Correndo atrás do Vento

Correndo atrás do Vento

Ref: James 1–5

Correndo atrás do Vento

Série Satisfeitos! – Parte 1

Tiago 4.1–3

 

Introdução

Eu li a história sobre um conflito naval entre a Inglaterra e a França nos anos de 1700. Um almirante inglês estava com seu navio bem próximo à costa da França aguardando autorização para prosseguir. Enquanto ancorados ali, esse almirante não quis que seus homens ficassem inativos. Então, ele deu ordens para treinarem seus tiros de canhão em um castelo francês que ficava à beira da praia.

Esse castelo, como todo o típico castelo francês, era enfeitado com imagens de santos. Então, por várias horas, esses homens do navio inglês abriram fogo contra esse castelo e essas estátuas; um tiro de canhão após outro derrubava vários dos santos que adornavam o castelo.

De repente, eles receberam um chamado imediato à guerra. O problema foi que a ordem chegou tão de surpresa que eles não puderam recarregar o navio de munição. Eles tiveram que navegar imediatamente.

Esse navio acabou derrotado e capturado. Mas o motivo não foi porque tinha poucos homens ou porque o navio francês os pegou de surpresa, mas porque acabou a sua munição. Eles haviam gastado grande parte da munição atacando os santos.

Paulo perguntou aos crentes de Corinto:

Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?

Da mesma sorte, a igreja da Galácia estava dando espaço a disputas entre si, a ponto de Paulo dizer que eles estavam perto de se devorarem uns aos outros (Gálatas 5.15).

Paulo desafiou a igreja de Éfeso a trabalhar duro para desenvolver unidade espiritual. Mais adiante em sua carta aos Filipenses, Paulo até mencionou duas mulheres da igreja que não conseguiam conviver bem juntas: Síntique e Evódia (Efésios 4.1–16; Filipenses 4.1–3).

O problemas da discórdia e da inveja voltam até aos tempos da família que foi expulsa do Jardim do Éden. Nessa primeira família, Caim sentiu inveja de seu irmão Abel. Sua inveja e rivalidade amarguradas produziram o fruto do assassinato.

Jamais pensaríamos que Caim frequentaria uma igreja, muito menos se tornar membro da igreja. Todavia, as palavras mais chocantes da boca de Tiago estão prestes a ser ouvidas pela assembleia; e são palavras a respeito da própria assembleia.

O capítulo 4 de Tiago começa com uma revelação surpreendente. Note os versos 1 a 3:

De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.

Depois de ler essa passagem, pensamos que, é claro, Tiago não está falando de crentes aqui. Sem chance! Guerras e contendas?!

A palavra guerras se refere a um longo estado de hostilidade; contendas fala de explosões específicas dessa hostilidade.

Existe um comentarista bíblico bastante conhecido que insiste que Tiago tem que estar falando sobre descrentes aqui. Esse irmão simplesmente ignorou o fato de Tiago endereçar sua carta a um corpo de crentes—a uma igreja. Se voltarmos ao verso 13 do capítulo 3, vemos Tiago perguntando: Quem entre vós é sábio e inteligente? Daí, aqui, no capítulo 4, verso 1, Tiago se refere a guerras e contendas entre vós. É a mesma frase. O prego no caixão desse argumento se encontra no verso 11, onde Tiago identifica seus ouvintes e leitores como irmãos. Essa designação é sempre reservada a crentes. Tiago escreve para a igreja como um todo!

Assim como as palavras de Paulo em 2 Coríntios, onde escreveu: “Temo que, quando eu vier, haja discórdias, invejas, iras, disputas, calúnias, dissensões.” Paulo fala sobre a igreja ou sobre duas torcidas rivais num jogo de futebol? Conseguimos visualizar esse tipo de comportamento numa arquibancada, mas não numa igreja. Será que é possível existir esse tipo de rivalidade ferrenha entre crentes? Será que existe esse tipo de inveja e egoísmo e cobiça e hostilidade e lascívia a ponto de a igreja regredir e vidas serem destruídas? De acordo com Tiago, a resposta é: absolutamente sim! Mas Tiago está interessado em ir além dessa resposta e descobrir o motivo de tanta confusão.

Como o meu professor da quinta série que, infelizmente, não viu o outro menino que jogou a bola no meu rosto quando eu estava na fila do lanche; a bola veio direto no meu nariz. O professor não viu o que o menino fez. A única coisa que ele viu foi eu e o menino rolando no chão brigando. Depois que nos separou, o professor me perguntou: “Ei, menino, o que aconteceu?” “Ele jogou a bola na minha cara,” eu respondi. Mas, é claro, o menino retrucou, dizendo: “É, mas ele correu atrás de mim e começou a me bater.” Daí, nós dois passamos o resto da tarde na secretaria negociando um tratado de paz. Ambos eram culpados por terem brigado, mas o que começou seria responsabilizado com a maior parcela de culpa, já que o outro poderia ter se envolvido apenas para se defender.

E é justamente isso o que Tiago deseja descobrir aqui também. Note as primeiras três palavras no verso 1: De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? Em outras palavras, “Quem começou? Vamos descobrir já!”

Nos versos seguintes, Tiago revelará três fontes internas de conflitos externos. E aqui está a má notícia: tem problemas na sua igreja? O problema começa com você!

  • Prazeres vergonhosos.

A primeira fonte dos conflitos pode ser chamada de “prazeres vergonhosos.” Note a primeira parte do verso 1: De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? (ou seja, no seu corpo). Qual é a fonte, senão são os prazeres carnais?

A palavra prazeres é hēdonē, da qual derivamos nosso termo “hedonismo.” Hedonismo foi uma perspectiva filosófica moral estabelecida na Grécia cerca de 400 anos antes do nascimento de Cristo por um filósofo chamado Aristipo de Cirene. Ele ensinava que qualquer prazer que parecesse natural a uma pessoa seria considerado bom e as pessoas deveriam buscá-lo.

Aristipo seria o autor mais lido hoje. Ele pode até ter sistematizado o ensino, mas não foi ele o criador desse ensino. O hedonismo é a filosofia de vida mais popular no planeta. Faça aquilo que você sente ser bom; faça aquilo que você acha ser certo. Como pode estar errado quando parece ser certo? O hedonismo é o ensino de que o prazer é o bem supremo na vida. Se algo agrada, satisfaz, alegra e gera prazer, então deve ser bom.

O interessante é que, onde quer que essa palavra aparece no Novo Testamento, ela sempre aparece dentro do contexto de pecado ou vergonha.

  • Em Lucas 8.14, ela se refere a pessoas que abandonam o discipulado por causa dos deleites da vida;
  • Em Tito 3.3, Paulo fala de pessoas que são escravos de toda sorte de paixões e prazeres;
  • Pedro se refere aos falsos mestres que consideram como prazer a sua luxúria carnal (2 Pedro 2.13);
  • O apóstolo Paulo descreve um hedonista com os termos mais claros possíveis ao afirmar que são egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus (2 Timóteo 3.2–4).

Agora, não entenda o texto de forma errada. Tiago não está dizendo que prazer nesta vida é errado. Você pode ter prazer em se divertir com seus filhos ou netos, dar uma caminhada, observar o nascer e o pôr do sol, deitar na rede com sua esposa na varanda de sua casa à beira da praia, ler um livro, pescar, etc. Nem todos os prazeres ou desejos são malignos:

  • Salmo 73.25 diz: Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra.
  • Devemos procurar com zelo os dons espirituais (1 Coríntios 14.1);
  • Devemos desejar partir e estar com Cristo (Filipenses 1.23);
  • Se alguém deseja o episcopado, esse homem tem um desejo nobre (1 Timóteo 3.1).

Mas a palavra escolhida por Tiago, hēdonē, é o lado negativo do desejo. Esses são desejos vergonhosos por prazeres proibidos e podemos colocar toda a culpa no diabo, não é mesmo? Note novamente o verso 1:

De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?...

Nós damos ao diabo grande parte do crédito por nosso pecado. Tiago nos informa que existe, na verdade, uma guerra sendo travada dentro de nós. O prazer declarou guerra! Os prazeres imorais, os desejos malignos, os planos egoístas e pensamentos perversos estão em guerra contra o nosso espírito para decidir quem controlará nossas vidas.

A palavra traduzida como militam vem de um termo grego que significa “armar acampamento.” Você tem, dentro de sua carne pecaminosa, um exército de desejos que estão constantemente se reunindo e planejando, fazendo manobras e exercícios, atacando a fim de tomar o controle de sua vida. Um erudito no grego colocou o assunto da seguinte forma:

Essa palavra se refere a uma expedição militar na qual as paixões da carne são descritas como constantemente lutando para realizar as coisas do seu jeito, para serem vitoriosas sobre o espírito, sobre a nova natureza que Jesus Cristo nos tem concedido.

Tem uma guerra acontecendo!

O apóstolo Pedro usou a mesma palavra ao advertir os crentes em 1 Pedro 2, verso 11:

Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma

Veja bem, uma das piores coisas que você pode fazer é dizer a alguém que, quando ele vier até Cristo, as coisas irão se acalmar. Ah, não, a batalha apenas começa! A verdade surpreendente é esta: você está em guerra contra si mesmo. Prazeres vergonhosos buscam sempre sair vitoriosos a cada dia.

  • Mas isso não é tudo. Tiago continua e nos apresenta à segunda fonte do conflito: atitudes pecaminosas.

Ele escreve no verso 2: Cobiçais e nada tendes; matais. Agora, isso soa muito mais sério do que uma má atitude, e pode chegar a esse ponto. Tiago pode estar se referindo a um homicídio literal a fim de satisfazer alguma cobiça. Isso acontece todos os dias e os crentes não estão imunes a esse perigo.

Eu sei de um crente que teve um caso com uma mulher enquanto o marido dela, que era militar, estava numa missão no Oriente Médio. Diferente do planejado por eles, ela engravidou. Alguns vizinhos os tinham visto juntos e o assunto se espalharia. Esse homem tinha um amigo muito próximo que era militar e que lhe devia um favor; e esse seu amigo estava servindo na missão junto com o  marido da mulher no mesmo pelotão. Então, eles organizaram um plano e esse plano funcionou. Na ocasião seguinte quando houve um conflito armado na guerra, esse amigo não deu o apoio necessário ao marido da mulher e ele foi morto em combate. Tudo viria à tona depois ao confessarem essa conspiração. De fato, o homem findou casando com sua vizinha viúva. O nome dela era Bateseba e o dele era Davi.

Sim, é totalmente possível crentes cobiçarem, conspirarem e matarem. A palavra grega para matais também possui o significado mais amplo de “destruir.”

Um autor escreveu que, quando uma cobiça pecaminosa aguda não é satisfeita ou quando o cobiçoso não alcança seus objetivos, quer seja respeito, prestígio, fuga nas drogas e álcool, sucesso, posses, sentimentos de outra pessoa, o que quer que seja, o resultado produzido geralmente é catastrófico para as outras pessoas e destrutivo para o próprio cobiçoso. Desejos vergonhosos e atitudes pecaminosas destroem vidas!

Tiago continua no verso 2 e adiciona: e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras.

Note bem que as lutas e guerras externas são resultado de inveja e frustração internas: invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Você inveja algo, mas não consegue atingir seus objetivos.

A verdade é que nossos desejos, paixões e atitudes são como um acampamento armado dentro de nós, pronto para declarar guerra a qualquer momento contra qualquer um que se colocar no seu caminho obstruindo a satisfação pessoal, a qual nosso coração busca ansiosamente.

Tiago está dizendo: “Cuidado! Nosso mundo já captou a essência de nossa condição caída e da propensão que temos de querer aquilo que não possuímos.”

Da próximo vez que você for ao supermercado e se dirigir ao caixa, quero que observe alguns detalhes. Numa estante ao lado, você verá revistas que, em sua grande maioria, tratam de dieta e como emagrecer. Elas geram um sentimento de culpa e você acaba comprando uma enquanto tem no seu carrinho refrigerante, biscoitos recheados, chocolates e sorvete. Do outro lado, existe uma estante de doces, balas, pirulitos, chicletes e chocolates. Você já notou que essas prateleiras são bem baixas já próximas ao chão? O motivo é que elas não foram projetadas para nós, mas para as crianças. É impossível se agachar daquele forma sem dar um mal jeito nas costas. Aquela é uma seção perfeita para as crianças! A prateleira mais alta fica a uma altura exata para uma criança de dois anos esticar seu bracinho de dentro do carrinho e encher a mão de doces. É algo simples, mas nossa natureza pecaminosa é mais uma vez revelada ao irmos para o supermercado.

Note a última frase do verso 2: Nada tendes, porque não pedis. Em outras palavras, você não irá pedir a alguém pela coisa cobiçada porque sabe que não é algo apropriado de se pedir; além disso, também jamais pedirá aquilo para Deus porque sabe que Deus sabe que aquilo é completamente inapropriado.

Note como Tiago busca desesperadamente que entendamos que esse tipo de vida—a vida que cede aos desejos errados e atitudes perversas—é uma vida de total frustração. Note o verso 2 novamente:

...invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis;

Veja bem, essas pessoas aqui descritas desejam, mas nunca estão satisfeitas; elas anseiam por algo que não podem ter; cobiçam algo que não podem possuir; e isso apenas leva a mais desejo e cobiça.

Tiago utiliza o tempo presente aqui para a atitude interna da cobiça. Ou seja, são desejos, pensamentos, planos e sentimentos contínuos e incessantes que apenas levam a mais desejos, planos e sentimentos sem nunca encontrar satisfação. Um autor disse: “Satisfação por meio da autogratificação é um alvo sempre enganoso.” C.S. Lewis escreveu o seguinte sobre desejos proibidos: “[Haverá] um desejo sempre crescente por um prazer sempre degradante.”

O que Tiago nos apresenta nessa passagem como objetivo categórico do capítulo é o único meio de satisfazer a vida plenamente. Na realidade, ele começa o parágrafo deixando bem claro como nunca ter uma vida satisfeita. Ele diz:

  • alimente seus desejos vergonhosos;
  • crie fantasias sobre frutos proibidos;
  • crie categorias de pensamentos e atitudes imorais.

 

  • defenda suas atitudes pecaminosas.
  • internamente, condene as pessoas ao seu redor enquanto, ao mesmo tempo, cobiça o que elas possuem, o que são e sua aparência;
  • internamente, alegre-se com as perdas das outras pessoas da congregação.

Isso é apenas para começar; tudo isso nas primeiras linhas do capítulo 4 de Tiago. Desejos vergonhosos, atitudes pecaminosas; e ainda existe mais uma fonte de conflito.

  • Desejos egoístas.

Tiago escreve no verso 3:

pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.

Ou seja, vocês, na verdade, andam orando por coisas que não são necessariamente pecaminosas, mas seus motivos são egoístas; a única coisa que querem são seus próprios prazeres, conforto, sucesso e seguir seu próprio jeito e caminho.

O verbo utilizado por Tiago aqui para pedis em oração é aiteō, que ele carrega a ideia de suplicar, rogar, implorar. Tiago usou esse mesmo verbo no capítulo 1, verso 4, onde nos encorajou a pedir a Deus por sabedoria. Não é simplesmente um desejo leve, mas um desejo ardente e profundo. Aqui no capítulo 4, o verbo está na voz média e significa: “implorar para benefício próprio; pedir por interesses pessoais.”

Tiago não acusa esses crentes de orarem pedindo por coisas pecaminosas. Não, ele os acusa de fazer seus pedidos com o propósito básico de avançar suas vidas pessoais. Ou seja, é possível orar pedindo por coisas boas, mas com motivos interesseiros e egoístas. Tiago arranca a máscara deles ao dizer no final do verso 3: “Vocês querem apenas satisfazer seus próprios prazeres!”

Vamos ser sinceros com nossas orações. Queremos a boa vida agora, queremos conforto agora, e talvez a oração seja a chave mágica.

Quando o membro do Parlamento da Inglaterra, John Ward, morreu, uma oração um tanto vergonhosa foi encontrada junto com seus documentos. A oração dizia:

Oh, Senhor, tu sabes que tenho minhas propriedades na cidade de Londres, bem como a última que comprei na região de Essex. Imploro que Tu preserves essas regiões de incêndios e terremotos. E já que tenho outra propriedade em Hertfordshire, suplico que também tenhas compaixão daquele lugar. E as demais áreas do país, podes lidar com elas da forma como bem quiseres.

A palavra utilizada por Tiago para esbanjardes é o mesmo termo encontrado na história do filho pródigo que gastou sua herança em seus prazeres.

Sim, vamos ao Pai na oração; sim, pedimos suas bênçãos, mas no fundo de nosso coração, queremos apenas que nossa vida fique melhor, mais rica, mais saudável e mais confortável.

A propósito, esse texto é a acusação bíblica contra o Evangelho da prosperidade de nossa geração. No fundo, Deus é tratado como nada mais do que uma máquina de venda celestial, na qual as pessoas inserem as moedas da oração esperando receber algo em troca. Coloque seus 50 centavos de oração, um centavo de fé, mais um centavo de poder em nome de Jesus e aí vem sua bênção; aleluia, glória a Deus! Se a máquina não manda sua bênção, então você errou a fórmula mágica, ou deveria ter colocado mais dinheiro para acelerar o processo.

Um comentarista da geração passada escreveu:

Se a oração não passa de uma fórmula (dizer as palavras certas, ter fé suficiente, confessar e tudo irá acontecer), então os crentes estão de volta à estaca zero da magia. Eles podem manipular Deus ou impor sua vontade, de forma que Ele terá que responder. Completamente diferente disso, a oração no Novo Testamento surge de um relacionamento de confiança com o Pai, cuja vontade é suprema.

Você quer viver uma vida insatisfeito? Então viva sua vida baseada em desejos vergonhosos, atitudes pecaminosas e motivos egoístas. Será uma vida correndo atrás do vento. Quer viver uma vida satisfeito? Nesse parágrafo, Tiago irá nos dizer como. Mas primeiro ele nos mostra como decepcionaremos outros e a nós mesmos se vivermos para a satisfação pessoal, nossos próprios prazeres vergonhosos, atitudes pecaminosas e motivos egoístas.

Talvez você esteja pensando: “Ainda tenho tanto a crescer. Será que irei conseguir?” Se continuar lendo, você verá que Tiago encoraja todos nós a confessar logo, seguir a Deus revigorados e ser pacientes. Seja paciente, Deus está trabalhando em sua vida.

Talvez você se sinta como um dos meus gêmeos de quatro anos. Numa bela manhã, subi ao quarto deles; um já estava acordado e, para minha surpresa, com os olhos cheios de lágrimas. Eu disse: “Meu filho, o que foi?” Ele enxugou as lágrimas e disse: “Hoje é o meu aniversário.” Eu disse: “É, hoje é o seu aniversário. Mas você não está feliz por isso? Você tem quatro anos agora! Que legal!” Agora, não sei onde ele arranjou essa ideia, mas ele me respondeu: “Mas eu pensei que quando eu fizesse quatro anos, eu iria ficar grande...”. Por algum motivo, ele pensava que acordaria aquele dia e “Puff!”, teria crescido durante a noite e pularia para o segundo grau na escola. Ele ficou muito decepcionado.

Não fique assim. Os maiores crentes que já conheci com seus 70 e 80 anos de idade jamais me disseram haver chegado a um ponto seguro em sua maturidade cristã. Eles ainda compartilhavam da guerra interior e dos campos de batalha da mente e do coração. Eles diziam a verdade.

Na coleção de orações dos Puritanos feitas por grandes líderes da igreja gerações atrás, descobrimos a mesma realidade e entrega a Cristo. Aqui está uma oração de um grande servo que, já idoso, admitiu em oração sua guerra interior. Ele orou dizendo:

Quando Tu desejas me guiar, eu me controlo.

Quando Tu desejas ser soberano, eu me domino.

Quando eu deveria depender de Tua provisão, supro minhas próprias necessidades.

Quando eu deveria me submeter à Tua providência, sigo minha própria vontade.

Quando eu deveria Te honrar, eu sirvo a mim mesmo.

Senhor, é o meu maior desejo trazer meu coração de volta a Ti.

Essa é outra forma de dizer: a batalha continua sendo travada. Não se engane. Seja sincero consigo mesmo diante de Deus e peça que Cristo dirija o seu coração, sua mente, sua vontade e seu tudo. Qualquer coisa além disso o conduzirá a um caminho longe da satisfação, correndo sempre atrás do vento.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no ano de 2011

© Copyright 2011 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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