Juntos... Finalmente!

Juntos... Finalmente!

by Stephen Davey Ref: Genesis 45:16–28; 46; 47:1–12

Juntos... Finalmente!

Gênesis 45.16–47.12

Introdução

O capitão Howard Rutledge foi um prisioneiro de guerra por 13 anos durante a guerra do Vietnã. Um jornal de Los Angeles, Estados Unidos, relatou a história de seu retorno para casa após muitos anos longe. Eu tenho um livro em casa que conta a história desse homem. Rutledge se converteu a Cristo enquanto esteve preso e Deus o manteve vivo durante por 13 anos.

Rutledge mandou avisar sua família que estava voltando para casa; sua esposa e filhos se prepararam. Na época, ele ainda não sabia que se tornara avô. Uma de suas três filhas tinha se casado e tido um filho. Ele também não sabia que um de seus filhos tinha sofrido um acidente e ficado confinado a uma cadeira de rodas.

Os familiares e amigos aguardavam ansiosos a chegada de Rutledge e logo ele partiu para Los Angeles. Toda a imprensa estava no aeroporto, além de milhares de pessoas. Vários outros homens estavam regressando com ele e havia um homem com um microfone anunciando os nomes dos militares que desciam do avião.

Finalmente, o homem anunciou “Capitão Howard E. Rutledge.” O operador da câmera filmou a multidão; uma mulher se levantou e foi correndo para os braços de Rutledge. Eles se abraçaram e você pode imaginar a cena emocionante desse reencontro com sua família. O filho imaginou que o pai se perguntaria como ele conseguiria lidar com o fato de estar limitado a uma cadeira de rodas. Quando viu o filho, o capitão se ajoelhou ao lado da cadeira de rodas, o abraçou e chorou.

Existe algo em nosso ser que nos faz deleitar em histórias de reencontros de família; algo em nossos corações nos faz gostar de voltar para casa. Algo em nós nos faz gostar de nossas raízes, de retornar para o local onde tudo começou. No momento em que começamos a estudar a vida de José, aguardamos ansiosamente pela chegada deste capítulo em sua vida. Se não tivéssemos tanto a aprender com as passagens anteriores, teríamos pulado direto para a última parte quando, finalmente, José é reunido ao seu pai. Hoje, estudaremos esse reencontro mais detalhadamente.

José Envia Seus Irmãos para Trazer Jacó

Se você esteve conosco em nosso último estudo, então lembra que os irmãos desceram ao Egito e José finalmente lhes disse: “Ani Yoseph!” ou “Eu sou José!” Os irmãos ficaram aterrorizados; suas pernas tremeram com o pensamento de que o machado desceria em suas cabeças.

José, porém, foi muito compassivo e disse a seus irmãos: “Voltem para Canaã e digam ao nosso pai que estou vivo e que o convido a morar comigo aqui no Egito.” Foi aí que paramos nosso estudo anterior—com José enviando seus irmãos para trazer Jacó para o Egito.

Em Gênesis 45.17–19, Faraó estende seu favor aos 11 irmãos de José:

Disse Faraó a José: Dize a teus irmãos: Fazei isto: carregai os vossos animais e parti; tornai à terra de Canaã, tomai a vosso pai e a vossas famílias e vinde para mim; dar-vos-ei o melhor da terra do Egito, e comereis a fartura da terra. Ordena-lhes também: Fazei isto: levai da terra do Egito carros para vossos filhinhos e para vossas mulheres, trazei vosso pai e vinde.

Agora, quando lemos versos como esses, imaginamos carroças de madeira com rodas caindo aos pedaços. Contudo, se viajássemos a essa época, carroças ou carruagens eram coisas revolucionárias. As pessoas viajavam a pé ou montadas em animais. Mas o Faraó tinha, em certo sentido, carros; ele tinha transporte—as carruagens. Essas carruagens puxadas por animais belíssimos eram cobertas de ouro, adornadas com joias e utilizadas pelos oficiais de patentes elevadas do palácio do Faraó. Você simplesmente não andava de carruagem se não fosse uma pessoa importante.

Imagine esse comboio de carros cobertos com ouro chegando a uma região faminta como Canaã, onde o povo jamais tinha visto algo do tipo. O Faraó disse, com efeito: “Volte a Canaã com estilo. Vão buscar sua família e tragam todos de volta nas carroças puxadas pelas carruagens.” Hoje, o equivalente a isso seria um serviço de limusine. O povo de Canaã deve ter falado disso por várias décadas. Foi isso o que os filhos de Israel fizeram.

O verso 22 nos diz que José  A cada um de todos eles deu vestes festivais, mas a Benjamim deu trezentas moedas de prata e cinco vestes festivais, além de muita comida para o caminho. O verso 24 nos informa que José enviou seus irmãos ao pai com uma ordem interessante:

E despediu os seus irmãos. Ao partirem, disse-lhes: Não contendais pelo caminho.

Neste ponto, precisamos perguntar: por que esses irmãos contenderiam pelo caminho? Pensei que tudo já teria sido resolvido a essa altura. Creio que existem dois motivos por que esses irmãos possivelmente contenderiam.

  • O primeiro motivo era a riqueza repentina.

Na terra desses homens não havia prata; não havia dinheiro vivo. Na cultura deles, você comercializava com bens—trocava leite de cabra por lã; você vivia da terra. Mas, agora, esses homens recebem tremenda riqueza. E, como você bem sabe, riqueza não tende a nos unificar; ela tende a nos separar, a causar problemas. Então, a riqueza repentina desses irmãos poderia gerar contendas. Creio que existe, também, uma tentação escondida e sutil no fato de Benjamim ter recebido mais—ele recebe cinco vezes mais o número de vestes.

Enquanto estudava essa passagem, concluí que podemos aprender o seguinte princípio: arrependimento não exclui a possibilidade de tentação futura. O fato de os irmãos terem se arrependido do seu pecado de desonestidade e de mentira não significa que não teriam mais que lutar contra a tentação da desonestidade. Eles poderiam fazer o que tinham feito com José: descartar Benjamim pelo caminho, tomar o que ele tinha, voltar a Canaã com outra história e viver suas vidas em riqueza.

  • O segundo motivo por que esses irmãos poderiam contender é algo ainda mais significante e talvez mais próximo da verdade: a realidade de que seriam, em breve, confrontados seriamente com a verdade.

Esses irmãos estavam a caminho de Canaã e teriam que contar ao pai que tinham mentido a respeito de José todos aqueles anos; eles teriam que contar o que, de fato, havia acontecido. Eles não poderiam simplesmente chegar a Jacó e dizer: “Pai, José está vivo,” o que é, na verdade, a única coisa que o texto relata. Não. O pai diria: “Esperem aí! Vocês me trouxeram sua túnica ensanguentada 25 anos atrás. Como assim ‘José está vivo’? O que aconteceu de fato?” Os irmãos sabiam que encarariam um confronto seríssimo pela frente. Eles teriam que confessar e admitir tudo ao pai Jacó. Deixe-me fornecer mais um princípio: arrependimento não exclui consequências futuras. Eles tinham que voltar e contar ao papai o que tinham feito.

Talvez você tenha crescido com irmãos ou irmãs. Se sim, então sabe perfeitamente o que é discutir por causa de alguma coisa, brigar e depois ter que contar ao pai ou mãe. Eu cresci com 3 irmãos. Temos, aqui, 11 irmãos viajando de volta a Canaã e tendo que contar ao pai o que aconteceu com José de fato. Posso até ouvi-los discutindo pelo caminho. Rúben diz: “Olha, é o seguinte: quando vocês forem contar a história, me deixem de fora. Sabem muito bem que eu não estava lá.” Judá fala: “E não se esqueçam que foi minha a ideia de vender José aos midianitas ao invés de mata-lo.” Benjamim diz: “Cara, espere aí! Eu não sou parte disso. Eu nem estava lá!”

Posso ver esses 11 irmãos agarrando um o pescoço do outro depois de 3 semanas viajando. Creio que esse é o motivo principal por que José diz no verso 24: “Não briguem no caminho.”

José conhece muito bem seus irmãos. Eles viajam de volta com dinheiro e mantos que nunca tiveram antes. José lhes diz: “Não briguem. Não troquem seus mantos por outros bens. Não contendam por causa do que têm. Não fiquem furiosos com Benjamim porque ele tem mais do que vocês. Acima de tudo, não briguem por causa da história que terão que contar ao pai. Simplesmente, voltem e lhe digam que estou vivo.”

Queria poder estar ali na carruagem para ouvir as histórias que esses irmãos estavam inventando no caminho para casa. Mas eles voltam a Jacó e dizem, conforme lemos no verso 26:

...José ainda vive e é governador de toda a terra do Egito. Com isto, o coração lhe ficou como sem palpitar, porque não lhes deu crédito.

O coração de Jacó quase parou de bater. Continue no verso 27:

Porém, havendo-lhe eles contado todas as palavras que José lhes falara, e vendo Jacó, seu pai, os carros que José enviara para levá-lo, reviveu-se-lhe o espírito.

Quando Jacó viu as carruagens cobertas de ouro, todas as joias, os mantos finos, ele viu que José, de fato, deve estar vivo e seu espírito reviveu.

Jacó Evidencia Fé em Deus

Agora, sei que já estudamos a vida de Jacó, mas temos que fazer uma pausa e focar nesse homem rapidamente. Se esse fosse o velho Jacó, ele faria suas malas, carregaria as carruagens e, sem delongas, desceria ao Egito.

Entretanto, como você sabe, os profetas alertam contra o Egito. Jacó lembra que foi para o Egito que seu avô Abraão desceu, mentiu e saiu da vontade do Senhor. Também foi em relação ao Egito que seu pai Isaque foi alertado a que não seguisse as pisadas de seu pai e descesse para lá. Então, Jacó pensa: “Não posso descer para o Egito! Se descer, estarei desobedecendo a Deus.”

De repente, Jacó se vê numa batalha tremenda. Ele toma uma decisão incomum para Jacó: ele decide parar e orar. Veja Gênesis 46.1:

Partiu, pois, Israel com tudo o que possuía, e veio a Berseba, e ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai.

Berseba é a cidade que fica no extremo-sul de Canaã, imediatamente antes de atravessar a fronteira para o Egito. Quando Jacó chega a essa cidade próxima à fronteira, antes de dar um passo no deserto que o levará ao Egito, ele para e oferece sacrifícios a Deus, provavelmente no mesmo local em que Abraão e Isaque já tinham oferecido.

Não sabemos o que Jacó disse em sua oração, mas deve ter sido algo do tipo: “Deus, o Senhor sabe que meu filho está lá; que existe comida no Egito; o Senhor sabe que a promessa diz que iremos multiplicar em tamanho. Então, faz sentido que eu desça para o Egito agora.”

Por que ele deveria orar? É impossível não aplicar isso diretamente às nossas vidas. Se recebêssemos as mesmas coisas—dinheiro, proximidade de familiares, uma condição de vida melhor, possibilidade de fornecer mais à nossa família ao nos mudar de um lugar para outro—será que sequer passaria pela nossa cabeça que Deus pode não estar envolvido nisso tudo?

Veja os versos 2–3 e note o uso do nome “Israel” para Jacó, um nome que significa “Príncipe de Deus:”

Falou Deus a Israel em visões, de noite, e disse: Jacó! Jacó! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então, disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito, porque lá eu farei de ti uma grande nação.

Existem duas palavras que você pode escrever na margem de sua Bíblia ao lado desses versos. A primeira pode ser escrita ao lado do verso 3 e é o termo “crescimento.” Existem 5 promessas no livro de Gênesis que são cumpridas num livro posterior, e essa é uma das provas da inspiração. Uma dessas profecias é a de crescimento. Deus diz no verso 3: “Desça ao Egito, porque lá eu farei de ti uma grande nação.

Em Gênesis 46.26–27, lemos que Jacó desceu com 66 pessoas ao Egito, somando 70 ao todo quando incluímos a família de José. Antes disso, Abraão havia recebido a promessa de uma grande nação, mas havia apenas 70 pessoas nessa “nação.” Isaque, o segundo patriarca, também recebeu a mesma promessa de Deus, mas ainda havia somente 70 pessoas. A Jacó, Deus reiterou a aliança da promessa, dizendo: “De ti farei uma grande nação,” mas, três gerações depois, ainda havia 70 pessoas.

Entretanto, conforme aprendemos em Êxodo 15, quando o povo sai do Egito séculos depois, a nação é composta por aproximadamente 4 milhões de pessoas. 70 pessoas são multiplicadas e se transformam em 4 milhões. Essa é uma das profecias de Gênesis cumprida em Êxodo.

O início do verso 4 se relaciona à segunda palavra, que é “êxodo.” Deus promete a Jacó em Gênesis 46.4: Eu descerei contigo para o Egito e te farei tornar a subir, certamente. Deus diz: “Não te preocupes, Jacó. Estou contigo, mas te trarei de volta do Egito para Canaã. Apesar de estares descendo ao Egito, um lugar que não faz parte da terra que prometi, te trarei de volta depois à terra da promessa. Não temas. Esta é a minha estratégia para multiplicar essa tribo e transformá-la numa nação na terra de Gósen, um lugar fértil, o melhor que o Egito tem a oferecer.”

Então, Jacó para, ora a Deus e Deus lhe dá convicção e encorajamento para descer ao Egito.

José e Seu Pai São Reunidos, Finalmente

Por fim, o tão esperado reencontro ocorre. Veja Gênesis 46.27–28:

...Todas as pessoas da casa de Jacó, que vieram para o Egito, foram setenta. Jacó enviou Judá adiante de si a José para que soubesse encaminhá-lo a Gósen; e chegaram à terra de Gósen. 

José recebe a notícia da boca de um mensageiro e, assim que ouve, imagino que ele mesmo foi para lá. Veja o verso 29:

Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. Apresentou-se, lançou-se-lhe ao pescoço e chorou assim longo tempo.

É difícil para nós hoje nos identificar com esse tipo de reencontro. Provavelmente, jamais experimentamos algo parecido em nossas vidas pessoais. A única coisa que podemos fazer é voltar 25 anos antes ao momento em que pai e filho foram arrancados um do outro pelas mãos de irmãos invejosos; já fazia 25 anos que José e Jacó não se viam.

Finalmente, Jacó enxerga a carruagem de José vindo de longe. Mesmo com uma vista fraca, ele olhe e vê um oficial egípcio vindo até ele numa carruagem de ouro e puxada por cavalos fortes. Jacó deve ter pensado: “Este não pode ser José!”

Contudo, José, com um aparato de realeza egípcia na cabeça, vestido com mantos egípcios e barbeado, diferente de um hebreu, finalmente freia seus cavalos. Ele desce da carruagem e caminha para seu pai. Talvez tenha sido nesse momento que Jacó vê mais de perto e reconhece: “Sim, este é José!”

Não sabemos quais palavras eles trocaram nessa ocasião; a única coisa que nos é relatada é que se abraçaram e choraram por um longo tempo. Por fim, soluçando de alegria, Jacó ergue sua voz e exclama no verso 30: Já posso morrer, pois já vi o teu rosto, e ainda vives. Em outras palavras, “Essa é a maior satisfação da minha vida. O meu filho, que eu pensei estar morto, está de volta. Se morrerei feliz, posso morrer agora mesmo.” E essa foi a única coisa que Jacó conseguiu dizer. Que reencontro emocionante deve ter sido!

O que acontece em seguida é mais uma indicação do caráter de José. Permita-me mencionar dois elementos importantes sobre a vida de José que devem caracterizar nossas vidas também.

  • Primeiro, José tinha um senso de responsabilidade por sua família, a despeito de seu passado doloroso.

José tinha todo o direito do mundo de jogar seus irmãos num canto e se esquecer deles, enquanto exaltava seu pai, Jacó. Contudo, ele continua evidenciando perdão. Veja Gênesis 47.11:

Então, José estabeleceu a seu pai e a seus irmãos e lhes deu possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara.

Por mais difícil que o abandono tenha sido; por mais cruel que seus irmãos tenham sido com ele enquanto José clamava a que não deixassem os midianitas levarem-no para o Egito, agora, 25 anos depois, José dá aos seus irmãos o melhor da terra. Fico me perguntando se nós temos esse senso de perdão em nossos corações para com aqueles de nosso passado.

  • Segundo, José também tinha um senso de orgulho de sua família, a despeito de suas origens humildes.

Isso é algo belo. Seu pai era um pastor humilde; Jacó veste roupas gastas e é até inculto; ele está acostumado à vida em tendas, próximo do chão; suas unhas estão sujas de terra e ele tem uma barba comprida.

Imagino que, quando se reencontraram, enquanto José conversa com seu pai, Jacó deve ter dito: “José, me fale sobre seu trabalho. Quero ver seu escritório alguma hora.” José poderia ter dito: “Não, pai. Acho melhor o senhor não vir para o palácio do Egito. Aquele não é um lugar para o senhor.”

José poderia ter saído com milhares de desculpas para manter seu pai longe do palácio por sentir vergonha dele. Pense em como sua origem era simples, mas, agora, José é o primeiro ministro do Egito. Apesar disso, o que você acha que José faz? Ele organiza uma apresentação pessoal de seu pai ao Faraó. Veja o verso 7:

Trouxe José a Jacó, seu pai, e o apresentou a Faraó; e Jacó abençoou a Faraó.

José apresenta Jacó ao Faraó como se ele fosse um dignitário poderoso; como se fosse alguém de prestígio, algum diplomata; foi assim que José tratou seu pai idoso de 130 anos, já de ombros curvados. José diz orgulhosamente: “Faraó, quero que você conheça o meu pai.”

Imagino que o palácio se encheu de murmúrios das pessoas cochichando: “Aquele é o pai de José?! Sem dúvidas, José passou anos se tratando para finalmente assumir esse ofício no Egito! Não é possível, ele deve ter vindo de uma família rica. Aquele pastor é o seu pai?!”

Sabemos que os egípcios desprezavam a profissão de pastor. José, porém, talvez enchendo o peito, diz para o palácio inteiro: “Este é o meu pai.”

Como é comum ver homens e mulheres jovens ascendendo à proeminência e se esquecendo de suas origens.

Penso numa mulher chamada Marian Anderson, uma cantora negra famosa que recebeu vários prêmios da música e serviu até como delegada dos Estados Unidos às Nações Unidas. Marian deu aulas particulares de canto para famílias de vários presidentes e até para as famílias do Rei e da Rainha da Inglaterra, e recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade. Marian também escreveu uma autobiografia que se tornou um dos livros mais vendidos instantaneamente. Numa dada ocasião, um repórter lhe perguntou: “Marian, qual foi o momento mais sublime de sua vida?” Ela respondeu sem nem piscar os olhos: “O momento mais sublime de minha vida foi quando voltei ao cortiço onde minha mãe morava e lhe disse que ela não precisaria mais lavar roupas para sobreviver.”

Esse foi o momento em que José poderia ter sentido vergonha de suas origens, do lugar e da família que tinha vindo. Mas, ao invés disso, ele apresenta seu pai ao Faraó com orgulho e reverência.

E nessa apresentação, Jacó profere algumas palavras interessantes ao soberano do Egito. Veja Gênesis 47.9–10:

...Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações. E, tendo Jacó abençoado a Faraó, saiu de sua presença.

Esse é, na verdade, um testemunho poderoso que perdemos nas traduções e também por causa das diferenças culturais. O que Jacó faz aqui diante de Faraó é evidenciar sua fé em Deus ao mencionar duas vezes suas peregrinações. Para o homem que naquela cultura era visto como a forma corpórea do deus sol, o qual viveria para sempre, Jacó diz, com efeito: “Nós, um dia, morreremos. Já vivi 130 anos em minhas peregrinações,” ou seja, “Você também está numa peregrinação, ó grande Faraó, e um dia morrerá.”

Essa foi uma poderosa declaração da brevidade da vida a um homem que era adorado como um deus. Mas isso também foi um testemunho da soberania de Deus. Em poucas palavras e de forma curta, Jacó se refere aos seus antepassados e suas peregrinações e diz: “E eu, que estou na fila agora, sou um peregrino juntamente com eles.”

Jacó poderia ter gaguejado na tentativa de dizer alguma coisa para impressionar o Faraó. Ele poderia ter começado a se gloriar por tudo aquilo que seu filho José tinha feito e no que tinha se tornado. Mas, nesses poucos segundos, Jacó se encontra diante de Faraó e reconhece a soberania de Deus e diz, com efeito: “Deus tem me conduzido nessa peregrinação e sigo as pisadas daqueles que seguem a Deus.”

Perceba que Jacó faz algo a Faraó duas vezes. O que? Ele abençoa Faraó. Não entendemos isso direito, mas ele está no palácio de um rei pagão e idólatra, mas Jacó o abençoa. Será que isso é o equivalente a um “Bom dia” ou “Boa tarde”? Não. Esse é um reconhecimento do Deus que abençoa. Não sabemos o conteúdo da bênção; a única coisa que sabemos é que Jacó ergueu seu braço trêmulo e abençoou o Faraó. Depois, retirou-se dali.

Aplicação

Enquanto estudava esse reencontro, foi impossível não pensar no seu significado a nós. José é uma ilustração de Jesus Cristo, servindo de sombra em muitos aspectos de coisas que seriam cumpridas na vida de Cristo.

Algo que chama minha atenção é a mensagem de José aos seus irmãos; é com essa mensagem que quero deixa-lo hoje. José disse, praticamente, três coisas aos seus irmãos. Ele disse: “Quero que vocês voltem—voltem para a sua família, para os seus amigos, para os seus parentes e para a sua tribo e lhes digam que:

  • Eu estou vivo;
  • Sou exaltado, sou o senhor de todo o Egito;
  • Existe um convite estendido para que venham e morem aqui comigo.”

Você percebeu isso? Jesus Cristo, o cumprimento final, também dá a nós, seus irmãos, uma mensagem. Ele diz: “Voltem às suas origens, às suas raízes—voltem para a sua família, sua tribo, sua vizinhança—e digam que:

  • Jesus Cristo vive;
  • Jesus Cristo é exaltado;
  • Existe um convite estendido a que venham e morem comigo.”

E que reencontro maravilhoso será esse! Como diz a canção:

Que dia será aquele quando eu vir o meu Jesus,
E contemplar sua face, aquele que pela graça me salvou.
Quando ele me tomar pela mão e me conduzir à Terra Prometida.
Que dia, que dia glorioso esse será!

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