
Dando Adeus à Segurança
Dando Adeus à Segurança
Gênesis 12.1–3
Introdução
Chegamos, hoje, ao capítulo 12 em nossa série de estudos no livro de Gênesis. É aqui que encontramos um dos personagens mais importantes da Bíblia: Abraão. Contudo, não quero fazer desse homem uma estrela, um herói. Conforme alguém escreveu: “A igreja já tem estrelas demais e servos de menos. Existem pessoas demais com medalha no peito e pessoas de menos com cicatrizes da batalha.” Então, não busco engrandecer Abraão. Na verdade, após alguns estudos, tenho certeza que ele ficaria desconfortável com a ideia de estar sob os holofotes num pedestal.
Além disso, não estudaremos Abraão a fim de imitá-lo. Quando se imita homens, existe a tendência de se imitar suas fraquezas também. Não buscamos Abraão, mas o Deus de Abraão. E também não estudaremos sua vida em busca de mera informação.
O Contexto de Abrão
Com isso em mente, deixe-me apresentar o contexto de Abraão ou Abrão, a essa altura. Ele mora na região do Golfo Pérsico, numa terra chamada Ur. Essa cidade é, possivelmente, um dos locais mais desenvolvidos no mundo antigo. Seus navios mercantes navegavam pelo Oceano Índico, vendendo e comprando suas mercadorias em lugares distantes. Foi em Ur também onde foi desenvolvido um sistema jurídico complexo. O povo da cidade trabalhava com pedras preciosas e metalurgia, agricultura e tecelagem. Abrão é chamado para deixar uma cidade não muito simples. Assim era Ur 4 mil anos atrás.
Arqueólogos descobriram que o povo de Ur também era bastante proficiente em matemática; na verdade, descobriu-se fórmulas matemáticas usadas por aquele povo que de uma forma ou outra ainda confundem matemáticos hoje. O povo também era conhecedor da astronomia. Como vemos, Ur era o centro das civilizações antigas.
Agora, na terra de Ur morava uma família semita, apesar de a região inteira ser dominada pelos Camitas, ou descendentes de Cam, os quais eram idólatras e imorais. No meio desse país, contudo, havia uma família semita na qual crescia um garotinho. Esse menino cresceria e, um dia, mudaria o curso da história humana.
Conhecemos esse menino pelo nome de Abrão, que significa “pai de muitos.” Seu nome foi posteriormente mudado para Abraão, que significa “pai de muitos povos.” Nesse contexto de Ur, entretanto, o conhecemos por Abrão.
A coisa mais trágica no lar de Abrão é que a idolatria de Ur colocou suas garras nas portas de sua casa, dominando seu pai Tera. De fato, em Josué 24.2, Josué alerta o povo antes de entrar na Terra Prometida, dizendo: “Não se esqueçam da idolatria do pai de Abraão, Tera.” O pai de Abrão passaria a ser usado como exemplo negativo, um alerta. Nossa tendência é pensar que Abrão foi criado por pais espirituais, gigantes na fé, mas esse não foi o caso. Sabemos que o pai de Abrão foi um idólatra e pode ter participado da imoralidade que acompanhava toda a idolatria.
Antes de passarmos adiante, seria bom fazer a seguinte aplicação aqui: o chamado de Deus pode vir a despeito das raízes espirituais ou passado do indivíduo. Com muita frequência, temos a ideia de que, se Deus for usar alguém, essa pessoa será criada num lar perfeito, com pai e mãe exemplos de vida piedosa. Pensamos que é esse tipo de criança que crescerá para ser um instrumento poderoso nas mãos de Deus; esse tipo de indivíduo será um dia chamado de “amigo de Deus.’
Meu amigo, sua utilidade no reino de Deus virá a despeito de sua família. Não quero minimizar sua criação nos caminhos do Senhor, já que Deus pode usar isso também, mas talvez eu esteja falando com alguém que não cresceu com isso. Você assim como Abrão, não teve um exemplo de fé em casa. Abrão se tornaria o pai dos que têm fé, mas ele nunca teve um exemplo do que era fé; esse era o contexto dentro de seu lar. Portanto, encoraje-se no fato de que sua família não o desqualificará para servir a Deus. Por outro lado, ela também não o qualificará para servi-lo.
As Três Ordens de Deus a Abrão
Tendo dito isso, abra sua Bíblia em Gênesis 12. Veremos três ordens que Deus deu a Abrão.
- A primeira ordem foi basicamente: “Deixe sua sociedade.”
Veja Gênesis 12.1: Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra. O país de Abrão era idólatra, conforme já mencionei, liderado pelos descendentes de Cam. Existe um alerta embutido nessa ordem, talvez até para o crente do Novo Testamento. Em Provérbios, Salomão faz o mesmo alerta para que sejamos cautelosos com nossas fronteiras sociais; pode ser que tenhamos que deixar determinada sociedade. Creio que o crente do Novo Testamento é desafiado com o seguinte: apesar de estarmos na sociedade, não fazemos parte dela. Deixe-me repetir o que já disse antes: quanto mais parecido com sua sociedade você se torna, menos impacto terá para a causa de Cristo.
Não sabemos, mas imoralidade e idolatria tinham entrado no lar de Abrão e, talvez, até batendo no coração de Abrão. Deus diz: “Para eu usá-lo, você terá que sair.” Agora, Cristo é o maior de todos os exemplos. Ele foi amigo de pecadores, mas seu propósito ao se tornar seus amigos foi trazê-los para si mesmo.
Deixe-me alertá-lo, especialmente você que é jovem, quanto a amizades ímpias. Salmão escreveu em Provérbios 27.17:
Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo.
Por esse motivo, ele mandou seu filho se afastar do mal, ao escrever em Provérbio 4.27: tira o teu pé do mal.
Semelhantemente, o pai de Salomão, o rei Davi, escreveu no Salmo 1.1: Bem-aventurado o homem que... não se detém no caminho dos pecadores. Estamos aqui para ganhar o mundo para Cristo, não para ser seu amigo. Vemos essa sugestão na primeira ordem de Deus a Abrão.
- A segunda ordem foi: “Deixe sua estabilidade.
Continue lendo Gênesis 12.1: Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela. Deus mandou Abrão não somente deixar sua sociedade, mas também deixar sua família. Parentela, todavia, envolve o círculo de amigos. A forma hebraica se refere a tribo, clã. Em outras palavras: “Deixe tudo aquilo que sua vida tem proporcionado; deixe a estabilidade do lar, dos amigos e das pessoas que você conhece; deixe seu estilo de vida para trás. Irei enviá-lo a um lugar totalmente novo e diferente. Deixe o normal para trás.”
Essa ordem foi, provavelmente, uma das coisas mais difíceis para Abrão. Nós também diríamos: “Tenho aqui meus amigos, minha igreja, minha vida, meu normal....” Como somos previsíveis. Isso é visto até nas coisas simples do dia-a-dia: como eu e você vamos da casa ao trabalho sempre pelo mesmo caminho; quando chegamos em casa, sentamos na mesma cadeira, no mesmo lugar à mesa.
Deus manda Abrão deixar sua vida antiga, sua família, sua estabilidade, seu clã ou tribo e ir embora.
- A terceira ordem de Deus a Abrão foi: “Deixe sua segurança.”
Continue em Gênesis 12.1: Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. Deus manda Abrão deixar seu país, seus parentes e, agora, a casa de seu pai.
Entenda bem que, no Oriente Médio, a casa de seu pai fornecia identidade especial; esse era o local de sua herança; ali estava seu direito por nascimento, sua segurança. Naquela cultura, quando você se casava com uma mulher, não deixava a casa de seu pai, mas simplesmente construía uma outra ala à casa de seu pai e morava ali. Quanto mais filhos, mais esposas e mais adições à propriedade. Por fim, a propriedade se estendia por um terreno grande. Era assim que o povo vivia nessa cultura.
A ideia de deixar a casa do seu pai era totalmente estranha. Mas é exatamente isso o que Deus manda Abrão fazer: deixar sua segurança. A inferência, meu amigo, é a de que ele jamais retornará. Deus o manda deixar sua sociedade, sua estabilidade, sua segurança—deixar tudo para trás.”
Meu amigo, uma das coisas difíceis da qual precisamos ser alertados é do perigo de cair no previsível, tanto individualmente como também como igreja. Sabemos exatamente o que acontecerá em nossas vidas organizadas, então, jamais ousamos assumir riscos por Deus, nunca damos um passo de fé—queremos ver tudo à nossa frente. Como resultado, nossa utilidade para o reino é grandemente atrapalhada.
Deixe-me compartilhar as palavras de Bruce Arson, pastor de uma igreja presbiteriana, que atiçou meu pensamento a esse respeito. Suas palavras servem para alertar todos nós:
Tenho observado um número de organizações cristãs passando pela metamorfose, saindo de um organismo pioneiro para uma organização rígida e previsível. O trabalho é iniciado por uma pessoa com um sonho e que arrisca tudo para concretizá-lo. À medida em que o sonho se realiza, outras pessoas se atrelam ao sonhador original. Pouco tempo depois, um movimento começa e se desenvolve numa organização com departamentos, gráficos, orçamento e empregos com exigências detalhadas.
O próximo passo, algo que como igreja devemos evitar, esse pastor chama de “da máquina ao monumento.” Nesse passo, procedimentos são estabelecidos como em concreto, políticas internas são imutáveis, ordens não são questionadas. Ele continua dizendo:
O monumento é uma tumba. No processo, saímos de alto risco a segurança e certeza. Nessa estrutura de máquina ou monumento, ninguém arrisca nada. Na verdade, precisamos de todos os nossos recursos para manter a máquina funcionando.
Esse é um potencial real não somente de igrejas, mas de indivíduos.
Estou convencido de que é possível para uma igreja cantar “Marchai, ó crentes, soldados de Jesus” e não dar sequer um passo. Como um homem escreveu, creio que o motivo é que “ficamos tão ocupados arrumando nossos ninhos que não temos desejo algum de voar.” Temos vidas previsíveis e confortáveis. Quem vai querer avançar à Terra Prometida? Quem quer incertezas e riscos? Quem está disposto a viver pela fé?
Precisamos nos perguntar com maior frequência: “A quem sirvo e amo? A quem tenho falado sobre Jesus? Por quem tenho orado? A quem tenho contribuído? Será que a sola de nossos sapatos espirituais mostram sinais de desgaste, ou será que juntam poeira no canto?” A verdade é que vivemos dentro da tumba da segurança e da certeza.
Em Gênesis 12, vemos Deus mandando Abrão jogar de lado a cobertura da sociedade, da estabilidade, da segurança e se tornar um peregrino, andarilho, pioneiro. Abrão deveria, como Charles Spurgeon colocou, se ver “naufragado na ilha da soberania de Deus.” É aí que devemos viver. Responder ao chamado de Deus significa encontrar segurança em Deus somente. Será que queremos isso de fato?
As Três Bênçãos de Deus a Abrão
Agora, perceba que, após as três ordens existem três bênçãos.
- A primeira bênção é a da proeminência.
Veja Gênesis 12.2:
de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
Note que Deus diz: te engrandecerei o nome. Essa promessa contrasta com Gênesis 11.4, que estudamos antes e que diz:
Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome...
Deus diz, basicamente: “Te darei proeminência, exaltarei o teu nome. De ti sairão muitas nações. Eu farei isso, não tu.” Deus declarou que engrandeceria o nome de Abrão. Essa é a bênção da proeminência.
- A segunda bênção é a da proteção.
Continue em Gênesis 12.3: Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.
Esse verso fornece a verdade fundamental de que aquele que se levantar contra Israel será destruído, quer seja Babilônia, Roma, Alemanha ou Palestina.
- A terceira bênção é a da promessa.
Veja a última parte do verso 3: em ti serão benditas todas as famílias da terra. Isso inclui todas as famílias da terra; não somente os judeus ou semitas, mas todas as famílias.
Essa é a promessa do Redentor. Compare essa passagem com Gálatas 3.8–9:
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.
É difícil ver todas essas verdades em Gênesis 12, mas Paulo esclarece aqui. O Evangelho foi pregado de antemão a Abraão, e o Evangelho foi o de que todas as nações seriam abençoadas em Abraão, de maneira que os da fé seriam abençoados com ele.
Observe Gálatas 3.28–29:
Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.
Se você pertence a Cristo, então, é descendente de Abraão, herdeiro segundo a promessa.
Embutida na promessa a Abraão estava o euaggelion, o Evangelho, o conteúdo evangelístico da Aliança Abraâmica: “Abraão, pela sua obediência, trarei de sua semente Aquele que há de abençoar o mundo inteiro.” Sabemos que é Jesus Cristo.
A Resposta de Abrão Define “Submissão”
Em Gênesis 12.4, encontramos a resposta de Abrão ao chamado de Deus: Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã.
Enquanto estudava essa passagem, várias palavras que caracterizaram a vida de Abrão me vieram à mente; palavras como: obediência, fé, disposição, risco e mudança. Contudo, uma palavra que mais me chamou a atenção foi “submissão.” A partir dessa passagem, podemos extrair dois princípios sobre a submissão, os quais, na verdade, servem como definição de submissão.
- Primeiro: submissão é crer sem compreender.
Deus disse: “Abrão, quero fazer de você o pai de muitas nações.”
Será que Abrão entendeu essa promessa? Não.
“Abrão, vou leva-lo ao sudoeste para uma nova terra.”
Será que Abrão entendeu isso? Não. Mesmo assim, ele se submeteu ao chamado de Deus. Submissão é crer sem compreender.
Arqueólogos descobriram uma carta datada dos tempos de Abraão, escrita por um egípcio exilado ao seu Faraó. Esse homem foi exilado do Egito pelo seu Faraó e mandado para a terra da Palestina. Ele escreveu uma carta petulante ao seu rei, dizendo:
Essa região na qual me exilaste é rica em figos e uvas, e há mais vinho do que água. Mel e azeite são abundantes. Toda espécie de frutos encontra-se nas árvores. Cevada e trigo crescem nos campos, e os mais variados tipos de gado pastam por aqui.
O exilado praticamente ri da cara do Faraó, como que dizendo: “Você me enviou para cá como exilado, mas isso daqui é um oásis!”
Fico imaginando Abrão deixando Ur, uma civilização fantástica e desenvolvida. Por natureza, essa é uma região fértil. Agora, ele caminha em direção ao deserto árabe, provavelmente coçando a cabeça e pensando: “Deus, para onde você está me levando?”
Abrão não sabe que, logo após o deserto, existe uma região fértil como essa. Ele se submeteu sem compreender. A questão era que Deus sabia.
- Segundo: submissão é obedecer sem entender.
Veja Hebreus 11.8:
Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.
Tente viajar com sua família de férias sem um mapa ou GPS. Geralmente, mapeamos toda a nossa trajetória, não é verdade? Por onde iremos, onde passaremos, onde pararemos, onde ficaremos um tempo. Nesse chamado de Deus a Abrão, contudo, não havia nem mapa nem GPS. Deus não forneceu detalhes, dizendo: “Abrão, é isso o que acontecerá nessa cidade. E isso acontecerá nessa outra cidade.” Não. Deus simplesmente disse: “Vai.” Houve, porém, submissão sem entendimento.
Semelhantemente, Deus também não nos deu nenhuma espécie de mapa ou GPS; não sabemos o que nos aguarda depois da próxima esquina. Sua vontade para nós pode envolver a perda de um emprego ou de um querido pela morte ou divórcio. Sua vontade pode significar perda financeira, doença e sofrimento. Ou ela pode significar riqueza, solidão. A chave, contudo, como foi no caso de Abrão, é ter confiança em nossa alma de que viajamos com Deus e sabemos que ele é soberano. Acima de tudo, ao invés de ter respostas, preferimos tê-lo como companheiro de viagem. Então, caminhamos com Deus.
Imagine que maravilha ser considerado, como Abraão foi três vezes na Bíblia, como “amigo de Deus.” Na verdade, Deus até se autodenominará o “Deus de Abraão.” Que honra.
Penso em Jesus Cristo, o qual disse em João 15.13:
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
Como é maravilhoso saber que, quando vamos à cruz, entregamos a Cristo nosso pecado e confiamos nossa vida a ele, ele se torna nosso amigo—e nós nos tornamos amigos de Deus. Crente, quando você vive esse tipo de vida—ou seja, assumindo riscos, se dispondo a mudar, a servir, a amar, a orar, a contribuir—Deus diz: “Você é meu amigo.”
Submissão é obedecer àquilo que você crê que Deus deseja que você faça para avançar a causa dele.
Conclusão
Concluo com a história relatada por Sam Kamaleson, vice-presidente de uma agência missionária, envolvendo uma senhora de setenta anos que morava em Melbourne, Austrália, que veio à fé em Cristo.
Essa senhora tinha pouquíssimo esclarecimento. Daí, um dia ela se aproximou do pastor e disse: “Creio que Deus me chamou para algum tipo de ministério. O que eu devo fazer?”
Ele disse: “Talvez seja melhor você voltar para casa e orar a esse respeito.”
Esse é um conselho clássico—quando você não tem uma resposta, diga algo espiritual.
Ela foi. Ela voltou para casa e começou a orar. Parecia que Deus estava inclinando o coração dela para fazer algo em particular. Ela foi a uma farmácia, comprou uns cartões e escreveu neles: “Você está com saudades de casa? Venha para a minha casa para tomarmos um chá às 4 horas.”
Ela morava em Melbourne, Austrália. Ela pegou uma pilha daqueles cartões e foi pela Universidade de Melbourne colocando-os em quadros de avisos e em todos os lugares onde as pessoas os veriam, refeitórios; ela os colocou em todos os lugares. “Você está com saudade de casa? Venha para a minha casa para tomarmos um chá às 4 horas.”
Então, ela preparou o seu chá às 4 horas. Dias se passaram, ninguém veio, mas ela continuou preparando o chá. Finalmente, no quinquagésimo dia, um aluno da Indonésia apareceu à porta dela com saudades e com tanta vontade de conversar quanto ela tinha vontade de ouvir. Então, ela serviu o chá para esse aluno e o ouviu. Ele voltou para o campus e disse a todos os seus amigos: “Ei, vocês não vão acreditar. Eu conheci uma senhora que é igualzinha à minha avó.”
Logo, muitos alunos começaram a ir para a casa dela. Deus deu àquela senhora um ministério por dez anos.
Quando ela morreu, havia nada menos que setenta pessoas carregando seu caixão—pessoas da Indonésia, Malásia, Índia, alunos internacionais que tinham ido à casa dela e conheceram a Jesus Cristo. Ela serviu chá a eles e compartilhou o evangelho. Essa senhora tinha ouvido e obedeceu ao chamado de Deus.
Você pode dizer: “Rapaz, queria que Deus me desse um chamado e tocasse meu coração.” Eu pergunto: você ora, deseja e pede por isso? Você diz: “Senhor, eu, pela fé, quero fazer a diferença no meu mundo para o teu reino. Mostre-me como”?
Meu querido, você é um amigo de Deus? Ele será seu amigo, se receber o presente da vida eterna em Cristo Jesus. Crente, você é um homem ou mulher de Deus disposto a deixar tudo para trás e ser um companheiro de Deus na jornada adiante?
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 13/11/1988
© Copyright 1988 Stephen Davey
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