
Dinheiro (Parte 2)
Dinheiro (Parte 2)
Gênesis 14
Introdução
Damos continuidade ao nosso estudo em Gênesis 14, falando sobre o dinheiro. No encontro anterior, analisamos a prática dos dízimos e ofertas antes da vinda da Lei de Moisés, como também durante os dias da Lei. Vimos que o Antigo Testamento claramente ensina que havia dois contextos nos quais os israelitas davam dinheiro. O primeiro era o contexto dos dízimos, os quais eram, na realidade, impostos que o povo pagava para o bom funcionamento e bem-estar da sociedade de Israel. Nesse sistema tributário de Israel, o povo pagava aproximadamente 23,5% de imposto ao ano. O segundo contexto no qual o povo dava dinheiro era o das ofertas voluntárias. No caso dessas ofertas, não havia porcentagem alguma prescrita por Deus; elas eram dadas conforme o coração do indivíduo o inclinava.
Dízimo depois da Lei
Agora, como é a prática do dízimo e das ofertas após a Lei? Ou seja, o que o Novo Testamento ensina sobre dízimos e ofertas?
Apesar de muitas pessoas insistirem em forçar os ensinos do Antigo Testamento no Novo com porcentagens obrigatórias, a prática no período do Novo Testamento difere da do Antigo Testamento. Portanto, não é bíblico querer impor determinada porcentagem com base nos dízimos ou impostos colocados sobre os israelitas. Na verdade, se fôssemos aplicar os princípios do Antigo Testamento à igreja hoje, deveríamos pagar 23,5% em dízimos, além das ofertas voluntárias.
Agora, conforme ficará evidente, o Novo Testamento apoia os dois contextos do Antigo Testamento nos quais os israelitas davam dinheiro: tanto os impostos como as ofertas voluntárias. É interessante destacar que, apesar de o termo “dízimo” aparecer cerca de 40x no Antigo Testamento, ele ocorre somente 7x no Novo. E adivinha onde se encontram essas referências? Exatamente nos Evangelhos, antes da cruz, quando ainda estávamos na dispensação do Antigo Testamento. A única vez em que a palavra aparece depois da cruz na dispensação da graça é em Hebreus 7, aquele texto que vimos no estudo anterior relatando o acontecido em que Abraão dá o dízimo a Melquisedeque.
Portanto, se desejamos determinar quanto dinheiro devemos dar com base nos ensinos do Novo Testamento, nós simplesmente não encontramos a palavra “dízimo.” Todavia, nos deparamos com algo muito mais pesado do que o dízimo. E já o alerto de início: veremos um ensino que coloca sobre mim e sobre você um peso de responsabilidade ainda maior.
Após o período da Lei de Moisés, vemos dois contextos em que damos dinheiro.
- O primeiro contexto em que nós damos dinheiro hoje é o do pagamento obrigatório de impostos e tributos.
Encontramos esse ensino diretamente dos lábios de Jesus, por exemplo, em Mateus 17.24–27. Não leremos a passagem inteira, mas faremos referência a esse texto. Essa é a ocasião na qual coletores de dracmas chegam a Pedro e perguntam: “Diga-nos, o teu mestre pagou o imposto das duas dracmas?” Esse era um dos impostos que o governo romano havia forçado sobre o povo. E Pedro responde: “Sim, ele pagou.”
Depois desse diálogo, Pedro vai à casa onde Jesus estava; o Senhor sabia que Pedro perguntaria sobre o imposto. Então Jesus, antecipando Pedro, diz: “Eu sei porque você está aqui. Vamos pagar o imposto das duas dracmas. Pedro, vai ao mar, lança o anzol e pegue um peixe. Em seguida, abra a boca do peixe e ali você encontrará uma moeda de ouro. Pegue essa moeda e pague os nossos impostos.”
Queria que esse método estivesse em vigor ainda em nossos dias! Todos nós sairíamos para pescar no início do ano para assegurar da boca do peixe o dinheiro para a boca do leão! Mas, a despeito do método usado por Jesus, o Senhor confirma o sistema tributário da época.
Existe ainda outra ocasião que ilustra melhor ainda essa verdade. É a passagem de Mateus 22.15–22, quando os escribas e fariseus tentam encurralar Jesus e lhe perguntam: “Ei, Jesus... você paga tributo a César?”
Esse tributo era um dos três impostos que o império Romano impunha sobre seus territórios. O tributo era, na verdade, o menor de todos os impostos. Os fariseus armam uma cilada para Jesus, pensando que ele pagaria apenas os impostos maiores, mas sonegaria o menor de todos. Eles perguntam para Jesus: “Mestre, você paga aquele tributo insignificante imposto pelo governo romano?” Jesus responde: “Bom, deixe-me fazer outra pergunta. Alguém aí tem uma moeda?” Alguém por perto, provavelmente o próprio indivíduo que fez a pergunta, dá uma moeda a Jesus e o Senhor pergunta: “Bom, de quem é a imagem estampada nesta moeda?” “De César,” respondem os homens. Jesus conclui: “Bom, então deem a César as coisas que pertencem a César, e a Deus as coisas que pertencem a Deus.”
Com isso, Jesus quis dizer: “Se vocês estão debaixo do sistema de Roma e têm em seu bolso dinheiro romano, então, devem prestar contas à autoridade que Deus colocou sobre vocês.”
O cara deve ter ficado pensando: “Rapaz, quem saiu com essa pergunta miserável? Esse Jesus sabe responder bem.”
Esses homens sabiam que, se Jesus dissesse que deveriam pagar impostos a Roma, ele seria considerado pelos judeus como um traidor; se dissesse que não deveriam pagar impostos, os romanos diriam: “Temos um amotinador!” Mas Jesus escapa bem da cilada ao dizer: “Vocês são responsáveis em pagar os impostos que o governo impõe.”
Entenda bem que pagar nossos impostos é algo honroso a Deus; Jesus aprovou a prática. Os israelitas fizeram a mesma coisa no Antigo Testamento para sustentar o sistema ao qual prestavam contas. Nós estamos sob um sistema de governo, assim como os israelitas. Paulo diz claramente que os governantes foram instituídos por Deus. Portanto, ao pagarmos os impostos, damos glória a Deus.
Não me entenda mal. Não gosto de pagar impostos, mas o que Deus deseja ver é a nossa obediência. Precisamos reconhecer que pagar impostos, na verdade, honra as Escrituras e glorifica a Deus.
Então, o primeiro contexto no qual damos dinheiro hoje após o período da Lei de Moisés é o dos impostos ou tributos.
- O segundo contexto em que damos dinheiro após a Lei é o das ofertas voluntárias. Chamamos isso de “a graça de contribuir,” já que o termo “graça” é usado como sinônimo do ato de dar ou contribuir.
Permita-me fornecer vários princípios retirados das epístolas do Novo Testamento relacionados ao dinheiro e nossa responsabilidade.
- Primeiro: nossa contribuição é baseada em nossa disposição.
Lemos em 2 Coríntios 9.7:
Cada um contribua segundo tiver proposto no coração [perceba como isso soa muito parecido com as palavras de Êxodo 25.1–2], não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.
A questão não é a quantidade, mas a atitude de coração, a sua disposição. Por que? Porque Deus ama a quem dá com alegria.
Então, o primeiro princípio sobre contribuição é que ela deve vir da disposição de nosso coração.
- Segundo: nossa contribuição deve ser sistemática e planejada.
Veja o que diz 1 Coríntios 16.1–2:
Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.
Esses dois versos ensinam o princípio de que devemos decidir de antemão quanto daremos.
A pior hora para decidir o valor de sua oferta é no domingo à noite, antes de começar o culto. Não devemos decidir pensando: “Eita, aqui vem o diácono para recolher as ofertas. Quanto tenho aqui na minha carteira?”
Não. Decida previamente quanto dará. Isso dará a você a oportunidade de orar sobre o assunto, conversar com sua esposa e filhos, e dizer: “Quanto vocês acham que devemos dar ao Senhor?” Além disso, se nossa contribuição é sistemática e planejada, podemos avaliar a nós mesmos para ver se nosso plano está funcionando.
Portanto, leve tempo pensando no assunto, planeje, elabore um plano sistemático de contribuição, quer seja para a igreja, missionários ou outras causas.
- O terceiro princípio é: nossa contribuição deve ser sacrificial e generosa.
Leia 2 Coríntios 8.1–2:
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.
Entenda bem o seguinte, meu querido: no Novo Testamento, Deus está tão interessado na quantidade que damos quanto na quantidade que retemos para nós mesmos. Na verdade, ele está ainda mais interessado no quanto ficamos. Esse é o golpe final no ensino sobre os 10%, na tentativa de impor o dízimo do Antigo Testamento sobre o crente do Novo Testamento. Deus está interessando com quanto você fica para si mesmo.
Foi exatamente esse o ensino que Jesus Cristo deu enquanto observava as pessoas dando ofertas. Havia no templo 13 gazofilácios de ouro no formato de flores; as pessoas iam e ou anunciavam a quantia que doavam, ou o som das moedas que caíam no depósito indicava se a pessoa tinha dado muito ou pouco. O ato de dar ofertas se transformou, na realidade, numa oportunidade de anunciar o valor de sua doação, e as pessoas começaram a se prender em orgulho.
Daí, vem uma viúva; ela caminha até o gazofilácio e deposita sua única moeda. Jesus se levanta de seu assento e diz a Pedro, Tiago e João: “Estão vendo aquela senhora ali? Ela deu mais do que todas essas pessoas.”
Os discípulos não entendem exatamente por que, mas o motivo é a atitude. Deus olha o nosso saldo restante; ele deseja ver o que faremos com o que nos sobra.
- O quarto princípio é: nossa contribuição deve resultar de nosso crescimento na graça.
Continue em 2 Coríntios 8, agora verso 7:
Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça.
A palavra graça é sinônimo do ato de contribuir; é interessante que Paulo emprega o termo grego charis para contribuição. Contribuir é uma graça? É assim que Deus a descreve.
Contribuir financeiramente, portanto, é um dos sinais que indicam se estamos ou não crescendo na graça. Um dos nervos mais sensíveis do corpo humano é aquele ligado ao nosso bolso. Algo que acontece quando crescemos em Cristo é que o Espírito Santo começa a tirar a sensibilidade desse nervo; ficamos mais livres para contribuir; não machuca mais tanto como antes. Contribuição com liberalidade é sinal de maturidade. Conforme cresço na graça, contribuo mais.
- O quinto princípio é: nossa contribuição deve ser vista como investimento.
Veja 2 Coríntios 9.10–11:
Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus.
Meu amigo, não jogamos fora aquilo que contribuímos para a causa de Cristo; nada é desperdiçado ou perdido.
A propósito, se você coloca dinheiro na bandeja, mas seu coração gostaria de usá-lo para outra coisa, o ensino do Novo Testamento diz: “Nem dê essa oferta! A igreja sobreviverá sem ela.”
Um pastor me disse certa vez: “Olha, se você for ensinar contribuição com base na graça, não conseguirá pagar nem sequer a conta de luz.” Nossa igreja nunca deixou de pagar uma conta de luz! Entretanto, conforme aprenderemos, a contribuição com base na graça traz consigo responsabilidade ainda maior.
A contribuição deve ser distribuída ou canalizada através da igreja do Novo Testamento; muitos são os exemplos disso: os macedônios, os coríntios e os gálatas. Como igreja, não como indivíduos, precisamos ser como um canal. A igreja local não é uma agência de coleta; ela não acumula fundos, mas os distribui.
Existem vários motivos porque nossas igrejas locais devem ser canais com a atitude de distribuir, não de coletar. Na verdade, somos protegidos contra três atitudes.
- Primeiro: quando a igreja local distribui seus recursos, ela se protege do egoísmo.
Talvez a sua igreja local ainda luta para conseguir construir suas próprias instalações. Isso pode fazer com que sua igreja pense somente em suas muitas necessidades: “Precisamos comprar um terreno, construir o templo, pagar pela documentação, etc. Então, vamos investir em nós mesmos.” Cuidado! Essa não é a atitude apropriada da igreja local com as finanças.
- Segundo: quando a igreja local distribui seus recursos, ela se protege do isolamento.
É muito fácil para a igreja local pensar que todas as obras de Deus realmente importantes acontecem somente nela e em mais nenhum outro lugar. Contudo, se a igreja canaliza seus recursos para outros ministérios—se ela distribui seu dinheiro—ela se protege do isolamento e da falsa ideia de que somente ela realiza a obra de Deus.
- Terceiro: quando a igreja local distribui seus recursos, ela se protege da indiferença.
Em Apocalipse 3, vemos uma igreja passando por esse problema e havia se tornado egoísta, isolada e indiferente ao mesmo tempo. Penso com bastante frequência na igreja de Laodiceia, e peço a Deus que nossas igrejas locais nunca se tornem como ela. Veja Apocalipse 3.14–17:
Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
Em outras palavras, a igreja de Laodiceia dizia: “Não temos necessidade de coisa alguma. Somos independentes, como uma ilha. E somos ricos; pagamos nossas contas; temos dinheiro de sobra.”
Cristo diz no verso 18:
Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
Palavras poderosas de Jesus, especialmente quando entendemos que um produto chamado tefra frígia era produzido em Laodiceia. Esse era um pó para o olho exportado para o mundo da época. Os médicos aplicavam esse pó e faziam um unguento para se aplicar nos olhos de pessoas com dificuldade na visão. Então, Cristo diz a essa igreja: “Na cidade onde se fabrica unguento para dar vista às pessoas, você, igreja de Laodiceia, está cega. Você precisa do unguento!”
Aplicação
Vamos, agora, aplicar esses princípios às nossas vidas. Uma pergunta que pode nos ajudar na aplicação é a seguinte: como o crente pode utilizar errado seu dinheiro? E o livro de Provérbios fornece a resposta.
- Primeiro: o crente pode utilizar errado seu dinheiro por meio da tolice.
Lemos em Provérbios 21.5:
Os planos do diligente tendem à abundância, mas a pressa excessiva, à pobreza.
A pessoa com pressa excessiva é aquela que gasta seu dinheiro sem pensar direito. Veja bem, eu sei que podemos perder nosso dinheiro mesmo agindo com sabedoria; coisas acontecem em nossas vidas que estão fora de nosso controle. Mas podemos desperdiçar nosso dinheiro em tolice e acabar em pobreza.
- Segundo: o crente pode utilizar errado seu dinheiro por meio da teimosia.
Veja Provérbios 13.18:
Pobreza e afronta sobrevêm ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.
Em outras palavras, se você não consegue aprender, nem por meio da experiência nem por meio dos conselhos de outras pessoas, você pode estar caminhando à pobreza. Não seja teimoso diante do conselho de pais, amigos e cônjuge.
- Terceiro: o crente pode utilizar errado seu dinheiro por meio da preguiça.
Veja Provérbios 20.13:
Não ames o sono, para que não empobreças; abre os olhos e te fartarás do teu próprio pão.
- Quarto: o crente pode utilizar errado seu dinheiro por meio da mesquinharia.
Lemos em Provérbios 11.24:
A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda.
- Quinto: o crente pode utilizar errado seu dinheiro por meio da indulgência.
Creio que é aqui que a maioria de nossos problemas com dinheiro surge. Veja Provérbios 23.19–21:
Ouve, filho meu, e sê sábio; guia retamente no caminho o teu coração. Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem.
Salomão diz que existem pessoas que são incapazes de dizer “não.” Podemos aplicar glutonaria e bebedice às demais áreas da vida.
Será que você consegue dizer “não” à sedução comercial de nossa sociedade? É muito difícil. Somos atraídos todos os dias. O comércio está à caça de nossos bolsos e o materialismo já entrou na igreja. Nesse aspecto, preciso me perguntar: “Será que estou utilizando errado meu dinheiro com a mentalidade do materialismo?” Pergunte-se: “Por que compro o que compro?” A verdade é que temos dificuldade em dizer “não” às seduções do materialismo. E se você é pai ou mãe de adolescentes, precisa ensinar não somente a si mesmo, mas seus filhos também que são bombardeados todos os dias com o materialismo.
Agora, como pode um crente usar seu dinheiro de forma piedosa? Permita-me sugerir algumas maneiras sábias de utilizarmos nosso dinheiro.
- Primeiro: o crente pode usar seu dinheiro para suprir as necessidades de sua família.
Paulo escreveu em 1 Timóteo 5.8:
Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente.
Cuidado. É necessário equilíbrio. Você pode ser tentado aqui a dar ao seu filho coisas que você mesmo nunca pôde ter. Ao fazer isso, acaba lhe ensinando falta de disciplina. Mas usar seu dinheiro para prover as necessidades de sua família é algo piedoso e sábio. Se não fizer isso, é pior do que um descrente. Mas perceba bem: trata-se das necessidades, não dos caprichos de sua família ou seus próprios.
- Segundo: o crente pode usar seu dinheiro para quitar suas dívidas rapidamente.
É honroso a Deus quitar suas dívidas na hora certa. Agora, as pessoas têm muitas definições diferentes para “dívida.” Minha definição de “dívida” é algo que você compra, mas não tem como pagar.
Infelizmente, enquanto estudava para esta mensagem, descobri que pastores estão entre as pessoas de mais alto risco nessa área. Isso é triste. O crente deve honrar seus compromissos e pagar suas dívidas.
- Terceiro: o crente pode usar seu dinheiro para apoiar o ministério da igreja do Novo Testamento.
Essa contribuição deve refletir seu nível de gratidão pela graça de Deus. Não há uma porcentagem fixa; deixe o Espírito Santo trabalhar em seu coração. Isso também não é um substituto para envolvimento pessoal na igreja.
Examine, também, sua motivação ao contribuir; certifique-se de que não é uma tentativa sutil de subornar Deus para conseguir bênçãos em troca. Também se certifique de que a contribuição não é motivada por orgulho pessoal ou desejo de reconhecimento.
- Quarto: o crente pode usar seu dinheiro para apoiar outros ministérios de fé semelhante.
Em 1 Coríntios 16.1, 3, Paulo escreve que os coríntios estavam coletando ofertas para ajudar os crentes de outra igreja—de Jerusalém.
- Quinto: o crente pode usar seu dinheiro para ajudar aqueles em necessidade.
Lemos em Efésios 4.28:
Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado.
Ajudar o necessitado pode incluir necessidades diárias como comprar comida, gasolina, pagar uma conta de consulta médica, etc. E também pode envolver aconselhar, orar, investir tempo. Precisamos estar preparados para suprir essas necessidades.
Para finalizar, quero destacar dois princípios eternos relacionados à contribuição baseada na graça.
- Primeiro: o princípio da prioridade—Deus tem prioridade em sua vida?
- Segundo: o princípio da submissão—você já entregou primeiro seu coração em submissão total ao Senhor? 2 Coríntios 8.5 diz que os coríntios também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor.
No ano 248 d.C., Cipriano escreveu sobre os crentes:
Suas posses os mantém acorrentados com correntes que agrilhoam sua coragem, obstruem seu discernimento e sufocam suas almas. Eles pensam em si mesmos como possuidores, mas eles é que são possuídos, escravizados às suas propriedades; não são mestres, mas escravos de seu próprio dinheiro.
Será que isso descreve sua vida? Para que essa não seja sua situação, sua contribuição na era da graça deve ter Deus como prioridade e em total submissão a ele.
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