Assediados pela Cobiça

Assediados pela Cobiça

by Stephen Davey Ref: Exodus 20:17

Assediados pela Cobiça

Êxodo 20.17

Introdução

Hoje, trataremos de um assunto que você poderá achar até fora de lugar na lista dos Dez Mandamentos. Contudo, creio que o pecado com o qual esse décimo mandamento lida bate à porta de cada um de nós, talvez com maior frequência do que todos os demais. Abra sua Bíblia em Êxodo 20, onde encontramos o assunto da cobiça.

Em meus estudos, achei interessante me deparar com uma empresa que viu na cobiça a solução para um de seus problemas. Uma empresa americana, operando no Panamá, começou a ter um problema: muitos funcionários estavam pedindo demissão. A sociedade era agrária e as pessoas viviam com pouquíssimo, uma vida muito simples com pouco dinheiro. Quando os funcionários receberam o primeiro pagamento em dinheiro após uma semana de trabalho, eles colocaram as mãos em mais dinheiro do que em toda sua vida antes. Os empregados concluíram que aquele dinheiro seria tudo quanto necessitariam; então, pediram demissão. Para resolver o problema, os executivos da empresa se reuniram e encontraram uma maneira de inibir os funcionários de se demitir. Eles deram a cada um dos funcionários um catálogo de propaganda com muitos produtos, coisas que essas pessoas do Panamá nunca tinham visto antes na vida. De repente, elas perceberam que precisariam de mais dinheiro para comprar aqueles produtos, e isso diminui o índice de demissões.

Agora, a cobiça ou avareza pode até ter sido a solução para essa empresa americana capitalista, mas ela é um problema que permeia a nossa cultura e as nossas igrejas. Cobiça, ou avareza, se prefere, é algo prevalente na sociedade. Se lê os jornais ou acompanha os noticiários, então, você sabe que isso é verdade. E a situação é a mesma, independente de onde estejamos no mundo.

Um promotor na cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, montou uma operação e descobriu que 106 servidores públicos receberam ofertas de suborno, mas apenas 1 recusou a oferta; 105 aceitaram as propinas. E o indivíduo que recusou, o fez porque a quantia era pequena demais. Com os recentes escândalos de corrupção na arena política, o nosso país tem se tornado, nos últimos anos, um dos maiores exemplos de como a cobiça e a avareza permeiam o coração humano e prejudicam a sociedade.

A cobiça ou avareza permeia nossa cultura e mundo. É interessante observar como os Dez Mandamentos, apesar de terem sido dados por Deus há mais de 3 mil anos, ainda são relevantes para os nossos dias.

 

O Mandamento

Lemos o mandamento em Êxodo 20.17:

Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.

O verbo cobiçarás é o termo hebraico hamad, que significa “desejar, ter prazer em.” A palavra, em si, não tem uma conotação negativa. Já o equivalente grego que aparece no Novo Testamento é pleonexia, que significa “paixão por posse.” Em outras palavras, “Eu tenho que ter aquilo.”

O que faz da cobiça algo terrível é o fato de você cobiçar algo que pertence a outra pessoa. Você vê o objeto ou pessoa que o próximo possui ou tem o direito de possuir e deseja para si.

O mandamento vai direto ao ponto e diz: “Não cobice posses; não cobice cônjuges; não cobice coisa alguma. Não tenha prazer em buscar as posses que não pertencem a você por direito.”

Enquanto estudava essa passagem, cheguei à conclusão de que a cobiça começa ou é construída sobre o alicerce da comparação. Você olha ao redor, vê algo que outra pessoa tem e pensa: “Aquilo é melhor do que eu tenho.”

Seu carro é ótimo, até que uma BMW estaciona à frente de sua casa. Sua casa é perfeitamente adequada, até que você visita outra pessoa e vê sua residência. A coisa terrível nisso é que seu cônjuge é a pessoa perfeita, ótima, até que você o compara com a esposa ou esposo de outra pessoa.

Comparar—podemos brincar e rir, mas fazemos isso, não é? Mulher, você ouve que o Roberto comprou um buquê de flores para sua esposa na semana passada. Agora, a mulher que ganhou as flores—e mulheres são boas nisso—fará de tudo para que suas 3 ou 4 amigas saibam. Ela esperará por um momento oportuno. Quando sua amiga liga e pergunta: “Vai fazer o que para o jantar?” Ela responde: “Não sei, mas meu marido me deu um buquê de rosas.” A conversa a obrigou mencionar as rosas! Daí, a mulher que ligou agora diz ao marido: “Amor, o Roberto deu tosas para a esposa dele.” Ela pensa consigo mesma: “Quando foi a última vez que eu ganhei rosas?”

Se a verdade fosse dita, o Roberto, provavelmente, nem leva o lixo para o lixeiro pegar quando sua esposa pede. Afinal, o que vocês querem, esposas, rosas ou o lixo fora?

Creio que essa passagem é um texto maravilhoso para o casamento também, porque diz: Não cobiçarás a mulher do teu próximo. Ou seja, fique com aquela que Deus deu.

Alguém escreveu certa vez: “O casamento é como viajar de férias para as Bahamas. Quando o avião aterrissa, você desce e descobre que está, na verdade, nos Alpes Suíços. O ingrediente necessário é aprender como esquiar.”

Gosto muito dessa comparação. O ingrediente saudável em todo casamento—mesmo que você observe o casamento de outras pessoas e pense: “Como o casamento deles é melhor!”—é aprender como esquiar. Portanto, nesse processo de aprendizado, pare de olhar ao redor e comparar.

Seu casamento, sua condição financeira, qualquer coisa que você tenha ou não tenha, Deus diz diretamente através de Moisés: “Pare de desejar as posses que não pertencem a você.”

Permita-me destacar dois princípios a aprender aqui.

  • Primeiro: esse mandamento não proíbe um ato, mas uma atitude.

Essa é uma distinção importantíssima. O mandamento trata de uma atitude que pode conduzir ao ato, mas é a atitude, não o ato que é condenado pelo mandamento.

  • O segundo princípio é: o mandamento não proíbe o ato externo, mas os segredos interiores do coração que ninguém conhece, somente o próprio indivíduo.

O mandamento lida com uma luta que ninguém mais, somente você, sabe que está acontecendo. Deus diz: “O recôndito secreto de seu coração é o local onde você cobiça; é ali que a batalha é vencida. No interior de seu coração, não cobice.”

Não cobice pessoas. Na sociedade de hoje, podemos dizer: “Não cobice a posição ou vida de alguém.” Você pode olhar ao redor em seu emprego e pensar: “Esse camarada que acabou de ser promovido... eu sou muito mais capacitado do que ele. Eu é que deveria ter sido promovido.”

Então, o que você faz? Você faz aquilo que todos nós aprendemos a fazer desde pequenos. Quando você estava na quinta, sexta série, talvez ficava no banco de reservas e se sentia como eu me sentia. Eu era reserva de um menino chamado Douglas; ele era titular, eu era reserva no time. Eu assistia ao jogo inteiro do banco na esperança de que? De que meu time ganhasse? De jeito nenhum! Ficava no banco torcendo para que o Douglas se machucasse para que eu entrasse no seu lugar. O Douglas tinha a posição que eu queria.

Ainda encaramos situações como essa hoje. Outras pessoas têm posições e posses que nós desejamos. Será que conseguimos nos alegrar naquilo que Deus tem lhes dado? De jeito nenhum! Referindo-se ao ensino de Romanos 12.15, alguém disse, certa vez: “É fácil ‘chorar com os que choram,’ mas muito difícil ‘se alegrar com os que se alegram’.” Por que? Porque somos seres cobiçosos, somos pessoas avarentas por natureza.

Recentemente, descobri algo interessante. O apóstolo Paulo, que se orgulhava em sua posição diante da Lei, disse em Romanos 7: “Descobri que, segundo a lei, estou morto.” Ele escolhe um dos mandamentos; e adivinha qual dos mandamentos mais confrontava seu caráter? Não cobiçarás. Em seguida, Paulo disse: “Consegui lidar com os outros nove mandamentos, mas é este que me derruba.”

O Mandamento Ilustrado

Agora, desejo ilustrar e aplicar esse mandamento a partir do Novo Testamento. Portanto, abra sua Bíblia em Lucas 12 para vermos uma ilustração e aplicação do pecado da cobiça. Lemos em Lucas 12.13:

Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança.

É interessante que esse homem não disse: “Por favor,” ou “Eu tenho direito a isso,” mas apenas: “Mestre, tu tens autoridade. Mande-o dividir a herança comigo.”

Nos versos 14–15, Jesus responde ao homem e fala à multidão de descrentes e aos discípulos:

Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.

A palavra avareza no verso 15 é o grego pleonexia, que significa “cobiça.” Em seguida, Jesus conta uma parábola aos ouvintes como uma ilustração da cobiça. Veja os versos 16–17:

E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos?

Com base nessa passagem, desejo salientar três fraquezas na vida deste homem tolo.

  • Primeiro: ele não considerou seu próximo.

Sugiro que você sublinhe os pronomes pessoais da primeira pessoa do singular nos versos 17–19, tanto os explícitos como os implícitos em formas verbais:

E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.

Sete vezes, ele usa o pronome “eu,” e cinco vezes “meu” e seus derivados.

É interessante que esse indivíduo envolvido na cobiça, na paixão pelas posses, está tomado de si mesmo. E isso é verdade sobre mim e você também. Quando estamos mergulhados na inveja, adivinha o que acontece? Ficamos tomados de nós mesmos.

Se não vencemos essa batalha pelo poder do Espírito de Deus toda vez em que ela bate à nossa porta, acabamos vivendo uma vida centrada em nós mesmos. Pensamos naquilo que nós queremos, para onde nós estamos indo, na posição que nós queremos, na quantidade de dinheiro que nós precisamos em nossa conta bancária. Nosso vocabulário passa a girar em torno do “eu,” “meu” e “minha.”

Era uma vez um homem rico. E riqueza, a propósito, não é má em si mesma; a questão é como lidamos com essa riqueza. Esse homem tinha uma disposição terrível e era muito egoísta. Num belo dia, foi visitar um pregador e o pregador registrou a visita. O rico lhe disse: “Tenho muito dinheiro. Isso pode ser muito egoísmo meu, mas não sei exatamente por que.”

O pregador o levou até a janela e lhe disse: “Olhe pela janela; o que vê?” O homem olhou pela janela e respondeu: “Vejo homens, mulheres e crianças.” Em seguida, o pregador levou o homem para diante de um espelho e perguntou: “E agora, o que você vê?” O homem replicou: “Vejo a mim mesmo.”

O pregador continuou: “Tanto na janela como no espelho existe vidro; a única diferença é que o vidro do espelho foi banhado com uma camada fina de prata. Logo que adiciona a prata, você deixa de ver as outras pessoas e passa a enxergar apenas si mesmo.”

A tragédia na vida do homem dessa história não é que ele era rico; a tragédia é que ele estava envolvido numa embalagem chamada “eu.” Ele nunca via outra pessoa além do eu.

Esta é a fraqueza na vida desse homem na parábola de Jesus: ele não considerou o próximo.

Paulo escreveu ao seu filho na fé em 1 Timóteo 6.10:

Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.

Você sabe qual é uma das maiores tristezas decorrentes desse erro? Solidão. O indivíduo que é tomado de si mesmo é sozinho porque ninguém é capaz de entrar e fazer parte de sua vida. Esse homem não considera seu próximo.

  • Sua segunda fraqueza foi não reconhecer sua própria mortalidade.

Observe cuidadosamente as palavras muitos bens para muitos anos em Lucas 12.19–20:

Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma...

Eu costumava pensar que Deus estava tirando a vida desse homem, mas esse não é o caso. Deus sabia que ele morreria naquela noite. Não sabemos como ele morreu, mas Deus sabia que ele morreria. Ele não sabia, então, diz: “Tenho muitos anos pela frente. Vou relaxar e usufruir de tudo o que tenho.” Mas Deus diz no verso 20:

Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?

O túmulo de Charlemagne, o grande conquistador, foi descoberto e aberto. Para a surpresa dos arqueólogos, eles viram que Charlemagne foi sepultado sobre seu trono a seu pedido. Obviamente, havia apenas o esqueleto dele, mas estava sentado sobre um trono banhado a ouro e o esqueleto estava vestido com as roupas mais finas que o conquistador possuíra. Uma de suas mãos estava sobre o joelho e o dedo indicador apontava para alguma coisa. Quando olharam mais de perto, viram que Charlemagne, que era crente, tinha bordado na sua roupa Marcos 8.36. Esse grande líder mundial escolheu para si o seguinte epitáfio:

Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

Esse homem rico tinha esta fraqueza: ele não reconheceu que era mortal. E esse é um elemento enganador e detestável nas pessoas que possuem e buscam possuir bens materiais: elas estão alheias ao fato de que um dia terão que prestar contas, especialmente a Deus. Elas são independentes e extremamente desagradáveis porque não reconhecem que são meros mortais.

  • A terceira fraqueza vista na vida desse tolo é que ele não reconheceu Deus.

Deus diz a esse homem rico em Lucas 12.21:

Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.

Um artista francês fez uma pintura muito interessante. Ele leu essa passagem das Escrituras e decidiu expressá-la com óleo numa tela. Então, ele pintou um homem sentado a uma escrivaninha. Sobre a escrivaninha, havia um saco com moedas de ouro e, atrás da escrivaninha, numa prateleira comprida, ainda mais sacos com moedas de ouro. Do lado esquerdo, ele colocou uma janela, pela qual se podia ver, a perder de vista, campos verdes. O homem sentado à escrivaninha trazia um olhar de satisfação e presunção. Quando o artista concluiu a pintura, ele fez algo incomum e pensou: “Mas isto não retrata bem a passagem bíblica.”

Então, ele virou a tela e pintou a mesma imagem do outro lado: o mesmo homem, a mesma escrivaninha, os mesmos sacos com moedas e os mesmos campos verdes que se viam pela janela. Todavia, dessa vez, ele fez o quadro inteiro com uma camada fina de poeira; e ele adicionou ainda outra coisa: a imagem do anjo da morte em forma de sombra, com sua mão no ombro do homem, inclinado ao seu ouvido e lhe dizendo: “Louco.”

Meu amigo, o grande perigo na cobiça é que passamos a viver uma vida orientada para nós mesmos: vemos apenas nós mesmos, nossas coisas, aquilo que nós queremos, e acabamos ignorando nosso próximo. Também perdemos de vista a realidade de que, a qualquer momento, podemos estar na presença do Senhor, que não somos imortais, que não viveremos para sempre neste corpo com os bens materiais que possuímos agora. Aqueles envolvidos na busca por coisas revelam a seguinte fraqueza: eles não reconhecem a soberania de Deus, o qual acena com as mãos e diz: “Pare e olhe para mim.”

O Mandamento Aplicado

Agora, desejo aplicar o restante da passagem de Lucas 12 às nossas vidas. Geralmente, o capítulo é dividido ao meio, mas isso não é bom porque acabamos ignorando seu contexto. Pelo fato de se ignorar o contexto, muitos entendem que o restante do capítulo, começando no verso 22, trata da ansiedade e como vencê-la. Entretanto, a passagem não tem nada a ver com ansiedade, mas com a cobiça e como vencê-la.

Observe os versos 22–23. Jesus se afasta da multidão juntamente com seus discípulos e lhes diz, praticamente: “Agora, vejam bem: quero falar para vocês o cerne daquilo que acabei de ensinar à multidão; vamos aplicar o que ensinei.”

A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes.

Quando li e reli essa passagem, duas perguntas surgiram na minha mente. É como se Jesus Cristo tivesse acabado de dar seu ensino e, agora, chama os discípulos de lado e diz: “Olha, quero fazer um teste com vocês; quero ver se são materialistas. Quero que vejam se são ou não avarentos, cobiçosos.” Em seguida, Cristo dá alguns princípios aos discípulos, os quais colocaremos na forma de pergunta. Desafio você a fazer esse teste agora também.

  • A primeira pergunta é: o que é mais importante para mim: crescer financeira ou espiritualmente?

Lemos nos versos 24–25:

Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves! Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?

A construção um côvado pode ser traduzida como “45 centímetros à sua altura.” Tradutores não sabem ao certo como traduzir a expressão curso de sua vida. Eu comecei a entender melhor a ansiedade de acrescentar centímetros ao observar algo nos meus filhos.

Nossos meninos gêmeos acabaram de completar 4 anos. Na manhã do aniversário, um deles acordou chorando. Fui ao seu quarto e perguntei: “Meu filho, o que foi?” Ele disse: “Hoje é o meu aniversário.” Fiquei me perguntando: “Será que ele aprendeu isso com a mãe dele, quando ela fez 30 anos? Por que ele está chorando?” Mas lhe disse: “É verdade, mas você não está feliz com isso? Você tem 4 anos agora!” Ele respondeu: “Mas eu pensei que, quando completasse 4 anos, seria maior.” O pobre menino pensou que acordaria mais alto na manhã do seu aniversário. Aquilo quase estragou seu dia.

Que ilustração ótima de como devemos viver com crescimento espiritual em mente. Você é fervoroso para crescer espiritualmente no Senhor? Com que frequência vamos a Deus e dizemos: “Senhor, ajude-me a amadurecer na fé, independente do que custar”? Esse é o ensino da passagem.

Vamos continuar lendo e você verá Jesus falando de crescimento. Veja os versos 27–28:

Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé!

O que é mais importante: crescer na fé ou na conta bancária? Essa é a questão. Jesus diz: “Quero desenvolver em vocês, crentes, uma fé em mim que ultrapassa buscas por qualquer outra coisa. Quero que entendam que eu posso produzir maturidade, caso se submetam a mim, caso retirem os olhos de bens materiais e os coloquem em mim.”

Portanto, a primeira pergunta é: o que é mais importante para você: crescer financeira ou espiritualmente?

  • A segunda pergunta é: o que mais me preocupa: ter dinheiro para administrar ou permitir que Deus administre minha vida?

Observe os versos 29–34:

Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações. Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

O que realmente liga o nosso motor: será que é ter dinheiro nas mãos para gastar ou viver com a atitude de nos colocar nas mãos de Deus? Essa é a questão.

Ao que dedico meu tempo e mente? Quanto preciso administrar? Não me entenda errado; não estou eliminando o fato de que temos que lutar e trabalhar para suprir as necessidades físicas, mas você já parou para pensar que isso não é tudo? A questão fundamental é deixar Deus administrar nossas vidas. A questão é buscar não o nosso reino, mas o reino de Deus; não as nossas coisas, mas as aquilo que glorifica e honra a Deus; a questão é buscar em primeiro lugar o seu reino.

Precisamos admitir que alguns dos melhores momentos de nossas vidas são aqueles quando passamos por limitações financeiras e temos que depender exclusivamente de Deus. Não queremos passar por isso, mas depois que passamos, pensamos: “Rapaz, como aprendi sobre Deus com essa experiência.” É por isso que Charles Spurgeon escreveu: “Nossa melhor situação espiritual surge quando naufragamos na ilha da soberania de Deus.”

Faça um inventário neste momento; volte no tempo: quando foi que Deus revelou sua mão forte em sua vida? Foi quando você teve dinheiro sobrando ou quando precisou depender dele totalmente? Simplesmente, pare e pense por um instante. Quais foram os momentos de maior regozijo espiritual em sua vida? Pense e você concluirá, assim como eu, que tempos de dependência em Deus são tempos quando ele evidencia mais claramente sua forte mão. E essa é a questão.

Deus diz: “Não cobice posses, eu cuidarei de você. Não busque coisas, busque a mim, o meu reino e eu cuidarei do resto.” Meu querido, progredimos mais espiritualmente quando paramos de pedir mais coisas de Deus e passamos a pedir mais de Deus. Não cobiçarás.

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