
Fracasso... na Última Volta
Fracasso... na Última Volta
Além da Lã—Parte 5
Juízes 8.22–35
Introdução
Continuamos nossa série no livro de Juízes e é com muito pesar que estudaremos hoje um homem que tropeçou na última volta. Temos observado a biografia de um crente comum cuja história revelou moralidade e ética. Agora, Deus nos apresenta ao fracasso ético, moral e espiritual desse indivíduo.
O que levou esse homem a fracassar em seus anos finais? Não sei todos os motivos, mas sei que Deus nos forneceu esse acontecido para nossa instrução e advertência. Espero que, pela graça de Deus, ao terminarmos o estudo de hoje, conseguiremos evitar as duras palavras que o apóstolo Paulo descreveu aos crentes da Galácia: Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade? (Gálatas 5.7). Abra sua Bíblia em Juízes 8, o último capítulo da biografia de Gideão.
O Ápice da Carreira de Gideão
Se você se recorda de nosso estudo anterior, então sabe que Gideão liderou os israelitas numa vitória fantástica sobre os midianitas. O poder de Deus foi manifestado de forma maravilhosa e 120 mil midianitas se mataram. Em seguida, Gideão perseguiu os 15 mil restantes e os eliminou da face da terra como veículo do julgamento de Deus sobre aquele povo idólatra.
O que acontece em seguida é praticamente esperado, já que Gideão tem sido um líder destemido. O povo chega com uma proposta interessante em Juízes 8.22:
Então, os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu como teu filho e o filho de teu filho, porque nos livraste do poder dos midianitas.
Agora, antes de observarmos a resposta de Gideão, vamos parar para analisar a nação. Os israelitas não cheiram a rosas nesse momento. Veja o que eles dizem nesse verso: porque [tu] nos livraste do poder dos midianitas.
Israel não consegue reconhecer que foi Yahweh quem os livrou. Em Juízes 8, não vemos uma fagulha de ações de graças; não vemos o povo parando para dizer: “Senhor, muito obrigado por nos livrar de nossos opressores que provocaram fome em nosso meio.”
Isso nos lembra de Romanos 1.21, onde Paulo escreve que os descrentes, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Uma das principais características do descrente é que ele não demonstra gratidão para com Deus pelas coisas que ele faz. O povo de Israel, ao invés de dar graças a Deus, dá graças a Gideão.
Ao mesmo tempo, os israelitas o tentam com uma proposta interessante: “Gideão, queremos que você seja o nosso rei. Em seguida, seu filho e o filho de seu filho.”
Pelo que eles pedem? Eles pedem que Gideão se torne a primeira dinastia israelita. Ele será o primeiro rei e sua família se tornará a primeira dinastia. Isso é uma enorme lisonja.
A resposta que Gideão dá marca o ápice de sua carreira. Daí em diante, as coisas entrarão em decadência. Veja Juízes 8.23:
Porém Gideão lhes disse: Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará.
Que resposta fantástica! Ele está totalmente certo porque Deus era o Rei da nação nessa teocracia. O plano de Deus era reinar sobre a nação através de profetas e juízes, não de um rei. Então, Gideão responde, dizendo: “Isso estaria errado. Deus somente deve ser o Rei de Israel.”
A Decadência na Carreira de Gideão
Se pudéssemos simplesmente fechar a Bíblia neste ponto—fim do capítulo, fim da história, fim da biografia—seria ótimo. Contudo, os versos seguintes revelam o início da decadência na vida de um homem que antes foi nobre. Veja o verso 24:
Disse-lhes mais Gideão: Um pedido vos farei: dai-me vós, cada um as argolas do seu despojo (porque tinham argolas de ouro, pois eram ismaelitas).
Continue nos versos 25–26, onde os israelitas dizem, basicamente: “Isso é o mínimo que podemos fazer por você!”
Disseram eles: De bom grado as daremos. E estenderam uma capa, e cada um deles deitou ali uma argola do seu despojo. O peso das argolas de ouro que pediu foram mil e setecentos siclos de ouro (afora os ornamentos em forma de meia-lua, as arrecadas e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora os ornamentos que os camelos traziam ao pescoço).
A maioria dos estudiosos crê que esse despojo equivale na economia de hoje a 350 ou 400 mil dólares.
Quando li esses versos, o primeiro pensamento que me veio à mente foi o que provavelmente veio à sua mente também: “Não é possível! Gideão, assim como muitos outros, se tornou ganancioso.”
Esse, porém, não é o caso. O verso 27 apresenta o motivo para o pedido por ouro:
Desse peso fez Gideão uma estola sacerdotal e a pôs na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel se prostituiu ali após ela; a estola veio a ser um laço a Gideão e à sua casa.
O termo laço significa “isca, armadilha.” A estola trará ruína; ela destruirá a família de Gideão.
Podemos fazer aqui duas perguntas:
- Primeiro: por que essa estola se tornou uma ruína para Gideão?
- Segundo: por que ela destruiria sua família? O que havia de tão terrível nela?
Lembre-se que a estola era uma peça importantíssima no sistema de adoração dos israelitas. Seu formato era semelhante ao de um avental e era a vestimenta exterior do sumo sacerdote. A estola também tinha um bolso, no qual ficavam o Urim e o Tumim.
Não sabemos exatamente o que eram o Urim e o Tumim, mas eram os veículos pelos quais Deus falava ao sumo sacerdote e, por meio dele, ao povo. Esse era o meio de se ter a atenção de Deus e de ouvir sua vontade.
Gideão, então, faz uma imitação de uma estola. E esse ato, conforme as Escrituras, causará sua ruína. Parece que Gideão assume um papel que Deus jamais intencionou que ele assumisse, a saber, o de sumo sacerdote. Ele possui uma estola falsificada e, portanto, um sacerdócio falso. Se lermos cuidadosamente o verso 27, também identificamos um lugar falso para adoração. Veremos isso daqui a pouco.
Isso levanta uma pergunta interessante: por que Gideão desejaria fazer o papel de sacerdote e mudar o local de adoração para Ofra?
Quando juntamos as peças do quebra-cabeça, descobrimos que, na época de Gideão, o sacerdócio estava corrompido, era imoral e, no mínimo, ineficiente. Na verdade, em lugar algum em todo o livro de Juízes vemos o sumo sacerdote cumprindo com seu papel, conduzindo o povo em adoração. Essa ausência estranha exclama a pergunta: “Onde estão os sacerdotes? Algo está errado!”
Além disso, o Tabernáculo estava situado em Silo, onde deveria ser o local de adoração a essa altura. Adivinha quem controlava a cidade de Silo? Os amigos prediletos de Gideão: os efraimitas.
Você lembra dos efraimitas com base em nosso último estudo? Eles avançaram sobre Gideão porque ele não os tinha convidado para lutar contra os midianitas. No capítulo 12, eles fazem a mesma coisa com Jefté e dizem: “Vamos queimar sua casa com você dentro!”
Esses efraimitas miseráveis controlavam o centro de adoração e os sacerdotes eram ineficientes. Então, quem sabe talvez Gideão pensou: “Espere um pouco. Deus tem falado comigo. Eu sou o líder. Eu sou o homem que Deus tem usado para liderar este povo. Vou dar mais um passo e assumir o papel de sumo sacerdote.”
Isso fez sentido, mas não funcionou. Gideão quebra três mandamentos ao assumir o papel de sumo sacerdote. Vamos observá-los.
- Primeiro, Gideão não era qualificado para vestir a estola.
Em Êxodo 28, Deus disse especificamente que apenas os descendentes de Arão deveriam vestir a estola; apenas o sumo sacerdote, não Gideão. Ele não tem direito algum de assumir funções sacerdotais.
- Segundo: a estola foi fabricada com materiais inapropriados.
Conforme Êxodo 28, a estola deveria ser feita de material azul, não de ouro. Talvez o povo, e o próprio Gideão, ficaram impressionados com a ideia de fazer uma estola com metal precioso e raro. Mas eles—e nós—precisavam aprender que Deus não fica impressionado com beleza, mas com obediência.
- Terceiro e mais importante: a estola estava no lugar errado.
Ao fazer isso, Gideão criou um sacerdócio rival, uma forma de adoração rival numa localização rival. Talvez suas motivações tenham sido sinceras, mas foram sinceramente erradas.
O resultado aparece no verso 27: e todo o Israel se prostituiu ali após ela.
A expressão se prostituiu se refere a fracasso e infidelidade espirituais. Portanto, Deus se refere à solução proposta por Gideão como adultério espiritual.
Gideão não deveria ter feito a estola e o povo não deveria ter ido adorar em Ofra. Todos cometem infidelidade espiritual. É assim que Deus descreve os atos de Gideão.
Talvez Gideão pensou que Deus tivesse feito uma exceção para ele; líderes às vezes pensam isso e acabam vivendo segundo princípios diferentes. Quando aprenderemos, finalmente, que líderes não possuem privilégios espirituais?
Então, o que Deus faz? Veja o verso 28:
Assim, foram abatidos os midianitas diante dos filhos de Israel e nunca mais levantaram a cabeça; e ficou a terra em paz durante quarenta anos nos dias de Gideão.
Isso é algo muito interessante. Tudo isso acontece e onde estão os raios do céu, isto é, o julgamento imediato de Deus sobre um indivíduo que enlouquece e tenta instituir seu próprio sistema de culto? Já que nada disso aconteceu, Deus deve estar aprovando. Pelo menos foi assim que Gideão pensou.
Deus, todavia, não faz exceção para Gideão, nem para mim ou para você, apesar de ele nos ter usado no passado. Só porque o céu permanece em silêncio quando pecamos não quer dizer que Deus corrobora com nosso pecado ou que não o vê.
Um raio a essa altura poderia ter funcionado e até colocado Gideão de volta no caminho certo, como uma criança que é pega aprontando. Às vezes, ser pego no ato ajuda.
Lembro de quando tirei minha habilitação. Na época, meu pai tinha um carro velho, de uns 15 anos. Ele não tinha ar condicionado. Andávamos com as janelas abertas.
Durante as férias, meus primos e suas famílias vieram nos visitar. Então, levei meu primo preferido para dar uma volta. Pedi a chave para o meu pai e ele me olhou daquele jeito que pais olham para filhos jovens que acabaram de tirar a carteira de motorista. Eu disse: “Não se preocupe, pai. Vamos só dar uma volta no quarteirão.”
Meu primo e eu entramos no carro; eu estava no banco do motorista e meu primo no do carona. Ele olhou para mim, sorriu e eu olhei de volta, sorri e comecei a sair da garagem. Todos os nossos familiares estavam lá. Eu dirigi provavelmente a uns 10 km/h na rua da nossa casa, virei a esquina e entramos na avenida principal da cidade. Logo nos deparamos com um sinal vermelho.
Olhei para o meu primo e ele olhou para mim. Quando o sinal abriu, afundei o pé no acelerador e o carro saiu disparado.
Mas, daí, quando estávamos chegando aos 100 km/h, olhei pelo retrovisor e vi uma nuvem de fumaça preta saindo de debaixo do carro. Não sou mecânico, mas sabia que nuvem de fumaça não deve sair debaixo de carros! Parei no acostamento e eu e meu primo percebemos que estávamos com sérios problemas.
Ligamos para o meu pai e logo chegou ele com meu tio para nos buscar. Meu primo e eu entramos calados e sentamos no banco de trás. É claro que eu disse: “Não sabemos o que aconteceu. Não entendo. Enfim, algo deu errado.”
Meu pai olhou para o meu tio, que conhece de carros um pouco mais do que ele, e perguntou: “Como algo assim acontece?” Meu tio simplesmente afundou o pé no acelerador e o carro saiu disparado, mostrando ao meu pai “como algo assim acontece”!
Uma criança pode até tentar esconder algo dos pais e adultos podem tentar esconder algo de Deus. Às vezes somos pegos, outras vezes não, e parece que Deus não fará nada.
Gideão foi pego, mas porque um raio não desceu do céu, ele continuou indo. Existem várias consequências que surgem dessa decadência em sua vida.
- Primeiro: a forma rival de adoração proposta por Gideão abriu as portas para idolatria na nação.
Veja Juízes 8.33:
Morto Gideão, tornaram a prostituir-se os filhos de Israel após os baalins e puseram Baal-Berite por deus.
É como se os israelitas estivessem só esperando esse velho juiz morrer. Assim que ele morre, todos pensam: “Bom, já estamos acostumados a adorar outra coisa mesmo, em outro lugar e de outra forma.”
Esse é o primeiro passo para a idolatria. Os israelitas estavam já prontos; Baal já estava em seu sangue.
- Segundo: a recusa de Gideão de obedecer às Escrituras abriu as portas para pecado pessoal.
Notamos três pecados claros na vida de Gideão.
- O primeiro pecado, que já mencionamos, é que o estilo de vida de Gideão ignorou diretamente a autoridade das Escrituras.
Gideão tinha duas autoridades em sua vida e são as mesmas que nós temos. Uma era a autoridade da Bíblia, da qual Deus é o autor. Se nos colocarmos sob essa autoridade, nos daremos bem. Contudo, se recusarmos nos submeter à autoridade da Palavra de Deus, encontraremos outra autoridade para mandar em nós. Quem é a autoridade agora? Nós somos. Nossos sentimentos, razão e desejos se tornam nossa autoridade. Então Gideão começa a seguir a sua carne.
- O segundo pecado é que o estilo de vida se degenera numa busca por sensualidade.
Veja Juízes 8.29–30. Lembre-se que o apelido de Gideão é “Jerubaal,” que significa “Adversário de Baal:”
Retirou-se Jerubaal, filho de Joás, e habitou em sua casa. Teve Gideão setenta filhos, todos provindos dele, porque tinha muitas mulheres.
Gideão deve ter tido uma casa muito grande para abrigar todos esses filhos e esposas!
Gideão era um líder famoso e, é claro, líderes devem ter mais; então, ele teve mais. Esse era um privilégio típico dos líderes cananeus. Contudo, isso era uma violação direta de Deuteronômio 17.17, um texto que Gideão conhecia: Tampouco para si multiplicará mulheres.
Será que Gideão tinha satisfeito sua sensualidade? Não. Veja Juízes 8.31:
A sua concubina, que estava em Siquém, lhe deu também à luz um filho; e ele lhe pôs por nome Abimeleque.
Concubina é um eufemismo social para amante. Ele tem, talvez, 50 ou 60 esposas. Será que fica satisfeito? Não. Ele ainda tem uma concubina em Siquém, que a propósito era uma cidade cananeia. Essa é uma moça cananeia que agora carrega um filho seu. O comprometimento de Gideão já o está destruindo.
Talvez você esteja correndo bem, mas anda fazendo alguns comprometimentos. Pode ser na forma de um envolvimento emocional no trabalho, desonestidade na maneira como lida com dinheiro da empresa, manipulação para assegurar que sua busca egoísta será bem-sucedida, ou na forma de um teste no qual você precisa colar para passar.
Recentemente, estava conversando com o presidente de uma faculdade evangélica e ele mencionou que os alunos tinham começado uma onda de colar nas provas. Imagine! Um crente fazendo uma prova sobre a Bíblia e colando!
Meu irmão me contou alguns anos atrás sobre um colega de turma de seminário; ele era um ótimo aluno, mas meu irmão o viu colando numa prova de grego. Depois da aula, ele conversou com ele e o confrontou. O rapaz admitiu e disse que já vinha colando há um tempo. Em seguida, por sua própria vontade, ele foi conversar com o professor para acertar as coisas.
Mesmo assim, meu irmão disse que as coisas não pareciam certas. Os dois continuaram os quatro anos de seminário juntos, até que na formatura o raio caiu do céu.
Esse rapaz tinha vivido o tempo todo com uma moça descrente e lhe dito que estava fazendo curso de Direito. Os dois brigaram e ela decidiu expulsá-lo de casa. Enquanto empacotava as coisas dele, ela viu alguns livros e percebeu que algo estava errado: eles não eram livros de Direito, mas de Teologia. Estampado dentro dos livros, pelo menos nos livros da biblioteca, estava o nome do seminário. Ela ligou para o seminário e perguntou: “Por que fulano de tal está com alguns livros da biblioteca de vocês?” A secretária olhou os registros e respondeu: “Porque ele é aluno aqui e está para se formar.” Dois professores foram para o apartamento se encontrar com a moça e esperar pelo aluno que de nada suspeitava. Finalmente, ele foi pego.
Tragicamente, às vezes Deus usa um desastre para nos impedir. Queria que algo tivesse acontecido para deter Gideão, mas Deus o permite se destruir a si mesmo em sua busca.
- O terceiro pecado é que o estilo de vida de Gideão se transforma numa prática e orgulho comuns de um rei.
Observe o verso 31 novamente. Quero destacar uma frase curta, mas plena de significado:
A sua concubina, que estava em Siquém, lhe deu também à luz um filho; e ele lhe pôs por nome Abimeleque.
A expressão pôs por nome pode ser traduzida como “o instituiu.” Isso é diferente de um pai que pega seu filho recém-nascido, o segura nos braços e pensa num nome. Naquele tempo, era comum para um pai dar um apelido ao filho já crescido. Se você se lembra, Gideão recebeu de seu pai o apelido “Jerubaal,” ou “Adversário de Baal.” Agora, Gideão dá um apelido ao seu filho, que significa “Meu Pai é Rei.”
Você lembra que o povo pediu para Gideão ser rei em Juízes 8.22? Ele respondeu no verso 23:
Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará.
40 anos depois, lemos que, por causa de seu estilo de vida sensual e seu comprometimento, ele se sente e age como rei, e até tem um harém de rei. Agora, ele tem um filho e lhe dá um apelido que, toda vez em que alguém o chama, faz uma referência ao fato de o pai de Abimeleque ser rei.
Todos sairão perdendo. Esse acabará sendo o último período no livro de Juízes em que haverá paz. O ciclo para neste ponto. Não leremos novamente sobre a nação adorando a Yahweh em unidade. Os futuros juízes serão manchados com pecado também. Um juiz que vem após Gideão e com o qual você já é familiarizado é Sansão. Parece que Gideão baixou o nível de uma vez por todas. O próximo capítulo de Juízes pingará com o sangue dos 70 filhos de Gideão, mortos por Abimeleque. Os céus rugiram com raios. Deus, no fim, agiu.
Aplicação: Um Resumo da Biografia de Gideão
Deixe-me resumir rapidamente a biografia de Gideão de duas formas.
- Primeiro: falta de fé no passado pode se tornar fé ativa no presente.
Não importa o quão insignificante você se considere, se se submeter à autoridade de Deus, ele o usará. Ele usou um fazendeiro tímido de Ofra e fez dele um juiz, um guerreiro e o “Adversário de Baal.”
Não sabemos como Deus pode usar a sua vida e a minha se apenas nos submetermos a ele. A falta de fé de Gideão no passado se tornou uma fé ativa no presente.
- Segundo: todavia, fé no presente pode se tornar fracasso no futuro.
É assim que a história de Gideão termina: ele foi um grande líder.
Ouça o que um comentarista escreveu cerca de 200 anos atrás:
Deus prova os homens de duas formas: uma forma é na fogueira da aflição e a outra é no caldeirão refinador da prosperidade. O segundo é muito mais difícil do que o primeiro. A aflição tende a humilhar, amolecer e subjugar. Mas a prosperidade, a autoestima, a confiança pessoal, a autossatisfação, a vontade própria, o orgulho e o senso de segurança tendem a surgir com o luxo. As Escrituras nos ensinam sobre o perigo da prosperidade e da incapacidade do coração humano de beber um copo cheio de sucesso sem se embriagar com o sucesso.
Essa é a história de Gideão. Nós o vemos embriagado com sua própria prosperidade, sucesso, proeminência e prestígio, cambaleando enquanto se aproxima da linha de chegada.
Minha oração é que todos nós ecoemos as palavras do apóstolo Paulo:
Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada (2 Timóteo 4.7–8).
Do que Paulo está falando aqui, de conquistar o céu? Não. Ele fala de conquistar uma recompensa singular, dada aos que terminam a corrida, que acabam bem, que se submetem à autoridade de Deus até a última volta.
Se Deus escolhesse o dia de hoje para escrever as últimas palavras e fechar o livro de sua biografia, será que você teria terminado bem? Se a mão divina deitasse de lado a pena do registro de obras, atos, pensamentos, paixões e propósitos de sua vida, será que tudo teria terminado bem?
Não estou falando de perfeição, mas de progressão no fervor de seguir a Deus. Eu aprendamos com esse homem a jamais sair da corrida, mas a continuar correndo, continuar seguindo, continuar nos submetendo para que cruzemos bem a linha de chegada.
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