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Como os Cristãos Devem Aplicar as Leis do Antigo Testamento em Suas Vidas?

by Stephen Davey

Como os Cristãos Devem Aplicar as Leis do Antigo Testamento em Suas Vidas?

Você se lembra da primeira vez que tentou ler o Antigo Testamento?

Gênesis está cheio de histórias — a criação, o dilúvio, Abraão, José. Êxodo traz drama e libertação, quando Deus resgata Israel do Egito. Mas então vem Levítico… e é aí que muitos de nós diminuímos o ritmo. De repente estamos lendo sobre sacrifícios, lavagens cerimoniais, restrições alimentares, doenças de pele e até inspeção de mofo. Se você já pensou: “O que isso tem a ver comigo?”, saiba que você não está sozinho.

Como cristãos, acreditamos que toda a Bíblia é a Palavra de Deus. E, no entanto, não seguimos todas as leis do Antigo Testamento da mesma forma que os israelitas. Comemos bacon (apesar de Levítico 11), usamos roupas com tecidos misturados (contrariando Deuteronômio 22:11), e ninguém está construindo altares no quintal para oferecer sacrifícios de animais.

Estamos, então, escolhendo quais leis seguir? Ou existe uma maneira fiel e bíblica de entender como esses mandamentos antigos se aplicam à nossa vida hoje?

Vamos explorar como os cristãos podem pensar com clareza — e alegria — sobre a lei do Antigo Testamento, e como Jesus faz toda a diferença.


Entendendo os Três Tipos de Leis do Antigo Testamento

Ao longo dos séculos, os cristãos acharam útil reconhecer três categorias gerais de leis no Antigo Testamento: morais, cerimoniais e civis. Embora a Bíblia não liste essas categorias explicitamente, elas servem como uma estrutura útil para entender como funcionavam diferentes leis e como elas se relacionam conosco hoje.

1. Leis Morais

Esses são mandamentos que refletem o caráter de Deus — sua santidade, justiça e amor. Pense nos Dez Mandamentos: não roubar, não matar, não mentir, honrar os pais. Esses padrões morais estão enraizados em quem Deus é e são repetidos ao longo do Novo Testamento. Eles não são apenas regras para Israel — são verdades eternas que ainda nos guiam como crentes hoje. Na verdade, Jesus obedeceu perfeitamente a essas leis morais e nos chama a segui-lo, vivendo conforme elas (Mateus 5:17–20).

2. Leis Cerimoniais

Essas leis regulamentavam a adoração em Israel — regras sobre sacrifícios, festas, restrições alimentares e pureza ritual. Elas foram projetadas para ensinar Israel sobre a santidade de Deus e apontar para um Salvador vindouro. Quando Jesus morreu e ressuscitou, ele cumpriu tudo o que essas leis cerimoniais antecipavam. É por isso que Hebreus 10:1 e 14 diz que o sacrifício único de Jesus tornou desnecessárias outras ofertas. Não seguimos mais esses rituais antigos, mas ainda aprendemos com eles. Eles nos lembram de adorar a um Deus santo e de viver uma vida separada para Ele.

3. Leis Civis (ou Judiciais)

Essas eram leis que organizavam a sociedade de Israel como uma nação governada diretamente por Deus. Tratavam de coisas como direitos de propriedade, crimes e justiça comunitária. Nós não vivemos em uma teocracia como a Israel antiga, então não aplicamos essas leis exatamente como estão escritas. Mas elas ainda nos ensinam princípios importantes — como justiça, responsabilidade e cuidado com o próximo. Por exemplo, Deuteronômio 22:8 diz para construir um parapeito no telhado para segurança. Qual o princípio por trás disso? Amar seu próximo o suficiente para prevenir o mal. Esse princípio ainda se aplica hoje, mesmo que estejamos colocando uma cerca ao redor de uma piscina.


O Que Jesus Disse Sobre a Lei?

Jesus disse algo notável no Sermão da Montanha:

“Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mateus 5:17).

Ele não descartou as leis do Antigo Testamento. Ele as cumpriu. Isso significa que Jesus completou aquilo para o qual as leis apontavam. Ele obedeceu a cada mandamento moral perfeitamente. Ele se tornou o sacrifício final e perfeito que as leis cerimoniais antecipavam. E Ele estabeleceu uma nova aliança — baseada não em regras externas, mas na graça e na transformação do coração (Hebreus 8:6).

É por isso que os cristãos não oferecem sacrifícios, não evitam certos alimentos, nem usam roupas específicas para honrar a Deus. Jesus já cumpriu essas leis. E é por isso também que olhamos além da obediência exterior e examinamos nosso coração. Como Jesus ensinou em Mateus 5, não é apenas sobre não matar — é sobre lidar com a ira. Não é apenas evitar o adultério — é sobre honrar a pureza em nossos pensamentos.

Jesus resumiu toda a lei desta maneira:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração… e o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37–39).

“Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (v. 40).

Em outras palavras, o amor é o coração de toda lei que Deus já deu.


Vivendo Sob a Nova Aliança

E então, onde isso nos deixa hoje?

O Novo Testamento deixa claro que os cristãos não estão mais debaixo da Lei de Moisés como sistema de justificação. Paulo diz em Romanos 6:14:

“Porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça.”

Somos salvos pela graça, por meio da fé em Jesus, não por obedecer à lei (Efésios 2:8–9). Mas isso não significa que a lei seja inútil. Ela ainda nos ensina sobre a santidade de Deus, revela nosso pecado e mostra como é uma vida piedosa.

Pense na lei do Antigo Testamento como um sinal na estrada. Ela apontava para Cristo. Agora que Jesus veio, não precisamos mais acampar junto ao sinal. Seguimos aquele para quem ele apontava. E, ainda assim, olhamos para trás de tempos em tempos para aprender o que ele nos revela sobre o coração e a vontade de Deus.

Uma das promessas mais bonitas da Nova Aliança é que Deus escreve sua lei em nossos corações (Jeremias 31:33). Isso não se trata de decorar regras, mas de um coração transformado que deseja honrar a Deus. Como crentes, somos guiados pelo Espírito Santo, que nos ajuda a viver os princípios justos da lei no dia a dia.


Aplicando as Leis do Antigo Testamento Hoje

Então, como fazemos isso na prática? Quando lemos uma lei do Antigo Testamento, fazemos algumas perguntas:

  • É uma lei moral? Se for, ainda se aplica. Obedecemos a ela não para ganhar a salvação, mas para honrar a Deus e refletir seu caráter.

  • É uma lei cerimonial? Então buscamos ver como Cristo a cumpriu e o que ela nos ensina sobre santidade, adoração e graça.

  • É uma lei civil? Consideramos o princípio por trás dela — justiça, proteção, amor — e a aplicamos com sabedoria em nosso contexto atual.

Pense, por exemplo, no sábado. Êxodo 20:8 ordena a Israel que mantenha o sétimo dia santo. Como cristãos, não estamos presos a todos os detalhes das leis sabáticas do Antigo Testamento. Mas ainda reconhecemos a importância do descanso, da adoração e do ritmo de vida. Podemos separar o domingo, não por obrigação, mas como uma resposta amorosa ao desígnio de Deus.

Ou considere leis com penalidades severas — como o apedrejamento por certos pecados. Não as aplicamos hoje. Mas elas nos lembram que Deus leva o pecado a sério. Na igreja, lidamos com o pecado não arrependido por meio da correção amorosa, conforme ensinado no Novo Testamento — não com punição legal, mas com restauração espiritual.


Em Resumo

Ler as leis do Antigo Testamento pode parecer confuso. Mas, quando as lemos à luz de Cristo, elas ganham vida com significado e propósito.

Não estamos mais debaixo da antiga aliança, mas somos moldados por ela. A lei ainda nos aponta para a santidade de Deus, para a beleza de sua justiça, e para nossa profunda necessidade de um Salvador. E em Jesus, encontramos esse Salvador — aquele que cumpriu a lei por nós e nos convida para uma nova vida com Ele.

Quando você encontrar um mandamento estranho em Levítico ou Deuteronômio, não o ignore. Pergunte: O que isso revela sobre o coração de Deus? Como essa lei aponta para Jesus? Que princípio ainda se aplica hoje enquanto busco amar a Deus e ao próximo?

Como seguidores de Cristo, não descartamos a lei do Antigo Testamento. Temos prazer nela — não como um fardo, mas como um caminho de santidade, escrito em nossos corações e vivido por meio da graça de Deus.

“Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos. Ora, os seus mandamentos não são penosos.”

—1 João 5:3 (ARA)

 

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