
Coitadinho de Mim!
Coitadinho de Mim!
Gênesis 40
Introdução
Em nosso encontro anterior, deixamos José no Egito. Ele decidiu que, apesar de estar num país totalmente diferente e de estar vivendo no anonimato, ele faria o seu melhor e obedeceria a Deus. José serviria a Deus na casa de Potifar.
Como você se recorda, a mulher de Potifar assediou o jovem José, mas ele recusou as investidas sensuais dessa mulher assanhada. Como resultado por fazer o que é correto, Deus o recompensou com prisão, apesar de não entendermos isso como recompensa. Mas Deus tinha um plano perfeito com isso. Conforme o capítulo enfatiza 7 vezes, Deus estava com José e, até mesmo dentro da prisão, Deus o fez prosperar. E foi na cadeia que deixamos José.
Acusado Falsamente e Preso Permanentemente
Não se iluda—José é lançado na prisão pelo resto da vida; ele ficará ali até morrer. A palavra hebraica traduzida como cárcere em Gênesis 39.22 significa “buraco.” Esse era, de fato, um quarto escuro, fedorento e úmido no qual estavam presos mais 2 ou 3 prisioneiros políticos importantes. É aí que José se encontra acorrentado.
Arqueólogos escavaram prisões semelhantes a essa nos desertos do Egito—buracos e covas. O prisioneiro ficava preso a uma atadura pelo pescoço que o amarrava a uma pilastra; ele também ficava preso pelos calcanhares. Vemos uma referência a isso no Salmo 105.18. José é lançado nesse buraco e amarrado em cadeias desse tipo.
Contudo, a frase-chave nisso tudo é a seguinte: O Senhor era com ele. Deus tinha outros planos para José; ele não apodreceria na prisão. Algo estranho acontece e José conquista a simpatia da guarda e é promovido. Apesar de essa promoção não o livrar da prisão, ela o livra dos grilhões e ela passa a servir os demais encarcerados. O avanço não é enorme, mas para ele foi algo vantajoso—não está mais amarrado pelo pescoço.
Fica evidente que José é maltratado injustamente, traído e acusado de haver feito algo que não fez. Apesar de não ser nesse mesmo nível, nós também encaramos maus-tratos injustamente. Deixe-me mencionar três maus-tratos que podemos encarar.
- O primeiro vem, obviamente, de estranhos. Neemias é outro exemplo bíblico a esse respeito. Apesar de maltratado e difamado, ele persevera em fazer a vontade de Deus na reconstrução dos muros de Jerusalém.
- Maus-tratos também surgem do meio de nossa família. O extremo disso é a violência física ou verbal.
- Por fim, maus-tratos vêm de amigos. E creio que esse nos fere tanto quanto os maus-tratos vindos da família, especialmente se vêm de amigos íntimos. Um exemplo disso é o apóstolo Paulo, o qual diz em 2 Timóteo 4.10 que foi abandonado por Demas.
Recebemos maus-tratos de estranhos, familiares e amigos, e essas são coisas comuns na vida.
Fazendo Amizades e Sendo Inspirado por Deus
No início do capítulo 40, vemos que José faz amizades temporárias e é inspirado por Deus. Veja o verso 1:
Passadas estas coisas, aconteceu que o mordomo do rei do Egito e o padeiro ofenderam o seu senhor, o rei do Egito.
Esses não eram servos simples e insignificantes; o que temos aqui é o chefe dos mordomos e o chefe dos padeiros.
O mordomo ou copeiro era o homem responsável por tomar um gole da bebida que o Faraó beberia antes de passar o cálice ao rei. Se o copeiro caísse duro no chão em 30 segundos, o Faraó não tomaria aquela bebida; se vivesse, a bebida era segura. Então, o copeiro se encontrava numa posição de grande responsabilidade porque, se alguém desejasse assassinar o Faraó, colocaria um pouco de veneno em seu copo. Se o copeiro fingisse tomar um gole e desse o cálice ao rei, seria, então, “Adeus, Faraó!” Esse copeiro era, talvez, um dos homens de maior confiança em todo o reino.
Você se recorda de um israelita que serviu como copeiro? Ele foi copeiro do rei persa Artaxerxes. Neemias era, possivelmente, o homem de maior confiança do rei persa; sua vida dependia da lealdade de Neemias.
Outra coisa interessante de notar é que o copeiro, em certo sentido, tinha um relacionamento próximo com os sacerdotes, já que os sacerdotes prescreviam o que o Faraó poderia beber. Arqueólogos descobriram que o Faraó não podia ingerir bebidas fortes. O copeiro se certificava de que o rei tomaria apenas aquilo que era permitido.
Inscrições foram descobertas retratando um rei ou Faraó com um cálice na mão e o copeiro ao lado pegando um cacho de uvas direto da vinha. A inscrição diz: “Eles espremem uvas em águas e os reis bebem.” A implicação é a de que o produto vem direto da vinha, é fresco.
Sabendo disso, faz sentido ler o que diz Provérbios 31.4:
Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte.
Em outras palavras, o copeiro deveria se certificar de que o Faraó não teria suas faculdades mentais distorcidas por causa de bebidas fortes. Além disso, tinha que se certificar de que não estava envenenada e estava de acordo com as devidas especificações. Como vemos, o copeiro era um indivíduo que carregava grande responsabilidade.
Bom, pelo fato de copeiro e padeiro terem sido jogados na prisão de uma vez, o que você acha que aconteceu? A implicação é a de que esses dois elementos estavam planejando alguma coisa. Talvez tinham sido contratados por um assassino, ou alguém tinha envenenado a bebida do rei e o Faraó não sabia se tinha sido o copeiro ou o padeiro. Então, ele envia os dois para o cárcere até que o caso seja apurado. Talvez eles estejam esperando por isso.
Vamos continuar no texto e ler Gênesis 40.2–4:
Indignou-se Faraó contra os seus dois oficiais, o copeiro-chefe e o padeiro-chefe. E mandou detê-los na casa do comandante da guarda, no cárcere onde José estava preso. O comandante da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e por algum tempo estiveram na prisão.
Então, ali dentro naquela cova úmida, José servirá esses dois oficiais. Ser um escravo já é, por si só, algo humilhante; mas José se torna, agora, escravo de criminosos. Ele cuidará desses homens. Continue nos versos 5–7:
E ambos sonharam, cada um o seu sonho, na mesma noite; cada sonho com a sua própria significação, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que se achavam encarcerados. Vindo José, pela manhã, viu-os, e eis que estavam turbados. Então, perguntou aos oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa do seu senhor: Por que tendes, hoje, triste o semblante?
Muito tem sido escrito quanto a isso. Obviamente, José é um homem atencioso que se preocupa com as demais pessoas. Apesar de estar preso, ele ainda se preocupa o suficiente a ponto de perguntar a esses dois, que também são prisioneiros: “Qual é o problema com vocês? Podem me falar. Quem sabe posso ajudar.” José é um indivíduo incomum. Veja o verso 8:
Eles responderam: Tivemos um sonho, e não há quem o possa interpretar. Disse-lhes José: Porventura, não pertencem a Deus as interpretações? Contai-me o sonho.
Essas são palavras poderosas. Elas revelam duas coisas importantes sobre José na prisão.
- Primeiro: elas revelam que José ainda acreditava nos seus sonhos.
Você lembra dos sonhos que José teve quando ainda garoto? Se não acreditasse mais em seus sonhos, ele teria dito: “Olha, é o seguinte: a última coisa que vocês devem fazer é sonhar. Eu tive dois sonhos um tempo atrás e deixe-me dizer o que aconteceu. Por acaso, existe algum feixe se prostrando diante de mim? O sol, a lua e as estrelas me adoram? Cara, deixe esse negócio de sonho para lá! Eles não significam nada. Nada irá acontecer.”
Diferente disso, todavia, as palavras de José aos oficiais deixam evidente que, em seu coração, ele ainda acreditava que Deus lhe havia dado os sonhos e que eles se concretizariam.
- Segundo: essas palavras obviamente revelam que José não tinha abandonado o Senhor, o que é algo incrível.
José disse: “As interpretações, por acaso, não pertencem a Deus?” Em outras palavras, “Saibam do seguinte: apesar de eu obedece-lo, apesar de ter feito o que era certo e continuar sendo um seguidor de Deus, ele me colocou aqui nesta prisão. Mesmo assim, ainda confio nele, ainda o obedeço e ainda o sigo.” José não tinha abandonado o seu Deus.
Veja o que acontece em seguida nos versos 9–11:
Então, o copeiro-chefe contou o seu sonho a José e lhe disse: Em meu sonho havia uma videira perante mim. E, na videira, três ramos; ao brotar a vide, havia flores, e seus cachos produziam uvas maduras. O copo de Faraó estava na minha mão; tomei as uvas, e as espremi no copo de Faraó, e o dei na própria mão de Faraó.
Naquele mesmo momento, Deus dá a José a interpretação do sonho nos versos 12–13:
Então, lhe disse José: Esta é a sua interpretação: os três ramos são três dias; dentro ainda de três dias, Faraó te reabilitará e te reintegrará no teu cargo, e tu lhe darás o copo na própria mão dele, segundo o costume antigo, quando lhe eras copeiro.
Agora, os versos 14–15 são interessantes; veja que José é um homem comum como eu e você e diz:
Porém lembra-te de mim, quando tudo te correr bem; e rogo-te que sejas bondoso para comigo, e faças menção de mim a Faraó, e me faças sair desta casa; porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e, aqui, nada fiz, para que me pusessem nesta masmorra.
Em outras palavras, José diz: “Ouça bem minha história agora e, quando você sair daqui, fale bem de mim ao Faraó.” Mais adiante em nosso estudo, falarei disso novamente quando mencionar algumas aplicações, mas Deus está desenvolvendo na vida de José um princípio muito importante que precisa estar em nossas vidas também.
Continue agora nos versos 16–19:
Vendo o padeiro-chefe que a interpretação era boa, disse a José: Eu também sonhei, e eis que três cestos de pão alvo me estavam sobre a cabeça; e no cesto mais alto havia de todos os manjares de Faraó, arte de padeiro; e as aves os comiam do cesto na minha cabeça. Então, lhe disse José: A interpretação é esta: os três cestos são três dias; dentro ainda de três dias, Faraó te tirará fora a cabeça e te pendurará num madeiro, e as aves te comerão as carnes.
A interpretação do sonho do padeiro é bastante diferente da do sonho do copeiro. Em breve, ele será decapitado.
Note o caráter de José. Penso se ele, antes de dar a interpretação desse sonho, não se certificou de que estava longe do alcance de sua corrente, se calculou bem se conseguiria correr! O texto sugere que José, sem nem piscar o olho, diz simplesmente: “A interpretação é a seguinte.”
Que declaração poderosa para todo aquele que hoje ensina a Palavra de Deus. Nós não carregamos somente a mensagem do copeiro, que é uma notícia boa: existe um céu, existe perdão, existe alegria; mas nós também carregamos a mensagem do padeiro, que é uma notícia ruim: existe um julgamento vindouro, existe morte. José, interpretando a palavra vinda de Deus, apresenta as duas mensagens sem hesitação.
Agora, essa interpretação é incrivelmente importante porque, no Egito daquela época, corpos eram embalsamados. Por que eles praticavam o embalsamamento? No sistema religioso dos egípcios, a preservação do corpo era essencial à vida após a morte. Então, eles cuidavam bem dos corpos que habitariam na vida além. É por isso que eles desenvolveram o processo incrível de embalsamamento de cadáveres.
Perceba que o julgamento interpretado por José no verso 19 é severo na cultura egípcia. O verso diz, basicamente: “Eles não somente o decapitarão, mas pegarão o que tiver sobrado do seu corpo, o empalarão numa estaca e o darão aos pássaros, que comerão sua carne.”
No Egito, pássaros eram sagrados; então, o povo nunca matava pássaros. Como resultado, havia uma quantidade demasiada de pássaros e muitos deles eram carnívoros. Esses pássaros viriam e beliscariam o corpo desse homem, despedaçando sua carne. O padeiro, portanto, sabia que não tinha chance alguma de ter uma vida após a morte, especialmente por ser um pagão. Ele encararia julgamento severo.
Talvez Resgatado, Mas Terrivelmente Esquecido
Agora, existe a possibilidade de José ser talvez resgatado, mas ele é tragicamente esquecido. Veja o verso 20:
No terceiro dia, que era aniversário de nascimento de Faraó, deu este um banquete a todos os seus servos; e, no meio destes, reabilitou o copeiro-chefe e condenou o padeiro-chefe.
Isso é interessante. Faraó organiza sua própria festa de aniversário e convoca tanto o copeiro como o padeiro à sala do banquete. Ele se divertirá com esses dois; é um esporte para ele. Continue no verso 21: Ao copeiro-chefe reintegrou no seu cargo, no qual dava o copo na mão de Faraó.
O Faraó deve ter dito: “Sou um rei muito bondoso, não sou?” É possível, contudo, que tenha encontrado a evidência que procurava, ficando provado que o copeiro era inocente e que o padeiro era culpado. Então, lemos no verso 22 que ao padeiro-chefe enforcou, como José havia interpretado. Note o verso 23, que é de extrema importância: O copeiro-chefe, todavia, não se lembrou de José, porém dele se esqueceu.
Destaque, grife a frase: porém dele se esqueceu. Pondere nessas palavras depois com suas implicações e como isso deve ter afetado profundamente a José.
O antigo pregador F. B. Meyer usa sua imaginação nesse episódio. Ele escreve que, no dia seguinte, quando a porta da prisão se abre, José se levanta com um pulo, olha para a porta, talvez corre até lá, pensando: “Eles estão aqui! Estou livre!” Ele já deve ter dito aos demais prisioneiros: “Os guardas irão me tirar daqui uma hora ou outra. O copeiro vai falar bem de mim ao Faraó.”
Daí, alguns dias depois, as portas se abrem e, provavelmente com um olhar esperançoso, José olha para a porta, mas não passa de outro prisioneiro sendo conduzido à prisão pelo guarda. Essa cena se repete várias vezes, até que José, finalmente, perde as esperanças e nem olha mais para a porta.
Experimentar isso deve ter sido algo incrivelmente difícil a José; ele sabia que o copeiro o tinha esquecido de propósito. O copeiro foi restabelecido à sua posição e deve ter pensado: “Jamais arriscarei perder minha posição aqui com o Faraó, contando-lhe a história daquele hebreu cativo, escravo! De jeito nenhum! Não colocarei minha posição em risco.” O copeiro pisa em ovos agora. Mas, com o passar do tempo, ele esquece totalmente da história de José.
Permita-me mencionar algumas reações comuns diante de maus-tratos. Pensei nessas reações enquanto me perguntava: “Como eu reagiria diante dessa situação?” Reagimos aos maus-tratos e injustiças de pelo menos três maneiras.
- A primeira reação comum aos maus-tratos é a autocomiseração.
Imagino que naquela prisão José teve toda chance de fazer o maior drama de autocomiseração da história: “Olhem para mim! Ai de mim! Tudo começou com alguns irmãos invejosos. Depois, dei o meu melhor na casa de Potifar, mas ele não me defendeu; sua esposa me acusou falsamente. Agora, estou aqui neste calabouço. Interpreto sonhos para Deus e de nada me adianta. Coitado de mim, sou um miserável mesmo!”
O próximo capítulo revela, pelo silêncio, que José nunca fez um drama de autocomiseração. Mas, pelo fato de ser humano, imagino que foi fortemente tentado a fazer isso.
- A segunda reação comum às injustiças da vida é a amargura.
A amargura é, inicialmente, direcionada à pessoa que nos fere, à pessoa que nos difamou ou criticou. Não queremos ver aquela pessoa; não queremos ficar perto dela; não queremos nem passar de carro na frente de sua casa, nem queremos vê-la passando na nossa rua. Assim, a amargura se intensifica.
No fim, contudo, a amargura não é contra essa pessoa, mas contra quem? É direcionada contra Deus. Uma pessoa cheia de amargura, no fundo, estraga sua comunhão com Deus; ela diz, com efeito: “Deus não agiu bondosamente comigo ao permitir que isso acontecesse.”
A amargura é uma ameaça muito, muito comum quando somos tratados injustamente.
- A terceira reação comum às injustiças é a vingança.
E é nessa reação que podemos habitar por muito tempo. Você imagina o rosto daquela pessoa na parede de sua cozinha ou escritório, na estrada enquanto dirige ou estaciona seu carro.
José tinha todo motivo do mundo para buscar vingança. Imagino que, em certo sentido, a lista negra de José apenas cresce. Assim que sair da prisão, ele terá uma lista na mão. É claro, os primeiros na lista são seus 11 irmãos: “Quando me tornar o homem mais poderoso da terra, quando eles se curvarem diante de mim, arrancarei suas cabeças. E tenho todo motivo para fazer isso.”
O próximo alvo na lista de José é Potifar: “Espere só até eu ser mais poderoso do que Potifar! Ele prestará contas a mim. E a sua mulher....” Acho que, se eu fosse José, ficaria só imaginando como seria colocar a esposa de Potifar na prisão, naquela mesma cela, pelo resto de sua vida bebendo só água.
A despeito de todas essas injustiças, não vemos sinal no registro da vida de José de que, após ter se tornado o segundo homem mais poderoso no Egito, tenha se reunido com Potifar; ele provavelmente nem mais viu a esposa dele. Mas eu tenho certeza que os dois estão pensando: “Oh-oh!”
Você talvez se recorda de que, quando se encontra com seus irmãos e revela sua identidade, José os perdoa. Em algum lugar dentro daquela masmorra pelos próximos dois anos—dois anos abandonado e esquecido—José, pela graça de Deus, venceu o ímpeto humano que o inclinava à autocomiseração, à amargura e à vingança.
Aplicação
Desejo finalizar sugerindo algumas aplicações. Creio que nós mesmos nos colocamos numa posição em que ficamos mais suscetíveis a maus-tratos e injustiças e seus efeitos devastadores; ou seja, nós nos expomos a decepções. Vou destacar duas maneiras como fazemos isso.
- A primeira forma como nos tornamos sujeitos a injustiças é ao colocarmos nossa confiança na coisa ou pessoa errada.
Nos versos 14–15, José se abriu a esse mal quando disse ao copeiro: “Você pode ser o meu libertador; me dê sua palavra! Me tire desta prisão!” Deus ensinaria a José no decorrer dos dois anos seguintes: “Se for para você sair daqui, será pela minha mão.” E, de fato, será um milagre que tirará José daquela prisão.
Nós nos expomos a esse tipo de decepção quando a nossa satisfação e alegria dependem de outra pessoa que não Deus, quando colocamos nossa confiança em carne e sangue. Quando você coloca sua confiança em seu pastor, seu pai, mãe ou amigo, essas pessoas o decepcionarão. Por outro lado, se eles forem colocar sua confiança em você, também se decepcionarão. Todos nós decepcionamos uns aos outros.
Creio que, quando somos ameaçados pela autocomiseração, amargura e vingança que resultam de injustiças, dizemos, em certo sentido: “Coloquei minha confiança naquela pessoa ao invés de em Deus trabalhando através dela.”
- Segundo: nos abrimos a injustiças quando formulamos falsas expectativas ou utopias.
Agora, o que devemos fazer quando somos decepcionados, quando somos deixados na mão por alguém? O que devemos fazer quando tivermos que reagir a injustiças? Deixe-me mencionar três atitudes a tomar.
- Primeiro: reavalie a situação.
Reavalie a situação e se pergunte: qual deve ser minha atitude diante disso? Quais devem ser minhas motivações e prioridades? Será que essa pessoa está revelando que minhas prioridades estão erradas, que minhas motivações são deturpadas?
- Segundo: recuse retaliar.
Entenda bem que essa atitude é um compromisso que fazemos, assim como outras decisões na vida. Faça a determinação de que não permitirá sua mente vaguear pelo vale sombrio e tenebroso da retaliação, da vingança. Se você não imaginar vingança, não a colocará em prática. Tudo começa no coração.
- E terceiro: ajuste o foco.
Vou ressaltar dois pontos a esse respeito.
- Primeiro: ajuste seu foco no desejo de Deus.
Isso é importante, já que Deus deseja harmonia, unidade e perdão. Conforme Cristo disse em Mateus 5.24, você deve procurar a pessoa que tem algo contra você para acertar a situação. Sua atitude é importante porque a outra pessoa está, provavelmente, emaranhada nos sentimentos de autocomiseração, amargura e vingança. Devemos lutar para promover harmonia, unidade e perdão.
- Segundo: reajuste seu foco no plano de Deus.
Veja bem:
- Cada decepção na vida é uma ilustração da fidelidade de Deus. Quando alguém o decepciona, lembre-se que Cristo jamais o decepcionará.
- Cada decepção é um passo em direção à maturidade conforme a imagem de Cristo.
Meu querido, existe algo muito mais importante do que a vindicação, reconhecimento e aceitação dos homens. Existe algo muito melhor do que isso. É a consciência que José teve de que Deus está comigo, que ele caminha em certa direção e de que eu caminho com ele. Como diz uma placa em meu escritório: “O melhor conhecimento é o da vontade de Deus. A maior alegria é a de fazer sua vontade.”
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