Cuidado Olhinho no que Vê...

Cuidado Olhinho no que Vê...

by Stephen Davey Ref: Judges 16

Cuidado Olhinho no que Vê...

Ciclos de Pecado... Histórias da Graça—Parte 7

Juízes 16

Introdução

A história de Sansão e Dalila é a trágica história de amor e ganância desviados. Esse é o tipo número um de história que forma as fofocas do trabalho. Esse é um cenário que termina com traição surpreendente, dor e morte.

A última cena na vida desse juiz rebelde está prestes a ser gravada. Sua liderança se estendeu por um período de 20 anos, mas seus feitos realizaram pouco em relação a unir Israel ou efetuar arrependimento na vida do povo. Talvez isso seja porque sua própria vida era incoerente e imoral.

Continuamos, hoje, nossa jornada pelo livro de Juízes. Estamos no capítulo 16, onde a atividade de Sansão já não é mais novidade.

Erosão Moral em Gaza

Veja Juízes 16.1:

Sansão foi a Gaza, e viu ali uma prostituta, e coabitou com ela.

Uma vez mais, lemos sobre o problema de Sansão, o ponto fraco em sua armadura. O verso diz que Sansão... viu.

Em nosso estudo anterior em Juízes 14, destacamos esse tema em comum:

  • No verso 1: Desceu Sansão a Timna; vendo em Timna uma das filhas dos filisteus.
  • No verso 2: declarou-o a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timna.
  • No verso 3: Disse Sansão a seu pai: Toma-me esta, porque só desta me agrado.
  • E no verso 7: Desceu, e falou àquela mulher, e dela se agradou.

O problema de Sansão não é sua visão, mas seu foco. Seu pecado não é o da observação, mas o da concentração. Sansão parece não conseguir controlar sua lascívia. O registro bíblico revela sua decadência moral, algo que no fim o deixou cego e escravizado.

A verdade é que Sansão já estava cego espiritualmente; e já estava escravizado sensualmente. É mais do que irônico que sua maior fraqueza seja apresentada com as palavras “Sansão viu” e, em seguida, Deus o disciplina ao permitir que seus inimigos furem seus olhos.

Veja o que acontece em Juízes 16.2–3:

Foi dito aos gazitas: Sansão chegou aqui. Cercaram-no, pois, e toda a noite o esperaram, às escondidas, na porta da cidade; e, toda a noite, estiveram em silêncio, pois diziam: Esperaremos até ao raiar do dia; então, daremos cabo dele. Porém Sansão esteve deitado até à meia-noite; então, se levantou, e pegou ambas as folhas da porta da cidade com suas ombreiras, e, juntamente com a tranca, as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima, até ao cimo do monte que olha para Hebrom.

O peso que Sansão carrega é de aproximadamente 2 toneladas! É o peso de um carro.

Os homens de Gaza ficam esperando para atacar, mas Sansão chega aos portões trancados e os arranca do chão. Sem muito esforço aparente, ele pega os portões com suas ombreiras, coloca-os sobre os ombros e sobe morro a cima. É de se esperar que ninguém o atacaria! Os habitantes de Gaza acabam ficando com um buraco no muro da cidade e com um buraco no orçamento também.

O que está acontecendo aqui? Vou dizer: Sansão se tornou invencível! A tragédia nisso, porém, é que a manifestação de sua força extraordinária vem após a manifestação de seu pecado. Ele acabou de se deitar com uma prostituta e, depois, arranca os portões da cidade. E o que isso significa na cabeça de Sansão? Ele pensa que se tornou invencível. Mais perigoso do que isso ainda, ele passa a agir como se não tivesse que prestar contas a Deus ou a outras pessoas.

Tenho certeza que alguns indivíduos deram uma tapinha em suas costas e disseram: “Uau, Sansão! Ouvi falar do que você fez com os portões de Gaza. Você é forte demais! Tem como você autografar minha Bíblia?” Imagino que ninguém fez menção da prostituta de Gaza. Por que? Parecia que Deus o abençoava a despeito do seu pecado, não é?

Destruição Moral em Soreque

Sansão nunca esteve numa posição mais perigosa antes. Ele é alvo fácil para uma bela mulher chamada Dalila. Ela brincará com ele como se fosse massinha de modelar.

Observe o próximo evento em Juízes 16.4–5:

Depois disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava Dalila. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ela e lhe disseram: Persuade-o e vê em que consiste a sua grande força e com que poderíamos dominá-lo e amarrá-lo, para assim o subjugarmos; e te daremos cada um mil e cem siclos de prata.

Cada um dos homens promete dar a Dalila 1100 siclos de prata se ela conseguir arrancar dele o segredo de sua força. Você lembra quantas moedas de prata Judas recebeu para trair o Senhor Jesus? Trinta! Dalila ganhará 5 mil e viverá em conforto e luxo pelo resto da vida.

Deixe-me pausar aqui para fazer duas observações sobre colapso moral.

  • Primeiro: fracasso moral sempre envolve passos pequenos.

Em outras palavras, o colapso moral não acontece num instante apenas. Jamais caímos de um despenhadeiro moral; descemos num tobogã, até que finalmente atingimos uma velocidade alta demais que não podemos pular fora. O desastre é inevitável.

Sansão não acabou preso numa cela dos filisteus da noite para o dia. Esse foi um processo longo de pequenos passos que começaram em Juízes 14. Daí em diante, o processo continuou morro a baixo.

Pessoalmente, creio que as três mulheres mencionadas na vida de Sansão não foram as únicas mulheres que possuiu em toda sua vida. A maneira como a Bíblia registra sua visita a Gaza parece indicar que se envolver com prostitutas era seu costume. Ele fez algo que sempre fazia.

  • A segunda observação é: fracasso moral geralmente envolve necessidades relevantes.

É importante notar que o nome “Dalila” é um nome semítico ou hebreu, não filisteu. Ela é a primeira e a única mulher hebreia com a qual Sansão se envolveu, conforme registrado na Bíblia. Ela é a única mulher que a Escritura diz que ele amou. Quem sabe, talvez ela tenha sido sua primeira tentativa de um relacionamento amoroso duradouro com o tipo apropriado de mulher.

Entenda também que, a essa altura, Sansão já é de meia-idade. Então, tire de sua cabeça a imagem de um rapagão novo de vinte e cinco anos de idade. Ele deve ter uns 50 aqui. Já está cansado da vida e desgastado. Ele já julgou Israel por 20 anos, comprometeu seu caráter e sacrificou sua pureza aberta e vergonhosamente. Um estilo de vida imoral diluiu seu discernimento.

Dalila representa, talvez, sua tentativa final de sossegar na vida. Fica óbvio pelas Escrituras que eles moraram juntos. A essa altura na vida, Sansão precisa dela; doutra sorte, teria fugido. Ele deveria ter fugido, mas escolheu ficar.

Vários anos atrás, uma moça que estava noiva veio ao meu escritório na igreja. Ela era crente, mas tinha se apaixonado por um homem que não queria saber do Senhor. Sua visita foi para tentar conseguir minha aprovação como seu pastor e aconselhamento pré-nupcial. Num curto espaço de tempo, a Bíblia a confrontou com a reprovação de Deus daquele relacionamento. Eu lhe disse que o que ela realmente precisava não era de aconselhamento, mas de coragem para tomar uma decisão: ou seguir a Jesus Cristo ou se casar com aquele homem. Ela levou as mãos à cabeça e chorou. Daí, depois de se recompor, respondeu: “Escolho me casar com ele.”

Vamos analisar a escolha que Sansão faz. Veja Juízes 16.6:

Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força e com que poderias ser amarrado para te poderem subjugar.

Perceba a tática fria e óbvia que ela utiliza com Sansão. Uma mulher que realmente ama busca saber como proteger seu amado, mas veja o que Dalila quer saber: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força e com que poderias ser amarrado para te poderem subjugar.

Sansão é tão tolo que não consegue enxergar as reais intenções de Dalila. Ela não ganhará o Oscar de melhor atriz porque sua atuação é terrível. A questão é que Sansão está cegado por sua lascívia.

O que acontece em seguida é um rápido jogo de gato e rato. Dalila é o gato e o valentão é o rato. O problema nessa história é que o rato é bobo o suficiente para pensar que pode brincar com o gato. Dalila diz: “Vamos brincar do jogo ‘Os Filisteus Estão Vindo’.” A primeira jogada de Sansão aparece nos versos 7–8:

Respondeu-lhe Sansão: Se me amarrarem com sete tendões frescos, ainda não secos, então, me enfraquecerei, e serei como qualquer outro homem. Os príncipes dos filisteus trouxeram a Dalila sete tendões frescos, que ainda não estavam secos; e com os tendões ela o amarrou.

Esses príncipes são os cinco reis das cinco principais cidades da Filístia. São eles que estão patrocinando esse jogo. Mais provavelmente, Sansão está dormindo. Veja o verso 9:

Tinha ela no seu quarto interior homens escondidos. Então, ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Quebrou ele os tendões como se quebra o fio da estopa chamuscada; assim, não se soube em que lhe consistia a força.

Deixe-me chamar sua atenção para um erro comum na versão típica dessa história. Eu mesmo sempre achei que os filisteus entraram correndo para pegar Sansão, mas o texto em lugar algum diz que eles apareceram de seus esconderijos. Eles simplesmente estavam de prontidão, caso Sansão de fato perdesse sua força, o que ficaria evidente quando não conseguisse se livrar de suas algemas.

Em outras palavras, Sansão não sabe que existem alguns filisteus escondidos no armário—ele pensa que tudo não passa de uma simples brincadeira. O rato ri e o gato faz careta.

A segunda jogada—que é prender com cordas novas—aparece em Juízes 16.10–11:

Disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim e me disseste mentiras; ora, declara-me, agora, com que poderias ser amarrado. Ele lhe disse: Se me amarrarem bem com cordas novas, com que se não tenha feito obra nenhuma, então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. 

O resultado, porém, é o mesmo. Veja o verso 12:

Dalila tomou cordas novas, e o amarrou, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tinha ela no seu quarto interior homens escondidos. Ele as rebentou de seus braços como um fio.

A terceira jogada—que é fazer tranças no cabelo de Sansão e amarrá-las na máquina de costura de Dalila—vem no verso 13:

Disse Dalila a Sansão: Até agora, tens zombado de mim e me tens dito mentiras; declara-me, pois, agora: com que poderias ser amarrado? Ele lhe respondeu: Se teceres as sete tranças da minha cabeça com a urdidura da teia e se as firmares com pino de tear, então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem.

Novamente, o resultado é o mesmo. A única diferença é que, dessa vez, Sansão quebra a máquina de costura de Dalila. Veja o verso 14:

Enquanto ele dormia, tomou ela as sete tranças e as teceu com a urdidura da teia. E as fixou com um pino de tear e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Então, despertou do seu sono e arrancou o pino e a urdidura da teia.

O que me incomoda aqui nessa jogada é que Sansão chega mais perto do que antes de revelar a verdade. Pela primeira vez, ele menciona seu cabelo. Sansão brinca de roleta-russa e as chances de um desastre apenas aumentam.

Erwin Lutzer, pastor da famosa Igreja Moody em Chicago, Estados Unidos, escreveu uma história que li recentemente. Muitos anos atrás, quando Oliver Cromwell foi o Lord Protetor da Inglaterra, havia um homem que fazia espetáculos em circos, famoso por ser um corajoso domador de animais. Seu espetáculo mais conhecido e mais assustador era o da serpente. Esse domador tinha trabalhado com essa serpente em particular há mais de 14 anos, quando ela tinha menos de 20 cm de comprimento e ele podia tê-la esmagado com apenas dois dedos.

Numa noite, apesar de ele não saber, ele apresentaria seu último espetáculo da serpente. O circo estava cheio e o público alvoroçado. O domador deu o sinal com seu chicote e a enorme jiboia saiu rastejando sobre uma grama falsa em torno da jaula aberta. Ela se rastejou lentamente até o pé do domador e começou a se enrolador em torno de seu corpo, até que ficou encoberto quase por completo. O público ficou absorto; pessoas assoviavam e aplaudiam. Vários minutos se passaram e a plateia parou de aplaudir. Algo estava errado.

O circo ficou em silêncio profundo e em terror, enquanto todas as pessoas observavam, quase sem respirar. De repente, ouviram o barulho de ossos quebrando. Para o horror de todos os presentes, a cobra apertou seu corpo ao redor do corpo de seu domador. Antes que alguém conseguisse ajuda-lo a escapar, essa enorme jiboia, que antes fora uma cobra de menos de 20 cm, esmagou e matou seu treinador.

Nesse ponto em sua vida, Sansão é um homem que pensa que a serpente está treinada. Por mais de 20 anos, ele permitiu que ela se rastejasse sobre seu corpo. Ele está quase totalmente encoberto por ela, mas ainda pensa estar brincando.

A próxima jogada é registrada em Juízes 16.15–17:

Então, ela lhe disse: Como dizes que me amas, se não está comigo o teu coração? Já três vezes zombaste de mim e ainda não me declaraste em que consiste a tua grande força. Importunando-o ela todos os dias com as suas palavras e molestando-o, apoderou-se da alma dele uma impaciência de matar. Descobriu-lhe todo o coração e lhe disse: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de minha mãe; se vier a ser rapado, ir-se-á de mim a minha força, e me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. 

Você percebeu os detalhes na resposta de Sansão? Ele chegou à falsa conclusão de que sua força está em seu cabelo comprido; ele se esqueceu completamente do papel do Espírito de Deus em sua vida como juiz. Ele se tornou tão supersticioso quanto os filisteus que levavam amuletos para as batalhas, pensando que tinham poder para subjugar os inimigos. O amuleto de Sansão era seu cabelo.

Veja, agora, os versos 18–20:

Vendo, pois, Dalila que já ele lhe descobrira todo o coração, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi mais esta vez, porque, agora, me descobriu ele todo o coração. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela e trouxeram com eles o dinheiro. Então, Dalila fez dormir Sansão nos joelhos dela e, tendo chamado um homem, mandou rapar-lhe as sete tranças da cabeça; passou ela a subjugá-lo; e retirou-se dele a sua força. E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei...

E a frase mais trágica em toda essa narrativa aparece no final do verso 20: porque ele não sabia ainda que já o SENHOR se tinha retirado dele.

Nada é mais trágico do que um indivíduo que perde o poder de Deus e nem sequer percebe.

Podemos perguntar: se sua igreja perdesse o poder e a presença de Deus, quanto tempo passaria até que os crentes percebessem a perda? Mais pessoalmente: se o poder de Deus saísse de você, quanto tempo levaria até que percebesse a perda? Talvez uma hora, um dia, uma semana?

“Sansão, Deus o deixou! Os filisteus estão vindo captura-lo.” “De jeito nenhum! Meu cabelo se foi, mas ainda sou o poderoso Sansão.”

Ele cerra os punhos e dá um murro contra um escudo filisteu; sua mão encolhe de dor. Ele é agarrado e tenta se livrar; ele luta e ruge. Sua mente está confusa e em pânico, pensando: “Não, não pode ser!”

“Sansão, o Espírito de Deus o deixou. E quando ele o deixou, sua força também se foi com ele.”

A sequência de acontecimentos na narrativa bíblica é apresentada de forma acelerada em Juízes 16.21:

Então, os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer a Gaza; amarraram-no com duas cadeias de bronze, e virava um moinho no cárcere.

Como caem os valentes!

Restauração Espiritual na Prisão

Veja, agora, Juízes 16.22:

E o cabelo da sua cabeça, logo após ser rapado, começou a crescer de novo.

Esse detalhe é inserido para nos informar que Deus não abandonou Sansão; Deus ainda está disponível a esse juiz.

O que acontece a Sansão na prisão, como sua oração mostrará, é que ele se deparará face a face com seu pecado. Sansão se arrependerá e seu relacionamento com Deus se tornará aquilo que deveria ter sido há muito tempo.

Sansão logo ouve o canto da quadrilha que se reúne para celebrar sua captura. O povo dá glórias ao falso deus Dagom, o deus-peixe. Todos gritam: “Queremos Sansão! Queremos Sansão!” Veja Juízes 16.25:

Alegrando-se-lhes o coração, disseram: Mandai vir Sansão, para que nos divirta. Trouxeram Sansão do cárcere, o qual os divertia...

Todos os dignitários estão presentes ali: os cinco reis e suas esposas. Os governantes da Filístia se reuniram, o que significa que os filisteus, dentro de poucos minutos, perderão todos os seus líderes. Isso se assemelha a um país hoje perdendo seu Presidente, Vice-Presidente, comandante das Forças Armadas, senadores e deputados.

Os filisteus estão todos ali, divertindo-se às custas desse hebreu cego. Eles o enganam e o empurram de um lado a outro, conduzido por um garotinho. Eles dizem: “É este o poderoso Sansão?! Isso é tudo que o Deus de Israel consegue levantar para tentar nos derrotar? O nosso deus Dagom é muito mais poderoso!”

Sansão já não suporta mais a zombaria. Então, faz uma oração, pedindo que a glória de Deus e que ele mesmo sejam vindicados. Essa é apenas segunda oração de Sansão registrada na Bíblia. Veja o verso 28:

Sansão clamou ao SENHOR e disse: SENHOR Deus, peço-te que te lembres de mim, e dá-me força só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus olhos.

Essa oração revela duas mudanças na vida de Sansão.

  • Primeiro: Sansão se arrependeu de ter vivido uma vida de pecado.

O verbo hebraico traduzido como lembres é de fundamental importância. Ele está ligado ao ato de se esquecer de um passado de pecado. Isaías o emprega ao registrar o próprio Deus falando:

Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas (Isaías 65.17).

Essa é a mesma ideia usada no Novo Testamento. Ela aparece em Lucas 23.42 quando o ladrão pendurado na cruz diz a Jesus: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.

  • Segundo: Sansão depende do Senhor agora para sua força.

Agora, Sansão entende que a fonte de sua força não é seu cabelo, mas Deus. Pela primeira vez nas Escrituras, Sansão consegue enxergar com discernimento.

Acho interessante que foi quando Sansão não conseguiu mais ver fisicamente que finalmente conseguiu ver espiritualmente. Quando todas as demais coisas lhe são removidas, ele entende, por fim, o que realmente importa.

Deixe-me fazer uma pergunta: será que existe algo em sua vida que Deus precisa remover a fim de que você o veja plenamente? Talvez você precise que Deus remova um emprego, um namorado ou namorada, uma casa, um filho, uma promoção ou um amigo.

Existe algo em sua visão que o impede de enxergar Deus? A incapacidade de ver conforme a perspectiva de Deus significa incapacidade de viver a vida segundo outra perspectiva que não a sua própria. Você fará as cosias do jeito que quer; tomará decisões da maneira como acredita que deve tomar.

Não é coincidência que a canção mais famosa de Frank Sinatra, I Did It My Way (“Fiz do Meu Jeito”) continua sendo uma das músicas mais gravadas por cantores no decorrer das décadas. Ela é a verdade em nossa cegueira humana.

Por 20 anos, Sansão fez tudo do seu jeito... e acabou arruinando sua vida.

Vamos concluir a narrativa. Veja Juízes 16.29–30, onde Sansão implora a Deus que o use somente mais uma vez:

Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e fez força sobre elas, com a mão direita em uma e com a esquerda na outra. E disse: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela estava; e foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na sua vida.

Sansão foi restaurado por Deus a uma posição de relativa força, mas não foi restaurado à mesma força que tivera antes. Ele deveria ser um juiz!

Meu querido, aprenda bem que, apesar de Deus perdoar nossos pecados, ele pode não eliminar as consequências. O cabelo de Sansão cresceu novamente, mas seus olhos não. Deus o perdoou e o usou de maneira poderosa, mas Sansão pagou profundamente as consequências de seus pecados.

Sansão brincou com o pecado por 20 anos. Sua maior fraqueza era seus olhos. Pecado sexual é a categoria número 1 de pecados que o apóstolo Paulo nos manda fugir, sair correndo (1 Coríntios 6.18–20; 2 Timóteo 2.22). Paulo jamais sugere que você discuta, brinque ou flerte com esse pecado. Não, corra dele. Fuja da fornicação, fuja dela! Ao fugir, entenda bem que você foge para salvar sua vida, isto é, sua integridade, sua família, seu caráter e seu futuro. Aprenda com um homem que perdeu sua vida—fuja desse pecado, corra para salvar sua vida! “Cuidado olhinho no que vê!” Guarde seu coração.

Transcript

 

 

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