De Pastos Verdes a Tijolos

De Pastos Verdes a Tijolos

Ref: Exodus 1:1–22

De Pastos Verdes a Tijolos

Êxodo 1.1–22

Introdução

Se fôssemos fazer uma lista neste exato momento de livros da Bíblia que você andou lendo ultimamente, estudando ou meditando em seu devocional, tenho a leve impressão de que o livro de Êxodo não estaria nessa lista. A maioria dos crentes pensa que esse livro do Antigo Testamento, escrito cerca de 35 séculos atrás, não se aplica a nós hoje. Entretanto, creio que, ao estudarmos esse livro como sequência do livro de Gênesis, você perceberá que Êxodo é um material vivo, renovador e bastante apropriado aos nossos dias, como se tivesse sido escrito na semana passada.

Espero que você aprenda a gostar da Bíblia como um todo, inclusive livros sobre os quais temos pouco conhecimento. A verdade é que, a não ser se for para aprender um pouco mais sobre a vida de Moisés ou ler os Dez Mandamentos, raramente abrimos a Bíblia nesse livro. Espero que você aprenda a apreciá-lo como eu mesmo aprendi.

Êxodo: Mudanças entre os Israelitas

O livro de Êxodo é, na realidade, uma sequência do livro de Gênesis. Todavia, entre o último verso de Gênesis no capítulo 50 e o primeiro em Êxodo 1, passam-se cerca de 300 anos com muitos acontecimentos, e várias coisas mudam para os descendentes de Jacó ou Israel—os israelitas.

  • Uma coisa que mudou é que a aliança tem se tornado algo mais concreto aos hebreus.

Veja Êxodo 1.6–7:

Morreu, pois, José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração. Depois os filhos de Israel frutificaram e aumentaram muito, multiplicaram-se e tornaram-se sobremaneira fortes, de modo que a terra se encheu deles.

Já estudamos anteriormente que a Aliança Abraâmica era composta de três partes. Deus prometeu a Abraão, e a todos os israelitas, três coisas por havê-los escolhido para ser seu povo:

  • Semente; ou seja, eles se multiplicariam e se espalhariam pela terra;
  • Bênção; isto é, eles multiplicariam seus recursos financeiros, rebanhos e todos bens materiais que recebessem;
  • Terra; ou seja, a promessa de que ocupariam um território geográfico. Essa promessa ainda não se cumpriu.

Agora, os israelitas se encontram no Egito, como têm estado desde a descida de José e da tribo de Jacó com setenta pessoas para morar na região de Gósen. Talvez você se recorda que o povo desceu ao Egito para escapar da fome que assolava a terra. Então, por 300 anos, os hebreus têm vivido em terra estranha. Durante esse tempo, eles têm prosperado e sua semente se multiplicado, mas eles ainda não ocupam a terra de Canaã; ainda não possuíram a terra prometida. Êxodo é o livro do Antigo Testamento que relata a maneira como Deus conduz os israelitas à terra da promessa.

A palavra “êxodo” veio da tradução grega do Antigo Testamento. Esse é um termo grego que significa “saída, partida.” Esse livro conta como os israelitas saíram do Egito e entraram na terra prometida.

O livro de Êxodo também fala sobre a redenção vinda de Deus, pois os israelitas são subjugados a escravidão no Egito e Deus prepara um resgatador, Moisés, para libertá-los daquela servidão. Dessa maneira, vemos a ilustração de que em nossas vidas, nós, estando em escravidão ao pecado, também recebemos um Libertador, Jesus Cristo, e entramos na posição prometida de estar em Cristo.

  • A segunda mudança que ocorreu nesses 300 anos desde a morte de José aparece no verso 8:

Entrementes se levantou sobre o Egito um novo rei, que não conhecera a José.   

Não sabemos exatamente quem é esse Faraó, mas ele é um rei de uma nova dinastia egípcia. O que sabemos ao certo é que ele não conhecia José, ou seja, ele não teve qualquer interação ou associação com José. Para esse novo regente, José não passava de uma coletânea de histórias—histórias tão exageradas e injuriosas que, com certeza, não passam de ficção. Ele não conhecia ninguém que estivera associado com esse tal de José; não há nenhum Faraó vivo que pode contar de primeira mão as histórias desse homem incrível. Então, o novo Faraó não sente ter obrigação alguma com José ou com essa tribo que de 70 pessoas passou a quase 3 milhões.

Pelo fato de esse Faraó não conhecer José, algumas coisas acontecem. Veja os versos 9–10:

Disse ele ao seu povo: Eis que o povo de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós e se retire da terra.

Durante o reinado de José como primeiro ministro, vários elementos foram introduzidos na nação: a carruagem, a lança e outras armas de guerra; até então, o Egito não havia tido interesse algum em se envolver em guerras. Mas, agora, essas armas foram introduzidas e há uma guerra iminente no oriente que ameaça o Egito.

Os egípcios temiam que esse grupo de 3 milhões de pessoas se aliaria aos inimigos do Egito e derrotaria os egípcios. Então, Faraó diz: “Precisamos fazer alguma coisa. Temos que ser mais espertos do que eles.”

Então, o Faraó inaugura um plano composto de três partes; um plano de extermínio para acabar com essa raça de hebreus.

  • A primeira parte do plano de Faraó foi tentar desencorajar os israelitas.

Veja o verso 11:

Portanto puseram sobre eles feitores, para os afligirem com suas cargas. Assim os israelitas edificaram para Faraó cidades armazéns, Pitom e Ramessés.

Arqueólogos já escavaram as cidades de Pitom e Ramessés, cidades armazéns onde a riquíssima nação do Egito guardava seus tesouros trazidos pelas embarcações. Antes de vender esses tesouros, eles precisaram ser armazenados em algum lugar; por isso, surgiu o plano de construir essas cidades. Sabemos que essas cidades foram construídas pelos hebreus com base não somente nas Escrituras, mas também nas pinturas que foram descobertas.

Os arqueólogos têm sido fundamentais em nos apresentar a todo esse legado de construção. Anos atrás, eles descobriram um obelisco que continha imagens mostrando dois homens com chicotes nas mãos e, diante deles, pessoas prostradas ao chão, fabricando tijolos. No obelisco, existe uma inscrição em egípcio que traduzida diz: “Trabalhem sem desmaiar.” Esse obelisco data, possivelmente, da época em que os israelitas construíram as cidades de Pitom e Ramsés.

Entretanto, perceba no verso 12 que o plano de Faraó não dá certo. Os egípcios tinham a esperança de que desencorajariam os israelitas, levando-os a pensar que seria melhor morrer do que propagar sua linhagem:

Mas quanto mais os egípcios afligiam o povo de Israel, tanto mais este se multiplicava e se espalhava; de maneira que os egípcios se enfadavam por causa dos filhos de Israel.

Ou seja, quanto mais os egípcios afligiam os hebreus—quanto mais batiam neles, quanto mais os forçavam ao trabalho pesado nos campos, roubando-lhes de seus familiares e amigos—quanto mais tentavam, mais essa tribo se multiplicava.

Lemos no final desse verso que os egípcios se enfadavam por causa dos filhos de Israel. O verbo traduzido como se enfadavam significa que eles estavam ficando enojados, enjoados por causa dos israelitas. Os egípcios olhavam para esses imigrantes hebreus se multiplicando na terra e tomavam nojo deles. E o nojo era misturado com o medo de os hebreus se rebelarem e derrotarem os egípcios.

Mal sabem os egípcios que os hebreus não são um povo de guerreiros; pelo menos, não ainda. Esses hebreus não têm desejo nenhum de conquistar o Egito; a única coisa que desejam é conviver bem com os egípcios e fazer o que seus líderes, debaixo da aliança de Deus, instruírem.

Então, o plano A foi o de desencorajar os israelitas para que parassem de se multiplicar e desistissem da vida.

  • O primeiro plano não funcionou; então, Faraó inaugura o plano B: ele manda as parteiras hebreias matarem os recém-nascidos.

Veja o verso 15:

Falou o rei do Egito às parteiras das hebréias, das quais uma se chamava Sifrá e a outra Puá

Os nomes das duas mulheres, Sifrá e Puá, significam, respectivamente, “beleza” e “esplendor.” Creio ser irônico o fato de Deus ter escolhido mulheres com esses nomes. Elas são, aparentemente, as líderes das parteiras.

Sabemos que os israelitas se multiplicam a ritmo acelerado; então, deve haver, quem sabe, 30, 40 ou até mais parteiras ocupadas no serviço. Naquela época, essa responsabilidade era assumida por mulheres solteiras.

Sifrá e Puá provavelmente representam o grupo das parteiras e essa ocupação. Faraó convoca essas duas mulheres e, na esperança de intimidá-las, as impressiona com a glória do Egito. O verso 16 nos informa a ordem que elas recebem do rei:

dizendo: Quando ajudardes no parto as hebréias, e as virdes sobre os assentos, se for filho, matá-lo-eis; mas se for filha, viverá.

A ordem é simples: “Se for menino, mate.” A única que precisariam fazer era pressionar mais forte a garganta do bebê por um minuto e ele seria sufocado. As parteiras poderiam dizer às mães que o filho tinha nascido morto. O plano parecia ser bom. Faraó continuaria com sua vida e ninguém saberia. Contudo, se fizessem isso, as parteiras estariam violando seu caráter. Faraó estava em busca de traidoras.

Mas veja o verso 17 e sublinhe o que ele diz a respeito dessas parteiras; isso é repetido no verso 21:

As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes ordenara, antes conservavam os meninos com vida.

Essa é uma construção interessante—ela fala não somente que as parteiras deixariam os meninos viver, mas o verbo é usado de forma mais enfática para mostrar que elas dobraram os esforços para que vivessem. “É um menino! Vamos fazer de tudo para que viva.”

Em algum momento, chegou aos ouvidos do Faraó a notícia de que o índice de natalidade dos hebreus crescia ao invés de diminuir. O plano não estava dando certo porque essas parteiras tinham convicção e estavam dispostas a dizer “não” a uma autoridade perversa. Essa é uma palavra que tem sumido de nosso vocabulário.

Agora, quando chegamos a uma passagem como esta, algumas pessoas ficam incomodadas; essa é uma daquelas passagens bíblicas difíceis de interpretar e mais difíceis ainda de aplicar. Mas se a observamos como devemos, isto é, de forma literal e aplicar literalmente, podemos chegar a uma aplicação maravilhosa.”

Essas mulheres disseram “não” a uma autoridade porque criam numa autoridade superior: Deus. A autoridade local lhes disse que deveriam desobedecer à lei e ordem morais de Deus. A lei e os mandamentos de Deus ainda não haviam sido escritos, a propósito. Contudo, elas, conhecendo Deus e tendo sido criadas conforme sua imagem, sabiam perfeitamente que a vida tem valor e que não devem tirar a vida. Então, arriscando suas próprias vidas, elas dizem “não.”

Um personagem da história que me vem à mente é William Tyndale, e o motivo por que a Bíblia foi traduzida para o inglês foi que ele disse “não.” Tyndale disse: “Quero colocar a Bíblia no idioma do garoto do campo, da pessoa comum. Ela não precisa estar acorrentada aos púlpitos, escrita em latim. Vamos colocar as Escrituras no meio do povo.” Tyndale disse “não” e perdeu sua vida.

Semelhantemente, sentamos em nossas igrejas hoje porque um monge chamado Martinho Lutero decidiu dizer “não” às corrupções do sistema religioso de sua época, “não” aos decretos papais. Lutero disse: “A salvação é pela graça através da fé somente.” Por causa da Reforma Protestante, cultuamos da forma como cultuamos hoje.

Talvez você tenha uma autoridade superior sobre você, um patrão que diz: “Mude os números naquele relatório financeiro. Vamos mostrar aumento ao invés de diminuição.” O que você diz?

Ou quando um amigo oferece alguma substância e diz: “Olha, todo mundo está fazendo isso. Toma!” O que você diz?

O nosso governo legaliza coisas que violam a autoridade e o caráter de Deus, como o aborto, por exemplo. Será que dizemos “não”? Ele legaliza prostituição e homossexualismo. Será que temos a coragem e o caráter de dizer “não”?

O mundo nos diz que o aborto é uma opção viável e válida. Espero, porém, que você aprenda com essas parteiras hebreias que existe valor na vida e que desobedecer a Deus significa desobedecer a maior autoridade que existe.

Então, como no caso do primeiro, o segundo plano também não funciona. O Faraó pensou que estava contratando duas parteiras, mas acabou estimulando duas evangelistas que fariam de tudo para salvar as vidas dos meninos hebreus.

  • Por isso, Faraó inaugura o terceiro e mais terrível plano de todos: ele manda lançar ao rio Nilo todos os meninos hebreus recém-nascidos.

Veja o verso 22:

Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida.

Agora, precisamos entender algo que está por trás dessas palavras dentro do contexto do Egito. O deus mais elevado no panteão egípcio era o deus Nilo. Faraó sabia que, se sugerisse essa perversidade de forma tão óbvia, acabaria com uma amotinação em suas mãos. Então, muito provavelmente, embutida de forma sutil nessas palavras está uma sugestão de caráter religioso, como se ele dissesse: “Vamos ver se o deus Nilo permitirá que essas crianças vivam.”

Havia vários templos no Egito, conforme registros apontam. Um dos templos que mais me causa arrepio era o templo dos ladrões, edificado às margens do rio Nilo. Nessa época, o rio era infestado de servos do deus Nilo: crocodilos. Esse templo era dedicado ao sacrifício de crianças e uma escadaria conectava o templo às águas do Nilo. Nesse templo, os sacerdotes praticavam o sacrifício de crianças, as quais os sacerdotes lançavam às águas como sacrifícios ao deus Nilo.

Portanto, Faraó diz: “Temos esses imigrantes na terra e eles não adoram os nossos deuses; eles não adoram o deus Nilo. Então, vamos lhe oferecer uma oferta para apaziguá-lo e ver se seus servos deixarão essas crianças viver.” Duvido que havia um alto índice de rejeição por parte dos tais servos.

Perceba que isso acontecerá e durará 8 anos, introduzindo um momento terrível na história de Israel. Imagino que os pais hebreus constroem porões e sótãos para esconder seus filhos recém-nascidos, para que os egípcios não descubram que em sua família nasceu um menino. Se descobrissem, a criança seria tomada, levada ao Nilo e oferecida como sacrifício religioso ao deus Nilo. Essa calamidade continuou até que Moisés liberta o povo da servidão.

Já mencionei o aborto, mas não terminei ainda com o assunto. Um dos motivos por que o temo é que ele nos conduzirá ao próximo passo lógico, que é o infanticídio, a eutanásia e muitas outras tragédias. Gostaria que você percebesse o que de fato está por trás das ideologias e movimentos que promovem o aborto. Nos Estados Unidos, a mulher que fundou uma organização do governo com o objetivo de promover e executar o aborto, escreveu o seguinte:

O aborto apela aos mais radicais porque é projetado para minar a autoridade da igreja cristã. Contemplo ansiosamente o dia em que a humanidade ficará livre da tirania do Cristianismo.

Esse é apenas um exemplo para mostrar que movimentos em prol do aborto nada têm a ver com liberdade de escolha ou com o direito das mulheres. O aborto tem tudo a ver com rebelião contra o valor da vida que nos foi dada por Deus, um valor adotado pelas parteiras hebreias em Êxodo 1.

Um homem chamado Francis Crick escreveu sobre o próximo passo após o aborto:

Nenhum bebê recém-nascido deve ser declarado como ser humano até que passe em alguns testes concernentes à sua capacidade genética: se ele não passar nos testes, perde o direito de viver. Se um bebê não é declarado vivo após três dias da data de nascimento, então, todos os pais devem ter o mesmo direito. O médico deixaria a criança morrer, caso os pais assim escolhessem, evitando grande miséria e sofrimento. Creio que essa é a única atitude racional e compassiva à disposição.

Você percebeu isso? “Não vamos declarar que os bebês estão vivos até três dias do nascimento.”

Esse movimento não está interessado em compaixão, em ser racional ou em promover liberdade de escolha. Esse movimento busca violar os valores de um Deus que afirma que a vida humana é preciosa, portanto, devemos protege-la; ele tem a ver com violar a autoridade e o caráter do Deus da Bíblia.

Pessoas como esse homem colocam-se na posição de Deus e determinam quem viverá e quem morrerá. A tragédia é que nossa sociedade tem se tornado como o Egito de Êxodo 1. Os egípcios fizeram isso em nome da religião; nós fazemos em nome da liberdade civil. Será que nós, os crentes, estamos prontos a dizer “não” no caso de sermos coagidos a adotar essa prática?

Aplicação

Nesse primeiro capítulo de Êxodo, existem algumas aplicações para o nosso século. Já mencionei algumas, mas deixe-me destacar outras. Os hebreus se encontram numa situação cruel e em tremenda oposição; eles temem pelas vidas de seus filhos. Elaborei alguns pensamentos que creio que servirão de encorajamento.

  • Primeiro: apesar de a aflição parecer injusta, ela, geralmente, é necessária.

Satanás possui seu plano e é o de exterminar a nação escolhida da qual o Cristo virá. É nisso que ele pensa; seu plano é: “Vamos acabar com os judeus; vamos nos livrar desses hebreus, da linhagem da qual virá o Salvador, o Messias.”

Entretanto, enquanto Satanás inaugura seu plano, Deus elabora outro em sua soberania. É precisamente por meio dessa aflição, dessa oposição que os hebreus encaram no Egito, que Deus torna a vida dos hebreus desconfortável. Como resultado, eles se dispõem a arriscar o êxodo.

Até então, as coisas têm sido fáceis para os hebreus. Na verdade, o Egito parece até ser o lar definitivo para eles. Por isso, Deus usa a aflição para que seu povo anele deixar todo o luxo, tudo o que conquistaram em Gósen em troca de uma região pedregosa chamada Canaã. Por que 4 milhões de pessoas desejariam se mudar para lá? Deus usa a aflição para reajustar a perspectiva, redirecionar e relembrar os hebreus de que existe uma terra prometida.

Volte para Gênesis 15; Deus sabia muito bem o que estava fazendo. Na verdade, ele já tinha anunciado a Abraão que isso aconteceria. Veja o verso 13:

Então disse o Senhor a Abrão: Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos; 

Perceba que os israelitas permaneceram no Egito por 400 anos; Deus sabia perfeitamente quanto tempo ficariam por lá. E ele adicionou no verso 14:

sabe também que eu julgarei a nação a qual ela tem de servir; e depois sairá com muitos bens.   

Deus sabia quanto tempo duraria. Isso pode até ter parecido injusto aos olhos dos hebreus e eles provavelmente se perguntaram o que Deus desejava realizar quando anunciou a Abraão que a nação se multiplicaria, mas agora o povo está sendo massacrado e seus filhos lançados ao Nilo. Contudo, Deus sabia que a provação não seria permanente.

  • O segundo pensamento é o seguinte: apesar de Deus parecer ausente, ele sempre está trabalhando.

Veja Êxodo 3.7. Deus aparece a um homem chamado Moisés e diz:

Então disse o Senhor: Com efeito tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus sofrimentos;   

Gosto muito disso. Em outras palavras, “Eles pensam que fui embora, que estou ausente, que não vejo nada. Contudo, vejo tudo, observo tudo, sei de tudo o que tem acontecido.”

A verdade é que as aflições podem surgir em nosso meio, apesar de talvez não tão dramáticas como essa. Mas talvez você esteja enfrentando a possibilidade de perder sua posição se não concordar com uma ética antibíblica. Você pode perder seu emprego, sua reputação e seus amigos se disser “não.” Quem sabe, você esteja sendo ameaçado agora mesmo pelo pensamento de que Deus está ausente; e isso se tornará o fracasso em seu relacionamento espiritual.

Meu querido, Deus está trabalhando. Com os israelitas, por mais terrível que a situação fosse, Deus havia amassado aquela massa com suas mãos soberanas; ele sabia quanto tempo duraria—não um dia além dos 400 anos. Deus estava preparando seu povo para regressar à terra da promessa.

Num belo dia, um garotinho estava com seu pai no supermercado, e ele carregava o cesto de compras de uma gôndola a outra. Seu pai pegava um produto da prateleira e colocava na cesta. Logo, a cesta do garoto estava abarrotada de coisas e aparentemente pesada. Outra cliente viu aquilo e se simpatizou com o menino. A senhora lhe disse: “Sua cesta está pesada demais, não acha?” O menino encheu o peito e respondeu: “Ah, não se preocupe, meu pai sabe muito bem o quanto consigo carregar.”

Meu querido, o seu Pai celestial também sabe, ele também sabe!

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