
Adorno para A Língua
Adorno para A Língua
Êxodo 20.16
Introdução
Você acha sua língua bonita? Dificilmente pensamos na língua em termos de beleza. Não marcamos consulta para melhorar a beleza desse órgão; a língua é algo que a Natura® e o Boticário® ignoraram. A coisa boa da língua é que não precisamos exercitá-la ou fazer dieta para que ela fique em forma; na verdade, ela sempre está em forma.
Contudo, é a nossa língua, mais do que nosso salário, nossa imagem, nosso rosto, nosso guarda-roupas, nosso carro e nossa casa que faz toda a diferença. É a língua que repara um casamento ou que acaba com o casamento; é a língua que cura ou destrói uma igreja; é a língua que faz de um lar um paraíso ou um deserto árido. A língua faz toda a diferença.
Estimativas apontam que temos 700 oportunidades de falar por semana; alguns falam 800 vezes! Montamos 12 mil sentenças toda semana, usando 50 mil palavras. Escrevemos um livro de 150 páginas toda semana com nossa língua.
Agora, ouvimos falar muito sobre a liberdade de expressão. Isso é algo maravilhoso, mas esse conceito não é encontrado nas Escrituras. Na verdade, o que encontramos na Bíblia são regras sobre como devemos nos expressar.
Dos Dez Mandamentos que Deus nos deu em Êxodo, dois deles lidam com regras de como usar a língua. Um é o terceiro mandamento em Êxodo 20.7: Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão. Ou seja, devemos respeitar, honrar e proteger o caráter e a reputação de Deus.
O Mandamento
O mandamento que estudaremos hoje se refere à reputação do próximo. Lemos em Êxodo 20.16: Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
A palavra traduzida como testemunho é o termo hebraico ed, que pode ser traduzido como “evidência.” Então, não devemos fornecer falsa evidência contra o próximo.
Agora, esse mandamento se refere, de forma específica, ao contexto de um tribunal. Se alguém fosse fazer o papel de testemunha, não deveria dar evidência falsa ou testemunho falso contra o próximo. Ao contrário, deveria falar a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade. Essa é a interpretação fundamental desse mandamento.
Como princípio, podemos entender o seguinte: “Não seja desonesto com suas palavras; diga sempre a verdade.”
O Mandamento Violado
Um comentarista que gosto categorizou nove mentiras da língua. Ele diz: “A língua tem nove mentiras.” Creio que a desonestidade se encaixa em cada uma das nove categorias.
- A primeira categoria é a da malícia.
Essa é a mentira com o objetivo de conseguir vingança, para revidar algo contra alguém. Eu distorço a verdade, falo uma mentira, sou desonesto para que consiga dar o troco. Essa é a mentira da malícia.
- A segunda categoria é a mentira do medo.
Essa é aquela mentira que contamos para fugir de algum castigo. Aprendemos isso logo cedo, não é? Descobrimos como mentir a fim de evitar punição.
Quando crescemos, continuamos fazendo a mesma coisa. Na faculdade, por exemplo, damos ao professor três motivos por que não terminamos o trabalho—é tudo mentira. Quando um policial nos para, damos vários motivos por que ele parou a pessoa errada. Não gostamos de sofrer punição, castigo. Então, às vezes, consideramos a possibilidade de mentir para escapar do castigo.
- A terceira categoria é a da mentira do lucro.
Quando chega a época de prestar contas à Receita Federal, muitos mentem, inserem deliberadamente valores inexatos no documento enviado ao governo. O objetivo é não perder dinheiro.
Recentemente, li sobre uma mulher que venceu uma maratona famosa. Quando começaram a analisar a história e rotina dessa vencedora, descobriram que seus treinos para a maratona incluíram apenas alguns quilômetros numa bicicleta ergométrica e uma corrida rápida, uma ou duas vezes por semana. Então, as suspeitas surgiram. Quando a investigação terminou, os investigadores tinham conseguido juntar várias evidências. A mulher começou a maratona com todos os demais competidores. Contudo, ela tomou um atalho: ela subiu num ônibus e desceu a poucos quilômetros da linha de chegada. De alguma forma, ela desceu do ônibus, voltou ao percurso da maratona e venceu a corrida. Ela foi a vencedora por apenas uma semana. Provavelmente, ela não conseguia dar nem mesmo uma volta em torno de seu quarteirão, mas tinha vencido a maratona. Ela mentiu para lucrar.
Podemos pensar em qualquer tipo de lucro que visamos. Essa é mais uma categoria de mentira que contamos.
- A quarta categoria é a da mentira do silêncio.
Levítico 5.1 expande mais o assunto dizendo que, se você possui evidência contra o caráter de alguém e permanece em silêncio, você é considerado um mentiroso segundo os padrões das Escrituras.
Vamos aplicar isso da seguinte maneira. Se um colega de trabalho fala algo sobre Jesus Cristo que não é verdade e você permanece em silêncio, então, você é uma falsa testemunha de Cristo. Se alguém fala uma mentira sobre outra pessoa e você fica calado, você é uma falsa testemunha. Por causa do seu silêncio, você se torna um mentiroso. Essa é uma categoria interessante.
- A quinta categoria é a da mentira da vanglória.
Significa mentir a fim de impressionar, como por exemplo: “Ah, pois é... fulano de tal é meu amigo pessoal.” Você provavelmente se depara com isso constantemente. O seu conhecido que diz isso não conhece, de fato, a outra pessoa. O mais perto que ele chegou dessa pessoa foi quando a vizinha ficou de babá para o primo dela. Mas seu colega fala uma mentira a fim de impressioná-lo.
- A sexta categoria é a da mentira do exagero.
Essa é a mentira que entra no casamento por meio de frases como: “Você nunca faz isso” ou “Você sempre age assim.” É exagero. Seu cônjuge deve ter feito aquilo uma ou duas vezes.
Existe também a frase clássica: “Não tenho nada para vestir!” Enfim, esses são exemplos de mentira do exagero.
- A sétima categoria é a da mentira da insinceridade.
Podemos dizer: “Se você precisar de ajuda, pode me ligar,” mas pensamos ao mesmo tempo: “Tomara que ele não me ligue.” Ou então: “Vou orar por você,” mas nunca oramos.
A mentira da insinceridade pode penetrar no corpo de Cristo mais do que todas as outras. Vamos à igreja com nossas máscaras de piedade e agimos falsamente com os irmãos, temendo que alguém descubra quem realmente somos. Somos mentirosos, somos insinceros.
- A oitava categoria é a da mentira do eu.
Essas são as conversas que você tem consigo mesmo. Você se convence de não fazer algo que deve ou de fazer algo que não deve. Você mente para si mesmo.
- E a nova categoria é a da mentira a Deus.
Essa é a pior de todas.
Meus filhos já são grandes o suficiente para saber como enganar, mas ainda não são grandes o suficiente para enganar bem. Outro dia, eu estava sentado no sofá na sala lendo o meu jornal, quando percebi um movimento. Ignorei por um pouco, mas logo vi que era meu filho. Ele estava com os olhos arregalados e com as mãos para trás, e andava vagarosamente pela sala. Foi naquele momento que olhei para ele e pensei: “Meu filho não é muito inteligente.” Eu disse: “Meu filho!” Ele respondeu: “Oi, papai.” “Venha aqui,” disse. É claro, ele veio e descobrimos juntos o que ele segurava em sua mão atrás das costas.
Meu amigo, você já parou para pensar que vamos a Deus com as mãos atrás das costas? Como é ridículo ir ao Senhor em oração ou adoração com nossas mãos segurando firme algo que devemos largar, e ainda tentamos esconder aquilo de Deus. Estamos mentindo a Deus.
Conforme as Escrituras, se vamos a Deus em oração e temos iniquidade no coração, o que Deus faz? O Salmo 66.18 diz que ele não nos ouve, porque é um pai cujo filho obviamente tenta esconder alguma coisa. Deus espera oração de arrependimento. Sem isso, pare de tentar mentir para Deus.
Essas são nove categorias de mentiras da língua quando aplicamos o mandamento dentro do contexto específico de falso testemunho ou evidência. Em outras palavras, não minta: não minta para si mesmo, não minta para os outros e não minta para Deus.
Quatro Fatos sobre Línguas Descontroladas
Agora, esse mandamento se relaciona a mais do que somente mentir. De maneira interessante, Deus elabora o mandamento em Levítico 19.16, de forma a incluir o ato de mexericar, bisbilhotar, fofocar e falar mal de outra pessoa. Quando adicionamos isso a todas as demais passagens bíblicas que tratam da língua e de regras para o falar, descobrimos princípios maravilhosos sobre o modo de falar, quando falar e como falar. Esse mandamento cobre uma gama de regras sobre o uso da língua.
Por que a Bíblia fala tanto de nossa língua? Quero sugerir quatro motivos para isso, quatro fatos sobre a língua mentirosa que são tão importantes que as Escrituras lidam com eles especificamente para que não os ignoremos.
- Primeiro: a língua mentirosa é um sinal de hipocrisia.
Vemos isso em Tiago 1.26. É como se Tiago pegasse o microfone e falasse bem alto para nós: “Se existe alguém no nosso meio que supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.”
Se temos uma língua mentirosa, nossa religião é absolutamente inútil. Se não conseguimos dizer a verdade, isso é sinal de que vivemos vidas hipócritas.
- Segundo: a língua mentirosa destrói amizades.
Conforme lemos em Provérbios 17.9, a língua mentirosa, mais do que outra coisa qualquer, destrói amizades:
O que encobre a transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os maiores amigos.
Em outras palavras, o indivíduo que descobre a “sujeira” e a repete, ou o indivíduo que lança dúvida na reputação ou caráter de outro, pela sua língua, separa grandes amigos. Existem amigos que pensamos que jamais poderão ser separados; nenhuma ofensa se colocará entre os dois. Contudo, existe uma arma letal e poderosa capaz de separá-los: a língua. Ela repete a ofensa, o pecado: “Você sabia que fulano fez isso e aquilo outro? Ouvi isso...” Amigos íntimos perdem a confiança e, logo, a língua os terá separado.
A língua, de fato, tem um poder de influência enorme sobre as pessoas. Isso é visto, por exemplo, no que aconteceu na Inglaterra no Dia da Mentira em 1º de abril de 1986. A rádio BBC entrevistou Patrick Moore, um astrônomo. Ouça a história:
Patrick levou a Grã-Bretanha inteira a pular naquela manhã de 1º de abril. Ele disse aos ouvintes da BBC que, naquela manhã, o planeta Plutão estaria passando diretamente atrás de Júpiter, gerando uma força gravitacional na terra que causaria nas pessoas a sensação de estarem mais leves. Ele encorajou os ouvintes a pular precisamente às 9:47 da manhã.
Às 9:48, os telefones da rádio não paravam de tocar com ouvintes felizes, afirmando terem experimentado uma sensação de flutuação quando pularam às 9:47. Um homem até reclamou que tinha batido com a cabeça no teto. Uma mulher contou que ela e outras mulheres que tomavam café juntas flutuaram na sala.
Incrível! Agora, eu sei perfeitamente que certas pessoas querem aparecer, mas muitas pessoas pularam e tiveram a sensação de terem pulado mais alto do que nunca antes.
Esse é o poder de influência da língua sobre sentimentos e atitudes. Por isso que ela é algo tremendo nas amizades. Sua língua pode influenciar os pensamentos e atitudes de outra pessoa em relação a um amigo íntimo cujo caráter ela jamais questionaria.
- Terceiro, lidando, agora, diretamente com a igreja: a língua mentirosa atrapalha a unidade.
Paulo diz de maneira bem direta e objetiva em Colossenses 3.9: não mintais uns aos outros. Que igreja deve ter sido essa de Colossos! Quando começa a parte prática de sua carta, uma das primeiras coisas que sai da pena do apóstolo é: “Tem como vocês pararem de mentir uns aos outros?” Em seguida, no decorrer do capítulo, ele os encoraja à unidade.
O princípio é o seguinte: o alicerce para a unidade é honestidade na igreja de Jesus Cristo.
- Quarto: a língua mentirosa é um convite à ira de Deus.
Quero chamar sua atenção à seriedade das palavras que Salomão emprega para falar do assunto em Provérbios 6.16–19:
Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.
Deus odeia, abomina a língua mentirosa, a testemunha falsa que profere mentiras. E veja que as contendas vêm montadas sobre os lombos da mentira.
Deus diz no Salmo 101.5: Ao que às ocultas calunia o próximo, a esse destruirei. Nunca imaginamos que o assunto era tão sério assim, não é?
O Mandamento Aplicado
Vamos aplicar o mandamento de não dar falso testemunho às nossas vidas. Permita-me fornecer alguns adornos para a língua. Esses adornos são simplesmente palavras; não são profundas, mas seria bom se as mantivesse vivas em sua mente quando for tentado a abrir sua boca. Você terá 700 oportunidades somente na semana que vem; formulará 12 mil sentenças; na verdade, escreverá um livro. Espero que esse livro inclua estas características.
- O primeiro adorno é o da verdade.
Davi escreveu no Salmo 141.3:
Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios.
Davi pede que Deus coloque uma sentinela na sua boca para que observe cuidadosamente o que entra e sai de sua boca. Em Efésios 4.15, descobrimos quem são as sentinelas: a primeira é falando a verdade; e a segunda, em amor. Veja que Paulo não diz: “Não confronte, não desafie as pessoas.”
Fico me perguntando o que aconteceria se você trabalhasse numa agência de empregos nos dias de Paulo. Uma empresa entra em contato com você e diz: “Ei, ouvimos coisas maravilhosas sobre Alexandre o latoeiro e gostaríamos de coloca-lo na gerência de um departamento, o que você tem a dizer?” Sabemos o que Paulo tem a dizer: Alexandre o latoeiro me causou muitos males. Em 2 Timóteo 4.14, ele fala a verdade.
Digamos que uma igreja esteja à procura de um pastor. Ela escreve à antiga igreja desse pastor e diz: “Gostaríamos de ouvir a opinião de vocês quanto a seu ex-pastor. Ele parece ser um homem sábio e o tipo de líder que precisamos em nossa congregação. Ele se chama Diótrefes. O que acham?” João escreveu em 3 João 9 que Diótrefes... gosta de exercer a primazia. Essa é a verdade. Contudo, quando falamos a verdade, precisamos revesti-la de amor.
As pessoas falam bastante de amor, mas pouco de confronto, de prestar contas diante de Deus à luz das verdades das Escrituras. Entretanto, não amamos, de fato, as pessoas que não responsabilizamos pela verdade bíblica. Então, falamos a verdade, mas em amor.
- O segundo adorno para a língua é a bondade.
Bondade é falar com brandura. Uma resposta branda defende sem revidar. Ela pode discordar, mas sem denegrir. Ela pode criticar uma posição, filosofia, ponto de vista ou doutrina, mas nunca a pessoa.
Gosto muito da história de uma mulher que ficou tão irritada com Winston Churchill após uma de suas palestras que ela foi até ele e disse: “Sr. Churchill, se eu fosse sua esposa, colocaria arsênico no seu chá.” Ele respondeu: “Madame, se você fosse minha esposa, eu beberia esse chá.”
- O terceiro adorno para a língua pode soar estranho, mas é o silêncio.
Provérbios 26.20 diz que o silêncio acaba com a contenda: Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda. E o silêncio não somente acaba com a contenda, mas também aumenta a adoração. Davi escreveu no Salmo 46.10: Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus. Ou seja, fique quieto, pare de falar e confie em mim. Às vezes, falamos tanto que perdemos de vista o fato de que devemos adorar a Deus. Ele está no controle; então, pare de falar.
O adorno do silêncio é como o antigo adágio que diz: “Com bastante frequência, me arrependo das minhas palavras, mas jamais me arrependi de meu silêncio.”
- O quarto adorno para a língua é a graça.
Lemos em Colossenses 4.6:
A vossa palavra seja sempre agradável [ou “com graça”], temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.
Permita-me listar algumas palavras agradáveis, temperada com sal. Sugiro que as anote e coloque em prática. Infelizmente, essas palavras sumiram do vocabulário de muitos.
- A primeira palavra temperada é “por favor.”
Quando você usa “por favor,” mostra que enxerga o próximo como uma pessoa, não como um objeto ou meio para um fim. Por isso, eu e minha esposa começamos a ensinar nossos filhos bem cedo a dizer “por favor;” nós não somos seus objetos, somos pessoas. Portanto, use “por favor.”
- Outra palavra temperada é “obrigado.”
No caso de alguns maridos, já faz bastante tempo que disseram “obrigado” para a esposa que preparou seu almoço, lavou suas roupas, etc. Desenvolva o hábito de dizer: “Obrigado, querida. Estava uma delícia.” Se você não pode dizer que estava uma delícia, diga apenas: “Obrigado, amor. Essa receita é diferente, neh?!” ou algo parecido.
Uma garçonete estava falando de sua experiência de trabalhar aos domingos. Ela disse que domingo é o pior dia da semana, pois é o dia em que recebe as menores gorjetas e o maior número de reclamação. Meu querido, você provavelmente surpreenderá um garçom ou garçonete se usar “obrigado” no próximo domingo. Use “obrigado.”
- A terceira palavra temperada que desejo mencionar é “desculpe-me.”
Essa é uma palavra difícil de dizer, e também difícil de ouvir. Às vezes, você não quer ouvi-la e, quando alguém diz, você replica: “Tem certeza? Tá bom....” Essa é uma palavra difícil de dizer, mas é difícil de receber também. Ela, porém, precisa estar em nosso vocabulário.
- Semelhante às demais, existe outra palavra temperada: “perdoe-me.”
Muitos casamentos seriam restaurados e resgatados se essa palavrinha fosse simplesmente usada. Quem sabe, ela salvaria o relacionamento entre um pai e um filho, uma mãe e sua filha, dois amigos chegados. Diga, “perdoe-me.” Essas são palavras que transmitem graça, são agradáveis.
Creio que Paulo disse que essas palavras são agradáveis ou transmitem graça porque a graça é resultado da obra do Espírito Santo em nosso coração. Sem a obra do Espírito, não há graça. É Deus quem efetua isso em nossas vidas.
- Mais uma palavra temperada é: “vou orar por você.”
Agora, você precisa falar isso com sinceridade. Lembro-me de uma vez ter ido pregar numa igreja em outro estado; aquela foi a minha primeira e última vez naquela igreja. Não sei o que isso significa, mas nunca fui convidado novamente. Mas no final do culto, fui à porta para as pessoas me cumprimentarem. Um senhor olhou nos meus olhos e disse: “Filho, quero que você saiba que estarei orando por você todos os dias, pelo resto da minha vida.” Aquilo me balançou. Quero me encontrar com esse senhor um dia no céu; creio que ele estava sendo sincero.
Uma das maiores alegrias surge quando pessoas nos dizem sinceramente: “Estou orando por você.” Se você diz isso, então, cumpra! Se não, comece a orar pelos seus irmãos. Precisamos apoiar uns aos outros espiritualmente; estamos numa batalha. O reforço e força vêm com as orações que oferecemos a Deus a favor dos irmãos.
Conclusão
Deus disse: Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Deus nos manda dizer a verdade. Levítico expande o mandamento, e diz que não devemos fofocar, maldizer. De forma positiva, percebemos que Deus nos exorta e regula nossa língua para que nosso falar seja encorajador e edificante. Precisamos temperar nossas palavras com verdade, bondade e graça.
Gosto muito da história da Grécia antiga envolvendo um jovem. Ele falou sobre outra pessoa com palavras duras, mas descobriu depois que o acontecido não era verdade. Ele foi ao seu mestre e perguntou: “Mestre, usei palavras duras. O que posso fazer para corrigir esse erro?” O mestre respondeu: “Encha uma sacola de penas. Hoje à noite, depois que todos tiverem se retirado para seus aposentos, caminhe pela vila e coloque uma pena à porta de cada casa.”
O jovem ficou confuso com a instrução, mas fez o que o mestre disse. Ele pegou muitas penas e encheu um saco. Na mesma noite, quando o sol se pôs, colocou uma pena à porta de cada casa e foi dormir. No dia seguinte, voltou ao mestre e disse: “Mestre, fiz o que você me mandou. E agora, o que faço?” O mestre respondeu: “Pegue a sacola, volte a todas as casas por onde andou ontem à noite e recolha as penas que depositou à porta de cada casa.” O jovem replicou: “É impossível; jamais conseguirei recolher todas as penas. O vento da noite as levou embora; as pessoas e os animais já acordaram e caminharam por cima delas. É impossível!” O mestre, então, ajuntou: “Você aprendeu a lição. Palavras são fáceis de falar, mas impossíveis de recolher totalmente.”
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