplesmente jogar para o povo dez mandamentos em tabletes de argila que logo se desintegrariam. Tudo foi feito cautelosamente segundo os detalhes que ele mesmo determinou.
Creio que jamais entenderemos por que Deus agiu ao terceiro dia, por que Moisés e o povo tiveram que se purificar e por que Moisés teve que subir e descer o monte cinco vezes antes de receberem os Dez Mandamentos. A questão é que Deus, às vezes, nos dá instruções bastante específicas e, apesar de não entendermos bem seus motivos, se tememos o Senhor, o obedeceremos mesmo assim.
- Quarto: reverência a Deus envolve também reconhecimento de sua santidade.
Essa é a ênfase do capítulo e aqui passaremos maior parte do nosso tempo: devemos reconhecer a santidade de Deus. Veja o verso 12:
Marcarás em redor limites ao povo, dizendo: Guardai-vos de subir ao monte, nem toqueis o seu limite; todo aquele que tocar o monte será morto.
Por que Deus faria isso, por que é cruel? Não. Ele deseja apenas deixar bem claro que existe uma separação entre o Criador e a criatura, e este é o monte no qual ele, em certo sentido, decidiu habitar. Isso se assemelha à Arca da Aliança, diante da qual apenas o sumo sacerdote podia se apresentar; ali era a presença de Deus. A grandeza do temor envolvido nisso é algo que não entendemos bem, já que Deus habita dentro de nós hoje. Moisés diz: “Façam marcações ao redor do monte para que ninguém morra acidentalmente.”
Continue nos versos 13–18:
Mão nenhuma tocará neste, mas será apedrejado ou flechado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá. Quando soar longamente a buzina, então, subirão ao monte. Moisés, tendo descido do monte ao povo, consagrou o povo; e lavaram as suas vestes. E disse ao povo: Estai prontos ao terceiro dia; e não vos chegueis a mulher. Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta, de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu. E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. Todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente.
Vemos, aqui, um cenário incrível. A história e a arqueologia nos ajudam a entender que esse, de fato, é um local maravilhoso para Deus transmitir sua revelação.
O monte que estudiosos identificam como sendo o Sinai de Êxodo tem 2275 metros de altura. O interessante é que não existe vale algum ao redor; ele desce direto para um deserto de 3 km embaixo. Ele é conhecido como “púlpito” ou “mão” porque se estica no céu como que esperando algo de Deus. Esse lugar era perfeito porque mais de 2 milhões de pessoas poderiam se congregar em torno do monte rochoso.
Outra característica interessante do monte é que nele não há subida de terra; o Sinai é uma parede de rocha que surge do chão de repente em meio ao deserto. E é esse monte que treme quando trovões, relâmpagos e nuvens se formam sobre ele.
Continue lendo os versos 19–20:
E o clangor da trombeta ia aumentando cada vez mais; Moisés falava, e Deus lhe respondia no trovão. Descendo o Senhor para o cimo do monte Sinai, chamou o Senhor a Moisés para o cimo do monte...
Em meio a toda confusão de trovões, relâmpagos e nuvens, Deus manda Moisés subir ao cimo. E Moisés, conforme diz o final do verso 20, subiu. Será que é agora que Deus dará os Dez Mandamentos? Ainda não. Ele diz no verso 21:
...Desce, adverte ao povo que não traspasse o limite até ao Senhor para vê-lo, a fim de muitos deles não perecerem.
O que vemos no Sinai é o que teólogos denominam “teofania,” ou “manifestação visível de Deus.” Já que Deus é espírito, ele jamais revelou um rosto ao homem; ele não tem rosto. A personificação visível de Deus é Jesus Cristo. As referências aos pés, mãos ou face de Deus nas Escrituras são antropomorfismos, ou expressões humanas para comunicar algo sobre o ser de Deus.
Deus, todavia, não quer que o povo tente ver sua glória, pois nesse caso morrerá. Mais adiante, quando Moisés descer, seu rosto brilhará por dias por haver visto a glória esplendorosa do Senhor. Agora, Deus quer evitar a morte das pessoas: “Fale para o povo não tentar ver minha glória.” Continue nos versos 22–25:
Também os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, se hão de consagrar, para que o Senhor não os fira. Então, disse Moisés ao Senhor: O povo não poderá subir ao monte Sinai, porque tu nos advertiste, dizendo: Marca limites ao redor do monte e consagra-o. Replicou-lhe o Senhor: Vai, desce; depois, subirás tu, e Arão contigo; os sacerdotes, porém, e o povo não traspassem o limite para subir ao Senhor, para que não os fira. Desceu, pois, Moisés ao povo e lhe disse tudo isso.
Creio que todos esses versos mostram Deus, basicamente, criando em sua nação um sentimento de temor e reverência diante dele. E de fato, essa reverência seria repassada às gerações seguintes e futuros escribas, de forma que, quando iam escrever o nome de Deus, deixavam os instrumentos de escrita de lado, lavavam as mãos e depois escolhiam outro instrumento para escrever o nome de Deus. Esse instrumento, por sua vez, era deixado de lado e nunca mais utilizado. Por todo o Antigo Testamento, os hebreus reverenciaram os nomes de Deus.
Você já parou para pensar como somos diferentes hoje, como as pessoas se aproximam de Deus de forma casual? Deus virou um coleguinha dos homens, um amigo lá no céu. Apesar de entendermos que podemos ousadamente nos aproximar de Deus como o nosso Aba Pai, e apesar de sabermos que nele encontramos compaixão e amor, não devemos correr a ele com corações não consagrados ou de maneira leviana. Vamos a ele com reverência—ele é Deus, o Senhor.
Deus desenvolveu em seu povo esse tipo de reverência e é um temor que nós também devemos demonstrar. Nós o adoramos e amamos; nos apresentamos diante dele de forma ousada e transparente, sem máscaras—ele conhece nossos corações. Mas vamos a ele temendo seu soberano poder, sua majestade, e não com o desejo de muda-lo, mas de sermos transformados por ele.
O Que O Topo do Sinai Ensina ao Crente?
Muitas são as lições que aprendemos com esse acontecimento no topo do Sinai. Podemos chamar essas lições de “encontros no topo do monte.” Encontros dessa espécie representam momentos em que você se encontra com Deus. Êxodo 19 nos fornece princípios que nos ajudam a fazer desses encontros momentos proveitosos e inspiradores.
Encontrando-se com Deus
- Primeiro: precisamos ter lugares específicos para nos encontrar com Deus.
Eu sei muito bem que você pode estar no carro, no escritório ou na cozinha, mas creio que existe o princípio que vemos na vida de Daniel: ele tinha um lugar, ali próximo da janela em direção ao oriente, onde tinha comunhão e encontros com Deus.
Penso que é cabível escolher um lugar onde nos encontramos com Deus sozinhos, quietos e de forma reverente. A cozinha com as crianças correndo e gritando não é conveniente, muito menos o escritório com telefones tocando e funcionários conversando. Seria bom escolher um lugar calmo onde você pode se encontrar com Deus de maneira específica.
- Segundo: precisamos estar com o espírito preparado quando nos encontramos com Deus no topo de nosso monte.
Moisés subiu e desceu o monte cinco vezes por um motivo: para preparar o povo para receber a revelação de Deus.
C. S. Lewis disse, certa vez: “O problema com nossos pensamentos sobre Deus é que eles são poucos.” Quando nos encontramos com Deus, precisamos estar focados, ter um horário e lugar separados para isso. Podemos até realizar um estudo sistemático de um livro, passagem ou tema bíblico que permitem Deus ministrar a nós através da Palavra. Essas coisas tornam nossos encontros proveitosos. Prepare seu espírito e vá com a ideia de que Deus, de fato, se encontra com você, o transforma e encoraja.
- Terceiro: precisamos ter um coração ensinável.
Precisamos de um coração pronto para dar ouvidos, escutar; não somente ler, mas obedecer, a fim de que Deus desenvolva santidade em nós.
Desculpas para Não Estudar A Bíblia
Agora, gostaria de mencionar 4 desculpas que damos para não estudar a Bíblia e nos encontrar com Deus no topo do monte. Por que não lemos a Bíblia? Creio que eu e você, uma hora ou outra, já usamos algumas dessas desculpas.
- A primeira desculpa é a da motivação.
Esse é o indivíduo que diz: “Já estudo bastante quando vou à igreja.” Infelizmente, esse é o mesmo indivíduo que, quando está na igreja, fica contando as lâmpadas queimadas no teto. Essa pessoa busca uma motivação instantânea, rápida: “Senhor, me dá um empurrãozinho que daí sigo sozinho.” Mas a motivação de Deus é concedida aos que dizem: “Senhor, te encontrarei. Já tenho um lugar preparado, uma hora certa, um espírito pronto e um coração ensinável.” É esse indivíduo que tem motivação.
- A segunda desculpa é a da prioridade.
Esse é o indivíduo que diz: “Ando ocupado demais.” Aqui está uma desculpa que todos nós usamos. Toda vez que alguém me diz ou que eu digo não ter tempo para estudar a Bíblia, penso no seguinte: Deus nos deu, hoje mesmo, 86.400 segundos. Se esses segundos fossem Reais, eu garanto a você que pegaríamos, no mínimo, 900 reais e colocaríamos numa conta poupança, não é verdade? Será que não podemos investir 900 segundos, isto é, 15 minutos para passar com Deus por dia?
A verdade é, meu amigo, que sempre encontramos tempo para aquilo que queremos. Mas, infelizmente, “ando ocupado demais” é uma desculpa que crentes usam com bastante frequência.
- A terceira desculpa é a do método.
Eu digo que essa desculpa é a mais legítima de todas. Em nossa igreja, desenvolvemos um curso para ensinar os crentes como estudar a Bíblia sozinhos. Muitos crentes não sabem, realmente, como estudar a Bíblia. Mas, apesar de ser uma desculpa válida, ela ainda é uma desculpa porque os indivíduos que estudam a Bíblia são os que sabem como estudar a Bíblia. Ou seja, as pessoas que estudam são as que sabem estudar. Você já percebeu isso? Em outras palavras, método é aprendido quando se faz. Portanto, estude e você desenvolverá sua própria técnica de estudo.
- A quarta desculpa, a qual pode ser entendida como mero resultado, é a da apatia.
Esse é o indivíduo que diz: “Por que devo estudar a Bíblia?” Meu querido, você é tentado a pecar em alguma área de sua vida? Sem dúvidas! Então, deixe-me sugerir que leia o livro de Deuteronômio. Mas será que ele é relevante para mim? Creio que Jesus Cristo respondeu isso quando usou Deuteronômio três vezes para vencer as tentações de Satanás no deserto. Será que eu conseguiria fazer o mesmo?
Saiba que existe um relacionamento direto entre vencer as tentações e estudar e aplicar as Escrituras à minha vida. Você consegue fazer isso sozinho? Creio que muitos crentes morrem de fome espiritual porque dependem de outra pessoa para alimentá-los na Palavra de Deus; eles não desenvolvem a capacidade de se alimentar sozinhos.
Você tem um local onde se encontra com Deus? Você vai ao topo do monte num horário específico, com um espírito preparado e um coração ensinável?
Encarando o Encontro com Seriedade
Êxodo 19 também nos ensina que momentos quando nos encontramos com Deus não devem ser encarados levianamente. Temo que não valorizamos nosso encontro com Deus como deveríamos.
É interessante que falta uma peça no quebra-cabeças de Êxodo 19. Essa peça se encontra no Novo Testamento. No verso 19, lemos que, quando o som da trombeta aumentou, Moisés falava algumas coisas e Deus lhe respondia do trovão. O texto não revela o que ele falava, mas isso nos é revelado em Hebreus 12.18–21:
Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que quantos o ouviram suplicaram que não se lhes falasse mais, pois já não suportavam o que lhes era ordenado: Até um animal, se tocar o monte, será apedrejado. Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse: Sinto-me aterrado e trêmulo!
Enfatizo aqui um ponto que você pode achar que estou enfatizando até demais. Entenda bem: não me esqueci do fato de que podemos nos aproximar de Deus através de Jesus Cristo, mas ressalto a santidade de Deus e a reverência que devemos ter ao nos aproximar dele. Quando Moisés viu a glória de Deus, ele tremeu. Se tivéssemos esse mesmo tipo de atitude para com Deus, nossa reverência por ele seria transformada.
Meu amigo, quando você se encontra com o Senhor no topo de seu monte—se você já tem um lugar designado para isso, um horário certo, se disse: “Senhor, quero que tu me moldes. Quero estar contigo sozinho num local tranquilo onde posso te adorar e estudar a tua Palavra”—a coisa maravilhosa nisso tudo é que Deus dirá para você a mesma coisa que disse para Moisés: “Venha, pode vir. Venha se encontrar comigo. Estou disponível.” A pergunta que Deus nos faz é: “Você está disponível para mim?”
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