Fé... e Um Cesto de Palha

Fé... e Um Cesto de Palha

Ref: Exodus 2:1–10

Fé... e Um Cesto de Palha

Êxodo 2.1–10

Introdução

Em nosso encontro anterior, começamos uma série de estudos no livro de Êxodo. Vimos no capítulo 1 que, pelo fato de o povo hebreu haver se multiplicado na terra, o Faraó buscou maneiras de inibir mais crescimento e de até dizimar os descendentes de Israel. Suas estratégias, contudo, não funcionaram. Apesar de castigar o povo com dura escravidão, os hebreus continuaram crescendo em número. As parteiras hebreias que o Faraó pensou haver contratado para matar os bebês meninos desobedeceram às ordens do rei.

É nesse momento mais tenebroso da história de Israel que nasce um bebezinho chamado Moisés. O Faraó tinha acabado de decretar que todos os bebês hebreus meninos fossem lançados no rio Nilo como uma obrigação religiosa ao grande deus do Egito, o Nilo. Esse ato não era considerado homicídio; ele era justificado na mente do povo como sendo algo que apaziguaria o deus, já que o sacrifício seria o de pessoas que rejeitavam o deus do Egito.

Lemos o decreto do Faraó em Êxodo 1.22:

Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida.   

O nascimento de uma criança hebreia geralmente era motivo de grande celebração e regozijo; a notícia do nascimento de um menino hebreu se espalharia, pois a família estava tendo a alegria de gerar mais um filho de Abraão que, no fim, contribuiria para a futura vinda do Messias.

Agora, porém, nessa época sombria, quando um menino hebreu nascia, havia terror, medo e a possibilidade da perda. O nascimento era mantido em sigilo na esperança de que os espreitadores egípcios e os espiões entre os hebreus não descobririam o bebê e o matassem.

E é nesse capítulo, quando tudo indica que a opressão atingiu seu pior nível e Faraó decreta o edito de extermínio dos hebreus, que Deus inicia o plano de emancipação.

Atos de Fé por Parte dos Pais de Moisés

No capítulo 2, Deus começa o plano para libertar o povo hebreu da opressão de Faraó. Veja o verso 1: Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma filha de Levi. A história é escrita por Moisés e ele começa com o seu próprio nascimento. Apesar de a narrativa parecer indicar que Moisés é o primogênito, ele mesmo escreve mais adiante que seus pais tiveram outros dois filhos antes dele. Houve uma menina chamada Miriã, a qual deve estar com 7 ou 8 anos na época dos acontecimentos de Êxodo 2; e houve também outro menino, Arão, que era 3 anos mais velho do que Moisés. Os nomes dos dois, contudo, não são mencionados nesse capítulo; a narrativa parece sugerir que Moisés nasceu primeiro. Ao compararmos as Escrituras, descobrimos que ele tinha irmãos mais velhos.

No verso 2, encontramos uma notícia que geralmente traria alegria, mas que nesse contexto é motivo de medo:

A mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.   

Precisamos destrinchar um pouco o conteúdo desse verso, a fim de compreender o contexto do que está acontecendo. Em Atos 7, lemos que os pais viram que o menino era “formoso.” Pai e mãe eram pessoas de fé e conspiram juntos para esconder o menino dos egípcios.

A palavra traduzida como “formoso” em Atos 7 pode transmitir a ideia de que, pelo fato de o menino ser bonito, os pais fizeram de tudo para que vivesse. Essa parece ser uma ideia estranha, já que todos os pais acham seus bebês maravilhosos, apesar de eu e você sabermos que isso não é verdade, não é? Bom, pelo menos isso foi verdade para mim e minha esposa, não sei se para você! Obviamente, existe mais nessa história. A decisão dos pais de Moisés não foi por que olharam para o menino e pensaram: “Nossa, que coisinha mais linda! Não podemos lança-lo no rio Nilo... é lindinho demais!”

Lemos em Atos 7.20 que o bebê Moisés era formoso aos olhos de Deus. Apesar de Êxodo 2 não mencionar a fé de seus pais, sabemos com base em Hebreus 11.23 que Pela fé, Moisés... foi ocultado. Conforme Romanos 10.17, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. Portanto, podemos supor que, de alguma maneira nessa sala de parto, quando viram o menino, Deus deu aos pais de Moisés algum tipo de revelação quanto ao plano que tinha para ele. Deus informou ao casal: “Este menino é formoso aos meus olhos.” Ele se tornaria, no futuro, o resgatador de Israel.

Note, também em Atos 7, o relato de Moisés matando o soldado egípcio; talvez você lembra desse acontecido. O egípcio espanca um dos hebreus; Moisés chega e decide que é hora de implementar uma rebelião; então, mata o egípcio. Contudo, o texto nos diz em Atos 7.25:

Ora, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não compreenderam.

Os hebreus rejeitaram Moisés; eles não entenderam que ele era o resgatador.

Mas de onde Moisés tirou a ideia de que seria o libertador dos hebreus? Será que ele recebeu uma visão? Não necessariamente. Mais provavelmente, seus pais lhe disseram: “Deus tem um plano para você, Moisés. Você libertará o povo da escravidão no Egito.”

Deus disse a Abraão em Gênesis 15.13:

...Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.

Na época do nascimento de Moisés, já haviam se passado 350 anos; tudo estava se encaixando. Moisés era o menino que cresceria e tiraria o povo hebreu do Egito.

Os pais de Moisés, Anrão e Joquebede, por meio de alguma revelação, ouviram o plano que Deus tinha para ele. Então, decidiram, pela fé, escondê-lo. Então, lemos em Êxodo 2.2 que sua mãe escondeu-o três meses.

Não consigo imaginar esconder um bebê menino por três meses. Já é difícil esconder um bebê por três horas, imagine por três meses! Talvez eles tenham demorado para mostra-lo às demais pessoas ou, no caso de terem essa tradição que imagino que não tinham, eles vestiram Moisés de rosa e disseram a todo mundo que era uma menina. Não sabemos o que fizeram, mas talvez tenham fingido que se tratava de uma menina.

Minha esposa e eu tivemos gêmeos no meu último ano de seminário. Eles eram bem carinhosos e bem diferentes um do outro também. Um deles tinha traços mais delicados, com cílios longos e um rosto mais fino. Quando carregávamos os dois pelo shopping, alguém chegava e dizia: “Ah, que legal, gêmeos! Que coisa mais linda! Vamos ver... este aqui deve ser um menino e esta daqui é uma menina fofinha demais!”

Isso me deixava furioso. Um conselho: se você não sabe o sexo do bebê, nunca tente adivinhar. Se é menino e você diz que é menina, o pai ficará preocupado; se for menina e disser que é menino, a mãe ficará preocupada.

Bom, não sei o que os pais de Moisés fizeram, mas o esconderam de alguma forma, enganaram as pessoas por três meses. Podem tê-lo colocado num porão ou num sótão, esforçando-se para que ficasse em silêncio. É difícil saber o que eles fizeram.

Ao final dos três meses, lemos no verso 3:

Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou para ele uma arca de juncos, e a revestiu de betume e pez...   

O betume serviria dois propósitos: isolar o cesto para que água não entrasse, e proteção, já que o povo acreditava que betume espantava crocodilos. As canoas eram geralmente revestidas de betume porque o Nilo era infestado de servos do deus Nilo: crocodilos. Então, Joquebede tece o cesto de palha e Anrão trabalha para que o barco de Moisés seja à prova d’água ao máximo.

O verso 3 continua e nos diz que, pondo nela o menino, colocou-a entre os juncos a margem do rio. Circule o verbo colocou-a. Temos a ideia de que esse foi um ato de pura tolice, que ela colocou o cesto na água e disse: “Pronto, Deus te ajude, meu filho. Confiarei em Deus para cuidar disso e de todos os detalhes.” Não. Joquebede tomou todas as medidas possíveis para assegurar que seu filho viveria.

A arqueologia mostra que as filhas dos Faraós geralmente tinham suas próprias residências que ficavam às margens do Nilo. O motivo para isso era que o povo cria que o Nilo dava fertilidade. Esse também é um dos motivos por que os egípcios sacrificavam seus filhos no Nilo: eles tinham a esperança de que o deus Nilo lhe desse muitas outras. O que acontece em seguida é entendido melhor dentro desse contexto.

Observe os versos 4–5; a irmã de Moisés, Miriã, tem em torno dos 7 anos nessa época:

E sua irmã postou-se de longe, para saber o que lhe aconteceria. A filha de Faraó desceu para banhar-se no rio, e as suas criadas passeavam à beira do rio.

Esse não é um banho higiênico, como aquele que você leva uma barra de sabonete e um pote de xampu e entra no rio. Sendo a filha do Faraó, essa mulher se banhava em piscinas de mármore, cercada de luxo e de amigas que desciam para se banhar com ela também. Esse banho no Nilo era um ritual religioso.

Se a cronologia proposta pelos arqueólogos está correta, a filha desse Faraó não tinha filhos e cria, assim como todos os demais egípcios, que, se se banhasse no Nilo numa espécie de ritual, as águas desse deus da fertilidade lhe dariam muitos filhos. Portanto, ela não se banha para se lavar, mas na esperança de que seu deus lhe seria favorável e lhe daria um filho.

É muito interessante que, em todo o reino, havia somente uma pessoa que poderia sobrepujar o edito do Faraó e salvar a vida de Moisés, e essa pessoa era a filha do Faraó. Não pense que Anrão e Joquebede não estavam cientes disso; não pense que eles não sabiam que ela não tinha filhos e que, provavelmente, desejava ter um. O que vemos aqui é fé em ação combinada com todos os esforços possíveis para assegurar a sobrevivência do filho.

O texto nos conta que Joquebede colocou o cesto entre os juncos a margem do rio. Ela escolheu bem o lugar e colocou o cesto onde sabia que a filha do Faraó se banharia no ritual. E é ali que a filha do rei vê o cesto. Veja o verso 5: Vendo ela a arca no meio dos juncos, mandou a sua criada buscá-la. Continue no verso 6:

E abrindo-a, viu a criança, e eis que o menino chorava; então ela teve compaixão dele, e disse: Este é um dos filhos dos hebreus.

Creio que não se trata de um berro irritante, mas de um choro cativante que nos move. Minha filha sabe fazer isso perfeitamente. Ela não consegue sensibilizar sua mãe, mas eu me derreto. É aquele choro suave para o qual você não consegue virar as costas.

Quando ela remove a tampa do cesto, Moisés chora, talvez por causa da luz do sol que agora brilha forte em seus olhos. Naquele momento, Deus uniu o choro de um bebê ao coração de uma mulher. A filha de Faraó acha Moisés e, conforme lemos no verso 6, ela nota de imediato que ele era um hebreuzinho irresistível.

Fontes extra-bíblicas sugerem que, nesse momento, a filha do Faraó pensa juntamente com suas criadas: “Quem poderá cuidar deste bebê?” Então, elas saíram em busca de alguém, tentando decidir quem cuidaria do menino e o amamentaria. Não podendo encontrar ninguém, veja o que acontece no verso 7:

Então a irmã do menino perguntou à filha de Faraó: Queres que eu te vá chamar uma ama dentre as hebréias, para que crie este menino para ti? 

Mais uma vez, não pense que toda essa história depende da esperteza de uma menina de 7 anos de idade que sai com uma ideia interessante quando os eventos começam a se desenrolar: “Ah, já sei! Vou sugerir que elas contratem uma criada hebreia e vou em casa buscar a mamãe.”

De jeito nenhum! Elas tinham planejado isso tudo até os mínimos detalhes. Miriã foi enviada pela mãe para observar tudo de longe e foi instruída a que, caso a filha do Faraó não jogasse o menino no Nilo, mas ficasse com ele, ela deveria esperar o momento certo antes de correr até lá e dizer: “Querem que eu busque uma criada hebreia?” E ela já decorou sua fala direitinho.

Fico imaginando Joquebede lá em sua tenda, torcendo para que Miriã lembre de sua fala e diga tudo na hora certa. Eu gosto de observar as expressões faciais de pais enquanto seus filhos apresentam alguma peça na igreja. A criança está lá no palco e o papai e a mamãe não se divertem nem um pouco; eles ficam tensos. Tenho a impressão de que Joquebede e Miriã ensaiaram isso várias vezes.

Agora, antes de partirmos mais adiante, note que o texto de Êxodo não nos informa os nomes dos personagens nesse relato; os nomes do pai, da mãe e da irmã de Moisés aparecem somente depois. Creio, como alguém sugeriu, que Deus deseja com isso mostrar que ele é o personagem principal nisso tudo; ele está em total controle; ele quer que o nosso foco esteja em seu plano, em seu decreto soberano.

A verdade é que, quando lemos este relato, podemos ficar pensando: “Como Joquebede era inteligente! E Miriã foi esperta... é interessante como conseguiram persuadir Faraó....” Nada disso. Deus está em ação. Ao redor daquele cesto de junco flutuando no Nilo está o escudo dos propósitos de Deus. Mesmo no auge de toda dor e dificuldade, Deus tinha um plano e ele demoraria 80 anos para se desenvolver. A maioria das pessoas se perguntaria se Deus ainda estava vivo, mas ele estava agindo. Temos este mesmo escudo ao redor de nossas vidas: o escudo do plano e propósito de Deus para nós.

Creio que o fato de não sermos informados acerca dos nomes dessas pessoas é entendido bem através das palavras de um monumento de John Wesley, um homem que Deus usou grandemente. Em seu túmulo em Westminster, ele pediu que escrevessem o seguinte: “Deus enterra o trabalhador e continua sua obra.” Não podemos concluir este estudo com os olhos voltados para pessoas, mas para o Deus soberano.

Atos de Providência da Parte do Deus de Moisés

Note o que acontece em seguida no verso 8 após Miriã sugerir uma criada hebreia; não pense que a filha de Faraó não entendeu o que estava acontecendo:

Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Foi, pois, a moça e chamou a mãe do menino.

Creio que Joquebede entregou o plano simplesmente quando chegou à beira do rio com as mãos trêmulas, estendidas para pegar seu filho; as mulheres perceberam o que estava acontecendo. Mas, de alguma maneira, Deus trabalhou no coração da filha de Faraó para que aceitasse a situação, anulasse o edito de seu pai cruel e permitisse que o menino vivesse.

Então, Joquebede leva seu menino para casa e o amamenta, talvez por 3 ou 4 anos. Depois, Deus usou a filha do Faraó para adotar e cuidar do garoto.

Agora, veja o que acontece nos versos 9–10:

Disse-lhe a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei o teu salário. E a mulher tomou o menino e o criou. Quando, pois, o menino era já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou...

Joquebede cumpriu com sua palavra; a filha do Faraó não teve que enviar um exército para conseguir o menino de volta. Esse é, na verdade, outro ato de fé de Joquebede; ela confia a vida de seu filho a outra mulher sem saber o que lhe aconteceria depois. Ela entrega seu filho à filha do Faraó com grande fé e confiança.

O verso 10 ainda diz que a filha de Faraó lhe chamou Moisés, dizendo: Porque das águas o tirei. Provavelmente, Joquebede não lhe havia dado nome algum antes do enredo; se tivesse, teria revelado que era um menino. A filha de Faraó, portanto, escolheu o nome para o garoto.

Aplicação

Para finalizar, deixe-me destacar três coisas a respeito da fé de Joquebede e Anrão que se aplicam à nossa fé também.

  • Primeiro, a fé beneficia aqueles que vivem próximo de nós.

Houve vários benefícios decorrentes da fé de Anrão e Joquebede. Um deles foi que Joquebede poderia ficar em casa cuidando de seus filhos ao invés de trabalhar no campo. É possível que os filhos seguiam os pais no trabalho forçado e eram também forçados a trabalhar. Mas, por causa desse passo de fé, Joquebede recebe o benefício imenso de poder ficar em casa criando os filhos.

Creio que, neste século em que vivemos, as mães precisarão de mais e mais declarações de fé para ficarem em casa. Em 1950, apenas 12% trabalhavam fora do lar. Em 1987, o número já tinha subido para 50%. A tragédia disso é que milhões de crianças são criadas por outras pessoas que não os pais.

Agora, eu sei que existem situações que exigem que a mãe trabalhe fora do lar, especialmente no caso de mães solteiras ou que foram abandonadas pelos maridos e que agora precisam prover para seus filhos. Contudo, o problema maior é quando um casal decide abrir mão de criar seus filhos pessoalmente para conseguir algum avanço financeiro, para comprar coisas.

A mentira feminista diz às mulheres de hoje que uma mulher só encontra satisfação real se trabalhar fora do lar. É impossível não pensar que, no caso de Joquebede, sua fé lhe proporcionou o privilégio de ficar em casa cuidando dos filhos. Não vemos menção alguma a Anrão; ele provavelmente estava no trabalho forçado do campo. Em certo sentido, Deus mostra que nada substitui uma mãe.

Se ele foi criado no palácio de Faraó, então, como Moisés aprendeu sobre a aliança da promessa que Deus fez a Abraão? De onde tirou a ideia de que era o libertador? Como ele aprendeu a verdade de que um dia ele sairia do Egito para um povo que ele mal conhecia?

Creio que sua mãe o instruiu em seus primeiros anos de vida; ela o treinou e ensinou. E não somente Moisés, mas Arão e Miriã também, os quais seriam peças fundamentais na libertação do povo do Egito.

Existem momentos em que a mãe precisa trabalhar fora de casa. Na verdade, minha mãe trabalhou fora. Como missionários, o sustento que recebiam não era suficiente para colocar 4 meninos na escola; seria impossível. Então, quando o mais novo foi para o Jardim de Infância, minha mãe encontrou um emprego. Ela começou a trabalhar como empregada na escola onde eu estudava; sou muito grato a ela por isso e jamais senti vergonha daquilo.

Entretanto, é hora de você tomar uma posição quanto a isso e ir contra o impulso de nossa sociedade, cujo objetivo é destruir a família usando o discurso de que, para que sejamos realmente felizes, precisamos ter coisas—um carro novo, uma casa maior ou roupas de grife. Meu desafio é que você examine sua motivação, caso seja uma mãe que trabalha fora do lar sem ser, de fato, necessário.

  • Outra coisa sobre a fé que me chama a atenção é que a fé afeta decisões ao nosso redor, ou pelo menos deveria.

Quando terminamos essa passagem, ficamos com algumas perguntas: será que minha fé em Deus exige honestidade e integridade, que eu mude meu vocabulário? Será que minha fé em Deus guia minhas mãos enquanto preencho meu imposto de renda? Será que minha fé em Deus é viva e trabalha em minha vida? Infelizmente, como um homem escreveu: “Nunca o Cristianismo teve tanta popularidade em nossa sociedade, enquanto que, ao mesmo tempo, faz pouca diferença.” Por que? Simplesmente porque a fé que dizemos ter não impacta nossas vidas.

Anrão e Joquebede tomaram uma decisão estratégica. Ao manterem seu filho vivo, poderiam ter perdido suas vidas. Sua convicção, contudo, determinava que deveriam obedecer a Deus. E seu filho sobreviveria. Suas decisões seriam baseadas na sua fé.

  • Permita-me mencionar mais um ponto: a fé impacta as pessoas que nos observam.

Você não faz ideia—no trabalho, na vizinhança; as pessoas o observam. Talvez você não tenha percebido que alguém o observa e nota que existe algo diferente em sua vida. Você causa sede por algo e elas não sabem o que é; você é fonte de convicção e elas não entendem por que. É sua fé em Deus que está viva.

Um dos detalhes mais interessantes nessa história é o que acontece 50 anos depois. Tradições rabínicas e demais tradições transmitidas pelos hebreus honraram a filha do Faraó, mantendo viva sua história. Seu nome mudou para Bitia, que significa “filha de Yahweh.” Algo aconteceu a Bitia; o texto não nos informa. Gostaria de ter todos os detalhes, mas, em algum momento, ela decidiu, junto com seu filho Moisés, que ela não seria mais filha de Faraó, mas se toraria filha de Yahweh.

Existe uma passagem interessante nas Escrituras que geralmente pulamos. Veja o que diz 1 Crônicas 4.17:

Os filhos de Ezra [hebreus que saíram do Egito no êxodo]: Jéter, Merede, Éfer e Jalom; foram os filhos de Bitia, filha de Faraó, que Merede tomou por mulher...

Você viu isso? A filha de Faraó saiu na ocasião do êxodo junto com o povo de Israel. Ela se casou com um homem hebreu e teve filhos, dando as costas para o seu país. Por meio da fé das pessoas que ela observou, Deus gerou fé no coração da filha de Faraó.

É interessante que o primeiro filho que ela tem é uma menina. Continue no verso 17 e veja o nome que ela lhe dá: Miriã. Que dia deve ter sido aquele para os filhos de Israel que saíram do Egito, bem como para os egípcios que saíram com eles como prosélitos! Naquele grupo estava uma mulher que era ninguém mais que a filha de Faraó.

O que aconteceu? Por que ela tomou essa decisão? Porque viu, na vida dos hebreus, uma fé que não os deixava desistir, uma fé que faria com que seu filho adotivo desse as costas para o Egito e falasse para sua mãe: “Preciso seguir o meu Deus.” E sua mãe o seguiu nessa decisão.

Meu amigo, sua fé beneficia aqueles que vivem próximo de você? Sua fé afeta as decisões que você toma, o seu estilo de vida? Sua fé impacta as vidas dos que o observam? Sua fé é viva?

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